17 de novembro de 2025
  • 20:22 Vivian Naves presta contas de ações e emendas destinadas a Anápolis
  • 16:37 Canadá vai investir US$ 3,9 mi no futebol feminino profissional
  • 12:54 Antônio Gomide elabora política de acessibilidade tecnológica para pessoas surdas
  • 09:10 Câmara de Aparecida aprova lei que proíbe livros com conteúdo erótico nas escolas
  • 05:25 Pesquisa põe Kast 10 pontos à frente de Jara no 2º turno no Chile


A deputada estadual Vivian Naves (PP) prestou contas de sua atuação à população e aos vereadores de Anápolis. Ela participou da sessão ordinária da Câmara Municipal nesta segunda-feira (17/11) e utilizou a tribuna da Casa para detalhar suas ações.

A parlamentar relatou diversas iniciativas realizadas no âmbito estadual em benefício do município. Entre os pontos destacados estiveram a destinação de emendas impositivas ao longo de seu mandato.

“No meu primeiro ano de mandato, destinei 100% das emendas, mais de R$ 11,5 milhões, para a construção da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Mulher, um marco para a saúde feminina e um orgulho para Goiás”, destacou.

No segundo ano de exercício parlamentar, Vivian Naves continuou indicando recursos para Anápolis. Ela destinou R$ 1,1 milhão para associações e instituições do terceiro setor.

Foram direcionados mais de R$ 300 mil para a causa animal, com ações de castração de cães e gatos. Esse projeto foi conduzido pela vereadora Thaís Souza (Republicanos).

A deputada também informou a destinação de R$ 1,5 milhão para a saúde municipal. Os recursos beneficiaram instituições como a Santa Casa de Misericórdia e a Maternidade Dr. Adalberto Pereira da Silva.

“Tenho orgulho de apresentar projetos voltados para mulheres, famílias e crianças, entre eles os abrigos regionais para mulheres vítimas de violência e incentivo a destinação do imposto de renda para fundos que cuidam de crianças e idosos”, citou.

Vivian Naves afirmou ainda ter participado de articulações com o governo estadual. O objetivo foi a construção de uma nova escola no Residencial Flor do Cerrado, na região norte da cidade.

“É um orgulho dizer que apresentei um projeto que leve o nome do pai do governador Ronaldo Caiado, Edenval Ramos Caiado, que sempre viveu aqui”, disse.

Em conversa com a presidente da Câmara, Andreia Rezende, deputada defendeu união de esforços por Anápolis

Interesse público deve estar acima de disputas partidárias, diz deputada

A deputada aproveitou a ocasião para enfatizar a relevância do diálogo institucional. Ela ressaltou que o interesse público deve ser a prioridade máxima, devendo prevalecer até mesmo nas relações entre adversários políticos.

“Todos chegamos à política movidos pelo desejo de cuidar”, destacou.

“A política brasileira virou um cabo de guerra em que a corda arrebenta sempre para o mais lado mais fraco. A disputa política não pode ser maior que a nossa obrigação moral e institucional que é cuidar dos anapolinos que precisam de nós”, concluiu.



Autor Manoel Messias Rodrigues


Governo federal destinará recursos para melhorar instalações da NSL, liga que está em seu primeiro ano de operação no país

O governo do Canadá anunciou, no sábado (15.nov.2025), investimento de até US$ 3,9 milhões para apoiar o desenvolvimento da NSL (Northern Super League), liga profissional de futebol feminino criada em 2025.

A medida foi divulgada momentos antes da final inaugural do torneio realizada no BMO Field, em Toronto. O Vancouver Rise derrotou o AFC Toronto por 2 a 1 e conquistou o título.

Segundo Ottawa, o aporte busca promover melhorias estruturais em instalações utilizadas pelos 6 clubes da liga, incluindo estádios e centros de treinamento.

O governo também discute formas de apoiar infraestruturas comunitárias que fortaleçam o crescimento regional e a expansão do futebol feminino no país. As informações são do jornal CBC.

A presidente da NSL, Christina Litz, afirmou que os recursos serão distribuídos entre as equipes para obras específicas, já que “cada região tem desafios diferentes”.

Os proprietários dos clubes também injetarão capital próprio para complementar o investimento público.

A liga planeja adicionar um 7º time em 2027, com foco nas regiões Central e Oeste do Canadá.

Para Diana Matheson, cofundadora e diretora de crescimento da NSL, o futebol feminino é “uma das áreas que mais crescem no país” e tem potencial de impacto econômico.

O anúncio contou com a presença de 4 ministros, entre eles Evan Solomon (Partido Liberal do Canadá), da Inteligência Artificial e Inovação Digital do Canadá, que classificou o aporte como um investimento estratégico na economia do esporte.

Copyright Reprodução/Instagram @evanljsolomon – 17.nov.2025

Evan Solomon, ministro da Inteligência Artificial e Inovação Digital do Canadá

Antes do novo pacote, o governo já havia destinado US$ 128,3 mil para apoiar a realização da 1ª final da liga, para atrair milhares de visitantes e gerar atividade econômica na região de Toronto.



Autor Poder360 ·


O deputado Antônio Gomide (PT) apresentou o projeto de lei nº 28812/25, com o intuito de que seja instituída política pública em favor das pessoas surdas. A proposta, se for aprovada e tornar-se lei, será denominada Política Estadual de Promoção da Acessibilidade Tecnológica e da Inclusão Cidadã da Pessoa Surda em Goiás.

O texto define como princípios da política com respeito à dignidade, à autonomia e à identidade linguística e cultural da pessoa surda; a eliminação de barreiras tecnológicas e comunicacionais; o incentivo à inovação, à pesquisa e ao desenvolvimento de soluções inclusivas em Libras; e a integração de ações entre órgãos estaduais, municípios, universidades e entidades da sociedade civil.

