16 de novembro de 2025
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Depois da interdição do bar Ministrão, estabelecimentos de bairro nobre de São Paulo mantêm movimento estável, mas consumidores reforçam cautela e exigem comprovação de procedência

Clientes de bares dos Jardins, região nobre da cidade de São Paulo, passaram a exigir nota fiscal das bebidas como forma de garantir a procedência dos produtos, segundo funcionários de estabelecimentos ouvidos nesta 4ª feira (1º.out.2025) pelo Poder360.

A mudança no comportamento foi motivada pelos casos de contaminação por metanol misturado ilegalmente em destilados. Na 3ª feira (30.set.2025), a Polícia Civil e a Vigilância Sanitária interditaram o bar Ministrão, que fica no bairro, sob suspeita de adulteração.

Este jornal digital visitou 10 bares dos Jardins entre o fim da tarde e o início da noite desta 4ª feira (1º.out.2025). Segundo disseram funcionários, a clientela não diminuiu, mas passou a questionar a origem das bebidas à base de destilados. A demanda por notas fiscais cresceu.

“O pessoal pede comprovante, mas o movimento ficou a mesma coisa”, disse a garçonete Maria Barbosa Fernandes, 20 anos, do bar Bkin. No restaurante Violeta, o gerente Geleis Aguiar Mafra, 42 anos, disse a demanda por “caipirinha, negroni, aperol e gin” não foi afetada.

Copyright Poder360 – 1ºout.2025

Movimento em bar dos Jardins: segundo funcionários, clientela não sumiu, mas ficou mais exigente

A exigência de nota fiscal é uma forma de garantir que a bebida foi comprada de fornecedores confiáveis. A Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) e a Abrabe (Associação Brasileira de Bebidas) divulgaram recomendações para identificar bebidas adulteradas:

  • comprar apenas em locais de confiança;
  • desconfiar de preços muito abaixo do mercado;
  • verificar o lacre e os rótulos e exigir nota fiscal;
  • conferir selos oficiais como o do Ministério da Agricultura e o do IPI em destilados.

Na lanchonete Cuca Legal, atrás do Club Athletico Paulistano, o garçom Marco César, 37 anos, afirmou que há mais questionamentos dos clientes, mas sem impacto direto nas vendas. “O pessoal tem receio. Tem perguntado sobre [a procedência das bebidas], mas não diminuiu [a demanda].”

Clubes suspendem destilados

O Sindi Clubes de São Paulo, organização que representa associações e clubes sociais do estado, recomendou nesta semana a suspensão temporária da venda de bebidas destiladas entre seus associados.

Entre os que acataram a orientação estão o Esporte Clube Pinheiros, o Esporte Clube Sírio, a Hebraica, o Club Athletico Paulistano, além do São Paulo Futebol Clube, do Palmeiras e do Ipê Clube.

INTOXICAÇÃO POR METANOL

Na 3ª feira (30.set), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, disse que solicitou à PF (Polícia Federal) a abertura de inquérito para investigar a procedência e uma possível rede de distribuição do metanol que causou, em 2 meses, a notificação de 41 casos de intoxicação pelo consumo de bebida adulterada.

Em São Paulo, ao menos 6 pessoas tinham morrido até esta 4.ª feira (1º.out). O Estado concentrava o maior número de casos de suspeita de intoxicação por metanol: 37. As autoridades atuam no fechamento de bares e adegas suspeitas de comercializar bebidas adulteradas.

O metanol é uma substância líquida, inflamável e incolor, amplamente utilizada como solvente e na fabricação de combustíveis, plásticos, tintas e medicamentos. Tem grande potencial de intoxicação e, quando consumido, pode levar à morte mesmo em doses pequenas. A substância não pode ser destinada diretamente para consumo humano.

De acordo com a Abno (Associação Brasileira de Neuro-oftalmologia), o diagnóstico deve ser feito a partir da história clínica do paciente e por exames de sangue e de imagem.

Em caso de suspeita de ingestão ou contato prolongado com metanol, não induza o vômito e encaminhe a pessoa com urgência para o hospital. Quanto mais cedo forem realizados o diagnóstico e o tratamento, menor é o risco de morte ou de sequelas graves.

O tratamento é feito com medicamentos intravenosos (fomepizol) que, assim como o etanol, podem inibir o metabolismo do metanol, evitando a formação do ácido fórmico, causador das sequelas mais graves. O paciente pode ser submetido à lavagem gástrica e hemodiálise.


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Esta reportagem teve participação do estagiário de Jornalismo Diogo Campiteli sob supervisão do secretário de Redação assistente Conrado Corsalette.



Autor Poder360 ·

Lidiane

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