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21 de setembro de 2024
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Leilane Macedo, ex-apresentadora da TV Anhanguera, morreu após acidente na BR-153, em Goiás — Foto: Reprodução/Instagram

Para este domingo (9) a família de Leilane, que vive em Gurupi, no sul do estado, organizou uma visita ao túmulo, seguida de uma missa no cemitério São José, na saída para Peixe.

Em homenagem à jornalista, que fazia parte da Secretaria de Comunicação, a Prefeitura de Gurupi afirmou que colocará o nome dela em uma praça que está sendo construída no setor Jardim dos Buritis. A data de inauguração não foi informada, mas a gestão informou que prevê a conclusão da obra ainda em 2024.

A professora Ana Beatriz Barreira Leite, de 27 anos, prima e afilhada de Leilane, não perdeu apenas a madrinha naquele trágico acidente. Perdeu a pessoa com que contava para qualquer situação. Inclusive, foi a própria Ana Beatriz que escolheu a jornalista como madrinha tamanha era a ligação entre as duas.

“Ela era mais que uma madrinha, era minha mãe, minha melhor amiga. Tudo que eu precisava, conversava com ela. Era minha rota de fuga, meu apoio. É difícil descrever, mas é minha inspiração. Tudo que eu sou hoje devo muito a ela”, contou a afilhada.

Leilane e Ana Beatriz em uma das últimas fotos que tiraram juntas — Foto: Arquivo pessoal

Desde que era pequena e por ser envolvida com arte, Ana Beatriz lembrou que Leilane não perdia nenhuma de suas apresentações ou trabalhos escolares.

“Desde a época do ensino fundamental até na pós-graduação. Inclusive, meses antes do acidente eu fiz uma apresentação e ela estava lá me prestigiando. A falta que ela faz é imensurável, não consigo descrever com palavras nem de outra forma o vazio que ela deixou”, lamentou Ana Beatriz.

Como sempre faziam tudo juntas, a paixão pelas motos também era compartilhada por elas. Mas para incentivar Ana a se dedicar mais a essa paixão, foi Leilane quem deu o primeiro passo.

“Eu sempre gostei muito de moto, mas nunca tive peito para entrar no motoclube. Aí ela entrou no motoclube, mesmo sem moto, e me inspirou, incentivou a entrar”, contou Ana Beatriz, explicando que além de ser madrinha na vida, Leilane também a ‘amadrinhou’ no motoclube.

Depois da morte de Leilane e das amigas, que estavam a caminho de um evento para amantes do motociclismo, a afilhada se afastou do hobbie para evitar mais sofrimento. “Porque não faz mais sentido para mim se ela não está lá. Não que eu tenha deixado de gostar de moto, de motoclube ou coisas do tipo. Só que não faz mais sentido fazer parte do grupo onde ela me incentivou a estar. Sem ela não tem graça”.

Nesse ano que se passou, o que dá forças para Ana Beatriz seguir a vida sem a presença de Leilane é a filha. A professora descobriu que estava grávida um mês após o acidente.

“A gente tenta pensar em como ela queria que a gente estivesse. Ela era uma pessoa muito alegre, muito extrovertida, não gostava de tristeza. Então a gente pensa poxa, vamos tocar nossa vida do jeito que ela vivia a dela. Foi uma reviravolta na vida de todo mundo e a gente está tentando seguir em frente como ela queria e como ela vivia. A lembrança dela continua em todos os lugares”, afirmou.

Dos tempos de escola para a vida

A jornalista Fabíola Sélis conheceu Leilane quando ainda estavam no ensino médio, em Gurupi. Dessa época, as lembranças são de que a futura colega de profissão sempre foi muito participativa em eventos escolares.

Quando Fabíola entrou na faculdade de jornalismo reencontrou Leilane e as duas se aproximaram. “Foram quatro anos de convivência muito intensa. Tínhamos um grupo de amigas separados, mas tinham as amigas em comum. Então a gente sempre estava perto, participava das atividades da faculdade, sempre muito engajada desde que a conheci na faculdade”, relembrou.

Elas trabalharam juntas tanto na TV Anhanguera como em outra emissora. “Aprendi muito com ela porque eu não entendia nada de televisão, apesar de já ter tido algumas experiências, mas não tinha nada de produção e ela foi uma pessoa que me ajudou bastante”, disse.

