Respeito pelas mulheres na literatura demorou muito tempo, afirma Lídia Jorge
Lidiane 20 de março de 2024
A escritora Lídia Jorge afirmou que o respeito pelas mulheres na literatura e até se perceber que não escreviam apenas “sobre coisas cor-de-rosa” demorou muito tempo.
“Até que fossem respeitadas, até que se percebesse que as mulheres não escreviam apenas sobre coisas cor-de-rosa, até que se percebesse que as mulheres tinham uma palavra válida demorou muito tempo”, disse à Lusa, ao ser questionada sobre o facto de apenas agora existir um nome feminino entre as cátedras Camões – Instituto da Cooperação e da Língua no Brasil.
A cátedra com o nome de Lídia Jorge na Universidade Federal brasileira de Goiás, inaugurada na terça-feira, é a primeira da rede Camões no Brasil a homenagear uma escritora e a nona no país sul-americano.
“A evolução, de facto, tem sido lenta. As mulheres, por toda a parte, só há muito pouco tempo é que aprenderam a ler e a escrever a sua vida”, afirmou à margem da inauguração da cátedra.
Ainda assim, frisou, “começa finalmente a ter noção que há mulheres que escrevem e que têm algum mérito. Finalmente está a acontecer”.
Tal mudança de pensamento na sociedade é um estímulo, sobretudo para as raparigas: “vendo vozes femininas, como chegaram aqui e as dificuldades que tiveram é um estímulo para que elas tenham força, capacidade de resistência, acreditarem em si mesmas”, defendeu Lídia Jorge.
Saber que a mulher pode ter “um papel importante nos planos mais sérios, nos planos mais importantes” e não somente “nas atividades apenas de montra”, mas também no plano político, artístico e cientifico, tem de ser a normalidade na sociedade, disse.
A escritora espera, contudo, que o equilíbrio seja justo, “porque as mulheres não devem ser ajudadas apenas por serem mulheres”
“Eu recuso isso. Têm de ser reconhecidas por mérito próprio. Não há felicidade nenhuma apenas porque se é mulher ser ajudada. Não, é porque se tem mérito”, sublinhou.
Quanto à homenagem que recebeu na terça-feira em Goiânia, a escritora portuguesa mostrou-se grata por terem decidido que o seu nome “merece ficar como uma referência” num lugar onde se valorizam os “estudos portugueses, mas também estudos culturais e ibéricos e latino-americanos”.
Poeta, contista e romancista, Lídia Jorge iniciou a sua carreira com o romance “O Dia dos Prodígios”, em 1980. Ao longo dos anos, foi galardoada com vários prémios, incluindo o Grande Prémio de Literatura em Línguas Românicas da FIL (2020) e o Prémio Médicis Estrangeiro (2023).
Mais recentemente, em 2022, escreveu “Misericórdia”, a pedido da mãe, internada numa instituição para idosos, no Algarve, que várias vezes lhe pediu que escrevesse um livro com este título.
A história decorre entre abril de 2019 e abril de 2020, data da morte da mãe da autora, que foi uma das primeiras vítimas da covid-19 no sul do país.
Os livros de Lídia Jorge estão traduzidos para diversas línguas, como alemão, galego, búlgaro, castelhano, esloveno, grego, francês, hebraico, húngaro, italiano, holandês, romeno, sueco e inglês, entre outras.
Mulheres se reúnem para definir ações voltadas para elas na região do Entorno
Lidiane 19 de março de 2024
- Em reunião estratégica, representantes de mulheres e secretarias de Estado do Governo de Goiás discutem diretrizes para os próximos meses
Na última segunda-feira (18/03) a Secretaria de Estado do Entorno do Distrito Federal (SEDF-GO) recebeu trinta e seis representantes de secretarias e unidades de políticas públicas para mulheres das prefeituras do Entorno. Elas se reuniram com Caroline Fleury, titular da Pasta, e Mariana Gidrão, superintendente da Mulher da secretaria de Desenvolvimento Social de Goiás (SEDS), para deliberar sobre iniciativas essenciais para a região.
Uma das decisões mais significativas foi a criação do Fórum Estadual de Políticas para Mulheres em nível regional para o Entorno do DF. Para Caroline Fleury, essa mobilização é essencial para fortalecimento e ofertas de programas do Governo de Goiás na região. “Nosso objetivo é facilitar para que todas as políticas públicas do Estado cheguem ao Entorno de forma integral, conectadas com a realidade de nossas mulheres. Porque o Entorno é Goiás e tem Governo”.

