16 de outubro de 2025
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Quem acompanha o “Alego, explica aí!” já percebeu que a função de um deputado vai muito além da criação de leis. Como foi mostrado em  recente publicação, o deputado é o elo entre a população e o Governo. Ele não apenas representa os interesses dos cidadãos, mas também fiscaliza as ações do Poder Executivo e participa ativamente de debates sobre as políticas públicas que impactam diretamente a vida em sociedade.

Nesse cenário, há um momento crucial na atividade parlamentar que merece destaque: o uso da tribuna. Esse espaço é onde o deputado tem a oportunidade de se manifestar e dar voz às suas ideias. É na tribuna que a voz da população ecoa no Parlamento. Por isso, seu uso é de extrema importância. Ali, os deputados expressam suas inquietações, críticas ou elogios, em uma fase reservada nas sessões ordinárias, o chamado Pequeno Expediente.

O Pequeno Expediente é uma etapa prevista nos encontros de parlamentos (como câmaras municipais, assembleias legislativas e Congresso Nacional), que oferece aos vereadores, deputados e senadores a chance de se pronunciarem livremente. Na Alego, cada representante, no limite de nove por sessão ordinária, dispõe de até cinco minutos para abordar qualquer assunto que considere relevante, sem estar limitado à pauta do dia. Em essência, funciona como uma “tribuna livre”, onde o parlamentar pode expor opiniões, relatar demandas da comunidade, fazer críticas ou até mesmo prestar contas do seu trabalho.

A relevância desse espaço está na liberdade de expressão que proporciona aos parlamentares, permitindo que temas não incluídos na Ordem do Dia cheguem ao Plenário e, muitas vezes, ao conhecimento do público. Assim, o Pequeno Expediente se torna um canal democrático fundamental, garantindo que questões locais, reivindicações de eleitores ou reflexões políticas mais amplas ganhem visibilidade.

Esse tempo é utilizado no início dos encontros, antes da análise dos projetos de lei e de outras matérias, funcionando como um momento de manifestação direta dos parlamentares à sociedade. Por ter um prazo curto, o Pequeno Expediente assegura que vários legisladores, obedecendo a ordem de inscrição e a proporção partidária, tenham a oportunidade de manifestação sem comprometer o andamento dos trabalhos legislativos.

Autor Assembleia Legislativa do Estado de Goiás


O próximo concurso público da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), a ser realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), ofertará 101 vagas para diferentes cargos, sendo que destas o maior número de oportunidades, 40 no total, será destinado ao cargo de policial legislativo. O primeiro certame para ingresso na carreira de policial legislativo na Alego ocorreu em 2018, com 24.754 candidatos inscritos.

O presidente do Parlamento goiano, deputado Bruno Peixoto (UB), destacou que essa iniciativa representa um marco importante para a modernização e a eficiência do Poder Legislativo, além de reafirmar o compromisso com a transparência e a promoção de oportunidades na gestão pública. “A realização desse concurso busca elevar o nível de eficiência e a qualidade dos serviços prestados à população de Goiás”.

A remuneração inicial para o cargo de nível médio é de R$ 7.067,54 para jornada de trabalho de seis horas diárias. Esse valor, porém, pode ser acrescido de gratificação adicional de aperfeiçoamento profissional, sendo 25% para pós-graduação, 30% para mestrado e 35% para doutorado.

Pré-requisitos

Os pré-requisitos para o cargo incluem formação de nível médio; aprovação no concurso público; e aprovação nas provas de aptidão física e mental, mediante testes físicos, exames médicos e psicológicos, na forma prevista em edital, ambas de caráter eliminatório.

Preparação e rotina de trabalho

O policial legislativo Gabriel Ferreira Weidlich foi aprovado em 11º lugar no concurso de 2018. Weidlich conta que, assim que concluiu o curso de direito, se deparou com o edital do concurso da Assembleia Legislativa. Para tomar a decisão de fazer a prova, ele avaliou se as atribuições eram compatíveis com a sua personalidade e habilidades.

O policial legislativo acredita que o sucesso no concurso pode ser creditado à sua forma de estudar. “Foquei na resolução de questões das mais diversas disciplinas exigidas no edital”. Ele aconselha àqueles que desejam obter sucesso no certame a também treinar a resolução de provas discursivas e, juntamente com o estudo teórico, realizar a preparação com antecedência para o exame físico. 

A diretora de Gestão de Pessoas da Alego, Sulema de Oliveira Barcelos, afirmou que a abertura de um novo concurso com 40 vagas para o cargo de policial legislativo é um passo fundamental para o fortalecimento da segurança institucional. “É uma medida estratégica para adequar o quadro de servidores efetivos às crescentes demandas da Casa e assegurar um ambiente seguro para deputados, servidores e cidadãos”.

Entre as atribuições do policial legislativo estão a execução de trabalhos relacionados com os serviços de polícia e manutenção da ordem nas dependências da Assembleia Legislativa; execução do policiamento e a segurança interna das dependências da Casa; e identificação e revista das pessoas que ingressam no prédio, de acordo com as instruções superiores.

Também são atividades a serem desempenhadas pelo policial legislativo as ações investigativas destinadas a instrumentar o exercício da função de polícia judiciária e de apurações penais, na esfera de sua competência. E ainda a realização de diligências e serviço cartorial em apoio às atividades das comissões permanentes e temporárias da Alego, inclusive às Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs).

Autor Assembleia Legislativa do Estado de Goiás


A Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) realizará, nesta terça-feira, 30 de setembro, duas sessões solenes presididas pelo presidente Bruno Peixoto (UB), para honrar profissionais de destaque nas áreas do direito e da contabilidade. As cerimônias têm como objetivo reconhecer a importância desses profissionais para o desenvolvimento social e econômico do Estado.

A primeira sessão, marcada para as 9 horas, será dedicada aos advogados. O evento celebrará a trajetória e as contribuições da classe para a defesa da justiça, dos direitos fundamentais e da cidadania. Profissionais que se destacaram em suas atuações serão agraciados com honrarias, reforçando o papel essencial da advocacia na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Às 19 horas, a segunda sessão solene homenageará os contadores, profissionais indispensáveis para a gestão financeira e a transparência nos setores público e privado. A solenidade destacará a relevância da contabilidade no planejamento econômico, na conformidade fiscal e no fortalecimento das empresas goianas, além de premiar contadores que se sobressaíram em suas carreiras.

