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21 de setembro de 2024
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Polícia ouve amigo de motorista suspeito de atropelar e matar vigilante

Confira abaixo tudo que se sabe sobre o acidente, a fuga, prisão e a investigação do caso.

  1. Quem era o vigilante?
  2. Quem é o motorista?
  3. O acidente
  4. Fuga
  5. Prisão do motorista
  6. Soltura do motorista
  7. Embriaguez
  8. Investigação
  9. Família cobra justiça

Clenilton Lemes Correia morreu após motorista de Mercedes bater contra moto dele e fugir, em Goiás — Foto: Divulgação/PM

Clenilton Lemes Correia tinha 38 anos e era casado com Antônia Araújo, com quem teve dois filhos, de 5 e 17 anos. Ele nasceu no Pará, mas morava em Goiânia há 17 anos. Muito esforçado e dedicado ao trabalho, segundo a família, sempre quis ser vigilante, profissão que ocupava há dois anos.

“Ele já trabalhou em lava-jato, de porteiro e de [motorista de aplicativo]. Muito trabalhador e honesto”, disse Weslliane Alves, cunhada da vítima.

Hamilton Lemes, irmão do vigilante, reforça que Clenilton era um pai exemplar. “Presente, muito reservado e conselheiro”, disse. O irmão ainda destacou que, além dos filhos e esposa, o vigilante se preocupava muito com os pais e mantinha contato com eles.

“Um irmão e um filho muito querido. Sempre se preocupava com a mãe e o pai, ligava para eles”, detalhou.

Outro irmão de Clenilton, Ailton Sousa, lembra a dedicação dele ao trabalho. “Era um homem bom demais, humilde e sincero”, disse.

Antônio Scelzi Netto, de 25 anos, nasceu e mora em Goiânia. Segundo o site de consulta pública de processos, ele é solteiro, tem residência fixa e é réu primário. Além disso, é dono de uma empresa varejista de bombas hidráulicas na capital, com o pai.

Na noite do acidente ele dirigia uma Mercedes-Benz C180, avaliada em mais de R$ 150 mil. O veículo tinha R$ 8 mil em multas e o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) atrasados.

Vigilante morre após ser atropelado em rodovia de Goiás — Foto: Divulgação/PM

A moto foi arrastada por mais de 200 metros. Por conta disso, a placa do carro se desprendeu e ficou na rodovia, o que ajudou a polícia a localizar o motorista. A placa da moto de Clenilton ficou presa ao pára-choque do carro de luxo.

Antônio fugiu sem prestar socorro. Outra pessoa que passava pela rodovia parou para ajudar o motociclista. Em depoimento à Polícia Civil, essa testemunha relatou que o vigilante ainda estava vivo, embora bastante machucado, quando ela parou para socorrê-lo.

O Corpo de Bombeiros prestou atendimento, mas Clenilton não resistiu e morreu ainda no local. A equipe tentou reanimá-lo, mas não conseguiu.

Não há imagens do momento do acidente ou da omissão de socorro.

Antônio Scelzi Netto, motorista do carro de luxo suspeito de matar vigilante — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Depois de abandonar o local do acidente sem prestar socorro à Clenilton, o motorista da Mercedes foi para casa, em um condomínio de luxo de Goiânia. As investigações revelam que ele deixou o carro lá e fugiu para um galpão, onde se escondeu.

“Ele (o amigo) não viu o motociclista e acredita que o Antônio também não tenha visto, mas diz que após o ponto de impacto ele pediu muito para o Antônio parar, mas o Antônio não conseguiu. Chorou muito, seguiu e se dirigiu a casa dele”, detalhou a delegada Ana Cláudia Stoffel, em entrevista coletiva.

O amigo de Antônio foi ouvido na condição de testemunha. Na visão da delegada, ele fez tudo que pôde para tentar prestar socorro, mas dependia de Antônio para parar o carro e ajudar o vigilante. “Tudo indica que ele tentou de todas as formas”, enfatizou.

A Polícia Militar encontrou Antônio no galpão, localizado no Jardim Guanabara. Durante a abordagem, ele se recusou a fazer o teste do bafômetro e foi conduzido para um hospital, onde passou por um exame de corpo de delito. O resultado comprovou que ele havia ingerido bebida alcoólica.

