14 de novembro de 2025
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No encerramento da Cúpula de Líderes, presidente avalia que houve retrocesso no pacto climático e pediu que economias ricas financiem ações em países em desenvolvimento

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encerrou nesta 6ª feira (7.nov.2025) a Cúpula de Líderes, em Belém (PA), com um balanço dos 10 anos do Acordo de Paris e afirmou que a saída para a crise climática depende de uma governança global efetiva.

Não existe solução para o planeta fora do multilateralismo“, afirmou o petista na 3ª sessão temática da Mesa de Líderes, dedicada ao tema “10 Anos do Acordo de Paris: NDCs e Financiamento”. Lula foi crítico ao avaliar que “o mundo ainda está distante de atingir o objetivo do Acordo de Paris“.

Estamos realmente fazendo o melhor possível? A resposta é: ainda não“, disse o petista. A presidência brasileira buscou reforçar a implantação efetiva do acordo. 

Um dos pontos centrais foi a cobrança por financiamento climático adequado. Lula defendeu instrumentos de troca de dívida por ação climática e propôs a tributação de super-ricos e corporações multinacionais para obter recursos. 

O chefe do Executivo brasileiro criticou o fato de a maioria dos recursos ainda ser oferecida sob a forma de empréstimos. “Não faz sentido, ético ou prático, demandar a países em desenvolvimento que paguem juros para combater o aquecimento global“, disse.

Lula pediu o alinhamento das NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas) à Missão 1.5, compromisso assumido em Dubai. Também citou o Mapa do Caminho Baku-Belém, aprovado em 2024, como exemplo de “vontade política”. Esse instrumento estabelece US$ 1,3 trilhão anuais para mitigação e adaptação.  

Sem meios de implementação adequados, exigir ambição dos países em desenvolvimento é injusto e irrealista“, declarou.

CONSELHO DO CLIMA

O petista voltou a propor a criação de um Conselho do Clima, ideia que já apresentou ao G20 e à Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). “É uma forma de dar ao desafio da implementação a estatura política que ele merece“, afirmou. Dessa forma, Lula se alinha a outros líderes responsáveis pela elaboração do Acordo de Paris.

Laurent Fabius, presidente da COP21 e atual chefe do Círculo dos Presidentes da conferência climática, também defendeu a cooperação internacional: “Sabemos os obstáculos, mas devemos ficar com o multilateralismo.

AUSÊNCIAS

A Cúpula de Líderes foi marcada pela ausência dos Estados Unidos e da Argentina. O governo norte-americano se retirou do Acordo de Paris em janeiro de 2025, durante o 2º mandato do presidente Donald Trump (Partido Republicano). O país é o 2º maior emissor de gases de efeito estufa do planeta.

A Argentina também anunciou sua saída neste ano, sob o governo de Javier Milei (La Libertad Avanza, direita), em alinhamento com políticas de incentivo aos combustíveis fósseis.

Nos bastidores da cúpula, a avaliação é de que as tensões geopolíticas podem levar o governo de Narendra Modi a rever sua permanência no acordo – e sem Estados Unidos e Índia, o Acordo de Paris perde sustentação política e sentido prático.

Fabius reconheceu que seria difícil reproduzir o Acordo de Paris no contexto atual. “Hoje, é possível? Infelizmente, não”, afirmou o ex-ministro francês.

O ACORDO DE PARIS

O Acordo de Paris foi assinado em 12 de dezembro de 2015, durante a COP21, na França. É um dos maiores tratados climáticos globais da história, unindo quase todos os países em torno da meta de manter o aquecimento global bem abaixo de 2 °C em relação aos níveis pré-industriais, com esforços para limitá-lo a 1,5 °C.

Atualmente, 195 países e a União Europeia fazem parte. O tratado estabelece que cada país deve definir suas próprias metas de redução de emissões, conhecidas como NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas). A cada 5 anos, essas metas devem ser revistas e se tornar mais ambiciosas.