Ambas as sessões serão realizadas no plenário da Alego e contarão com a presença de autoridades, representantes de entidades de classe, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO) e o Conselho Regional de Contabilidade (CRC-GO), além de profissionais e familiares dos homenageados. O deputado Bruno Peixoto enfatizou a importância de valorizar essas categorias, que desempenham papéis fundamentais no progresso de Goiás.

Os eventos serão abertos ao público e transmitidos ao vivo pelos canais oficiais da Assembleia Legislativa, permitindo que a população acompanhe as homenagens. A iniciativa reforça o compromisso da Alego em reconhecer o trabalho de profissionais que impactam positivamente a sociedade goiana.

Autor Assembleia Legislativa do Estado de Goiás


 A Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) sediou, na tarde desta quinta-feira, 25, um debate acerca de proposta de emenda constitucional (PEC) nº 18/2025, que tramita na Câmara dos Deputados, conhecida como “PEC da Segurança Pública”. O texto reformula a área no Brasil. Em um segundo momento, o encontro, de iniciativa do deputado Mauro Rubem (PT), foi oportuno para discutir a carreira dos policias goianos.

A deputada federal Delegada Adriana Accorsi (PT-GO) também foi coautora do evento. Além dos petistas, tomaram assento à mesa dos trabalhos o superintendente executivo da Policia Rodoviária Federal (PRF), policial Régis Alves, e o comandante operacional da Agência da Guarda Civil Metropolitana de Goiânia (AGCMG), Danilo César.

De maneira remota, participaram o agente da PRF e doutor em Engenharia e Gestão do Conhecimento pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Carlos Francisco Oliveira Nunes, e o ex-ouvidor das polícias do Estado de São Paulo e coordenador do Núcleo de Segurança Pública na Democracia do Instituto para Reforma das Relações Entre Estado e Empresa (IRREE), Benedito Domingos Mariano.

Segurança Pública

A deputada federal Adriana Accorsi foi a primeira a se pronunciar e se manifestou favorável à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 18/2025, que altera os artigos 21, 22, 23, 24 e 144 da Constituição Federal, para atualizar as competências da União, estados, Distrito Federal e municípios na área da segurança pública.

O texto cria a Política e o Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, coordenados pela União, com participação de estados, municípios e a sociedade civil. A União passa a coordenar o Sistema Único de Segurança Pública (Susp) e o sistema penitenciário, assegurando integração entre todos os órgãos, sem retirar a subordinação das polícias e bombeiros aos governadores.

Ao se manifestar, o idealizador do encontro, deputado Mauro Rubem (PT), agradeceu à presença de todos e cumprimentou os integrantes da mesa, reconhecendo a integração entre a PRF e a GCM, além da seriedade com que as instituições de segurança pública tratam a proposta de emenda constitucional.

Ainda em tempo, o parlamentar ressaltou que teve a segurança pública entre as prioridades de seus mandatos e que sempre buscou ampliar os conhecimentos relativos à área. Assim, Rubem relembrou de um episódio ocorrido em 2011, quando visitou o município de Diadema, na grande São Paulo, para conhecer a experiência da cidade na segurança

Por fim, o legislador comentou o seminário realizado ontem, no Palácio Maguito Vilela, que também discutiu a PEC. Assim, Rubem afirmou que é preciso aprofundar o debate sobre o assunto, tratando com seriedade e amplo diálogo com profissionais da área.

Ao fazer sua saudação inicial, Danilo Cesar elogiou o trabalho que a deputada federal tem desempenhado em relação à segurança pública. Além disso, ele aproveitou a oportunidade para se manifestar favoravelmente ao tema.

“Acredito que essa PEC é muito importante, pois ela fala sobre a previsão constitucional das competências da guarda, do policiamento ostensivo, comunitário e municipal. E eu acredito muito no policiamento municipal e na proximidade da Guarda Civil com o cidadão de bem, com a população que precisa desse serviço”, declarou o agente.

Regis Alves falou na sequência e celebrou a importância da discussão em um espaço como a Alego, além de apontar a relevância de ouvir, sobretudo, estudiosos da aérea.

Embasamento científico

Carlos Oliveira explanou sobre os efeitos práticos que a proposta altera. Ao iniciar sua palestra, ele observou que o Brasil passa por uma “emergência crônica, pública e persistente de segurança”, e que isto ocorre devido ao modelo de governança das últimas décadas. Ele salientou, também, que esta crise não atinge a população de forma igualitária e avaliou que a violência atinge, sobretudo, jovens periféricos em situação de vulnerabilidade social

Assim, o agente de PRF apontou que é preciso observar o contexto no qual a PEC foi apresentada. Segundo ele, o primeiro deles é o histórico de formação do modelo brasileiro de segurança, os elevados níveis de criminalidades e, por fim, a crise de paradigma no qual assuntos dissonantes tentam se legitimar.

Ele salientou que a realidade atual é diferente de alguns anos atrás e os novos arranjos sociais contribuem para a construção de soluções coletivas, como unificação de sistemas, a exemplo do Sistema Único de Saúde, e pontuou que o mesmo poderia ocorrer com a segurança pública. “Vivemos um cenário de relações dinâmicas e complexas. Estamos acostumados a ouvir sobre sociedade liquida, na qual tudo muda muito rápido. E o fato é que essas relações complexas têm favorecido a construção e o favorecimento de soluções coletivas”, afirmou.

Ao falar sobre a possível constitucionalização do Susp, ele destacou que a ideia é uma diretriz geral para integrar a coordenação dos trabalhos das forças de segurança. “A PEC tem essa preocupação de, além de não alterar as competências, estabelecer uma política nacional de segurança pública, traçando planos gerais sobre estatísticas e modernizar as forças federais. Além disso, outra grande virtude é trazer a guarda municipal como polícia municipal, o que tem uma importância crucial como vetor de mudança, afinal é a GCM que está mais próxima da comunidade”, declarou o agente. 

Sistema único

A PEC nº 18/2025 marca o início de uma discussão fundamental sobre a necessidade de uma reforma abrangente na segurança pública do país. O sociólogo e especialista no tema, Benedito Domingos Mariano, comentou sobre a iniciativa:

“A PEC é o início de pensar um novo sistema de segurança pública no país. Uma ampla reforma no sistema de segurança pública é necessária. Sem ela, não construiríamos o Susp. Na verdade, o Sistema Único de Segurança Pública ainda não saiu do papel porque não tivemos grandes reformas constitucionais e infraconstitucionais”, opinou.