Durante sua apresentação, a superintendente Mariana Gidrão apresentou os programas de apoio às mulheres do Goiás Por Elas, executados pela SEDS, focado em mulheres em situação de vulnerabilidade que enfrentam situações de violência. Ela enfatizou que a meta, no entanto, é estimular cada vez mais a prevenção da violência. Nesse sentido, Gidrão adiantou que a superintendência pretende em parceria com a Secretaria do Entorno criar um grupo do Fórum Regional para Mulheres regionalizado para o Entorno. “A realização do Fórum do Entorno voltado exclusivamente para mulheres certamente será um marco importante na região. São ações como essas que podem trazer mudanças significativas”.
Além disso, o encontro proporcionou um panorama das principais políticas públicas para as mulheres em Goiás, e as participantes puderam apresentar demandas pontuais dos respectivos municípios. Lilian Kelly, primeira-dama de Planaltina de Goiás destacou que foi uma reunião muito produtiva, especialmente pela conversa direta com a representante da superintendência da Mulher. “Foi possível para nós apresentar as demandas do município no que se refere a políticas públicas para mulheres e entender como o Estado tem trabalhado para supri-las”, disse Lilian Kelly.
O grupo conheceu um panorama das principais políticas públicas para as mulheres em Goiás e apresentou demandas pontuais dos respectivos municípios. Entre as participantes, a primeira-dama de Planaltina de Goiás, Lilian Kelly, ressaltou a importância dessa aproximação.”Foi uma reunião muito produtiva, especialmente pela presença da Superintendente da mulher, porque foi possível para nós apresentar as demandas do município no que se refere a políticas públicas para mulheres e entender como o Estado tem trabalhado para supri-las”, disse. A presença das vereadoras Ivonete Souto (Cidade Ocidental) e Maria do Monte (Valparaíso) também enriqueceu o debate, demonstrando o engajamento das lideranças locais.
Goiás Por Elas
O programa Goiás Por Elas destina R$ 300,00 mensais durante 12 meses para mulheres vítimas de violência doméstica inscritas no CadÚnico e com medida protetiva de urgência. Desde sua implementação em julho de 2023, já selecionou 804 mulheres e entregou 454 cartões. Além disso, as beneficiárias têm prioridade em diversos programas essenciais, como Aluguel Social, Crédito Social, Mães de Goiás, Dignidade, Aprendiz do Futuro, Passe Livre Estudantil, Mais Empregos, Tarifa Social de Água e Energia, e Meninas de Luz.
Comunicação Setorial – Secretaria do Entorno do Distrito Federal
Estudo maranhense revela ligação entre HPV e doenças cardíacas em mulheres na menopausa
Lidiane 19 de março de 2024
Um estudo inovador conduzido por pesquisadores maranhenses revelou uma conexão entre doenças cardíacas em mulheres na menopausa e a infecção pelo vírus do papiloma humano (HPV).
O estudo, intitulado “Envolvimento do HPV na doença arterial coronariana em mulheres climatéricas: atenção à saúde no Maranhão”, liderado pelo professor doutor Rui Miguel Gil da Costa, do Departamento de Morfologia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), identificou uma correlação significativa entre a presença do HPV e o aumento do risco de desenvolvimento de doenças coronárias em mulheres na menopausa.
Durante a pesquisa, foram avaliadas 71 pacientes, das quais 36,6% estavam infectadas pelo HPV, sendo essa infecção significativamente associada à presença de doença coronariana.
Além disso, foram observadas tendências específicas relacionadas à gravidade das doenças cardíacas e à presença de determinados tipos de HPV.
Microvesículas circulantes do soro sanguíneo dessas pacientes foram isoladas e analisadas, corroborando a associação entre o HPV e as doenças do coração, sugerindo uma possível relação causal.
Essa descoberta representa um avanço significativo no entendimento da saúde cardiovascular feminina durante a menopausa.
O presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema), Nordman Wall, destacou a importância do apoio à pesquisa científica e o compromisso do governo do Estado do Maranhão em promover inovação na área da saúde.
O estudo foi um dos 19 projetos selecionados no edital ‘Programa Pesquisa para o SUS: gestão compartilhada em saúde (PPSUS)’, e seus resultados foram apresentados durante um seminário de avaliação em São Luís.
