3 de outubro de 2025
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Com isenção até R$ 5.000, Brasil terá só 16% da população pagando IRPF, um dos menores percentuais do mundo; cerca de 11 milhões de pessoas deixarão de declarar

O Imposto de Renda deixará de ser pago por cerca de 11 milhões de pessoas em 2026 na comparação com 2025. A Câmara aprovou na 4ª feira (1º.out.2025) a isenção para quem recebe até R$ 5.000 mensais. O Senado deve dar o aval à proposta nos próximos dias. Era uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Com a mudança, a base de pagadores de Imposto de Renda do Brasil deve cair da casa dos 44 milhões em 2025 para perto de 34 milhões em 2026. O dado é uma projeção do Poder360 feita com base em estimativas de isentos divulgadas pelo governo. Já considera o crescimento orgânico da base de declarações (média de 1,1 milhão em 2023 e 2024).

O número atualizado de declarantes voltará ao nível de 2020, na pandemia. As pessoas beneficiadas com a nova proposta deixarão de pagar imposto a partir de 1º de janeiro do ano que vem, mas só serão obrigadas a enviar suas declarações em 2027.

66ª POSIÇÃO GLOBAL

Em 2022, o Brasil ocupava a 66ª posição em um ranking de 139 países por proporção de pagadores de Imposto de Renda X população. Não há dados comparativos disponíveis mais atualizados do que esses.

Os dados de 2022 estão elencados em um relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) que usa informações da International Survey on Revenue Administration. Com a nova isenção do IR, o país tende a piorar de posição.

No infográfico abaixo, percebe-se que, geralmente, quanto maior a proporção da população pagando impostos sobre a renda, mais desenvolvido é o país:

Infográfico mostra o nº de pagadores de impostos com novo IR

O percentual mais elevado que a média em alguns países pode ser explicado pela universalização do cadastro e pela retenção na fonte dos impostos sobre a renda. Isso acontece em economias nórdicas, por exemplo. Todos que trabalham e recebem pensão, benefício tributário ou juros entram nos sistemas de declaração, mesmo que no fim recebam dinheiro de volta ou não paguem nada ao governo.

Como já mostrou o Poder360, a isenção do Imposto de Renda até R$ 5.000 beneficiará com força as regiões Sul e Sudeste, que têm mais trabalhadores formais e são historicamente mais ricas.

Deixarão de pagar o IR de 10 milhões a 11 milhões de pessoas, segundo o governo. Outros cerca de 5 milhões a 6 milhões terão desconto por receberem na faixa de R$ 5.000 a R$ 7.350 por mês.

Essa isenção é uma promessa de campanha de Lula. Não houve cálculo para se chegar a esse valor redondo de R$ 5.000. Foi uma decisão política do petista.

PROMESSA DE CAMPANHA

Uma das principais promessas de Lula, a isenção do IR foi mencionada pelo petista ao menos 20 vezes durante a campanha, depois de ele ser eleito e já no cargo:


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Autor Poder360 ·


O Rio Araguaia atingiu neste mês de agosto, em Nova Crixás, o menor nível já registrado para o mês em quase 30 anos de medições do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo). Em Aruanã e Aragarças, a situação também preocupa, com cotas críticas, ainda que não recordistas. Além do Araguaia, outros rios importantes do Estado também registram índices preocupantes devido à estiagem prolongada.

De acordo com o levantamento do Cimehgo, o Rio Paranã, em Flores de Goiás, está próximo do menor nível histórico para agosto. Já os rios Meia Ponte, Vermelho e Turvo apresentam cotas abaixo da mediana, o que reforça os impactos da falta de chuvas. A exceção é o Rio Saia Velha, em Valparaíso de Goiás, que mantém índices acima da normalidade para o período.

A estiagem, que já chega a 110 dias sem chuvas em regiões do norte e oeste goiano, tem causado reflexos diretos no abastecimento, no ecossistema e também no agronegócio. A situação exige atenção redobrada das autoridades ambientais e de saúde, uma vez que a seca prolongada potencializa os riscos de queimadas e problemas respiratórios.

Previsão do tempo e baixa umidade

Segundo o boletim do Cimehgo, a semana será marcada por temperaturas elevadas e baixa umidade relativa do ar em praticamente todo o território goiano. Em Goiânia, a máxima deve chegar a 34 °C, enquanto em Jataí os termômetros variam entre 14 °C e 35 °C. No Norte, Porangatu pode alcançar 37 °C, e em Catalão, no Leste, a previsão é de até 31 °C.

A umidade relativa do ar deve cair abaixo de 20%, patamar considerado crítico para a saúde. A combinação de baixa umidade, calor intenso e grande amplitude térmica favorece problemas respiratórios e exige cuidados redobrados da população, como hidratação constante e evitar atividades físicas nos horários mais quentes.

Risco de queimadas

O boletim também alerta para o risco máximo de incêndios em Goiás. De acordo com o gerente do Cimehgo, André Amorim, a combinação do chamado “fator 30-30-30”, com temperaturas acima de 30 °C, umidade abaixo de 30% e ventos superiores a 30 km/h, coloca 158 municípios em situação crítica.

