Para o petista, “ainda não há uma crise” entre EUA e Brasil, mas utilizará da reciprocidade caso as negociações sobre tarifas não funcionem
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta 5ª feira (17.jul.2025) que pensou que a carta enviada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (republicano), sobre tarifas de 50% sobre produtos brasileiros fosse fake news.
Em carta endereçada a Lula, Trump considerou uma “vergonha internacional” a forma como o ex-presidente Jair Bolsonaro é julgado, afirmando que existe uma “caça às bruxas” que deve acabar “imediatamente”.
Segundo o presidente brasileiro, a manifestação do norte-americano teria o intuito de “interferir” nos processos judiciais do Brasil e ameaçar a soberania nacional.
Segundo Lula, em entrevista à CNN Internacional, “ainda não há uma crise” na relação entre o Brasil e os EUA, mas disse que o país “não quer ser refém” do país norte-americano.
No início do programa, a emissora norte-americana exibiu um trecho da entrevista que Bolsonaro deu ao Poder360 na última 3ª feira (15.jul). No trecho, o ex-presidente mencionou que “é apaixonado” por Trump, e que foi tratado como um “irmão” pelo líder norte-americano.
Lula ainda disse que deseja manter uma “boa relação” com Trump, assim como cultivou com ex-líderes dos EUA. “Eu me dei bem com Clinton, Bush, Obama, Biden. Quero resolver essa questão e ir para a mesa de negociação”, afirmou o petista.
Tarifaço de Trump
Donald Trump impôs na 4ª feira (9.jul), uma tarifa comercial de 50% sobre produtos brasileiros.
O principal argumento do presidente norte-americano para a imposição da tarifa comercial é de que as autoridades governamentais brasileiras estariam “perseguindo” o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O ex-chefe do Executivo federal é réu no STF (Supremo Tribunal Federal) por tentativa de golpe de Estado depois do resultado das eleições presidenciais de 2022, em que saiu derrotado. Pode pegar até 43 anos de prisão, se condenado.
Em resposta à medida de Trump, o presidente Lula afirmou que o “Brasil não aceitará ser tutelado por ninguém” e que a elevação unilateral de tarifas sobre exportações brasileiras adotará a Lei da Reciprocidade Econômica (15.122 de 2025) para responder à imposição.
“O processo judicial contra aqueles que planejaram o golpe de Estado é de competência apenas da Justiça Brasileira e, portanto, não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais”, afirmou Lula em nota divulgada na última 4ª feira (9.jul).
Entenda a disputa tarifária entre EUA e Brasil
Assista (1min47s):
Distância entre quem aprova e desaprova foi reduzida de 17 para 10 pontos percentuais de maio para julho
Pesquisa da Quaest divulgada nesta 4ª feira (16.jul.2025) indica que a desaprovação ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caiu 4 p.p.: passou de 57% em junho para 53%.
O levantamento da Quaest foi encomendado pela Genial Investimentos. Foram entrevistadas 2.004 pessoas de 16 anos ou mais em todo o Brasil, de 10 a 14 de julho. A margem de erro é de 2 p.p., para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. Eis a íntegra (PDF – 9 MB).
Eis o cenário da pesquisa de julho, quando os entrevistados responderam à pergunta “Você aprova ou desaprova o trabalho que o presidente Lula está fazendo”:
- desaprova – 53%;
- aprova – 43%;
- não sabe/não respondeu – 4%.
“O que chama atenção é que a melhora na popularidade se deu principalmente fora das bases de apoio tradicionais do governo”, disse Felipe Nunes, diretor da Quaest.
A principal recuperação se deu no Sudeste.

Com relação à renda familiar, a mudança mais significativa foi entre os que ganham de 2 a 5 salários mínimos.

A aprovação segue alta entre os que dizem ser lulistas e baixa entre os que se classificam como bolsonaristas. A maior alteração foi nos setores moderados.

Segundo Nunes, 3 fatores explicam a melhora na percepção da população com relação ao governo. São eles:
- confronto entre Lula e o presidente dos EUA, Donald Trump;
- melhora na percepção econômica;
- campanha “nós contra eles” promovida pelo governo.