Benedito Domingos ainda ressaltou a importância de repensar a estrutura das polícias brasileiras, destacando a necessidade de um modelo de ciclo completo da atividade policial.

“Temos uma cultura de ‘meias-polícias’: as civis investigam, e as militares cuidam do policiamento ostensivo e da ordem pública. Esse modelo fragmentado existe no Brasil e em apenas mais quatro países. No restante do mundo, as polícias realizam o ciclo completo das atividades. Esses são pontos estratégicos para pensar um novo sistema de segurança pública”, disse.

Abordagem parlamentar

Em seguida, a deputada federal Adriana Accorsi defendeu veementemente a unificação dos dados sobre segurança pública no Brasil. Segundo ela, a integração é crucial para combater a criminalidade, um desafio que, conforme argumenta, é ilustrado por três fatos recentes.

O primeiro ponto abordado pela deputada foi a importância do trabalho integrado entre as forças de segurança. Ela citou a recente operação que envolveu a Polícia Federal, o Ministério Público de São Paulo, a Polícia Civil paulista e o Coaf. A ação revelou o alto poder financeiro e político do crime organizado no país, com apreensões na Faria Lima, centro financeiro do Brasil. 

O segundo fato citado por Accorsi foi o assassinato do ex-delegado-geral de São Paulo, Rui Ferraz Fontes, que, segundo ela, foi vítima de um crime brutal e profissional do crime organizado. Lamentou que o especialista, considerado um dos maiores do país no combate ao crime organizado, tenha sido “abandonado pelo estado” e que suas denúncias de ameaças tenham sido ignoradas. Este caso, na visão dela, reforça a urgência de fortalecer a proteção daqueles que atuam na linha de frente.

Por fim, a deputada destacou a epidemia de feminicídio que o Brasil enfrenta. Ela ressaltou que esse fenômeno complexo exige uma política nacional de combate e a união de toda a sociedade. Criticou a falta de dados centralizados, exemplificando que nem mesmo o Ministério da Justiça possui informações sobre o número de delegacias especializadas no atendimento à mulher no país, o que classifica como um problema “muito grave”.

Para Accorsi, a solução para esses desafios está na PEC da Segurança Pública, elaborada em um processo democrático, com o apoio do presidente Lula e de governadores. A proposta de emenda busca constitucionalizar o Sistema Único de Segurança Pública, para modernizar a legislação, integrar as forças, compartilhar informações e, acima de tudo, padronizar procedimentos. Ela finalizou o discurso afirmando que a integração é essencial para combater o crime organizado, que, embora pareça distante, é o responsável pelos crimes que mais afetam a população no dia a dia. E também reforçou a participação das guardas municipais neste processo.

Carreira policial

Em um segundo momento do encontro, o tema debatido foi a carreira policial. Participaram de maneira remota o doutor em Administração Pública e Governo pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas, Alan Fernandes, e o coordenador nacional de Segurança Pública do PT e do Núcleo de Acompanhamento de Política Pública (NAPP) de Segurança Pública, da Fundação Perseu Abramo, Abdael Ambruster.

Alan Fernandes foi o primeiro a fazer uso da palavra e falou sobre a importância da definição de matriz para provisão e distribuição de efetivos policias. “Uma das coisas que imperam sobre quantos policias uma sociedade precisa: o número mágico trazido é o número oficial da ONU. Entretanto, não existe um número ideal, definido internacionalmente, pois isso é definido baseado no que a sociedade espera de sua polícia”, afirmou.

Assim, ele explicou que esse número se dá em termos das ocorrências da realidade, no trabalho policial de cada território. Ao falar sobre a divisão do efetivo, Fernandes explicou que é preciso pensar no nível de problema que determinada cidade tem em termos policiais. “Primeiro, índices criminais e, segundo, de população residentes. Contudo, dependendo do lugar, pensar em população pendular e população em instâncias turisticas”, salientou.

Abdael Ambruster falou sobre o “perigo da privatização da segurança pública” e seu temor quanto a proposta de emenda à Constituição nº 32/2020, que altera disposições sobre servidores, empregados públicos e organização administrativa.

“Eu faço uma lembrança a respeito desse perigo, em relação a destruição da polícia ferroviária. Após as privatizações das estradas de ferro, eu conversei com o presidente da Associação dos Policiais Ferroviários sobre o desmonte e da dissecação em vida da carreira polícia. Estudei a história dessas polícias, pois foram desmontadas durante o Governo Fernando Henrique”, argumentou.

Assim, o palestrante falou que acredita que não é preciso a unificação das forças de segurança e que é preciso ter atenção à saúde mental dos policiais. “Todas as policias devem, em seu espaço, trabalhar em prol da sociedade. Estou falando de várias categorias policias, pois todas são essenciais. Temos o perigo do discurso da violência e do armamentismo excessivos, que acabam adoecendo o policial. Temos que ter essa responsabilidade com nossa sociedade e com nossos policiais, nos debruçando no que podemos fazer”, destacou.

Ambruster encerrou sua contribuição apontando que “sem soberania, não há segurança pública e, sem segurança pública, não há direitos humanos”. Após as falas dos palestrantes, a palavra foi franqueada ao público para esclarecimento de dúvidas e contribuições.

 

 

 

 

Autor Assembleia Legislativa do Estado de Goiás


A Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) sediou, na tarde desta quarta-feira, 24, um debate acerca da proposta de emenda constitucional nº 18/2025, que tramita na Câmara dos Deputados. Também conhecida como PEC da Segurança Pública, o texto, que busca reformular a área no Brasil, foi debatido por autoridades federais, estaduais e municipais no auditório Carlos Vieira do Palácio Maguito Vilela, sede do Poder Legislativo goiano. 

Idealizador do encontro, o deputado federal Ismael Alexandrino (PSD-GO), que é vice-presidente da comissão especial criada para analisar a proposta, avaliou que esta é uma oportunidade para se debater uma resposta efetiva ao anseio do povo. “Temos a convicção de que, hoje, a segurança tem sido uma das maiores demandas, senão a maior, dos brasileiros”.