As diretrizes para a implementação incluem a implantação de plataformas digitais e canais de atendimento remoto em Libras, por videochamada, inteligência artificial, chatbots ou recursos equivalentes nos serviços públicos estaduais; o estímulo à adoção de sistemas de acessibilidade tecnológica em repartições públicas, instituições de ensino, centros culturais e espaços turísticos; a promoção da acessibilidade em conteúdos audiovisuais e culturais, com legendas automáticas, tradução em Libras e audiodescrição, quando aplicável; o incentivo à capacitação de servidores públicos no uso de tecnologias acessíveis e comunicação inclusiva; o fomento a parcerias com universidades, startups e entidades da comunidade surda para o desenvolvimento de soluções digitais; e o fortalecimento da presença de intérpretes e tradutores de Libras em ambientes virtuais de atendimento e participação cidadã.

O texto prevê, ainda, que o Estado poderá instituir a iniciativa “Goiás Conecta Libras”, com o objetivo de integrar ações de acessibilidade tecnológica. A proposta inclui o desenvolvimento de aplicativos, sistemas e recursos digitais voltados à comunicação em Libras; o fomento a editais e concursos de inovação voltados à inclusão da pessoa surda; e a articulação com o setor privado e o terceiro setor para promover soluções inclusivas.

A proposta também cria o Selo “Goiás Acessível”, destinado a instituições, empresas e órgãos públicos que adotem práticas de acessibilidade comunicacional e tecnológica para pessoas surdas. O selo não gera benefício financeiro direto, mas poderá ser considerado critério de destaque em editais, premiações e contratações públicas.

O Estado poderá firmar convênios e parcerias com instituições de ensino superior, centros de pesquisa, entidades representativas da comunidade surda e organizações da sociedade civil para a execução das ações previstas na lei.

Segundo o legislador, a iniciativa reforça o papel do Estado como indutor da inovação inclusiva, estimulando parcerias com universidades, centros de pesquisa e o setor produtivo, além de reconhecer boas práticas por meio do Selo “Goiás Acessível”.

A proposta erá analisada pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ).

Autor Assembleia Legislativa do Estado de Goiás


A Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia aprovou, nesta semana, o projeto de lei nº 029/2025, de autoria do vereador Dieyme Vasconcelos (PL) que propõe vedar nas escolas municipais o uso, a exibição e a distribuição de livros ou mídias que contenham conteúdos de cunho erótico ou sexual explícito ou implícito, sejam textos, imagens, vídeos ou áudios que, no entendimento do projeto, apresentem cenas sexuais, referências a órgãos genitais ou atos sexuais impróprios à faixa etária dos estudantes.

Na justificativa, o parlamentar destaca que o ambiente escolar deve se manter “seguro e adequado ao desenvolvimento de crianças e adolescentes” e que a presença desses materiais “pode gerar desconforto, constrangimento e até prejuízos psicológicos aos alunos, além de contrariar valores éticos e educacionais”, pontuou o vereador.

O autor também ressalta a necessidade de evitar que, sob o pretexto de educação sexual ou combate a preconceitos, sejam inseridos conteúdos considerados de caráter adulto em contextos de aprendizagem infantil ou juvenil.

Dieyme Vasconcelos pontuou que, não há nenhum material desta natureza nas escolas do município, porém, esta é uma forma de precaução. O parlamentar irá apresentar em breve, segundo ele, um projeto de lei para inserir educação financeira nas escolas. A “matéria” será proposta como extracurricular.  

A proposta segue agora para o Poder Executivo municipal, que poderá sancionar a lei, transformando-a em norma, ou vetar total ou parcialmente o projeto.

Se sancionado, o projeto em Aparecida poderá gerar efeitos práticos imediatos na composição de bibliotecas escolares e nas políticas de aquisição de materiais didáticos, ao mesmo tempo em que suscita debate sobre os critérios e seleção do que constitui “adequado” para cada faixa etária.

O caso entra no contexto mais amplo de municípios que, conforme estudos acadêmicos, enfrentam desafios ao balancear proteção da infância e liberdade pedagógica.

Autor Rogério Luiz Abreu


Levantamento do AtlasIntel realizado às vésperas do 1º turno mostra candidato da direita com 49%, diante de 39% da oponente de esquerda

Os eleitores chilenos definiram neste domingo (16.nov.2025) que o 2º turno das eleições presidenciais do Chile, marcado para 14 de dezembro. José Antonio Kast (Partido Republicano, direita) vai enfrentar a governista Jeannette Jara (Partido Comunista, esquerda).

Kast ficou atrás de Jara (24% contra 26%). Mas tem vantagem na simulação de votação final. Segundo um levantamento realizado de 10 a 14 de novembro com 3.118 eleitores pela AtlasIntel, o político do Partido Republicano tem 49% e está 10 pontos percentuais à frente da política do Partido Comunista, que tem 39%.

A projeção mais favorável para o candidato de direita em um 2º turno é reflexo das dificuldades do atual presidente, Gabriel Boric (Frente Ampla, esquerda) em cumprir as promessas de seu mandato, como a reforma da Constituição, que continua a mesma desde a ditadura de Augusto Pinochet (1915-2006), que governou o país de 1973 a 1990.

O mandato presidencial no Chile é de 4 anos e não há reeleição. A posse do sucessor de Boric será em 11 de março.

Conheça os candidatos e suas propostas de governo:

José Antonio Kast nasceu em Santiago, em uma família de imigrantes alemães, e se formou advogado pela Universidade Católica do Chile. É candidato a presidente pela 3ª vez –tentou antes em 2017 e 2021. Foi deputado por 4 mandatos consecutivos, de 2002 a 2018. Em 2016, deixou o partido União Democrática Independente e, em 2019, fundou o Partido Republicano do Chile.

Kast foi um dos principais opositores à 1ª proposta de reforma da Constituição, em 2022, que foi capitaneada por partidos de esquerda. Depois, também foi contra a 2ª tentativa, mesmo com seu partido tendo sido majoritário na constituinte.

Os principais pontos de sua campanha são a segurança pública e a imigração. Em seu programa de governo, Kast defende o combate ao crime organizado e o controle da migração para aumentar a segurança. As medidas incluem fechar as fronteiras para imigrantes sem documentação, criminalizar a migração irregular, construir muros e expandir prisões.

O político também propõe reduzir impostos para grandes e médias empresas, reformar a previdência, cortar gastos públicos e formar parcerias público-privadas para áreas da saúde, educação e moradia.

