Veja o que se sabe sobre acidente com carro de luxo que matou vigilante a caminho do trabalho | Goiás
Lidiane 17 de junho de 2024 0 COMMENTS
Polícia ouve amigo de motorista suspeito de atropelar e matar vigilante
Confira abaixo tudo que se sabe sobre o acidente, a fuga, prisão e a investigação do caso.
- Quem era o vigilante?
- Quem é o motorista?
- O acidente
- Fuga
- Prisão do motorista
- Soltura do motorista
- Embriaguez
- Investigação
- Família cobra justiça
Clenilton Lemes Correia tinha 38 anos e era casado com Antônia Araújo, com quem teve dois filhos, de 5 e 17 anos. Ele nasceu no Pará, mas morava em Goiânia há 17 anos. Muito esforçado e dedicado ao trabalho, segundo a família, sempre quis ser vigilante, profissão que ocupava há dois anos.
“Ele já trabalhou em lava-jato, de porteiro e de [motorista de aplicativo]. Muito trabalhador e honesto”, disse Weslliane Alves, cunhada da vítima.
Hamilton Lemes, irmão do vigilante, reforça que Clenilton era um pai exemplar. “Presente, muito reservado e conselheiro”, disse. O irmão ainda destacou que, além dos filhos e esposa, o vigilante se preocupava muito com os pais e mantinha contato com eles.
“Um irmão e um filho muito querido. Sempre se preocupava com a mãe e o pai, ligava para eles”, detalhou.
Outro irmão de Clenilton, Ailton Sousa, lembra a dedicação dele ao trabalho. “Era um homem bom demais, humilde e sincero”, disse.
Antônio Scelzi Netto, de 25 anos, nasceu e mora em Goiânia. Segundo o site de consulta pública de processos, ele é solteiro, tem residência fixa e é réu primário. Além disso, é dono de uma empresa varejista de bombas hidráulicas na capital, com o pai.
Na noite do acidente ele dirigia uma Mercedes-Benz C180, avaliada em mais de R$ 150 mil. O veículo tinha R$ 8 mil em multas e o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) atrasados.
A moto foi arrastada por mais de 200 metros. Por conta disso, a placa do carro se desprendeu e ficou na rodovia, o que ajudou a polícia a localizar o motorista. A placa da moto de Clenilton ficou presa ao pára-choque do carro de luxo.
Antônio fugiu sem prestar socorro. Outra pessoa que passava pela rodovia parou para ajudar o motociclista. Em depoimento à Polícia Civil, essa testemunha relatou que o vigilante ainda estava vivo, embora bastante machucado, quando ela parou para socorrê-lo.
O Corpo de Bombeiros prestou atendimento, mas Clenilton não resistiu e morreu ainda no local. A equipe tentou reanimá-lo, mas não conseguiu.
Não há imagens do momento do acidente ou da omissão de socorro.
Depois de abandonar o local do acidente sem prestar socorro à Clenilton, o motorista da Mercedes foi para casa, em um condomínio de luxo de Goiânia. As investigações revelam que ele deixou o carro lá e fugiu para um galpão, onde se escondeu.
“Ele (o amigo) não viu o motociclista e acredita que o Antônio também não tenha visto, mas diz que após o ponto de impacto ele pediu muito para o Antônio parar, mas o Antônio não conseguiu. Chorou muito, seguiu e se dirigiu a casa dele”, detalhou a delegada Ana Cláudia Stoffel, em entrevista coletiva.
O amigo de Antônio foi ouvido na condição de testemunha. Na visão da delegada, ele fez tudo que pôde para tentar prestar socorro, mas dependia de Antônio para parar o carro e ajudar o vigilante. “Tudo indica que ele tentou de todas as formas”, enfatizou.
A Polícia Militar encontrou Antônio no galpão, localizado no Jardim Guanabara. Durante a abordagem, ele se recusou a fazer o teste do bafômetro e foi conduzido para um hospital, onde passou por um exame de corpo de delito. O resultado comprovou que ele havia ingerido bebida alcoólica.