A maioria (79%) diz acreditar que a tarifa de 50% imposta pelos EUA sobre produtos brasileiros vai prejudicar suas vidas. Já 72% consideram que Trump errou ao impor a taxa ao Brasil sob a justificativa de que haveria perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“O tarifaço contra o Brasil conseguiu unir a esquerda, os lulistas e os moderados (sem posicionamento); mas dividiu a direita e os bolsonaristas. Ou seja, empurrou o ‘centro’ para o colo do Lula”, disse Nunes.

ECONOMIA
O percentual dos que disseram considerar que a economia do Brasil está inalterada nos últimos 12 meses permaneceu igual: 30%.
Eis o cenário completo:
- piorou – 46%;
- ficou do mesmo jeito – 30%:
- melhorou – 21%;
- não souberam ou não responderam – 3%.

Caiu o percentual dos que disseram que o preço dos alimentos subiu.

“O que mudou pela 1ª vez na série histórica foi a expectativa sobre a economia no próximo ano: 43% afirmam que ela deve piorar. Essa mudança deve estar associada à preocupação que as tarifas de Trump provocaram na população”, declarou Nunes.

CONGRESSO
Metade (51%) dos entrevistados disse ter tido conhecimento da tensão entre o governo federal e o Congresso. Para 79%, esse conflito mais atrapalha do que ajuda o governo.
Eis o cenário completo:
- mais atrapalha – 79%;
- mais ajuda – 12%;
- não souberam ou não responderam – 9%.
Um dos temas em disputa entre o Legislativo e o Executivo é a cobrança de impostos. Para 63% dos brasileiros, o governo deveria aumentar impostos dos mais ricos para poder diminuir a taxação dos mais pobres.

Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen disse que buscará um acordo com Trump; republicano anunciou que irá impor tarifa de 30% sobre produtos do bloco
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou neste sábado (12.jul.2025) que irá buscar um acordo com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a tarifa de 30% a produtos do bloco anunciada pelo republicano. No entanto, disse que uma retaliação não está descartada.
Em publicação em seu perfil no X, von der Leyen afirmou que, apesar de estar aberta ao diálogo, a União Europeia está pronta “para proteger os interesses da UE com base em contramedidas proporcionais”. Afirmou que a tarifa sobre as exportações do bloco “prejudicaria empresas, consumidores e pacientes em ambos os lados do Atlântico”.
A medida foi anunciada por Trump neste sábado (12.jul) em seu perfil oficial na plataforma Truth Social. As novas taxações entrarão em vigor a partir de 1º de agosto de 2025. O México também foi taxado em 30%.
O presidente norte-americano publicou uma carta formal comunicando a decisão aos europeus. A justificativa para taxar produtos baseia-se no que ele considera um desequilíbrio persistente na balança comercial entre os Estados Unidos e o bloco.
Trump disse que, caso haja retaliação por parte desses parceiros comerciais, os Estados Unidos aumentarão ainda mais as tarifas.
O presidente dos Estados Unidos ainda sugeriu que as empresas europeias poderiam evitar as novas tarifas caso decidissem produzir seus produtos em território norte-americano. Ele afirmou que, nesse cenário, o governo se comprometeria a agilizar as aprovações de forma rápida, profissional e rotineira, em questão de semanas.
Não sou obrigado a comprar dólar para negociar com outros países, diz Lula
Lidiane 11 de julho de 2025
Presidente afirmou que há interesse do Brics em criar uma moeda alternativa à norte-americana no comércio internacional
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta 5ª feira (10.jul.2025) não ser obrigado a comprar dólar para negociar com outros países do Brics. Ele voltou a afirmar que há o interesse do bloco em criar uma moeda alternativa à norte-americana no comércio internacional.
A declaração se deu depois do presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar que irá impor uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros. Um dos motivos que pode ter endossado a decisão foi a possibilidade estudada pelo Brics de desdolarizar as negociações entre os integrantes.
Na 3ª feira (8.jul), Trump ameaçou taxar os países do bloco em 10%.