Jeannette Jara nasceu em 1974 na comuna de Conchalí, na região metropolitana de Santiago.  Ingressou na Juventude Comunista, ala jovem do Partido Comunista, aos 14 anos, e se filiou à legenda aos 25, em 1999. Formada em administração pública e direito pela Universidade de Santiago e pela Universidade Central do Chile, respectivamente, foi a 1ª pessoa de sua família a concluir o ensino superior.

Jara foi subsecretária da Previdência Social (2016-2018), durante o 2º governo de Michelle Bachelet (2014-2018), e ministra do Trabalho de 2022 a abril de 2025, no governo Boric. Nesse período, Jara viabilizou o aumento gradual do salário mínimo e a redução da jornada de trabalho de 45 para 40 horas semanais. 

Os principais temas de sua campanha são: crescimento econômico, problemas sociais e segurança pública. Em seu programa de governo, a candidata planeja introduzir um salário mínimo de 750 mil pesos por mês, impulsionar empregos e elevar a exploração de lítio por meio da criação da Empresa Nacional de Lítio. Para controlar a dívida pública, Jara planeja fortalecer a arrecadação tributária e adotar medidas contra a sonegação. 

Os planos para segurança envolvem modernização da polícia, construção de novas prisões, aumento da capacidade prisional, mobilização das Forças Armadas para proteger as fronteiras e suspensão do sigilo bancário para investigar transações suspeitas. Na saúde, defende o estabelecimento de um preço máximo para medicamentos essenciais e a formação de convênios entre prestadores públicos e privados.



Autor Poder360 ·


Quem, em uma experiência virtual imersiva, for parar no Rio de Janeiro no dia 9 de novembro de 1889, tem grande chance de ficar sabendo do baile da Ilha Fiscal, promovido pela Monarquia brasileira. Faltam seis dias para que a República seja proclamada. Neste sábado, 15, são comemorados 136 anos dessa proclamação.

O baile ocorre em homenagem aos oficiais e marinheiros de um navio de guerra chileno. O Palácio da Ilha Fiscal, inaugurado meses antes, segue lá, hoje aberto à visitação. O cenário é de “uma ilha em festa emergindo do mar, transbordante de luz e de gala”, segundo o jornalista Medeiros e Albuquerque, presente no Rio de Janeiro naquele dia. Diferentemente do que se pode pensar, no entanto, a festa não representa um esbanjamento rotineiro da Monarquia brasileira, que ao menos nisso era notória pelo contrário: a escassez de celebrações.

O que o baile representa é certo alheamento em relação aos acontecimentos em volta. A Proclamação da República está em andamento há alguns dias. “O ambiente era de tensão. A conjuração estava por todo lado. Conspirava-se nas casas particulares, nas escolas, nas redações dos jornais, nos salões e nas confeitarias da Rua do Ouvidor, nas praças públicas e nos teatros líricos”, contextualiza Laurentino Gomes em 1889, um ótimo guia escrito para a experiência imersiva. “Conspirava-se principalmente nos quartéis do Exército. O clima entre os militares era de franca rebeldia contra o Governo”, prossegue. 

Tudo é confuso. Era comum que insatisfações resultassem em derrubadas de ministérios, e parecia mais uma vez ser o caso. Mesmo na manhã da Proclamação, “a grande maioria dos soldados que integravam as tropas golpistas em 15 de novembro não estava consciente de que se pretendia derrubar a Monarquia”, escreveu o historiador Celso Castro, citado por Gomes. 

O ministério é liderado pelo mineiro visconde de Ouro Preto, 53 anos. Dom Pedro II, uma década mais velho, se alterna entre o Rio de Janeiro e Petrópolis, serra e ferrovia acima, onde fica na residência predileta de verão, atual Museu Imperial. Marechal Deodoro da Fonseca, 62 anos, tem fortes crises de dispneia, ou falta de ar, gerando dúvidas quanto à sua sobrevivência e, em consequência, quanto ao sucesso da revolução. Deodoro é a principal fonte de esperança dos republicanos, mas ele mesmo é dos que hesitam abraçar o republicanismo.

Palácio da Ilha Fiscal recebeu baile da Monarquia seis dias antes da Proclamação da República. Crédito: Divulgação

Republicanismo remoto

A ideia de se proclamar uma República no Brasil, é claro, não nascera naquele mês. Os antecedentes eram descontínuos, mas muitos. Ainda no começo do século XVIII, houve as revoltas de Olinda (1710) e Vila Rica (1721), episódios em que a aspiração à instalação de uma “república nativa” (significando uma forma de governo republicana e oligárquica, como a que Veneza teve por 500 anos a partir do final do século XIII) surgiu em meio a outras. No final daquele século, houve as conjurações mineira (1789), do Rio de Janeiro (1794) e baiana (1798).

No século XIX, ideais republicanos fizeram parte da Revolução Pernambucana (1817) e, também em Pernambuco, da Confederação do Equador (1824), alastrada para outras partes do Nordeste, e da Revolução Praieira (1848); na Bahia, da Sabinada (1837). No Sul do Brasil, em meio à Revolução Farroupilha, iniciada em 1835, existiram duas Repúblicas: a Juliana (1839), proclamada na Província de Santa Catarina, e a Rio-Grandense (1836-1845), ou Piratini, no território hoje equivalente ao do Rio Grande do Sul. O militar Bento Gonçalves, primeiro dos dois presidentes dessa República, dá nome ao município gaúcho famoso pelas vinícolas.

Pode-se ler mais sobre todas essas rebeliões em Dicionário da República – 51 textos críticos, organizado por Lilia Schwarcz e Heloisa Starling, e sobre as anteriores à Independência em Ser republicano no Brasil colônia: a história de uma tradição esquecida, escrito por Starling.

Entre a abdicação de Dom Pedro I, em 1831, e a coroação antecipada de Dom Pedro II, nove anos depois, enquanto o país era governado por regentes, houve vácuos de poder território afora que deram a impressão de que o Brasil seria desmembrado em várias Repúblicas, assim como aconteceu com a América Espanhola, que acabaria fragmentada em 19 países.

Há historiadores que inclusive chamam a década de 1830 brasileira de “experiência republicana”. “Os vestígios de república são aí detectáveis nas revoltas provinciais, nas agitações urbanas, nos clubes políticos, nos debates parlamentares, na imprensa e mesmo nas reformas, como a suspensão do Poder Moderador [detido pelo imperador para reduzir atritos entre os outros Poderes] e a escolha dos regentes pelos eleitores”, escreve o historiador José Murilo de Carvalho em verbete do Dicionário da República.