Antônio também admitiu ter fugido do local do acidente, justificando que tinha ficado em choque e sem saber o que fazer.

Antonio Netto, suspeito de atropelar e matar vigilante em rodovia de Goiânia — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Apesar disso, o motorista terá que cumprir algumas restrições e obrigações enquanto estiver em liberdade provisória, como:

  • Comparecer a todos os atos processuais para os quais for intimado;
  • Manter o endereço de sua residência sempre atualizado na Justiça;
  • Permanecer em casa após as 21h no dias úteis;
  • Ficar em casa o dia inteiro aos sábados, domingos e feriados.

Em nota à imprensa, a defesa de Antônio disse que ele “estará sempre à disposição da Polícia Civil e do Poder Judiciário para contribuir para a elucidação dos fatos”. Confira abaixo a nota completa:

“A defesa do Sr. Antônio Scelzi Netto, informa que diante da decretação da prisão preventiva em desfavor do nosso cliente, contrário a norma Processual Penal, foi impetrado ordem de Habeas Corpus perante o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás e diante da análise criteriosa e estritamente legal, foi concedida a liminar requerida para revogar a prisão, impondo medidas cautelares diversas da prisão, suficientes para acautelar o resultado útil do processo”.

Embora já exista um laudo que comprove que havia álcool no sangue do motorista no momento do acidente, a Polícia Civil têm colhido mais evidências do consumo de bebidas por parte de Antônio. A delegada quer saber o quanto ele foi afetado pela bebida.

Durante entrevista coletiva, Ana Cláudia Stoffel revelou que a polícia já conseguiu traçar todos os locais pelos quais o motorista percorreu antes do acidente. Segundo ela, Antônio foi a vários pubs e até comeu em uma lanchonete antes de provocar o acidente.

Com base no depoimento de testemunhas, comanda dos pedidos e câmeras de segurança, a polícia concluiu que o motorista chegou ao primeiro bar, nas imediações do Shopping Flamboyant, por volta das 19h de 8 de junho.

Vídeo mostra suspeito de atropelar e matar vigilante bebendo antes de acidente

A delegada Ana Cláudia Stoffel diz que uma outra testemunha afirma ter visto o carro de Antônio momentos antes do acidente trafegando em alta velocidade, em um semáforo próximo ao Shopping Flamboyant.

“Cruzou com o veículo momentos antes (do acidente) em velocidade alta, aproximadamente 100 km/h. Isso veio a esclarecer muita coisa e vai ajudar muito na própria perícia, que é o que a gente aguarda agora”, afirmou.

Essa testemunha, segundo a delegada, também conseguiu afirmar que a moto do vigilante estava com a iluminação em perfeitas condições.

Imagens mostram Antônio Netto bebendo antes de acidente em Goiânia, Goiás — Foto: Divulgação/TV Serra Dourada

Agora, a polícia aguarda o resultado dos laudos periciais para que seja feita uma reconstrução ainda mais detalhada de toda a dinâmica do acidente.

“Os policiais estão trabalhando tanto com câmeras, testemunhas, comandas, para que a gente possa informar o estado alcoólico que Antônio estava no momento, porque isso é de extrema importância para a tipificação do delito”, explicou a delegada.

Atualmente, Antônio é investigado por lesão corporal por causa do trânsito, com agravante e com possível reclusão de 5 a 8 anos. Mas nada impede que isso mude e passe a ser tratado como um caso de homicídio, por exemplo.

Pai de vigilante fala sobre o último encontro com o filho

“A pessoa por irresponsabilidade tira a vida de um pai de família, não pode ficar impune”, desabafou a esposa de Clenilton.

O irmão do vigilante também cobrou as autoridades

“Eu quero que ele pague pelo que fez. Não é apenas um acidente, é um crime”, cobrou à TV Anhanguera.

O pai de Clenilton, João Lemes, que mora no Pará e veio para Goiânia para o velório do filho, falou sobre o último encontro com o vigilante há um mês. “Ele estava há 10 anos sem ir ao Pará, parece que estava adivinhando o nós não íamos nos ver mais”, desabafou João.

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Autor

Lidiane

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