ANDRÉ FONTENELLE
PARIS, FRANÇA (FOLHAPRESS) – Assim que a polonesa Iga Swiatek ganhou o primeiro ponto da final deste sábado (8) contra a italiana Jasmine Paolini, um gaiato gritou em francês, da arquibancada da quadra central de Roland Garros: “Vai, Jasmine, ainda não acabou!”
Ainda não tinha acabado, claro, mas poucos tinham dúvida sobre o desfecho da final feminina do Aberto da França. Em apenas 68 minutos, Swiatek saiu vencedora com parciais de 6/2 e 6/1.
É o terceiro triunfo consecutivo de Swiatek, 23, em Roland Garros, e o quarto em cinco anos. Ela só tem mais um título de Grand Slam, o Aberto dos EUA de 2022.
A hegemonia da polonesa na quadra francesa levou a uma inevitável comparação com o “rei do saibro”, o espanhol Rafael Nadal, quatorze vezes campeão em Roland Garros. Este ano, prejudicado por lesões e cirurgias, Nadal, 38, foi eliminado na primeira rodada, naquela que pode ter sido sua última participação no torneio.
A imprensa francesa cunhou até um verbo para definir o domínio de Swiatek: disseram que ela está “nadalizando” Roland Garros. Este ano, ela chegou a vencer uma partida por 6/0 e 6/0. Perdeu apenas um set em todo o torneio, na segunda rodada, contra a japonesa Naomi Osaka.
Foi, porém, um enorme susto: Osaka, ex-número 1 do mundo, chegou a estar a um ponto da vitória. A polonesa precisou mostrar outra de suas qualidades, a resiliência, para virar a partida.
Na primeira vez que ouviu o neologismo, Swiatek não entendeu direito. Depois da explicação, se disse honrada: “Nunca esperaria que alguém me comparasse a Rafa. É bacana ser mencionada na mesma frase que ele.”
A número 1 do mundo atribui sua afinidade com Roland Garros à lentidão do piso de saibro. “Eu posso me defender melhor e tenho mais tempo para atacar.”
A sorridente Paolini, 28, número 15 do mundo, que disputava sua primeira final de Grand Slam e em Roland Garros nunca passara da segunda rodada, defendeu-se com bravura.
A italiana chegou a quebrar o serviço da adversária já no terceiro game e liderar por 2/1. Mas Iga devolveu a quebra logo depois e venceu todos os demais games do primeiro set.
Distribuindo paralelas e cruzadas e fazendo a pequena italiana (1,63 metro) correr de um lado para o outro da quadra, Swiatek não demonstrou a menor piedade. “Iga para presidenta!”, gritou um fã, provavelmente polonês, a dois games do final.
O público parisiense, mais animado este ano que de costume, a ponto de terem proibido bebidas alcoólicas nas arquibancadas no meio do torneio, incentivou a azarã o quanto pôde. Mas a sensação de inevitabilidade tomou conta rapidamente de Roland Garros.
O tri consecutivo da polonesa é um feito raro. Na era profissional, desde 1968, apenas duas mulheres venceram Roland Garros três vezes seguidas: a iugoslava (nascida na Sérvia) Monica Seles (1990 a 1992) e a belga Justine Henin (2005 a 2007). A recordista de títulos é a americana Chris Evert, com sete.
Desde que o torneio se tornou internacional, em 1925, nunca houve uma campeã quatro vezes consecutivas. Duas francesas conseguiram o tetra antes disso, Jeanne Matthey (1909-12) e Suzanne Lenglen (1920-23).
Neste domingo, Roland Garros terá um campeão masculino que não se chama Rafael Nadal ou Novak Djokovic pela primeira vez desde o suíço Stan Wawrinka, em 2015. Disputam a final o espanhol Carlos Alcaraz e o alemão Alexander Zverev.
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