As décadas seguintes são marcadas por relativa estabilidade, até que embates políticos dos anos 1860 desaguam, em 1870, na criação do Partido Republicano, que naquele mesmo ano lançou o jornal “A República” e, em dezembro, um manifesto que se tornou marco do republicanismo. “Somos da América e queremos ser american­­­os”, diz famosamente um trecho da conclusão, afirmando que a Monarquia isolava o Brasil no continente. “O elemento monárquico não tem coexistência possível com o elemento democrático”, afirmava-se.

Essa mobilização republicana entra nos motivos que levaram à derrubada da Monarquia. Quando se fala do que gerou o 15 de Novembro de 1889, porém, muitos historiadores enfatizam primeiro as colisões dos militares com o Império, depois da Guerra do Paraguai (1864-1870), em relação a salários, promoções e punições.

Com menos ênfase, são citadas as agitações de clubes e partidos republicanos; os proprietários de escravos que ficaram inconformados por não terem sido ressarcidos após a Abolição, ocorrida em maio de 1888; e a questão religiosa, uma disputa entre a Igreja Católica e a Maçonaria que envolveu o Império.

A professora de Sociologia da USP Angela Alonso, em colaboração para o Dicionário da República, traz uma síntese nítida da queda da Monarquia. “Embora a imagem póstera [futura] seja de golpe de caserna, sem povo, e de escravistas ressentidos, a República se inaugurou com mobilização civil-militar e gente nas ruas. Não é filha de um general e sua tropa”, sustenta. “A mudança de regime tem causalidade múltipla. O Império afundou por sua própria conta, incapaz de solucionar seus problemas estruturais”.

Alonso fala em “crises confluentes”: de Estado, por falta de extensão e força do Estado imperial em relação ao território; de partidos e representação política, porque elites de Províncias em decadência econômica tinham mais influência que, por exemplo, a ascendente elite fundiária de São Paulo; e de legitimação, uma vez que a Monarquia, no seu catolicismo rígido e restrição a uma parte da elite, foi ficando datada frente à campanha abolicionista, ao movimento republicano e a teorias científicas ensinadas nas escolas superiores.

Essas crises, diz Angela Alonso, se somaram à mobilização social, produzindo a conjuntura propícia para a mudança do regime. Para a socióloga, “a questão em novembro de 1889 não era se a Monarquia acabaria, mas como – plebiscito, complô, revolução – e por meio de qual coalização civil-militar. O Império era irreformável”, pontua, acrescentando: “Os líderes e a data [da Proclamação da República] foram contingentes, a queda, não”.

No dia da proclamação, Dom Pedro II estava na sua residência de verão em Petrópolis, hoje Museu Imperial. Crédito: Divulgação

Deodoro, o indeciso

Na manhã de 15 de novembro de 1889, “para surpresa geral, um Deodoro transfigurado surgiu diante de oficiais e soldados” assim que subiu no cavalo, relata Laurentino Gomes. “Com voz firme e decidida, começou a disparar ordens e a organizar tropas”. O médico particular do marechal teria dito depois que o seu paciente proclamou a República sem o seu consentimento.

Embora Deodoro estivesse decidido a cercar o quartel do Exército em que estava o visconde de Ouro Preto, o líder ministerial, ainda não tinha certeza quanto a formar um novo ministério ou proclamar outra forma de governo. “De concreto sabe-se que Deodoro em nenhum momento proclamou ou deu vivas à República, que nas horas seguintes se imporia como um fato consumado diante da incapacidade do poder imperial de resistir à própria implosão”, afirma Gomes.

Angela Alonso fala em uma “sequência vertiginosa de eventos, entre iniciativas republicanas, meio planejadas, meio improvisadas, mas convergentes, e reações monárquicas, caóticas, tardias e malogradas”. Essa sequência teria se desenrolado por 81 horas. No meio dela figuraria outro personagem famoso do início da República, Floriano Peixoto, que era alagoano, como Deodoro da Fonseca, e atuava como braço militar do gabinete de Ouro Preto. Essa posição foi estratégica ao deixá-lo próximo do visconde e então subitamente traí-lo.

Em um momento tenso, o ministro da Marinha, barão de Ladário, foi ao encontro de Ouro Preto. Ele recebeu ordem de prisão dos rebelados e sacou uma pistola, mas ela falhou e foi ele o alvejado. Internado, sobreviveu e, semanas depois, se anunciou republicano.

Presos Ouro Preto e um conselheiro do Império, os demais ministros foram autorizados a ir embora. Deodoro não fez eco aos que, no seu entorno, saudavam a República. Voltou para casa e, “exaurido, caiu na cama”. A proclamação oficial se daria, sem ele, na Câmara Municipal, feita pelo então vereador José do Patrocínio e reverberada em um jornal de propriedade sua, Cidade do Rio. Sem símbolos “genuinamente brasileiros que representassem o novo regime”, de improviso foi entoada A Marselhesa, hino nacional francês, e hasteada uma bandeira que imitava a dos Estados Unidos, mas com o verde e amarelo nacionais.

Dom Pedro II, informado do que ocorria, desceu de Petrópolis ao Rio de Janeiro para lidar com a situação. Pouco mais de 24 horas depois, seria enviado com a família para Portugal. Em 1889, há um relato detalhado dos últimos momentos do imperador no Brasil e dos dois anos em que viveu no exílio, com saudades do solo brasileiro, até morrer no final de 1891 em Paris.

Entrou para a história trecho de texto do jornalista republicano Aristides publicado dias depois afirmando que o povo assistiu à Proclamação da República “bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava. Muitos acreditaram seriamente estar vendo uma parada”.

Isso vem sendo matizado por especialistas. Claro que boa parte da população carioca, pouco letrada e, em muitos casos, escravizada até pouco tempo atrás, não entendia o significado político daqueles eventos. No campo de Santana, porém, onde tropas se reuniram e houve incitações à proclamação, reuniram-se “cerca de duzentas pessoas, entre republicanos, curiosos e estudantes”, segundo Angela Alonso. Houve também, enquanto os líderes republicanos desfilavam pela Rua do Ouvidor, aclamação das sacadas dos sobrados. Segundo a socióloga, “longe de revolução popular, a República tampouco foi simples quartelada”.