Para ele, um texto adequado pode levar o Brasil a obter êxito no combate ao crime organizado. Contudo, não só: “Teremos condições de garantir um orçamento fixo, assim como existe para a saúde e educação; combater a presença das organizações no sistema penitenciário; garantir a autonomia dos Estados; de forma que as forças se respeitem sem se sobrepor”, pontuou. 

O governador Ronaldo Caiado (UB) também marcou presença no encontro. Ao falar com o público, considerou que a mobilização é fundamental contra aquilo que é uma “ameaça à autonomia das nossas polícias”. Ele adicionou: “A partir do momento em que assumi o Governo de Goiás, dei aos meus comandados plenos poderes. Foi assim que nossos agentes transformaram esse Estado numa escola para o país”, disse. 

Em outro trecho, o gestor disse que, tão logo tomou conhecimento acerca da PEC, passou a caminhar pelo Brasil, a fim de mostrar que a proposta do Governo Federal “não tem nada de constitucional”. 

“Se não agirmos com firmeza, vamos ver o Brasil chegando à condição de narcoestado. Grupos organizados já têm avançado na economia formal. Em Goiás, por sua vez, se temos segurança plena, isso se deve ao fato de não ter renunciado à minha posição de respaldar nossos agentes”, destacou o governador antes de emendar que “isso é o que falta no Brasil: alguém que não seja complacente com o crime e tenha coragem de assumir o combate à criminalidade”. 

Por sua vez, o secretário de Segurança Pública de Goiás, coronel Renato Brum, considerou que o resultado do debate de hoje “vai impactar e muito todos os integrantes das forças”, observando que “essa pauta é tão importante que trouxe até aqui todos os comandantes das forças de segurança pública estaduais e federais”. 

O presidente da Alego, Bruno Peixoto (UB), anfitrião do encontro, elogiou a política implementada por Caiado. “Goiás é exemplo para o país”. Em seguida, sugeriu ao deputado federal Ismael Alexandrino que inclua a Polícia Técnico-Científica no artigo 144 da Constituição Federal, já que o dispositivo é um dos que são alterados no texto da proposta de emenda. O artigo especifica quais órgãos estão habilitados a exercer a preservação da ordem pública e a garantir a segurança da população.

Organizações em foco

O deputado federal Alberto Fraga (PL-DF), presidente da Frente Parlamentar da Segurança Pública na Câmara dos Deputados, lamentou a ausência de dispositivo específico para tratar do crime organizado na proposta de emenda constitucional. “Temos que mostrar para o Brasil que é possível fazer segurança pública com qualidade, o crime está, cada vez mais, muito organizado”.

Em seguida, o parlamentar criticou o Poder Judiciário que, em sua análise, não tem utilizado como deveria o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), que consiste em sanções disciplinares aplicadas a presos provisórios ou condenados. “Está faltando coragem ao Poder Judiciário para aplicar a RDD. Nós acabamos com a saída temporária e o STF [Supremo Tribunal Federal] decidiu que só [valerá] daqui para frente”.

Fraga afirmou, ainda, que a taxa de reincidência criminal de presos do sistema penitenciário brasileiro chega a 75% e que, portanto, é preciso enfrentar o tema com coragem. “Por isso, estamos viajando o Brasil e colhendo sugestões para que apresentemos uma PEC de qualidade ao país”. 

Ao assumir o microfone, Marcelo Stona, diretor da Polícia Penal Federal, chamou a atenção para a importância do Sistema Penitenciário no contexto da segurança pública e na análise da PEC no Congresso Nacional. “O Sistema Prisional é um dos pontos principais da segurança, é o final e o início, porque todas as pessoas presas vão retornar ao seio da sociedade”. O diretor ainda ressaltou a importância do evento na Casa, como “oportunidade de discutir e de compartilhar as experiências de todos os presentes”.

Comando e controle

O secretário nacional do Ministério da Justiça e Segurança Pública em exercício, Rodney Silva, avaliou que o “desenho constitucional” da segurança pública na PEC tem que ser flexível. “Penso que uma mudança de postura do Governo Federal deve existir, mas estabelecendo princípios e diretrizes que não amarrem os estados dentro das suas peculiaridades e especificidades”, considerou. 

Para isso, ele argumentou que não se pode confundir o “comando” e o “controle”. “O comando das forças de segurança tem que ser dos governadores dos estados, disso ninguém tem dúvida. Não pode haver ingerência. Agora, quando se fala de coordenação, aí sim vem o conceito de liderança. O controle diz respeito às métricas, à forma em que a gente mensura esforço, resultado, desvio de conduta ou qualquer coisa que o valha”. 

Rodney Silva concluiu: “O que vejo que a PEC arrisca fazer é confundir controle e coordenação com comando. Esse é um aspecto que precisa ser melhor analisado”, declarou, antes de defender também a criação e blindagem dos fundos destinados ao setor, “de maneira que não haja contingenciamento”. O secretário arrematou: “Por isso, a importância da constitucionalização de um sistema único de segurança pública, para se blindar a questão orçamentária”. 

Brasil e suas especificidades

Representantes dos estados de Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e também do Distrito Federal participaram do encontro na Alego. A postura do governador de Goiás foi elogiada por todos eles. Na ocasião, foi destacado, dentre outros pontos, o respaldo para atuação das polícias, bem como o investimento de R$ 17 bilhões na qualificação e estruturação das tropas. 

A deputada federal Delegada Ione (Avante-MG) cravou, ao assumir o microfone, sua posição contrária à proposta. “Acredito que ela impacta negativamente na vida das pessoas ao ferir o pacto federativo”.  A mandatária criticou, dentre outros tópicos, a concentração de competências e o protagonismo indevido da União. 

“O que esperamos da União é colaboração e apoio, não imposição”, disse. Em outro trecho, ela considerou que “é um erro tentar importar um modelo centralizador que não se encaixa na realidade dos estados”.

Contribuições da Casa

Ao discursar no seminário, o deputado Coronel Adailton (SD) elogiou as falas dos palestrantes, e se manifestou contrário ao texto atual da iniciativa de alteração constitucional, considerada por ele como “perniciosa”. Na sequência, o parlamentar se mostrou otimista com os debates acerca do assunto. “Vários dos temas me deixaram surpresos, mas no sentido positivo, porque tem gente pensando em melhorar a redação da PEC”. 

