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5 de julho de 2025
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Países ainda discutem termos da declaração final, que deve ser divulgada durante a cúpula de chefes de Estado, realizada no Rio de 6 a 7 de julho

As negociações pela declaração final que deverá ser apresentada durante a Cúpula do Brics prosseguem sem um consenso sobre como tratar o conflito no Irã depois dos ataques de Israel e Estados Unidos em junho. O país persa cobra um posicionamento mais duro do bloco, que passou a integrar em 2023.

Os iranianos não reconhecem o Estado de Israel e normalmente usam expressões como “regime sionista” para se referir ao país judeu. Historicamente, os países do Brics, porém, defendem a solução de 2 Estados no Oriente Médio. Ou seja, que o Estado da Palestina seja reconhecido oficialmente. Para os iranianos, porém, reconhecer a Palestina seria uma forma de o país legitimar também o direito de existência de Israel, o que vai de encontro à concepção iraniana.

O conflito no Irã durou 12 dias. Inicialmente, as forças armadas israelenses bombardearam diversos alvos no país persa, para impedir a evolução do programa nuclear iraniano. O Irã revidou e lançou bombas contra Israel. Um cessar-fogo foi negociado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Entretanto, a situação na região ainda é delicada.

O conflito recente ganhou mais peso nas negociações no Brics do que os ataques feitos por Israel à Faixa de Gaza. Em 2024, durante a reunião do grupo em Kazan, na Rússia, os países reafirmaram apoio à incorporação da Palestina na ONU (Organização das Nações Unidas) como parte do compromisso pela criação de 2 Estados.

Integrantes do Brics como Índia, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Etiópia e Egito são mais próximos dos Estados Unidos e tendem a não aceitar uma mudança mais drástica na menção a Israel.

A Cúpula do Brics será realizada no Rio de 6 a 7 de julho. O Brasil lidera o bloco desde janeiro de 2025. O mandato é de 1 ano.

Os países também discutem o tom que a declaração deve apresentar em relação à guerra tarifária dos Estados Unidos. Não haverá menções diretas nem ao país e nem a Trump, mas os termos tendem a ser mais duros do que em outras menções do bloco ao assunto.

Além da declaração geral, serão apresentadas separadamente outras 3 declarações temáticas sobre inteligência artificial, financiamento climático e erradicação das doenças socialmente determinadas, aquelas em que a saúde de uma pessoa é afetada por questões como pobreza, desigualdade, condições de trabalho precárias, etc.

Os documentos, que estão em fase final de elaboração, devem ser divulgados ao longo da cúpula.

A separação dos temas foi decidida no contexto da redução do financiamento de organizações de ajuda humanitária, liderada pelos Estados Unidos, mas seguida também por países europeus. A intenção é dar força ao papel multilateral do Brics no contexto do Sul Global, termo que está em voga e que substituiu referências como 3º Mundo.

Essa posição foi reforçada pelos convites ao diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom, e o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.



Autor Poder360 ·

Lidiane

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