4 de novembro de 2025
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A Polícia Federal deflagrou a Operação Scutum (escudo) nesta terça-feira (4/11) para desarticular um grupo criminoso formado por policiais militares de Goiás. A ação foi conduzida pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco/GO) em conjunto com a Polícia Militar do Estado. O esquema investigado envolve crimes de corrupção passiva, facilitação de contrabando, lavagem de dinheiro, agiotagem, extorsão e formação de quadrilha.

Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão na cidade de Mineiros, no Sudoeste Goiano, e um mandado na cidade de Londrina, no Paraná. As empresas investigadas também se tornaram alvos dos procedimentos policiais. A Justiça Federal determinou o afastamento cautelar de cinco policiais militares de suas funções institucionais.

As investigações começaram a partir de informações repassadas pela própria Polícia Militar de Goiás. Os dados iniciais apontavam indícios de práticas ilícitas por parte de agentes públicos, incluindo cooptação e desvio de cargas ilegais. O esquema também envolvia a revenda de produtos contrabandeados e o uso de empresas de fachada para ocultação de valores.

Em comunicado oficial, a Polícia Federal detalhou que foram identificadas “movimentações financeiras incompatíveis com os rendimentos declarados pelos investigados”. A instituição também registrou “transações bancárias entre os membros do grupo, evidenciando a existência de um esquema estruturado de agiotagem e lavagem de dinheiro”.

A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado em Goiás é composta pela Polícia Federal, Secretaria Nacional de Políticas Penais e pelas polícias Penal, Militar e Civil do Estado de Goiás. A operação contou com a cooperação de todas essas instituições no cumprimento dos mandados judiciais.

Caiado: ‘Cidadão fardado e pratica crime é mais bandido ainda’

Ao comentar a operação que investiga policiais militares, o governador Ronaldo Caiado (UB) afirmou que o Estado de Goiás “dá exemplo” ao punir servidores que agem fora da lei.

“Se a pessoa não tem um comportamento correto, nós temos uma Corregedoria extremamente austera, se ele está desviando da sua função, será preso, será destituído da sua função, vai cumprir pena, porque aqui em Goiás nós não fazemos concessão para bandido”, declarou.

Caiado foi enfático ao criticar policiais envolvidos em atividades criminosas.

“O cidadão que está com a farda e pratica qualquer crime é muito mais bandido ainda. Então terá a rigidez que nós temos dentro da nossa Corregedoria e ele será duramente penalizado por não só trair a corporação, como fazer uso da segurança pública transformando ali numa base do crime”, acrescentou.

Milhões em movimentações financeiras e transações incompatíveis

O comandante-geral da PMGO, coronel Marcelo Granja, revelou que os policiais militares afastados levavam um estilo de vida “incompatível” com seus salários. A investigação começou com denúncias da população sobre desvios de conduta e foi reforçada por levantamentos de inteligência que monitoraram viaturas em abordagens irregulares. Moradores de Mineiros e Jataí estranharam festas financiadas por pessoas ligadas ao esquema.

Segundo Granja, os policiais suspeitos facilitavam a entrada de mercadorias contrabandeadas e produtos irregulares, incluindo eletrônicos, cigarros e agrotóxicos. As cargas eram desviadas principalmente por rodovias federais na região de Mineiros e Jataí para revenda irregular.

“O esquema envolve milhões em movimentações financeiras ao longo do tempo, com transações incompatíveis com os rendimentos declarados dos policiais”, afirmou o comandante-geral.

A PM informou que os policiais suspeitos foram preventivamente afastados das ruas há aproximadamente seis meses.

Nesta terça-feira, todos os mandados de busca e apreensão foram cumpridos, incluindo a coleta de celulares, computadores e documentos que serão analisados pela Polícia Federal como parte das investigações em andamento.

Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.

Autor Manoel Messias Rodrigues

Lidiane

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