Entre as áreas mais vulneráveis estão unidades de conservação como o Parque Estadual dos Pireneus, a Serra de Caldas Novas e a Floresta Estadual do Araguaia.

O Cimehgo reforça a necessidade de uso racional da água e de medidas preventivas contra queimadas. A recomendação é evitar qualquer ação que possa gerar focos de fogo e adotar cuidados básicos com a saúde, como manter ambientes úmidos e evitar exposição prolongada ao sol.

Autor Rogério Luiz Abreu


Volume no principal sistema do Brasil, o Sudeste/Centro-Oeste, é de 56%; número acendem alerta para piora em outras usinas

O nível de 4 das principais hidrelétricas do país está na casa dos 20%. Duas das usinas com o pior cenário estão no sistema Sudeste/Centro Oeste, e as outras no Sul e no Norte. O volume mais baixo é o da usina de Serra do Facão, localizada entre municípios de Goiás e Minas Gerais. Está em 21,88% –o menor nível desde sua inauguração, em 2010.

Os dados são do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), atualizados pela última vez na 4ª feira (28.ago.2024). Os números eram esperados para o período de estiagem, mas acendem o alerta para patamares ainda menores nos próximos meses. Parte do Brasil vive a pior seca em 44 anos.

O volume do sistema Sudeste/Centro-Oeste é de pouco mais da metade (56,53%). No agosto de 2023, estava em quase 80%. O sistema reúne 70% dos reservatórios do Brasil e serve de referência para o país. Nele, está a usina de Furnas, um termômetro para a situação energética nacional. O nível do reservatório é de 51%.

Em geral, os volumes caíram nos sistemas de todas as regiões do país. No Norte, Nordeste e Sul os níveis, apesar de medianos, são os menores desde a crise hídrica de 2021. A comparação é feita de agosto de 2023 até o mesmo mês deste ano.

Na 4ª feira (28.ago), a afluência dos rios que chegavam às hidrelétricas era 62,44% da média histórica no SIN (Sistema Interligado Nacional). É a menor taxa também desde 2021, quando o percentual foi de 44,39%.

O Brasil enfrenta um cenário de estiagem prolongada em quase todas as suas regiões. O leste do Mato Grosso do Sul, o oeste do Mato Grosso, o sudoeste de Goiás, o Triângulo Mineiro e o norte de São Paulo são as áreas mais afetadas, de acordo com estudo do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais).

Na região amazônica, a falta de chuvas já é constante há 1 ano.

USINAS EM ALERTA

O volume das hidrelétricas é medido pela EAR (Energia Armazenada), que representa a energia associada ao volume de água disponível nos reservatórios que pode ser convertida em geração na própria usina.

Eis os destaques:

  • hidrelétrica Serra do Facão, na bacia do rio Paranaiba – representa 3% do subsistema Sudeste/Centro-Oeste. Tem o menor nível desde sua inauguração, em 2010. Antes, o patamar mais baixo foi em 2017 (25%). Caiu de 39,59% para 21,88% de agosto de 2023 para o mesmo mês deste ano;

  • hidrelétrica de Jurumirim, na bacia do rio Paranapanema – representa 2% do subsistema Sudeste/Centro-Oeste. Tem o menor nível desde 2001. O volume mais baixo foi de 14,75%, em 2000. Caiu de 67,51% para 22,08% de agosto de 2023 para o mesmo mês deste ano;

  • hidrelétrica de Mauá, na bacia do rio Paranapanema – representa 1,2% do subsistema Sul. Tem o menor nível desde 2021, quando atingiu seu volume mais baixo (17,7%). Teve queda drástica de agosto de 2023 (90,79%) para o mesmo mês deste ano (25,82%);

  • hidrelétrica de Balbina, na bacia do rio Amazonas – representa 5,13% do subsistema Norte. Tem o menor nível desde 2016. O volume caiu de 73,2% para 28,6% de agosto de 2023 para o deste ano.

Outros destaques

Poder360 lista abaixo:

  • Sudeste/Centro-Oeste – a hidrelétrica de Furnas, na bacia do rio Grande. O reservatório representa 17% do sistema Sudeste/Centro-Oeste com pouco mais da metade (51,13%) de volume;
  • Sul – a hidrelétrica de Santa Clara do Paraná, na bacia do Iguaçu. O reservatório tem só 31,94% do seu volume;
  • Nordeste – o sistema está a 56,78%. Na bacia do rio São Francisco, a hidrelétrica de Sobradinho, que representa mais da metade (58,23%) do Nordeste, tem nível de 54,74%. A hidrelétrica de Três Marias, que também compõe parte considerável (31%) da bacia, está a 55%. 

Em julho, o ONS enviou uma carta às térmicas pedindo “prontidão” para assegurar o abastecimento de energia elétrica. O acionamento é feito para assegurar a preservação de recursos hídricos em caso de estiagem.



Autor Poder360 · Luísa Carvalho