Em Corumbá de Goiás, o viajante português Oscar Leal só soube da proclamação semanas depois. Crédito: Divulgação.

Celebrações em Goiás

Deslocando a experiência imersiva para Goiás, pode-se acompanhar, em novembro de 1889, o viajante português Oscar Leal, autor de Viagem às terras goyanas (Brazil Central), relevando os preconceitos da sua perspectiva europeia.

No dia 15, Leal, um entusiasta da República, ainda não sabe o que se passa no Rio de Janeiro. Nem ele nem os goianos, que, ainda sem telégrafo, só ficariam sabendo da Proclamação da República em carta recebida quase duas semanas mais tarde, em 28 de novembro.

O cenário em Goiás era bem diferente do Rio, capital federal desde 1763 e, no início da República, uma cidade de 522.651 habitantes, segundo o Censo Demográfico publicado em 1890. Na Província de Goiás inteira, havia menos da metade disso, 227.572 moradores.

Tratava-se apenas da 17ª província (os estados da época) mais populosa entre as 20 existentes. Goiás, a capital goiana, tinha 17.181 pessoas. Boa Vista do Tocantins, Bomfim, Catalão, Curralinho, Formosa, Morrinhos e Pirenópolis tinham menos, embora superassem 10 mil. A Província de Goiás era composta de 31 municípios, em contraste com os 246 atuais.

Ao longo dos anos 1880, jornais como O Bocaiúva e O Brasil Federal defenderam ideais republicanos em Goiás, mas tiveram curta duração. A fundação do Partido Republicano de Goiás dataria apenas de 1890.

Acompanhando, na imersão, Oscar Leal, nos dias de surgimento da República no Rio cavalga-se e caminha-se em Corumbá de Goiás fazendo um ecoturismo da época, inclusive com guia, para se percorrer e apreciar grutas, cavernas, rios, lagoas e cachoeiras.

No início de dezembro, a notícia de que o Brasil se tornara uma República por fim alcança o viajante lusitano. “Foi em Corumbá, no dia 5 de dezembro, que tive notícia dos acontecimentos de 15 de novembro no Rio de Janeiro e que deram lugar à Proclamação da República”, relata. “Cheio de alegria por ver a pátria livre, montei a cavalo às cinco horas da tarde e, depois de percorridas quase quatro léguas por ínvios [intransitáveis] caminhos, às oito horas da noite entrava em Pirenópolis, cujo povo, tendo à frente uma banda de música, autoridades, juízes e outras pessoas gradas [ilustres], festejava o grande acontecimento”.

Depois de meses de transição administrativa, Deodoro da Fonseca nomeia o primeiro governador do Estado de Goiás: Rodolfo Gustavo da Paixão, que assume em fevereiro de 1890. Em novembro daquele ano, Oscar Leal segue em terras goianas. No dia do primeiro aniversário da República, estava em Rio Verde, onde se dirigiu a várias pessoas e conseguiu “festejar a grande data com uma passeata e marche aux flambeaux [procissão iluminada, em francês no original], que teve lugar na mesma noite, estando à frente das principais casas iluminadas”.

Igreja Matriz em Pirenópolis: ao saber que o Brasil havia se tornado uma República, Oscar Leal celebrou na cidade. Crédito: Divulgação.

Brechas na Primeira República

O que mudaria, afinal, com a instauração da República?

Os anos de 1889 a 1930 passaram a ser pejorativamente chamados de República Velha já na Era Vargas (1930-1945), como estratégia para acentuar o contraste entre os dois períodos. Hoje, muitos historiadores optam pelo termo menos valorativo Primeira República, sem deixar de considerá-la uma República oligárquica, isto é, voltada para poucos.

Um dos atestados disso é o total de pessoas que foi às urnas nas dez eleições presidenciais diretas até 1930, um contingente nunca superior a 6% da população.

Analfabetos seguiam não votando desde lei do Império de 1881, e só recuperariam esse direito 107 anos mais tarde. O voto feminino seria permitido apenas em 1932. Em algumas eleições, no Império – embora com votos indiretos e para menos cargos – houve maior participação eleitoral que na República até os anos 1940. Era no mínimo uma ironia em relação à frase do manifesto republicano, antes mencionada, de que o elemento monárquico não poderia coexistir com o elemento democrático.

Além disso, os primeiros anos da República foram de instabilidade – de “entropia”, segundo o cientista política Renato Lessa. Houve duas revoltas da Marinha (ou Armada, como era então chamada), além da Revolução Federalista, no Rio Grande do Sul, de Canudos, na Bahia, e de uma política econômica eufórica que multiplicou a oferta de moeda nacional, de compras de ações e de aberturas de empresas inconsistentes antes de multiplicar falências, o chamado Encilhamento.

Primeiro presidente eleito de forma direta (Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto foram eleitos pelo parlamento), Prudente Morais sofreu, em 1897, um atendado que matou seu ministro da Guerra. Só a partir de então, e sobretudo no governo seguinte, de Campo Sales, a Primeira República entraria em anos menos turbulentos.

Nesses anos, os brasileiros começaram a tatear a experiência republicana. “Investigações atuais têm revelado que na República Oligárquica brasileira havia espaço para experiências democráticas, para a ascensão de algumas minorias e para a expansão da cidadania”, afirma a historiadora Cláudia Viscardi no Dicionário da República. Havia “brecha para a intervenção de outsiders [indivíduos que não pertencem a um grupo determinado]”, pontua.

No período, ela explica, “as oposições ou as minorias alijadas do poder tinham assegurados três canais de manifestação de interesses”, que eram as eleições diretas para todos os níveis, a liberdade de imprensa e o direito à associação. Os processos eleitorais, como se sabe, tinham “inúmeras tentativas de controle”, mas “envolviam uma certa competitividade entre os pares”, com “brechas para que oligarquias dissidentes conseguissem ser eleitas”.