Antônio também admitiu ter fugido do local do acidente, justificando que tinha ficado em choque e sem saber o que fazer.
Apesar disso, o motorista terá que cumprir algumas restrições e obrigações enquanto estiver em liberdade provisória, como:
- Comparecer a todos os atos processuais para os quais for intimado;
- Manter o endereço de sua residência sempre atualizado na Justiça;
- Permanecer em casa após as 21h no dias úteis;
- Ficar em casa o dia inteiro aos sábados, domingos e feriados.
Em nota à imprensa, a defesa de Antônio disse que ele “estará sempre à disposição da Polícia Civil e do Poder Judiciário para contribuir para a elucidação dos fatos”. Confira abaixo a nota completa:
“A defesa do Sr. Antônio Scelzi Netto, informa que diante da decretação da prisão preventiva em desfavor do nosso cliente, contrário a norma Processual Penal, foi impetrado ordem de Habeas Corpus perante o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás e diante da análise criteriosa e estritamente legal, foi concedida a liminar requerida para revogar a prisão, impondo medidas cautelares diversas da prisão, suficientes para acautelar o resultado útil do processo”.
Embora já exista um laudo que comprove que havia álcool no sangue do motorista no momento do acidente, a Polícia Civil têm colhido mais evidências do consumo de bebidas por parte de Antônio. A delegada quer saber o quanto ele foi afetado pela bebida.
Durante entrevista coletiva, Ana Cláudia Stoffel revelou que a polícia já conseguiu traçar todos os locais pelos quais o motorista percorreu antes do acidente. Segundo ela, Antônio foi a vários pubs e até comeu em uma lanchonete antes de provocar o acidente.
Com base no depoimento de testemunhas, comanda dos pedidos e câmeras de segurança, a polícia concluiu que o motorista chegou ao primeiro bar, nas imediações do Shopping Flamboyant, por volta das 19h de 8 de junho.
Vídeo mostra suspeito de atropelar e matar vigilante bebendo antes de acidente
A delegada Ana Cláudia Stoffel diz que uma outra testemunha afirma ter visto o carro de Antônio momentos antes do acidente trafegando em alta velocidade, em um semáforo próximo ao Shopping Flamboyant.
“Cruzou com o veículo momentos antes (do acidente) em velocidade alta, aproximadamente 100 km/h. Isso veio a esclarecer muita coisa e vai ajudar muito na própria perícia, que é o que a gente aguarda agora”, afirmou.
Essa testemunha, segundo a delegada, também conseguiu afirmar que a moto do vigilante estava com a iluminação em perfeitas condições.
Agora, a polícia aguarda o resultado dos laudos periciais para que seja feita uma reconstrução ainda mais detalhada de toda a dinâmica do acidente.
“Os policiais estão trabalhando tanto com câmeras, testemunhas, comandas, para que a gente possa informar o estado alcoólico que Antônio estava no momento, porque isso é de extrema importância para a tipificação do delito”, explicou a delegada.
Atualmente, Antônio é investigado por lesão corporal por causa do trânsito, com agravante e com possível reclusão de 5 a 8 anos. Mas nada impede que isso mude e passe a ser tratado como um caso de homicídio, por exemplo.
Pai de vigilante fala sobre o último encontro com o filho
“A pessoa por irresponsabilidade tira a vida de um pai de família, não pode ficar impune”, desabafou a esposa de Clenilton.
O irmão do vigilante também cobrou as autoridades
“Eu quero que ele pague pelo que fez. Não é apenas um acidente, é um crime”, cobrou à TV Anhanguera.
O pai de Clenilton, João Lemes, que mora no Pará e veio para Goiânia para o velório do filho, falou sobre o último encontro com o vigilante há um mês. “Ele estava há 10 anos sem ir ao Pará, parece que estava adivinhando o nós não íamos nos ver mais”, desabafou João.
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