O parlamentar também considerou a necessidade de alterações no texto em tramitação no Congresso. “Não podemos permitir, enquanto representantes das forças de segurança, que o Governo Federal queria apenas a parte boa. Querem só comandar o que as polícias, os bombeiros, as forças podem fazer, isso é muito fácil”.

Representante de Valparaíso, região que no passado foi considerada uma das mais violentas de Goiás, a deputada Dra. Zeli (UB) expressou seu respeito e gratidão pelos comandantes e integrantes das corporações de Goiás. Ela citou a cidade, localizada no Entorno do Distrito Federal, sua base eleitoral, para elogiar a gestão de Caiado na segurança pública. 

“Por três vezes fui assaltada em Valparaíso. Depois da transformação que houve sob o comando de Caiado, hoje saio a qualquer hora do dia ou da noite sem medo. Nosso governador nos devolveu a vida, sou uma pessoa livre, sem medo”.

Por sua vez, o subprocurador da Assembleia Legislativa, Iure de Castro, sugeriu que a PEC inclua reconhecimento e benefícios aos servidores da segurança pública. “Vossas excelências saem de casa todos os dias sem saber se retornarão. Não podemos perder a oportunidade, a possibilidade, por meio da PEC, de criar uma regra geral de valorização da função que vocês executam. É a oportunidade de valorizar cada mulher e cada homem que protege a sociedade, mas não é protegido por ninguém”, disparou.

Emenda à Carta Magna em análise

A proposta tem como objetivo principal a reformulação da segurança pública no Brasil, a partir do fortalecimento do papel da União na coordenação das políticas e no combate ao crime organizado. 

Entre as mudanças previstas destacam-se a constitucionalização do Sistema Único de Segurança Pública (Susp), com a previsão à União da competência para coordenar o Sistema Penitenciário; além de ampliação das atribuições da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). 

A PEC inclui o Susp, hoje previsto na Lei nº 13.675/2018, no texto da Constituição Federal (CF). A intenção é garantir maior respaldo ao sistema para reforçar a atuação integrada entre os órgãos de segurança em nível federal, estadual e municipal, além de garantir à União papel central na coordenação e formulação das políticas nacionais para a área. Por outro lado, os estados e os municípios ganham competências mais claras na execução dessas políticas em suas respectivas jurisdições. 

Também há mudanças em relação às guardas municipais. Um dos pontos debatidos é a inclusão da força no rol dos órgãos de segurança pública. A PEC permite que elas exerçam o policiamento ostensivo e comunitário, mas sob controle externo do Ministério Público.

De acordo com a proposta, a PRF terá seu papel expandido com atribuições para patrulhamento ostensivo de rodovias, ferrovias e hidrovias federais. Já as competências da PF serão ampliadas para permitir a investigação de organizações criminosas e milícias com repercussão interestadual ou internacional, além de certos crimes ambientais. 

A criação de corregedorias e ouvidorias autônomas também está prevista na proposta, para apurar a responsabilidade funcional de profissionais da segurança pública e ouvidorias para receber manifestações da população sobre a atuação desses profissionais. O objetivo é fortalecer a transparência e a prestação de contas. O texto da PEC reforça que estados e municípios continuarão responsáveis pelo comando e gestão de suas forças.

Tramitação

A proposta está sendo apreciada na comissão especial formada para debater o tema, na qual aguarda parecer do relator Mendonça Filho (União-PE). 

Na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), o parecer favorável teve duas mudanças em relação ao texto original. Foi retirado o trecho que atribui à União a competência privativa para legislar sobre normas gerais de segurança pública, defesa social e Sistema Penitenciário. 

Outra alteração diz respeito à competência para exercer funções de Polícia Judiciária, antes restrita à PF e às Polícias Civis. Com a modificação, outras corporações também poderão fazer esse tipo de atividade.

Autor Assembleia Legislativa do Estado de Goiás


Mais uma cidade do Entorno do Distrito Federal será contemplada com o programa Deputados Aqui. No próximo sábado, 13 de setembro, a partir das 8 horas da manhã, a população de Santo Antônio do Descoberto terá acesso a uma ampla rede de serviços gratuitos na Praça da Igreja Matriz, dentro da 19ª edição do projeto.

A iniciativa é promovida pela Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), por meio da Diretoria de Participação Popular, liderada pelo presidente da Casa, deputado Bruno Peixoto (UB). O objetivo é aproximar o Parlamento da população, oferecendo atendimentos gratuitos e ouvindo de perto as demandas locais.

Durante o evento, serão disponibilizados serviços nas áreas de saúde, cidadania, bem-estar e cuidado animal. Entre os destaques estão: consultas médicas e exames, como oftalmológicos e ultrassonografias; emissão de documentos (RG, CPF, certidões de nascimento, casamento e óbito); regularização de títulos de eleitor em parceria com o TRE; atividades recreativas para crianças; cortes de cabelo e maquiagem e castração de cães e gatos machos, (um dos serviços mais procurados pela população).

O Deputados Aqui proporciona uma atuação coletiva do Parlamento goiano, que envolve deputados, deputadas e servidores da Alego. Além disso, conta com a parceria de órgãos como Saneago, Equatorial, Emater, Senar, Defensoria Pública, AGR, Polícia Civil, TRE e equipe do Mais Emprego, ampliando o alcance dos atendimentos.

Outro destaque é a equipe do projeto “Explosão de Sabores”, formada por servidores da Alego, que prepara o tradicional arroz carreteiro. Em cada edição, cerca de 5 mil pessoas são servidas durante o almoço comunitário.

Além dos atendimentos, o programa promove momentos de integração institucional e valorização comunitária. A 19ª edição contará ainda com entrega de escrituras às famílias, sessão solene itinerante, com entrega do ‘Certificado do Mérito Legislativo’ a cidadãos que contribuem com o desenvolvimento do município e ainda, audiências públicas, espaço para ouvir de forma direta as demandas da população.

O presidente da Alego, destaca que o programa vai além da oferta de serviços: “Nossa missão é servir a população com dignidade, aproximando o Parlamento das pessoas, ouvindo suas demandas em audiências públicas, garantindo cidadania com a entrega de escrituras por meio da regularização fundiária e reconhecendo o trabalho de cidadãos que contribuem com a cidade em sessões solenes itinerantes”, pontua Bruno Peixoto.

