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5 de fevereiro de 2025
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Equipe durante buscas de desaparecidos no Parque Terra Ronca, em Goiás — Foto: Divulgação/Semad

Um dos quatro turistas que passou a noite desaparecido depois de entrar em uma caverna no Parque Terra Ronca, em Posse, no nordeste do estado, falou sobre os apuros que o grupo passou. O turista também orientou para que ninguém entre na caverna sem o auxílio de um guia turístico .

“Nós passamos apuros, passamos frio. Tivemos que nos virar”, afirmou.

‘É importante vir com um guia, mesmo as pessoas que acham que tem experiência”, alertou.

Segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), os turistas entraram no parque às 14h20 de domingo (30) sem nenhum guia turístico e apenas com as lanternas dos celulares. Os turistas conseguiram falar com os familiares pela última vez no mesmo dia, por volta das 22h30. São eles:

  • Alípio Serra Neto
  • Victor Gabriel Alves e Silva
  • Danilo Maia Barcelos
  • Gustavo Pereira Leite

Conforme a Semad, um dos turistas é um idoso de 64 anos com mobilidade reduzida. Os outros três são homens com idade entre 23 e 30 anos. Um deles sofreu queda de moto há dois dias e está com o joelho lesionado.

Um vídeo divulgado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) mostra as equipes de buscas correndo momentos antes de encontrarem os turistas (assista abaixo). Apesar do susto, eles foram resgatados bem e sem ferimentos.

Vídeo mostra equipe de buscas correndo para encontrar turistas que desapareceram

De acordo com a Semad, o parque foi criado em 1989 e delimitado em 1996. Ele conta com cavernas, espécies de fauna e flora ameaçadas de extinção, rios, cachoeiras e sítios ecológicos.

Em 2023, a Semad aprovou o Plano de Manejo Espeleológico do Parque Estadual de Terra Ronca (Peter), um documento que estabelece normas para o zoneamento e uso de cavernas no parque. A estimativa é que no interior do Peter, um dos conjuntos espeleológicos mais importantes da América do Sul, existam mais de 200 cavernas.

Caverna Terra Ronca 1, em Posse, Goiás — Foto: Clenon Ferreira/O Popular

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VÍDEOS: últimas notícias de Goiás

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Espécie mede cerca de dois centímetros e tem hábitos diurnos. — Foto: Divulgação / Instituto Boitatá

Rápido e arisco. Assim é definido o sapo-foguetinho, espécie de anfíbio que foi registrada em Goiás em 1970, e desde então, não foi localizada em nenhuma outra parte do mundo. Pesquisadores goianos realizam estudo para garantir a preservação do animal e torná-lo símbolo da luta pela conservação do Cerrado.

O projeto Sapo-foguetinho do Cerrado teve início em 2021, quando a espécie estava ameaçada de extinção. Para Gabryella Mesquita, pesquisadora envolvida no projeto, identificar e proteger o sapo-foguetinho é também preservar o bioma. “Conhecemos pouquíssimas populações que estão em locais muito propícios ao desmatamento. Temos muitas espécies em risco em um ambiente extremamente ameaçado, que é o Cerrado”, considerou a pesquisadora do Instituto Boitatá.

Mesquita considerou ainda a execução de ações de preservação do sapo-foguetinho também podem proteger outras espécies. “Quando traçamos ações de proteção para um anfíbio, estamos protegendo todo o ambiente onde ele vive e protegendo também outras espécies”, avaliou.

Veio daí a ideia de tornar a espécie símbolo de preservação do bioma Cerrado. “Muitas vezes, os anfíbios são vistos como bichos asquerosos, nojentos, feios. Queremos mudar esse pensamento e mostrar que não temos só o lobo-guará, a onça pintada, o tamanduá bandeira, que são maravilhosos. Temos também um sapinho que representa a riqueza da nossa biodiversidade”, argumentou.

Sapo-foguetinho pode virar símbolo da luta pela conservação do cerrado

Em 2014, o sapo-foguetinho entrou para a lista nacional oficial de espécies da fauna brasileira ameaçadas, e foi classificado como espécie “em perigo” de extinção. Em 2022, a lista foi atualizada e a espécie mudou para o status “quase ameaçado”, graças a estudos que permitiram identificar e registrar localizações onde o sapo está presente.

No entanto, a pesquisadora Gabryella Mesquita alerta que, apesar do menor risco de desaparecimento, os esforços para proteger a espécie não podem parar. “Se comparado a ecossistemas como a Amazônia e a Mata Atlântica, o Cerrado é um bioma que recebe pouca atenção em relação a políticas públicas de conservação”, pontuou.

Espécie desapareceu de área da zona rural de Goiânia, onde já havia sido registrada. — Foto: Divulgação / Instituto Boitatá

Dentro do projeto “Sapo-Foguetinho do Cerrado”, cerca de 15 pesquisadores e voluntários trabalham para conhecer os hábitos e mapear onde estão populações da espécie. Além dos locais onde já há registros do animal, o grupo do Instituto Boitatá busca áreas úmidas e de mata fechada para verificar a presença de exemplares da espécie. Ao todo, foram visitadas mais de 60 localidades em Goiás.

“Encontramos algumas populações que já eram conhecidas, como a da Reserva Natural Serra do Tombador, no nordeste de Goiás. Mas também registramos populações até então desconhecidas, como a que encontramos em Pirenópolis em 2023”, relatou.

Gravador automático monitora coaxar do sapo-foguetinho, que não permite aproximação — Foto: Divulgação / Instituto Boitatá

Conhecido internacionalmente como Goiás Rocket Frog, o sapo-foguetinho mede cerca de dois centímetros e tem hábitos diurnos, diferente da maioria dos sapos anuros, que tem hábitos noturnos. “Essa espécie é diferente do comum porque canta durante o dia, no início da manhã e no fim da tarde”, explicou a pesquisadora Gabryella Mesquita.

A bióloga também explicou que a espécie é muito rápida e arisca. “Escutamos ele à distância e quando entramos na mata, mesmo sem ainda chegarmos perto dele, ele para de cantar e sai pulando”, relatou.

Assim, é preciso instalar gravadores automatizados que são acionados de hora em hora e que registram o coaxar do sapo-foguetinho. “Ainda não sabemos, por exemplo, se ele canta o dia inteiro, ou o ano inteiro, ou mais no início ou no meio ou no final da estação chuvosa. Fazemos esse monitoramento acústico justamente para entender como a atividade de vocalização afeta a vida e a reprodução da espécie.

De acordo com informações do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios (RAN), o Brasil é o país com maior concentração de espécies de anfíbios registrada em todo o mundo. De um total de mais de 8,4 mil espécies, mais de 1,2 mil foram registradas em território brasileiro. “Cerca de 190 dessas mais de 1,2 mil espécies, estão ameaçadas de extinção””, pontuou Mesquita.

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