A imprensa, por sua vez, atuava “como importante ator político”, e o associativismo se traduzia em “greves, motins, uso da Justiça, pressão sobre lideranças políticas, reuniões, comícios, conferências, entre outras modalidades de manifestação”. Assim, complementa Viscardi, a ideia de uma “sociedade apática e desmobilizada, formada por indivíduos apartados, tem sido relativizada ultimamente”.

Doutor em História Social pela Universidade de São Paulo (USP) e professor aposentado da Universidade Federal de Goiás (UFG), Nasr Chaul pondera sobre os limites de uma República “feita de cima para baixo, de um poder centralizado desde a política dos governadores de Campos Sales”, mas ressalta avanços, naqueles anos, na produção de café, no setor de transporte e nas lutas sociais, incluindo a Coluna Prestes.

Em Goiás, particularmente, os avanços se deram “na agropecuária, na larga produção de grãos e gado, fruto também das inúmeras charqueadas surgidas dos trilhos da estrada de ferro e das várias estradas vicinais”. A estrada de ferro, no caso, era a inaugurada em 1913 em Catalão, que trouxe “um surto de desenvolvimento ao sul e, potencialmente, ao sudoeste” do Estado.

Questionado se as brechas para a intervenção de outsiders mencionadas por Cláudia Viscardi existiam também fora dos principais estados, Chaul lembra das diferenças do processo histórico no eixo Rio-São Paulo em relação ao restante do país. Goiás seria marcado, na Primeira República, por “um domínio coronelístico entre grupos que oscilavam no poder e, muitas vezes, faziam composições para efetivar seu poder junto ao governo central”.

Os anos 1930, no Estado, efetivamente significariam uma ruptura. Foi quando se viu a necessidade de “inserir Goiás no projeto nacional”. Grupos com maior potencial econômico que não conseguiam participar do poder político devido à concentração desse em poucas famílias ganhariam seu espaço. Pedro Ludovico, representante do sul e do sudeste goianos, jogaria “todo o seu capital político na construção de uma nova capital”, que seria “moderna, em Art Déco, antítese do passado que se queria sepultar, da velha [cidade de] Goiás e suas referências políticas. Depois emerge a Marcha para o Oeste, Brasília, a rodovia Belém-Brasília…”, destaca Nasr Chaul.

Seguindo com essa aceleração da passagem do tempo, vê-se no Brasil recente o fortalecimento do “elemento democrático” que faltou tanto ao Império quanto a diferentes períodos da República. Nas eleições presidenciais do primeiro turno de 2022, por exemplo, 61% da população brasileira votou. Atualmente, mais de 70% dos brasileiros estão aptos a exercerem o direito de votar.

Autor Assembleia Legislativa do Estado de Goiás


A prefeitura de Uruaçu, por meio da Secretaria Municipal de Educação, divulgou o cronograma oficial de matrículas e rematrículas para o ano letivo de 2026, abrangendo tanto os Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) quanto as escolas que oferecem o Ensino Fundamental na rede municipal.

Para a Educação Infantil, os pais devem realizar a renovação de matrículas nos dias 17, 18 e 19 de novembro de 2025, diretamente nas unidades de ensino. No mesmo período, serão atendidos os alunos do Agrupamento IV (CMEIs) que avançarão para o Jardim I, nas escolas. Pedidos de transferência entre CMEIs podem ser feitos nos dias 24 e 25 de novembro.

Já para o Ensino Fundamental (Jardim I, Jardim II e anos iniciais), o processo de rematrícula dos alunos já matriculados ocorrerá entre 24 de novembro e 4 de dezembro de 2025. As matrículas para novos estudantes serão abertas a partir do dia 8 de dezembro de 2025.

Em termos de requisitos de idade, o município segue a legislação educacional vigente: a matrícula na pré-escola é obrigatória para crianças que completarão 4 anos até 31 de março de 2026, enquanto para ingressar no 1º ano do Ensino Fundamental, é necessário ter 6 anos completos até essa mesma data.

A rede municipal de Uruaçu é parte de um sistema educacional mais amplo. De acordo com dados do portal Escolas.info, a cidade possui 35 escolas, das quais 16 são municipais, o que demonstra a relevância da rede pública local para a comunidade.

 Além disso, a SEDUC de Goiás já investiu mais de R$ 31,5 milhões em melhorias de infraestrutura para 29 escolas da regional de Uruaçu, segundo anúncio oficial.

A prefeitura alerta que o cumprimento dos prazos é essencial para garantir a vaga pretendida e permitir um planejamento mais eficiente para o próximo ano letivo. Segundo a administração municipal, a boa adesão ao calendário de matrícula é estratégica para manter a qualidade do atendimento nas escolas e CMEIs.

Adicionalmente, profissionais da Secretaria Municipal reafirmam que essas ações reforçam o compromisso da gestão com a educação pública, especialmente dada a recente conquista de Uruaçu no Prêmio de Excelência na Alfabetização, que destaca o desempenho de escolas municipais no ensino da leitura e escrita.

Com esse planejamento, a rede municipal se prepara para atender novas demandas e consolidar a expansão da educação infantil e fundamental no município, fortalecendo a base educacional local e promovendo o acesso equitativo à educação para as famílias uruaçuenses.

Autor Rogério Luiz Abreu


Papa destaca importância cultural da experiência cinematográfica em reunião no Vaticano

O Papa Leão 14 recebeu atores e diretores como Cate Blanchett, Viggo Mortensen, Monica Bellucci, Chris Pine e Spike Lee no Vaticano no sábado (15.nov.2025). A audiência, realizada no Salão Clementino, foi a 1ª do tipo na Santa Sé e teve como foco o papel do cinema na sociedade.

Em discurso em italiano, o pontífice afirmou que o cinema tem capacidade de entreter e educar e disse que os grandes diretores sempre reconheceram e exploraram a dor humana com sensibilidade, segundo a BBC.

Durante o encontro, o papa demonstrou preocupação com a queda de público nas salas de cinema. Ele afirmou que a experiência cinematográfica vive um “declínio preocupante” e pediu que instituições do setor cooperem para preservar o valor cultural da atividade.

Leão 14, eleito há 6 meses e 1º norte-americano a ocupar o cargo, tem adotado um estilo mais discreto em comparação ao de seu antecessor, Francisco.

