Família Bolsonaro aposta em Flávio para manter protagonismo
Lidiane 6 de dezembro de 2025 0 COMMENTS
A família Bolsonaro sinalizou nesta sexta-feira (5/12) uma estratégia explícita para preservar seu peso político na direita: o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi apresentado como o nome indicado pelo pai para disputar a Presidência em 2026. A escolha é vista por aliados como tentativa de manter o núcleo familiar no centro das negociações que vão moldar a campanha.
A indicação busca garantir poder de barganha ao bolsonarismo familiar nas articulações partidárias que ganham ritmo nos próximos meses. Ao mesmo tempo, analistas alertam para os riscos: a condenação e prisão de Jair Bolsonaro podem contaminar a imagem de uma candidatura associada diretamente ao ex-presidente.
A decisão empurra para a retaguarda pretensões de aliados que ambicionavam o apoio do ex-presidente — como o nome do governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que vinha sendo cotado por caciques políticos. Parlamentares próximos a Flávio dizem que ele recebeu orientações do pai para intensificar a projeção nacional, ampliar participação em eventos públicos e articular ações também em âmbito estadual.
O próprio senador anunciou a indicação nas redes sociais: “É com grande responsabilidade que confirmo a decisão da maior liderança política e moral do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, de me conferir a missão de dar continuidade ao nosso projeto de nação”, disse Flávio.
O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, confirmou o apoio do partido em nota oficial e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro comentou a nota do PL nas redes sociais.
“Que o Senhor te dê sabedoria, força e graça em cada passo, e que a mão d’Ele conduza o teu caminho para o bem da nossa nação”, escreveu Michelle.
Aliados apontam falta de competitividade
A indicação, porém, ainda precisa ser consolidada internamente. Membros do PL dizem que a pré-candidatura de Flávio depende de costura partidária e de adesões em setores mais amplos do bolsonarismo. Por ora, a avaliação entre deputados e dirigentes é de que o senador não é ainda competitivo nacionalmente.
Analistas consultados apontam que a estratégia tem dupla função: afirmar que o bolsonarismo continua vivo como ator decisivo e criar capital política para negociar palanques e alianças. Mas ressaltam que há riscos consideráveis, sobretudo pela associação direta com Jair Bolsonaro, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e preso em processo relacionado às tentativas de atentado à ordem democrática.
A prisão do ex-presidente levanta um ponto sensível para a campanha: ela pode prejudicar a narrativa que hoje tenta obter anistia aos condenados pelos atos golpistas, tese que o núcleo bolsonarista defende. Especialistas lembram que a repercussão desse capítulo judicial pode afastar eleitores moderados e provocar resistência em setores que ainda contemplavam o apoio de Bolsonaro.
Fontes próximas a Flávio informam que o senador tem recorrido a orientações do pai para ampliar sua agenda pública. Flávio visitou Jair Bolsonaro na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, na última terça-feira (2/12). A previsão é de que Michelle faça nova visita ao marido e que Flávio retorne ao encontro familiar na próxima terça-feira (9/12), com autorização do ministro do STF Alexandre de Moraes.
A movimentação dentro do PL também sinaliza tentativa de unificação. A nota de Valdemar Costa Neto tende a fechar fileiras no partido, ao menos publicamente. Resta saber até que ponto lideranças nacionais e estaduais aceitarão a opção por um nome do núcleo familiar, diante de incertezas eleitorais e do receio de desgastes judiciais.
No campo da política prática, a indicação deve alterar o mapa de candidaturas à direita. Nomes que buscavam o endosso do ex-presidente terão de reavaliar estratégias e composições. A resistência interna pode se traduzir em candidaturas alternativas ou em negociações por espaço em palanques regionais.
A confirmação da indicação inaugura, portanto, um período de intensas negociações internas e de avaliação dos impactos eleitorais. Para a família Bolsonaro, a aposta é que um nome familiar mantenha a coesão do grupo e amplie sua capacidade de influência. Para adversários e analistas, porém, a jogada contém riscos concretos — políticos e judiciais — que podem limitar a viabilidade de uma campanha presidencial vinculada ao ex-presidente.
Autor Manoel Messias Rodrigues
RELATED ARTICLES






Posts recentes
- Família Bolsonaro aposta em Flávio para manter protagonismo
- Soldado confessou ter matado militar em quartel do Exército em Brasília
- Antônio Gomide enaltece proteção ambiental com entrega da Comenda Washington Novaes em solenidade na Casa de Leis
- Caravana de Natal da Coca-Cola passa por várias cidades em Goiás
- Líder do União Brasil diz que pré-candidatura de Flávio não teve diálogo
Comentários
Arquivos
- dezembro 2025
- novembro 2025
- outubro 2025
- setembro 2025
- agosto 2025
- julho 2025
- junho 2025
- maio 2025
- abril 2025
- março 2025
- fevereiro 2025
- janeiro 2025
- dezembro 2024
- novembro 2024
- setembro 2024
- agosto 2024
- julho 2024
- junho 2024
- maio 2024
- abril 2024
- março 2024
- fevereiro 2024
- dezembro 2023
- novembro 2023
- outubro 2023
- setembro 2023
- agosto 2023
- julho 2023
- junho 2023
- maio 2023
- abril 2023
- janeiro 2023
- outubro 2022
- setembro 2022
- julho 2022
- junho 2022
- maio 2022
- março 2022
- janeiro 2022
- dezembro 2021
- novembro 2021
- outubro 2021
- setembro 2021
- agosto 2021
- julho 2021
- junho 2021
- maio 2021
- agosto 2020
- julho 2020
- junho 2020
- maio 2020
- abril 2020
- fevereiro 2020
- janeiro 2020
- dezembro 2019
- novembro 2019
- outubro 2019
- setembro 2019
- agosto 2019
- julho 2019
- junho 2019
- maio 2019
- abril 2019
- março 2019
- fevereiro 2019
- janeiro 2019
- dezembro 2018
- novembro 2018
- outubro 2018
- setembro 2018
- agosto 2018
- julho 2018
- junho 2018