“A carta dele não é mais dura do que algumas coisas que ele já tinha falado. Ele chegou a dizer outro dia que, se criar uma moeda, ele vai punir os países. Nós temos interesse, é verdade, em criar uma moeda para fazer comércio com os países. Eu não sou obrigador a comprar dólar para fazer comércio com a Venezuela, com a Bolívia, com o Chile”, disse Lula, em entrevista à Record.
Em tom irônico, Lula afirmou que o norte-americano ficou preocupado com a reunião do Brics e que poderia convidá-lo para participar do bloco, caso ele quisesse.
“Possivelmente, o Trump deve ter ficado preocupado com a reunião do Brics. E é engraçado, porque como ele não estava na reunião do G7, nós fomos três países para o G7: Índia, Brasil e África do Sul, e ainda estava o México e Coreia. No G20, os Brics têm 10 países que participam do G20. Qualquer dia eu vou chamar ele para participar dos Brics”, disse.
Todos os 8 setores analisados apresentaram resultados negativos, com móveis e eletrodomésticos liderando as retrações
O IVS (Índice do Varejo Stone) registrou uma queda de 4,2% nas vendas do comércio brasileiro em junho de 2025. Na comparação com junho de 2024, a retração foi de 4,6%. O 1º semestre de 2025 fechou com uma diminuição de 0,5% em relação ao 2º semestre do ano anterior. Todos os 8 setores analisados apresentaram resultados negativos no mês.
Por canal de venda:
- Comércio digital: queda de 4,5% em junho e de 10,6% no comparativo anual;
- Lojas físicas: recuo de 3,4% no mês e de 4% no ano.
Os setores sensíveis à renda, como supermercados e farmácias, também recuaram:
- Queda mensal: 3,7%;
- Retração anual: 3,4%;
- Recuo semestral: 0,2%.
Entre os segmentos dependentes de crédito, que incluem itens de maior valor como móveis e eletrodomésticos, os resultados foram:
- Queda mensal: 3,9%;
- Retração anual: 5%;
- Diminuição semestral: 0,3%.
As maiores quedas mensais por setor foram registradas em:
- Móveis e Eletrodomésticos: -6,4%;
- Material de Construção: -6,3%;
- Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico: -4,3%;
- Supermercados, Alimentos, Bebidas e Fumo: -3,7%;
- Artigos Farmacêuticos: -2,8%;
- Tecidos, Vestuário e Calçados: -2,3%;
- Combustíveis e Lubrificantes: -1,7%;
- Livros, Jornais, Revistas e Papelaria: -0,3%.
Na comparação anual, apenas Livros, Jornais, Revistas e Papelaria apresentaram crescimento, com alta de 1,5%. Os piores desempenhos foram:
- Móveis e Eletrodomésticos: -8,7%;
- Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico: -6%;
- Material de Construção: -5,8%.
Na análise regional, apenas 4 Estados registraram crescimento anual:
- Amapá: +4,5%;
- Tocantins: +3,8%;
- Roraima: +3,7%;
- Pernambuco: +0,4%.
Os maiores recuos foram observados em:
- Rio Grande do Sul: -14%;
- Amazonas: -7%;
- Mato Grosso do Sul: -6,5%;
- Rio Grande do Norte: -6,1%;
- Alagoas e Maranhão: -4,8% cada;
- Distrito Federal: -4,9%;
- Paraná: -4,7%;
- Santa Catarina: -4,6%.
Outros Estados com quedas expressivas foram Rio Grande do Norte (-6,1%), Alagoas e Maranhão (ambos com -4,8%), DF (Distrito Federal) (-4,9%), Paraná (-4,7%) e Santa Catarina (-4,6%). Rio de Janeiro (-4,1%), Ceará (-3,6%), Mato Grosso e Piauí (-2,3%), São Paulo (-2,2%), Bahia (-1,9%), Minas Gerais (-1,7%), Espírito Santo (-1,6%), Goiás (-1,4%), Pará (-1,1%), Rondônia (-1%), Acre (-0,8%), Sergipe (-0,5%) e Paraíba (-0,4%) também apresentaram resultados negativos.