Entre os presentes estavam cineastas como Gus Van Sant, Gianni Amelio e Giuseppe Tornatore, criador de “Cinema Paradiso”. Spike Lee classificou o dia como “grande” e presenteou o papa, nascido em Chicago, com uma camiseta do New York Knicks.

Na 4ª feira (13.nov), o Vaticano já havia divulgado que os filmes favoritos do pontífice incluem “A Noviça Rebelde”, “A Felicidade Não Se Compra” e “A Vida é Bela”.

Copyright Reprodução/Instagram

Da esquerda para a direita, Cate Blanchett, Spike Lee, Tonya Lewis Lee e Viggo Mortensen ouvem o discurso do Papa



Autor Poder360 ·


A cidade de Iporá, na região oeste de Goiás, recebeu, neste sábado, 15, a 27ª edição do programa Deputados Aqui, com serviços sociais e atividades culturais para a população da região. O evento ocorreu no Lago Pôr do Sol e contou com a participação de vários parlamentares estaduais; da prefeita da cidade, Maysa Cunha (Avante); de vereadores e de autoridades locais; além do deputado federal Zacharias Calil (UB). O evento também celebrou, de antemão, o aniversário da cidade, comemorado no dia 19 de novembro.

O presidente da Casa, deputado Bruno Peixoto (UB), ressaltou que todos os serviços ofertados pelo Estado foram gratuitos. Alguns deles, desde quinta-feira, 13. O presidente também lembrou que o Poder Legislativo goiano celebrou 190 anos e frisou que o trabalho de vários homens e mulheres contribuiu para o fortalecimento do Legislativo, possibilitando a oferta de serviços, como o Programa Deputados Aqui.

José Raimundo é cidadão iporaense e veio realizar exames médicos. Ele agradeceu ao Parlamento goiano pela ação e declarou que ações como essa trazem à população o sentimento de valorização. José afirmou que é gratificante ver deputados que promovem ações concretas para a população. “Na época da eleição, todos prometem, mas poucos cumprem. E fazer um dia de ação social na cidade ajuda muita gente, principalmente àqueles que têm dificuldade de ir até Goiânia para resolver alguns problemas.”

Escrituras

A abertura oficial do evento foi marcada por um dos momentos mais aguardados: a entrega de escrituras de imóveis a famílias iporaenses beneficiadas pela regularização fundiária, muitas das quais aguardavam essa documentação há anos. O Parlamento goiano montou uma estrutura nessa área e, em parceria com as prefeituras, oferece esse serviço, possibilitando a entrega do documento a centenas de famílias.

Bruno Peixoto declarou sua paixão pelo programa de regularização fundiária e destacou que a Assembleia Legislativa do Estado de Goiás foi a primeira do Brasil a criar uma secretaria legislativa para tratar do assunto. “A Alego foi a primeira do país a montar essa secretaria e já entregamos mais de quatro mil escrituras. E hoje, quero entregar sete escrituras, que estarão representando a entrega a famílias que estão há mais de 20 anos aguardando”.

Peixoto revelou ainda que a iniciativa surgiu após uma mãe procurá-lo, com receio de deixar os filhos desamparados. “Uma mãe chegou em mim e disse: ‘deputado, eu durmo todas as noites sem saber com quem vai ficar minha casa. Porque, quando eu morrer, eu não tenho um documento e não sei se minha casa vai ficar para os meus filhos, ou se a Prefeitura vai pegar o imóvel de volta’, e aquilo mexeu comigo”.

Por fim, o presidente do Legislativo ressaltou que o programa de regularização fundiária só tem dado resultado graças à parceria com o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), as prefeituras e os cartórios municipais, e que o serviço é totalmente gratuito para quem recebe o documento.

Antônio Nunes, que aguardou por 15 anos pela escritura de sua casa, recebeu, na manhã de sábado, o tão aguardado documento. Emocionado, ele agradeceu à prefeita da cidade e ao deputado Bruno Peixoto.

A prefeita da cidade, Maysa Cunha, declarou sua felicidade pela cidade sediar o evento e destacou a força-tarefa para a entrega da regularização fundiária. “Estou muito feliz. Quando cheguei aqui, eu senti a esperança de vocês e fiquei emocionada. Agradeço a presença de cada um. Este evento marca, também, o início da entrega das escrituras e todos os cidadãos que ainda não têm o documento da regularização fundiária podem procurar nosso estande para darmos entrada nos processos”, frisou.

Ainda, a chefe do Executivo municipal declarou ao presidente Bruno Peixoto que “a cidade de Iporá é grata por tudo que tem feito por nós, mas também somos gratos por sua vida e a de sua família. Reconhecemos seu valor enquanto um homem que se preocupa com o próximo. Você acreditou nesse projeto, acreditou que Iporá precisava de ajuda e, por isso, quero agradecer de forma muito especial”.

Participando do evento, o deputado federal Zacharias Calil (UB) cumprimentou os presentes e parabenizou a prefeita Maysa pela manutenção da cidade. “Quando eu cheguei na cidade e vi esse lago enorme, fiquei feliz, pois meio ambiente é saúde. E aqui, neste espaço, as pessoas podem caminhar, fazer exercícios e cuidar de suas vidas”. O deputado Anderson Teodoro (Avante) agradeceu aos pares pela destinação de emendas e de outros benefícios à cidade e apontou a relevância da ação social para a população, pois ela leva serviços essenciais.

O deputado Mauro Rubem (PT) ressaltou a alegria de dividir a atual Legislatura com o presidente Bruno Peixoto e pontuou que o Parlamento é um espaço democrático, e que a realização do programa aproxima o Poder Legislativo da população, ouvindo as demandas locais e ajustando o que é necessário. O parlamentar lembrou que o evento é realizado simultaneamente ao feriado nacional de Proclamação da República.

Ao participar do evento, a deputada Rosângela Rezende (Agir) frisou que Iporá “voltou a brilhar” e fez coro à população por ter eleito uma mulher como prefeita. A parlamentar, que é odontóloga de formação, declarou que contribuirá para que a gestão da prefeita Maysa adquira novos equipamentos odontológicos e renove os atendimentos públicos ofertados na área.

Também presente nesta edição do programa legislativo, o deputado Paulo Cezar Martins (PL) fez elogios à gestão de Bruno Peixoto à frente do Legislativo, sobretudo por atender às demandas necessárias da comunidade. Ele também parabenizou a gestora da cidade pelo progresso em Iporá.