Autor Rogério Luiz Abreu


Democracia e soberania estiveram em foco sob diferentes ângulos nesta sexta-feira, 22, no 1º Congresso de Direito Constitucional da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego). A programação, que começou pela manhã e seguiu até o final da tarde, colocou em debate temas como a visão constitucional do julgamento ante à perspectiva de gênero; o processo penal e a responsabilidade ética da imprensa com a democracia. A ex-procuradora-geral da República, Raquel Dodge, foi uma das palestrantes.

Em seu discurso na abertura dos trabalhos, o presidente do Parlamento goiano, Bruno Peixoto (UB), destacou a necessidade do esforço na garantia dos direitos constitucionais. “Não podemos permitir que a falta de conhecimento nos leve a momentos difíceis em relação à nossa soberania”, pontuou.

Idealizador do congresso, o subprocurador-geral da Alego, Iure de Castro, agradeceu a Peixoto pelo apoio à iniciativa e por buscar “por meio da educação, a transformação que a sociedade precisa”.  Após o início do evento, a ministra do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, recebeu o Título de Cidadania Goiana das mãos do presidente da Casa.

Marco civilizatório

Em seu painel, o único do período matutino, a ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge falou sobre os méritos, conquistas e desafios da Constituição Federal de 1988 neste século 21. Antes de começar a palestra, ela fez questão de destacar que é goiana, natural de Morrinhos, e elogiou a realização do congresso, o qual chamou de “inovador no âmbito do Legislativo estadual e nacional”.   

Ao destacar o mérito na consolidação da democracia e na ampliação da cidadania, Dodge definiu a Carta Magna como “um marco civilizatório no Brasil”.  Ainda que os brasileiros eventualmente discordem dos preceitos da Lei Maior e vejam nela empecilhos, ponderou, eles têm com ela “um porto seguro para resolver os conflitos da vida social”.

A jurista afirmou que a Constituição Federal é responsável por efeitos concretos positivos também no desenvolvimento do país. Como exemplo, citou o caso da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que está por trás do crescimento da produção rural. Além disso, apontou que ante “os enormes desafios climáticos, sociais e internacionais deste primeiro quarto de século 21” é preciso ver a ela “não apenas como um estatuto de direitos e deveres, mas como um motor de inovação e desenvolvimento”.

Raquel Dodge listou cinco desafios que vê em relação à Constituição atual: federalismo, porque as agendas dos entes federativos “às vezes colidem”; segurança jurídica, afetada por “instabilidade normativa e leis defeituosas, insuficientes e discriminatórias”, assim como por políticas públicas deficientes e corrupção; direitos fundamentais, que precisam alcançar a todos; sustentabilidade, afetada, por exemplo, pela falta de mecanismos de financiamento climático adequado; e equidade social, responsável por demandas como maior garantia de oportunidades e segurança para empreender.  

Área criminal

O tema “Processo Penal e a Perspectiva Constitucional” guiou o primeiro painel da tarde, ministrado pelo desembargador no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ), Wilson da Silva Dias. O jurista enalteceu a realização do evento e a oportunidade de falar a respeito da temática, a qual considerou como de grande importância para a sociedade.

Após expor conteúdos técnicos, Silva Dias pontuou a necessidade de compreender os princípios constitucionais e as suas aplicações dentro de um processo. Em conselho aos interessados em trabalhar na área criminal, o desembargador lembrou da importância de estudar o direito constitucional e refletir sobre como ele pode ser aplicado nas duas fases da persecução penal.

O advogado e conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Pedro Paulo Guerra de Medeiros foi o responsável por mediar as discussões e chamou atenção para a importância de debates. “O futuro do nosso país está nas mãos de todos e todas vocês e é assim que nós faremos um Brasil e um futuro melhor. Quanto mais compartilhamos conhecimento, melhor e mais evolui a sociedade”, frisou.

A mesa contou com a participação do presidente do Instituto Goiano de Direito Constitucional, Fernando de Paula; dos professores e advogados Romero Ferraz e Clodoaldo Moreira dos Santos Júnior; do advogado Breno Pires Borges e da secretária-geral adjunta da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas Goiás (Abracrim-GO), Maria Eduarda Lôbo.

“Temática processual penal sem Direito Constitucional não é nada”, salientou o advogado Clodoaldo Júnior, com a afirmativa de que o conjunto de normas funciona como base de todos os processos.

Imprensa, comunicação e democracia

Logo em seguida, o professor e estrategista político Marcos Marinho refletiu sobre a responsabilidade ética na cobertura jornalística jurídica e política. O papel da comunicação como elemento que permite a convivência em sociedade guiou a palestra.

O palestrante defendeu que, ao pensar a cobertura jornalística em 2025, é preciso atenção às mudanças radicais que o processo comunicacional sofreu nas últimas décadas. “Quando venho falar sobre o enquadramento que a imprensa dá para acontecimentos jurídicos e políticos, nosso primeiro passo é: de onde as pessoas estão tirando a significação sobre processos políticos e jurídicos? Reflitam sobre isso: a notícia anda muito mais rápido que a verdade”, disse.

Segundo o estrategista político, o universo da comunicação é vital para o desenvolvimento da sociedade e, por isso, é fundamental compreendê-lo. Nas palavras de Marinho, é preciso “entender que o que os jornalistas fazem, hoje, é o papel de recortar, sintetizar e tornar os fatos acessíveis aos diversos tipos de públicos, para auxiliá-los na compreensão e na ação”.

Participante da mesa de debates, o deputado Virmondes Cruvinel (UB) defendeu que é preciso prezar pelo pluralismo de ideias da democracia, tanto no jornalismo quanto na política. O deputado destacou que o tema do painel, ligado à questão da comunicação e à liberdade de imprensa, e associado à pauta política, é essencial.  “Temos as premissas de liberdade de imprensa e liberdade de expressão consolidadas no processo democrático brasileiro. A questão da transparência também, que é algo que quem está na vida pública precisa estar preparado para exercer, independente do Poder que atue”, completou.

O advogado, professor e secretário municipal de Habitação e Regularização Fundiária em Goiânia, Juliano Santana, reforçou o papel da comunicação como pilar central da democracia. “Democracia, no sentido moderno do termo, é também uma pluralidade, liberdade e qualidade de informação”, disse.