Segundo Guilherme Freitas, economista e cientista de dados da Stone, os dados de junho indicam perda de ritmo da economia. Apesar da queda no desemprego e da criação de empregos formais, o consumo das famílias segue pressionado pelo comprometimento da renda com dívidas, o que afeta diretamente o varejo. Ele afirma que a desaceleração da inflação parece estar mais ligada à fraqueza da atividade econômica do que a uma melhora estrutural, e que o cenário de desaceleração vem se consolidando, embora ainda seja necessário acompanhar os próximos meses para confirmar essa tendência.
Reunião entre governo e cúpula do Congresso na noite de 3ª feira foi para “retomar diálogo”, mas encontro foi inconclusivo sobre como resolver o impasse
Representantes da cúpula do Congresso e do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniram na noite de 3ª feira (8.jul.2025). A ideia foi retomar o diálogo entre as duas partes a respeito do impasse da suspensão da alíquotas mais altas para o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). O encontro foi inconclusivo, mas uma divergência foi enfatizada:
- governo – o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse que fará todos os esforços para convencer o Supremo Tribunal Federal sobre a constitucionalidade da cobrança do IOF com alíquotas maiores;
- Congresso – o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que cedeu a residência oficial que ocupa para o encontro, voltou a dizer que dificilmente um novo imposto ou elevação de alíquotas de taxas atuais seriam bem recebidas dentro do Legislativo. Disse que o governo precisa buscar formas de cortar gastos.
Participaram do encontro:
- Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), presidente do Senado;
- Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara;
- Fernando Haddad (PT), ministro da Fazenda;
- Gleisi Hoffmann (PT-PR), ministra das Relações Institucionais;
- Jorge Messias, ministro da AGU (Advocacia Geral da União);
- Randolfe Rodrigues (PT-AP), líder do Governo no Congresso;
- Jaques Wagner (PT-BA), líder do Governo no Senado;
- José Guimarães (PT-CE), líder do PT na Câmara.
Na 4ª feira (9.jul.2025), Hugo Motta e Davi Alcolumbre vão conversar com os principais líderes partidários na Câmara e no Senado para dizer como foi o clima do encontro. Não há nada conclusivo ainda que possa ensejar algum tipo de acordo.
O governo resolveu aumentar o IOF para fechar as contas de 2025. O Congresso derrubou em 27 de junho de 2025 o decreto presidencial com uma votação expressiva na Câmara e por aprovação simbólica (sem registro de votos) no Senado. O governo foi ao Supremo Tribunal Federal para tentar anular a decisão de deputados e senadores. Partidos de oposição também entraram no STF para manter a derrubada do IOF.
Em 4 de julho de 2025, o ministro Alexandre de Moraes decidiu suspender os efeitos do decreto presidencial do IOF e também a votação do Congresso que derrubava o aumento desse imposto. Na prática, o despacho de Moraes foi ruim para o governo. O IOF com alíquotas maiores, como desejava Fernando Haddad, continuou sem ser cobrado.
Para ter uma ideia de como a medida reduz a arrecadação do governo basta ver os dados de junho: houve uma coleta de R$ 8 bilhões de IOF. Esse valor é o maior já registrado para 1 único mês desde 2005. Agora, no mês de julho, a taxa já voltou a ser cobrada com os percentuais anteriores. Isso deve frustrar das receitas federais em cerca de R$ 2 bilhões.
“Foi uma reunião para retomar o diálogo. Não adiantamos nada. Amanhã vou relatar aos líderes um pouco dessa disposição de conversar e dizer que estamos à disposição para ter um diálogo e que sabemos das dificuldades do governo para arrecadar. Mas estamos sempre mais propensos a ir pelo caminho de corte de despesas, e não para o aumento de impostos”, disse Hugo Motta ao Poder360.
Durante o encontro, os representantes do governo falaram que eram contra a campanha de críticas nas redes sociais que tem como alvo o Congresso e Hugo Motta. O presidente da Câmara disse entender, mas que esse tipo de estímulo é ruim quando se deseja o diálogo.