O deputado Julio Pina (Solidariedade) também participou da ação social realizada em Iporá. Ele declarou que tem um carinho especial pela cidade e que é gratificante estar em um município que apoia o trabalho legislativo. Ele também fez elogios ao Programa Deputados Aqui e disse que “nunca, na história do Poder Legislativo, a Alego foi tão atuante”.

Bruno Peixoto passou a palavra ao deputado Karlos Cabral (PSB), que falou em nome do Parlamento e encerrou as falas. O parlamentar fez cumprimentos aos presentes e parabenizou a prefeita Maysa, primeira mulher a assumir a Prefeitura de Iporá. Ele agradeceu aos vereadores, às autoridades religiosas, aos servidores do Poder Judiciário da cidade e às forças de segurança que atuaram para que o evento ocorresse sem intercorrências.

Cabral também ressaltou a força do evento, sobretudo pela oferta simultânea de diversos serviços em um único dia e no mesmo local. Por fim, agradeceu a presidência de Bruno Peixoto, sobretudo pela escuta ativa junto aos demais parlamentares. Encerrando seu pronunciamento, o parlamentar declarou que “a união é a chave que manterá Iporá na trilha de progresso”.

Homenagens

Após a entrega das escrituras, o evento foi palco de momentos solenes. Primeiro, ocorreu a formatura dos bombeiros mirins da cidade. Ao prestarem o juramento, as crianças declararam que “ajudar o próximo é uma das coisas mais bonitas que existem”. Elas agradeceram aos bombeiros de Iporá por todas as instruções ao longo da formação e classificaram o pelotão como “homens de coragem”.

Na sequência, foi entregue o Certificado do Mérito Legislativo a diversas personalidades e autoridades locais, pelos serviços relevantes prestados ao Estado de Goiás e à cidade de Iporá. O diretor Legislativo da Casa, Thiago Albernaz, declarou que o certificado é um reconhecimento a homens e mulheres “que atuam, dia após dia, em benefício da cidade”.

Serviços

Entre os principais atendimentos ofertados aos iporaenses, destacaram-se as consultas odontológicas e com clínico geral. Além delas, houve consultas de oftalmologia e a realização de exames, como ultrassonografias, mamografias, auriculoterapia e outros exames de outras especialidades médicas.

O bem-estar e a saúde dos animais também foram objeto de atenção no Deputados Aqui em Iporá. O programa ofereceu castração gratuita para cães e gatos machos.

Com a parceria entre a Assembleia Legislativa e órgãos estaduais, como o Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) e a Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO), foram emitidos documentos importantes para o exercício da cidadania. O Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) também participaram, com oficinas e orientações, assim como o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-GO), que promoveu atividades relacionadas ao campo e à feira do produtor rural.

A parceria com a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) promoveu a consciência ambiental e ecológica e distribuiu gratuitamente mudas de plantas nativas.

As crianças também não ficaram de fora, e vários brinquedos foram instalados para a diversão dos pequenos, como um touro mecânico e uma guerra de cotonete inflável.

A próxima edição do Programa Deputados Aqui ocorrerá na quarta-feira, 19, em Nerópolis. 

Autor Assembleia Legislativa do Estado de Goiás


O deputado estadual Paulo Cezar Martins (PL) deu um passo decisivo para deixar o Partido Liberal e retornar ao MDB, após movimento articulado pelo vice-governador Daniel Vilela como parte da sua estratégia para as eleições de 2026. A mudança foi discutida em um encontro no Palácio das Esmeraldas, na última quinta-feira (13/11), com a presença do governador Ronaldo Caiado (União Brasil).

Durante a reunião, Paulo Cezar destacou que pretende contribuir diretamente para o projeto de Daniel Vilela, considerado por ele a liderança responsável por conduzir Goiás no próximo ciclo político:

“O vice-governador me fez enxergar a importância de uma gestão séria, com foco no trabalho. Quero ajudá-lo a ser governador”, afirmou.

O parlamentar reconheceu que, no passado, defendia que o MDB lançasse candidatura própria ao governo, posição que não prevaleceu à época. Ele afirmou ter adotado um discurso mais crítico, mas sem romper sua relação com Caiado. “Nunca houve desavença. Sempre respeitei o governador eleito e reeleito democraticamente pelos goianos”, disse.

Segundo Paulo Cezar, o próprio Daniel atuou para reaproximá-lo do grupo governista: “Eu não faço política com fígado, com radicalismo”, declarou. Ele destacou ainda sua antiga ligação com a família Vilela e o legado político de Maguito: “O Daniel herdou do pai muitas qualidades boas. É jovem, tem formação intelectual e desprendimento, mas, acima de tudo, tem pedigree”, pontuou.

Com seis mandatos na Assembleia Legislativa, o deputado reforçou que sua atuação política se orienta pelo diálogo. Citando Roberto Campos, afirmou: “Sobram construtores de muros. Precisamos urgentemente de construtores de pontes”. A filiação ao MDB deve ocorrer entre março e abril de 2026, durante a janela partidária autorizada pelo TSE.

Esvaziamento do PL em Goiás

A saída de Paulo Cezar Martins representa mais um revés para o PL, presidido no Estado pelo senador Wilder Morais. Em menos de um ano, a sigla perdeu metade dos 26 prefeitos eleitos em 2024, além de lideranças regionais e quadros estratégicos.

Internamente, dirigentes reconhecem que a indefinição do partido para 2026, especialmente sobre candidatura própria ao governo, tem ampliado a migração de filiados para grupos com maior alinhamento ao Palácio das Esmeraldas.

A provável ida de Paulo Cezar Martins ao MDB fortalece a base governista em torno de Daniel Vilela e aprofunda a reorganização partidária em Goiás às vésperas de 2026. O movimento reforça o capital político do vice-governador, ao mesmo tempo em que evidencia a dificuldade do PL em manter coesão interna e projetar um caminho eleitoral próprio no Estado. O período pré-janela partidário tende a intensificar esse reposicionamento entre legendas que buscam ampliar espaço no tabuleiro sucessório para o próximo pleito.

Autor Rogério Luiz Abreu