Também participante da discussão, a jornalista da Agência de Notícias da Alego, Marcela Pina que falou dos desafios do trabalho da comunicação política. “É preciso estarmos atentos às palavras, principalmente no ambiente de texto. A linguagem jurídica também carece dessa atenção, já que, se o receptor não entender a mensagem, de nada adianta”, lembrou.

Os debates foram mediados pelo jornalista e presidente do Sindicato dos Jornalistas de Goiás (Sindjor), Francisco Costa.

Perspectiva de gênero

Com os direitos humanos na sociedade em vista, o painel seguinte trouxe como tema o “Protocolo de Julgamento com Perspectiva de Gênero: uma visão Constitucional”. Procuradora do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), a coordenadora do grupo de trabalho que instituiu o protocolo de julgamento com perspectiva de gênero do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Ivana Farina Navarrete Pena, conduziu a palestra.

De acordo com ela, trata-se de uma temática nova, porém “alinhada aos atuais desafios de uma sociedade brasileira desigual, que ainda tem muito a caminhar para a realização da liberdade e da igualdade”.

Pena apontou que os princípios fundamentais do Estado Democrático de Direito, soberania, cidadania e dignidade da pessoa humana, além dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político, devem ser considerados ao falar sobre desigualdade. A atenção deve ser redobrada, alertou, quando abordadas questões de gênero, raça e classe social.

“Nós, na Justiça, não podemos ser alheios a essas desigualdades. Mais da metade da população brasileira é de mulheres e, para que a democracia seja forte, um dos fundamentos que deve estar inteiro é a dignidade da pessoa humana”, ponderou.

Diferente dos painéis anteriores, o grupo do debate contou apenas com integrantes do gênero feminino, tendo como moderadora a advogada e professora Flávia Simões. As debatedoras foram a desembargadora do TJ-GO Ana Cristina Ribeiro Peternella França; a defensora pública e coordenadora do Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher (Nudem), Tatiana Bronzato; psicóloga, psicanalista e perita do TJ-GO, Liara Theodoro Souza; a presidente da Comissão da Infância e Juventude da Seção Goiás do Instituto Brasileiro de Direito de Família (Ibdfam-GO), Jordana Pinheiro e a advogada e professora Ludmilla Borges Pires Adorno.

Responsabilidade política

Para encerrar o 1º Congresso de Direito Constitucional da Alego, o “Impeachment à brasileira”, uma palestra sobre os contornos da responsabilidade política do Presidente da República. O responsável pelo momento foi o consultor legislativo do Senado Federal e advogado, Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho. Ao início de sua fala, lembrou que o impeachment se trata de uma ferramenta que existe em todos os regimes presidencialistas, mas que veio do parlamentarismo inglês como uma forma de tirar um ocupante de um cargo público de suas funções.

Segundo Mello Filho, historicamente, os processos se deram mais pelo apoio do respectivo Parlamento do que pela contundência das provas ou a relevância da conduta.“O presidente da República precisa ter menos de um terço de apoio da Câmara dos Deputados e menos de um terço do Senado. Ou seja, é quando ele perde as condições de governabilidade”, explicou.

O consultor legislativo observou que existem diversos outros fatores que conduzem a esse tipo de destituição, como movimentos sociais, protestos nas ruas, denúncias da imprensa, problema econômicos, escândalos morais ou, até mesmo, a “bussola moral” do vice-presidente.

“Mas o último arrastro acaba sendo o tamanho da base parlamentar. A ex-presidente Dilma Rousseff (PT), por exemplo, foi condenada por ter pedalado alguns pagamentos, coisa que outros presidentes anteriores já haviam feito. A questão foi o tamanho do cheque pré-datado. A conduta em si não era nova e nem o problema, mas sim quem ocupava o cargo”, afirmou.

Fizeram parte da mesa de debates: o advogado e professor, Marcos César Gonçalves; o advogado Miguel Ângelo Cançado e o professor Luiz Felipe Fleury. A mesa foi moderada pelo o subprocurador-geral da Alego, Iure de Castro Silva.

Autor Assembleia Legislativa do Estado de Goiás


O deputado Wagner Camargo Neto (Solidariedade) presidiu, na tarde desta quarta-feira, 6, reunião da Comissão Mista, com sete matérias na pauta, quatro do Governo de Goiás e três de origem parlamentar. Na ocasião, os integrantes do colegiado autorizaram destinação recursos financeiros para o sistema penal.

A medida diz respeito ao projeto de lei nº 17998/25, também do Governo de Goiás, que abre crédito especial à Diretoria-Geral da Polícia Penal (DGPP) e ao Fundo Penitenciário Estadual. O relator, deputado Coronel Adailton (Solidariedade), foi pela aprovação da matéria e seu parecer foi acolhido por unanimidade.

A destinação total é de R$ 853.333,33, sendo que à Diretoria-Geral de Polícia Penal serão repassados R$ 752.791,03 e ao Fundo Penitenciário Estadual, R$ 100.542,30, com recursos de anulação de dotação orçamentária de valor equivalente.

A proposta decorre da solicitação conjunta dos titulares da Secretaria de Estado da Economia e da DGPP. Na referenciada exposição de motivos, informou-se que a medida objetiva viabilizar despesas com capacitação técnico-científica e formação em programas de pós-graduação stricto sensu e lato sensu. A criação de ação orçamentária especifica para essa finalidade é essencial à elevação do desempenho dos profissionais da Polícia Penal, com reflexos positivos na qualidade dos serviços públicos prestados.

“Esclareceu-se que o crédito adicional pretendido permitirá a inclusão de ação de qualificação de servidores públicos nos orçamentos da DGPP e do FUNPES, que, atualmente, não contam com dotação orçamentária específica para essa nova despesa. A medida fundamenta-se na Lei federal n° 4.320, de 17 de março de 1964, que trata de normas gerais de direito financeiro para a elaboração e o controle dos orçamentos e balanços da União, dos estados, dos municípios e do Distrito Federal. O crédito especial permitirá a alocação dos recursos na Lei Orçamentária Anual de 2025, para viabilizar a sua execução orçamentária e financeira.

Demais processos

Uma das propostas analisadas foi a de nº 16850/25, do Poder Executivo, que altera a legislação do Programa Estadual de Bioinsumos. O relator, deputado Virmondes Cruvinel (UB), assinou o parecer favorável e o texto terminou aprovado sem votos contrários.