O acordo substituiu o antigo Protocolo de Kyoto e introduziu uma lógica mais inclusiva.  As conferências da ONU sobre clima são o principal espaço de acompanhamento e cobrança desses compromissos.

Além da meta de limitar o aquecimento global, o Acordo de Paris estabelece 3 objetivos centrais:

  • Mitigação – reduzir as emissões de gases do efeito estufa para estabilizar o clima;
  • Adaptação – fortalecer a capacidade dos países de lidar com os impactos das mudanças climáticas;
  • Financiamento climático – assegurar apoio financeiro e tecnológico a países em desenvolvimento para implementar ações sustentáveis.

Cúpula de Líderes

A Cúpula de Líderes (formalmente chamada de Cúpula do Clima de Belém) é uma inovação no universo das COPs. Realizada em 6 e 7 de novembro como encontro preparatório de alto nível, tem participação de mais de 40 chefes de Estado e representantes de cerca de 140 países. Leia nesta reportagem a lista de autoridades confirmadas no evento.

Organizado pela Presidência brasileira, o encontro tem caráter político e não deliberativo. O objetivo é orientar o debate e preparar o terreno para as negociações oficiais que serão feitas na COP. Lula afirmou que o objetivo é enfrentar as divergências e que as palavras dos líderes serão a bússola da jornada a ser percorrida pelas delegações nas próximas duas semanas.

Nesta 6ª feira (7.nov), logo depois a foto oficial, os trabalhos começaram com uma sessão plenária sobre mudanças climáticas. Depois, Lula abriu uma mesa sobre transição energética e defendeu a criação de um fundo com o dinheiro do petróleo para financiar essa mudança. 

Os compromissos de Lula incluíram ainda encontros bilaterais. Lula se reuniu com o primeiro-ministro da Alemanha, Friedrich Merz; com Daniel Chapo, presidente de Moçambique; e com o primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro.



Autor Poder360 ·


O Brasil encerrou sua participação nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024 com uma campanha histórica e inédita. A delegação brasileira conquistou 89 medalhas, sendo 25 de ouro, o que garantiu ao país o quinto lugar no quadro geral de medalhas, a melhor posição de sua história, ficando atrás apenas de China, Grã-Bretanha, Estados Unidos e Holanda em número de pódios.

No último dia da competição, neste domingo (08/09), o país garantiu três medalhas importantes. Fernando Rufino e Igor Tofalini fizeram dobradinha nos 200m da canoa VL2, conquistando ouro e prata, respectivamente. Taynara Medeiros, no halterofilismo, também brilhou ao levar o ouro na categoria até 86 kg, estabelecendo um novo recorde paralímpico ao levantar 156 kg.

Com essa campanha, o Brasil superou seu desempenho em Tóquio 2021, onde conquistou 72 medalhas, sendo 22 de ouro. Em Paris, além das 25 medalhas douradas, a delegação brasileira conquistou 26 pratas e 38 bronzes. O atletismo e a natação foram os grandes destaques, acumulando o maior número de medalhas para o Brasil: 36 e 26, respectivamente.

O judô também surpreendeu e foi fundamental para o Brasil atingir o recorde. Nos últimos dias de competição, a modalidade garantiu quatro ouros, consolidando a liderança brasileira nessa categoria. Atletas de 16 estados e do Distrito Federal subiram ao pódio, demonstrando a diversidade de talentos paralímpicos pelo país.

Outro destaque foi Gabriel Araújo, nadador brasileiro que ganhou três ouros nas provas de 50 m e 100 m costas, além dos 200 m livre, todos na classe S2. Carol Santiago também fez história com três ouros na natação, destacando-se nas provas de 50 m livre, 100 m costas e 100 m livre na classe S12.

No atletismo, Jerusa Geber conquistou dois ouros nos 100 m e 200 m da classe T11, enquanto Petrúcio Ferreira brilhou nos 100 m da classe T47. A natação, o atletismo e o judô foram as modalidades com os maiores números de medalhas douradas.

Autor Agatha Castro