GO: mulher desaparecida com marido sofria violência psicológica
Lidiane 23 de abril de 2024 0 COMMENTS
Após a localização do carro do casal que estava desaparecido desde 9 de março, em Goiás, a Polícia Civil de Goiás (PCGO) aguarda a confirmação de que o corpo encontrado no interior do veículo seja de Fábia Cristina Santos, de 43 anos.
Fábia desapareceu acompanhada do marido, Douglas José de Jesus, de 46 anos, após sair de Goianira, município na Região Metropolitana de Goiânia, para ir a uma missa de 7º dia em Quirinópolis, no sudoeste goiano. Eles foram vistos pela última vez em um posto de combustíveis, em Abadia de Goiás (GO).
Durante apresentação do caso, em entrevista coletiva, na manhã desta terça-feira (23/4), a delegada responsável pela investigação do caso, Carla de Bem, declarou que foi uma apuração complexa. Inicialmente, a corporação foi acionada para atender duas vítimas, mas não sabia que se tratava de um investigado e uma vítima.
Isso porque, ao longo da investigação, descobriu-se que Douglas usava documentos falsos e era foragido de um duplo homicídio ocorrido em Quirinópolis, em 1996. Após o crime, ele e Fábia fugiram da cidade e ficaram mais de um ano sem qualquer tipo de contato com familiares.
O superintendente da Polícia Técnico Científica (SPTC) de Goiás, Antônio Carlos Chaves, afirmou que o corpo encontrado já estava no Instituto Médico Legal de Legal (IML) de Goiânia, onde passa por exames preliminares. Agora, as equipes dependem de exames anteriores de Fábia, que devem ser entregues pela família, para que haja o confronto da arcada dentária, bem como do DNA.
Segundo Chaves, o corpo foi encontrado em avançado estado de decomposição. “Praticamente uma ossada”, disse ele. Conforme o superintendente, o médico legista que analisou o corpo apontou que o cadáver é de alguém que morreu há cerca de 40 dias, tempo compatível com o desaparecimento do casal, porém, ainda não foi possível apontar a causa da morte.
O carro também deve ser vistoriado, já que foram encontradas marcas de sangue e um alicate dentro do veículo.
Morte no dia do desaparecimento
De acordo com Carla de Bem, todos os indícios apontam que o corpo localizado dentro do veículo do casal seja de Fábia. Segundo ela, o carro foi localizado em uma região de mata fechada, a menos de 30 km de distância do local onde o casal foi multado, no momento em que foram vistos pela última vez. “A polícia suspeitava de sequestro ou homicídio desde o início. Foi expedido mandado de prisão contra o Douglas no dia 13 de março. Mas sempre houve esperança de que ela estivesse viva”, afirmou ela.
Segundo a delegada, a polícia foi procurada por um dos filhos de Fábia para relatar o desaparecimento da mãe e do padrasto. No entanto, ao contar sobre a relação familiar, o rapaz falou sobre os episódios de violência vividos pela mãe, especialmente de violência psicológica, durante todo o relacionamento com Douglas.
Para a surpresa da PC, o filho de Fábia contou ainda que o homem não era seu padrasto, mas sim, seu pai. A versão apresentada inicialmente era para disfarçar os documentos falsos usados pelo homem.
Ainda de acordo com Carla de Bem, não foram encontrados registros de que Wander José de Jesus, nome usado por Douglas, foi uma pessoa que realmente existiu. É possível que ele tenha forjado os documentos com a ajuda de outras pessoas.
Histórico de violência
Segundo a Polícia, Fábia sofria violência psicológica há 30 anos. A mulher, que sabia sobre os crimes do marido, também sabia sobre o uso de documentos falsos, assim como os familiares do casal.
Conforme a delegada, em 2016, ele chegou a ser denunciado e foi até a delegacia, mas não foi detido. Apesar dos indícios de violência doméstica, não havia denúncias contra ele.
Segundo Carla de Bem, em 2023, um dos filhos de Fábia convenceu a mãe a se separar e ela foi morar com ele, mas voltou atrás pouco tempo depois e reatou a relação com Douglas. Foi depois disso que ela apareceu com uma cicatriz no pescoço, que dizia ter sido uma queimadura, porém, foi uma tentativa de feminicídio.
Pedido de prisão
De acordo com a delegada regional de Trindade, Silvana Nunes, já foram expedidos mandados de prisão contra Douglas com os dois nomes usados por ele, porém, nada impede que ele esteja usando um terceiro documento.
Por isso, segundo ela, a imagem dele deve ser espalhada por todo o país. “Temos gana em prendê-lo. Um homem que praticou violência contra a família durante 30 anos. Foram cumpridas buscas em casas de familiares dele, mas precisamos do apoio de todos para que ele seja preso. Ele tem o hábito de se esconder”, afirmou ela.
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