A partir dessas descobertas, novas políticas de saúde podem ser formuladas, incluindo estratégias de prevenção e rastreamento direcionadas a mulheres na menopausa, visando à detecção precoce e intervenções mais eficazes.
O professor Rui Gil da Costa enfatizou a importância dessa descoberta no contexto das políticas de saúde, destacando a necessidade de uma abordagem mais abrangente e personalizada no tratamento das doenças cardíacas em mulheres na menopausa.
660 mulheres são diagnosticadas com câncer de colo de útero em Goiás anualmente
Lidiane 19 de março de 2024
Cerca de 17 mil mulheres são diagnosticadas com câncer de colo de útero no Brasil anualmente, conforme dados do Ministério da Saúde. Esse tipo de câncer, que ocupa o quarto lugar entre os mais comuns em mulheres brasileiras, resulta em aproximadamente 6.500 óbitos por ano no país, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Em Goiás, a taxa de mortalidade é estimada em 4,47 casos para cada 100 mil mulheres.
Para reduzir esses números, a campanha do Março Lilás se dedica a conscientizar e prevenir o câncer de colo de útero, educando as pessoas sobre fatores de risco, sintomas, métodos de detecção precoce e opções de tratamento disponíveis para essa forma de câncer. A campanha também busca reduzir o estigma associado à doença e promover o acesso igualitário aos serviços de saúde relacionados ao seu diagnóstico e tratamento.
O que é o câncer de colo de útero?
O câncer de colo de útero é uma condição maligna que afeta a região situada entre a vagina e o útero, principalmente devido à infecção pelo vírus HPV. Apesar de ser uma doença que pode ser prevenida, ela é uma das principais causas de morte por câncer em mulheres em todo o mundo, atrás do câncer de mama, do câncer de cólon e reto e do câncer de pulmão. As principais vítimas são mulheres negras, pobres e com baixos níveis de educação formal.
A biomédica e professora dos cursos de Ciências da Saúde da Faculdade Una – que integra a Ânima Educação –, Allana Souza, explica que o câncer do colo de útero está intimamente relacionado com a infecção do vírus HPV, dependendo sempre do subtipo e da carga viral na infecção. “A vacinação permite que se diminua os níveis de infecção pelo HPV, reduzindo o principal fator de risco para o desenvolvimento desse câncer. É observado que a vacinação em meninas de 9 a 14 anos sem início de vida sexual se mostra eficaz na proteção da saúde delas”.
Além da infecção pelo HPV, existem outros fatores de risco, geralmente associados à comportamentos que comprometem a imunidade ou dizem respeito ao desenvolvimento sexual. “Alguns deles são a iniciação sexual precoce, a prática sexual com múltiplos parceiros, o uso de contraceptivos orais e o tabagismo”, elenca a professora.
Diagnóstico precoce e tratamento
O câncer de colo de útero pode ser silencioso no seu estágio inicial, tornando o diagnóstico precoce fundamental. Souza alerta que a doença possui um desenvolvimento de velocidade baixa, podendo passar despercebida no início, e que os sintomas surgem com a evolução do câncer: “são observados, principalmente, sangramento vaginal ao acaso ou depois da relação sexual e dor na região do útero e abdômen”.
Por esse motivo, a professora destaca a importância do diagnóstico precoce na luta contra o câncer de colo de útero. “O rastreamento inicial é muito importante. O exame preventivo, que é o Papanicolau, permite que sejam observadas alterações iniciais da doença e, consequentemente, uma efetiva inibição de sua progressão”. A docente complementa que é necessário realizar o exame com frequência, mas que, após dois anos consecutivos sem alterações observadas, a mulher pode aguardar até três anos para repetir o exame”.
Quanto aos tratamentos disponíveis para mulheres diagnosticadas com câncer de colo de útero, a biomédica ressalta a necessidade de uma abordagem individualizada. “Normalmente, é necessário realizar a retirada das lesões mais graves por eletrocirurgia e fazer radioterapia em centros especializados. Mas o tipo de tratamento dependerá sempre do tamanho do tumor, nível de desenvolvimento, idade da mulher e se ela pretende preservar a fertilidade. Ou seja, o tratamento será sempre individual, considerando os fatores pessoais e preservando ao máximo a saúde e integridade da paciente”, conclui Souza.
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