As jornalistas Leilane Macedo e Fabíola Sélis em Gurupi — Foto: Arquivo pessoal

Fabíola precisou se mudar para Araguaína e mesmo com a distância, manteve contato com Leilane e presenciou todas as etapas da vida da colega, como a formatura, o casamento de Leilane até o nascimento do único filho.

“Costumo dizer entre os amigos que a Leilane tinha chegado em uma evolução muito grande. Eu vi uma pessoa conquistar boa parte do que ela sonhava, do que ela ansiava, do que compartilhava. Antes de se formar ela trabalhou no Jornal do Tocantins e depois de formada ela foi trabalhar na TV Anhanguera. Era o sonho dela, então ela batalhou até conquistar esse lugar”, relembrou a amiga.

Antes de Leilane partir, elas voltaram a trabalhar juntas no setor de comunicação da Prefeitura de Gurupi. Mais uma vez, Fabíola é só elogios sobre a colega, principalmente pela ajuda que recebeu após se tornar mãe.

“Ela foi uma pessoa que estendeu a mão para mim, foi muito generosa, me ajudou muito porque eu tive todas as inseguranças de uma mãe que volta de um puerpério, parece que a gente desaprende, não sabe mais fazer as coisas. Ela foi essa pessoa que me ajudou”, disse.

Dentro do ambiente de trabalho, foi ela a primeira a saber da morte da amiga e teve que comunicar os demais colegas, após receber a notícia de uma integrante do motoclube que Leilane fazia parte.

“Foi muito difícil ouvir que ela tinha morrido. Até hoje tem colega de trabalho que diz que não acredita. A gente tem na mente que parece que está de férias, que está em algum lugar e daqui a pouco ela aparece. A data está se aproximando [1 ano da morte] já está todo mundo na ‘bad'”.

Como lembrança da amizade de longa data, Fabíola afirmou que nunca apagou mensagens que recebia da amiga. “Já conheci gente que era alegre e feliz, mas não como ela. Ela sempre estava em movimento. A gente sente muita falta”, lamentou.

Leilane Macedo era formada em Comunicação Social – Jornalismo pela Universidade de Gurupi (Unirg) e pós-graduada em comunicação empresarial e marketing. Ela atuou no jornalismo por mais de 15 anos.

Leilane Macedo foi repórter e apresentadora da TV Anhanguera, em Gurupi — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Em 2016, foi contratada como editora regional da TV Anhanguera em Gurupi e apresentou o Jornal Anhanguera 1ª Edição, com transmissão ao vivo para cidades da região sul do estado.

Nos últimos anos, passou a trabalhar como assessora de comunicação na Prefeitura de Gurupi. Leilane era casada e deixou um filho de 11 anos.

Hosana era empresária, professora e fisioterapeuta. Mãe de um menino de dois anos, ela tinha uma clínica que prestava atendimentos de saúde. Ela também dava aulas em uma universidade.

Hosana e Luana estavam com Leilane no dia do acidente — Foto: Divulgação

Luana, conhecida como Lua, era escritora. Nas redes sociais, compartilhava várias fotos em viagens, exposições e em encontros de motoclube. Ela e as outras amigas participavam da comunidade Lokas, que reúne mulheres apaixonadas por motos.

Luana, Leilane e Hosana tiraram foto durante viagem, na divisa entre os estados de Tocantins e Goiás — Foto: Reprodução/Instagram

Leilane e duas amigas morreram em acidente na BR-153, em Goiás — Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros

Segundo a Polícia Rodoviária Federa (PRF), a motorista tentou fazer uma ultrapassagem, bateu em outro carro, invadiu a pista contrária e foi atingida por um caminhão.

A despedida das amigas aconteceu simultaneamente em Gurupi e foi marcada por muitas homenagens. Três carros fúnebres seguiram pelas ruas da cidade em direção ao cemitério. Grupos de corrida, ciclistas e motociclistas acompanharam cortejo fúnebre.

Grupo de corrida faz homenagem para jornalista Leilane durante cortejo em Gurupi — Foto: Willian Alves/TV Anhanguera

Autor

Lidiane

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