O objetivo básico é atualizar e aprimorar a norma estadual referente aos produtos de origem biológica, para compatibilizá-la com as recentes diretrizes estabelecidas pela Lei Federal nº 15.070, de 23 de dezembro de 2024, que institui o marco regulatório nacional dos bioinsumos. Além da revisão de definições e termos técnicos, promove o aperfeiçoamento de competências e atribuições de órgãos públicos estaduais. Essa harmonização dos dispositivos estaduais com os federais assegurará coerência e evitará conflitos legais e sobreposição de normas regulatórias e competências.

O terceiro item da pauta foi a proposta de nº 18334/25, que altera a legislação referente ao passe livre para idosos acima de 60 anos no transporte coletivo rodoviário intermunicipal. Relatado pelo deputado Alessandro Moreira (PP), o texto, assim como os anteriores, terminou avalizado.

Em seguida, recebeu sinal verde uma iniciativa do deputado e presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Bruno Peixoto (UB). O projeto autoriza os municípios a instalarem faixas elevadas para travessia de pedestres em rodovias estaduais que cruzam áreas urbanas (nº 7070/25). O relator, deputado Virmondes Cruvinel, deu parecer favorável ao texto.

Por fim, foi a vez da propositura de nº 17005/25 ser submetida à votação. De autoria do deputado Cristóvão Tormin (PRD), a matéria garante a transferência simbólica da capital do estado para o povoado de Muquém, no município de Niquelândia. A iniciativa também foi relatada por Cruvinel e, assim como a anterior, avançou para análise do Plenário. 

Solicitações de vista

No mesmo encontro, duas propostas receberam pedidos de vista. A primeira delas foi a de nº 18817/25, de autoria do deputado Bruno Peixoto. A medida trata da observância da fila única para pacientes do SUS pelo Complexo Regulador do Estado de Goiás. O texto recebeu parecer favorável do deputado Amauri Ribeiro (UB), mas sua apreciação foi adiada após pedido de vista análise do deputado Lucas Calil (MDB).

O projeto de lei nº 18000/25 seguiu pelo mesmo caminho. De autoria do Poder Executivo goiano, a matéria institui o Dia Estadual de Mobilização pelo Fim da Violência contra as Mulheres, a ser celebrado todo dia 25 de cada mês, com ênfase especial em 25 de novembro. A relatora, deputada Dra. Zeli (UB), assinou favoravelmente à iniciativa, mas a votação foi suspensa em função do pedido de vista da colega de Parlamento, deputada Bia de Lima (PT). 

 

Autor Assembleia Legislativa do Estado de Goiás


A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) foi palco, na manhã desta sexta-feira, 1°, do primeiro encontro “Do Quadro à Gestão”, voltado à capacitação de gestores de escolas públicas e particulares de todo o estado. 

O evento, que ocorreu no auditório 1 do Legislativo entre 8 horas e 12 horas, reuniu diretores, coordenadores e secretários municipais de educação, com o objetivo de fortalecer a administração escolar por meio de uma abordagem empreendedora e estratégica.

A iniciativa foi idealizada por Ludmila Carvalho, CEO do Colégio ABBA, que destacou o momento estratégico, haja vista o período de “volta às aulas” no mês de agosto. “Nós estamos no nosso primeiro evento, com a participação de gestores da Grande Goiânia e secretários de diferentes municípios. Queremos capacitar ainda mais nossos profissionais para que liderem suas instituições com excelência”, disse.

A programação contou com três palestras ministradas por especialistas reconhecidos na área da educação. Thiago Farias, CEO da Escola Cheia, abordou o tema “Estratégias de Capacitação e Fidelização”, enfatizando os desafios da competitividade no setor educacional privado. 

“Com a queda da taxa de natalidade e o aumento do número de escolas particulares, precisamos ser mais eficientes na gestão. A fidelização dos alunos e a capacitação das equipes são fundamentais para a sustentabilidade das instituições”, pontuou o profissional.

Leonardo Chucrute, CEO da Escola Zerohum, viajou do Rio de Janeiro para palestrar sobre “A Escola como Negócio” em Goiânia. Para ele, pensar a escola com a lógica de uma empresa é fundamental para garantir sua sobrevivência e relevância. 

“A gente precisa falar sobre marketing, liderança, gestão de pessoas e engajamento do time. Uma escola bem gerida é um negócio lucrativo, e isso não significa perder a essência educacional, mas fortalecer a entrega para a comunidade escolar”, defendeu.

Autor Assembleia Legislativa do Estado de Goiás


A Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) sediará, no dia 1º de agosto, um evento estratégico voltado a gestores escolares que desejam ampliar sua visão sobre gestão educacional, captação de alunos e sustentabilidade institucional. O encontro será realizado das 8 às 12horas, no Auditório Francisco Gedda, localizado no Palácio Maguito Vilela, em Goiânia.

Com a presença confirmada de mais de 120 mantenedores, diretores e coordenadores pedagógicos de instituições privadas de ensino, o evento contará com palestras ministradas por especialistas reconhecidos nacionalmente.

Entre os destaques da programação está a palestra “Escola como Negócio”, com Leonardo Chucrute, CEO do Colégio e Curso Progressão. Referência em gestão educacional e inovação administrativa, Chucrute compartilhará sua experiência no reposicionamento de instituições de ensino como empreendimentos sustentáveis, financeiramente viáveis e de alto impacto social.

Outro nome de peso na programação é Thiago Faria, especialista em marketing educacional, que ministrará a palestra “Estratégias para Captação: o que realmente funciona?”. Com ampla atuação junto a escolas particulares em todo o país, Faria abordará técnicas eficazes para atrair e fidelizar alunos, além de fortalecer a imagem institucional em um mercado cada vez mais competitivo.

Promovido pelo Instituto Nova Vida, o evento tem como objetivo fortalecer a rede de ensino particular por meio do compartilhamento de experiências, apresentação de ferramentas práticas e fomento ao networking qualificado entre os participantes.

A iniciativa reforça a importância da profissionalização da gestão escolar como fator determinante para o sucesso das instituições de ensino e a melhoria da qualidade educacional no estado de Goiás.

Autor Assembleia Legislativa do Estado de Goiás