O governo tem repetido que não endossa as críticas a Motta e ao Congresso. Gleisi Hoffmann foi uma das primeiras a falar que discordava desse tipo de estratégia. Ocorre que na cúpula do Legislativo o entendimento é que o Planalto e o PT, de maneira velada, liberaram suas militâncias para dar prosseguimento à campanha.
Tarcísio defende mais Trump do que empresários brasileiros, diz Rui Costa
Lidiane 8 de julho de 2025
Ministro critica apoio do governador ao presidente dos EUA; republicano saiu em defesa de Bolsonaro na 2ª feira (7.jul)
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, criticou nesta 2ª feira (7.jul.2025) o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por compartilhar uma publicação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, Costa afirmou que o governador demonstra mais preocupação em endossar discursos de Trump do que em defender os interesses econômicos do Brasil e dos empresários paulistas.
“Eu vi o governador de São Paulo fazer uma publicação hoje fazendo referência ao Donald Trump. O Trump tem ameaçado empresários brasileiros. Tem ameaçado a economia brasileira, os produtores agrícolas e industriais”, afirmou o ministro.
Na mesma linha, Costa disse que Tarcísio deveria se concentrar em defender o setor produtivo nacional. “Me parece que o Tarcísio está mais preocupado em defender o Trump do que defender os empresários paulistas, do que em defender o emprego dos trabalhadores brasileiros”, acrescentou.
As declarações se dão após Trump publicar, em sua rede social Truth Social, que Bolsonaro é alvo de uma “caça às bruxas” no Brasil. A publicação foi compartilhada por Tarcísio, aliado político de Bolsonaro e cotado pela direita para disputar as eleições de 2026 contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
João Nazareno Roque trabalhava na C&M Software e disse ter dado acesso aos hackers; defesa alega que ele foi usado como “fantoche”
O homem suspeito de colaborar com o ataque hacker contra a empresa C&M Software na 3ª feira (1º.jul.2025) disse que teria recebido R$ 15.000 como pagamento para facilitar a invasão do sistema. João Nazareno Roque, de 48 anos, foi preso pela Polícia Civil de São Paulo na 5ª feira (3.jul).
Em um depoimento em vídeo obtido pelo “Fantástico”, da TV Globo, Roque, que trabalhava como operador de tecnologia para a C&M, disse aos policiais no momento da prisão que os hackers sabiam onde ele trabalhava e 1 deles o abordou em um bar.
Roque relatou que só se comunicava com os criminosos por celular, e que trocava de aparelho a cada 15 dias para não ser rastreado. Ele disse ainda ter recebido R$ 5.000 no início e, depois, mais R$ 10.000 em dinheiro.
A defesa de Roque argumenta que ele foi enganado. O advogado do suspeito, Jonas Reis, disse ao “Fantástico” que o homem “serviu de fantoche” e “não sabia desse golpe multimilionário”.
Segundo a reportagem, com a ajuda do funcionário, os hackers passaram a ter acesso às contas de reserva de diferentes instituições bancárias. Essas contas fazem parte de uma exigência do BC para todas as instituições financeiras, são usadas apenas para transações entre os bancos e não têm nenhuma relação com as contas dos clientes.
Durante o ataque, os computadores da empresa processaram centenas de transferências bancárias. Ainda não há confirmação sobre o total do dinheiro desviado, que foi estimado por especialistas ouvidos pelo “Fantástico” em R$ 800 milhões. Este foi o maior ataque a um sistema financeiro já registrado no país
A C&M presta serviço para instituições financeiras, tem acesso direto aos sistemas do BC (Banco Central) e atua integrando instituições financeiras ao Pix. A empresa foi homologada pelo BC para essa função em 2001 e continua ateando nessa função até então. Atualmente, outras 8 empresas também são homologadas no país.
Em nota divulgada na 4ª feira (2.jul), o BC afirmou que “determinou o desligamento do acesso das instituições às infraestruturas por ela operadas” e que o ataque “não prejudicou clientes”.
Na 5ª feira (3.jul), a empresa informou que, no ataque, foram usadas as credenciais de um cliente da prestadora de serviço “como se fosse uma instituição financeira autorizada” e que o BC autorizou a “retomada controlada” do Pix. O ataque hacker não impactou nenhum grande banco.
Segundo o levantamento da Confederação Nacional da Indústria, o movimento não alterou o quadro geral de falta de confiança
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) Setorial subiu em 15 e caiu em 14 dos 29 setores industriais em junho, aponta levantamento divulgado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) nesta semana.
Com o resultado, os segmentos de perfumaria, limpeza e higiene pessoal e de produtos de borracha migraram de um estado de falta de confiança para um estado de confiança. O setor de bebidas fez movimento contrário. O balanço do mês de junho tem 21 setores da indústria pessimistas, 7 otimistas e 1 neutro.
“A avaliação negativa dos empresários sobre as condições correntes e as expectativas para a economia é o que mais contribui para o quadro de pessimismo. Isso se deve, principalmente, à elevação dos juros iniciada no fim do ano passado, que causa demanda mais baixa por produtos industriais e dificuldades para a realização de investimentos”, disse o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.
Nas pequenas indústrias, o ICEI caiu 0,2 ponto, para 47,4 pontos. Nas médias, também diminuiu 0,2 ponto, para 48,5 pontos. Ambas continuam sem confiança.
Entre as grandes indústrias, o indicador recuou de forma mais expressiva: queda de 0,5 ponto. O movimento fez o índice dessas empresas cair para 49,7 pontos, para um estado de falta de confiança, consolidando o quadro de pessimismo disseminado entre todos os portes.
No recorte por região, a confiança caiu 2,1 pontos nas indústrias do Centro-Oeste e 0,5 ponto nas indústrias do Sudeste. Ficou estável entre as empresas do Sul e aumentou 1,7 ponto no Norte e 0,6 ponto no Nordeste.
Os empresários do Centro-Oeste estão pessimistas, sentimento que já se via entre os industriais do Sudeste e do Sul. No Norte e no Nordeste, permanece o cenário de otimismo.
- Norte: 53 pontos;
- Nordeste: 52,3 pontos;
- Centro-Oeste: 48,8 pontos;
- Sul: 48,2 pontos;
- Sudeste: 47,2 pontos.
Para esta edição, a CNI consultou 1.766 empresas: 694 de pequeno porte; 649 de médio porte; e 423 de grande porte, de 2 e 11 de junho.
Com informações da Agência CNI.
Ex-secretário de Comunicação do partido foi demitido em maio depois de dizer em troca de mensagens com Mauro Cid que preferia Lula a Michelle Bolsonaro na Presidência
O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) teceu elogios ao ex-secretário de Comunicação do PL (Partido Liberal) Fábio Wajngarten e afirmou que a demissão do advogado foi “no mínimo confusa”.
Em publicação em seu perfil no X nesta 4ª feira (2.jul.2025), Eduardo afirmou que o ex-secretário teria “mil motivos” para criticar o partido ou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas não o fez.
“O Wajngarten nos conheceu antes de 2018, num momento em que pouquíssimos aderiam ao projeto Jair Bolsonaro. Ele não tem mandato, saiu do PL de uma maneira no mínimo confusa, ou seja, teria mil motivos para se revoltar e jogar pedras no JB/PL”, escreveu o congressista.
O advogado era integrante do núcleo mais próximo de Bolsonaro e chegou a auxiliar a defesa do ex-presidente nas acusações por golpe de Estado.
Foi demitido do partido em maio depois que conversas com o ex-ajudante de ordens da Presidência Mauro Cid onde ele diz preferir Lula a Michelle Bolsonaro na Presidência vazaram.
A conversa se deu em 27 de janeiro de 2023. À época, Wajngarten enviou a Cid uma notícia de que o PL analisava lançar Michelle como candidata à Presidência caso Bolsonaro fosse impedido de concorrer nas eleições de 2026. “Prefiro o Lula”, disse Cid. “Idem”, respondeu Wajngarten.
Em entrevista à CNN nesta 4ª feira (2.jul), o ex-secretário defendeu que Eduardo ou Michelle substituam Bolsonaro caso ele não possa disputar as eleições em 2026.






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