Mercado mantém projeção de inflação alta e crescimento econômico modesto para 2025, aponta Boletim Focus
Lidiane 9 de abril de 2025
As expectativas do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos do Brasil em 2025 permaneceram estáveis, segundo a nova edição do Boletim Focus, divulgada nesta segunda-feira (07/04) pelo Banco Central (BC). A estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) é de crescimento de 1,97%, enquanto a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deve fechar o ano em 5,65% — acima do teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional.
A pesquisa é baseada na opinião de analistas de bancos, gestoras e consultorias econômicas, que enviam semanalmente suas previsões ao Banco Central.
Inflação permanece acima da meta
A inflação prevista para 2025, em 5,65%, segue acima do limite superior da meta estabelecida pelo governo, que é de 4,5% para o ano. A meta central é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Já para 2026, a projeção caiu para 4,5%, e segue em queda para os anos seguintes: 4% em 2027 e 3,78% em 2028.
A pressão inflacionária tem sido puxada especialmente pelos aumentos recentes nos preços da energia elétrica e alimentos. Em fevereiro, o IPCA teve alta de 1,31%, maior variação para o mês desde 2003, de acordo com o IBGE. No acumulado de 12 meses, a inflação oficial soma 5,06%.
PIB com crescimento modesto
Em relação ao crescimento econômico, o cenário é de estabilidade. A expectativa para a expansão do PIB brasileiro em 2025 permanece em 1,97%, enquanto a projeção para 2026 é de 1,6%. Já para 2027 e 2028, os analistas estimam crescimento de 2% ao ano.
No ano passado (2024), o Brasil teve um desempenho mais robusto, com alta de 3,4% no PIB — o quarto ano consecutivo de crescimento.
Juros devem subir ainda mais em 2025
A taxa básica de juros, a Selic, atualmente fixada em 14,25% ao ano, deve chegar a 15% até o fim de 2025, conforme a projeção dos analistas. Para os anos seguintes, o mercado espera uma queda gradual: 12,5% em 2026, 10,5% em 2027 e 10% em 2028.
Na última reunião, em março, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou a Selic em um ponto percentual, refletindo a preocupação com a inflação persistente, especialmente nos setores de serviços e energia.
Em comunicado, o Copom destacou que a economia brasileira segue aquecida, apesar de sinais de moderação. O órgão também alertou sobre a possibilidade de manutenção da inflação em patamar elevado e indicou que poderá realizar um novo ajuste em menor intensidade na próxima reunião, prevista para maio.
Dólar segue em alta
Outro ponto de destaque do Boletim Focus é a cotação do dólar. A previsão para o câmbio ao final de 2025 está em R$ 5,90, podendo chegar a R$ 5,99 no fim de 2026, o que pressiona ainda mais os preços internos, principalmente de produtos importados e insumos industriais.
Riscos para a economia
Com a inflação acima da meta e juros em alta, o cenário impõe desafios para a retomada econômica. Juros elevados encarecem o crédito e desestimulam o consumo e o investimento, o que tende a desacelerar o crescimento. Por outro lado, a manutenção dos juros altos é vista como necessária para conter a inflação e manter a credibilidade da política monetária.
A combinação de inflação resistente, juros altos, dólar valorizado e crescimento fraco exige atenção redobrada de empresários, investidores e consumidores em 2025.
Mulheres seguem recebendo salários 20% menores que homens no Brasil, mesmo com mais presença no mercado de trabalho
Lidiane 8 de abril de 2025
Mesmo com maior presença no mercado de trabalho, as mulheres brasileiras continuam recebendo, em média, 20,9% a menos que os homens, segundo o 3º Relatório de Transparência Salarial e Igualdade Salarial, divulgado nesta segunda-feira (7) pelos Ministérios da Mulher e do Trabalho e Emprego. A pesquisa analisou mais de 19 milhões de vínculos empregatícios formais em 2024, em mais de 53 mil empresas com 100 ou mais funcionários.
Os dados mostram que, enquanto os homens recebem em média R$ 4.745,53, as mulheres recebem R$ 3.755,01. Quando o recorte é feito entre mulheres negras, a desigualdade é ainda mais grave: o salário médio cai para R$ 2.864,39, ou seja, 52,5% menor do que o salário de homens não negros.
Alta gestão e escolaridade acentuam as desigualdades
Nos cargos de alta gestão, como diretorias e gerências, a diferença é ainda mais acentuada: mulheres recebem 26,8% a menos do que homens nas mesmas funções. A disparidade também cresce entre trabalhadores com nível superior completo, onde as mulheres recebem 31,5% menos que os homens com a mesma escolaridade.
A ministra da Mulher, Cida Gonçalves, afirma que a desigualdade salarial entre homens e mulheres só será superada com mudanças estruturais nas empresas e na sociedade, incluindo a valorização do trabalho feminino e a redistribuição das responsabilidades do cuidado.
Participação feminina cresce, mas renda continua abaixo
Mesmo com essa disparidade, a participação das mulheres no mercado de trabalho cresceu. Em 2015, havia 38,8 milhões de mulheres empregadas; em 2024, o número subiu para 44,8 milhões — crescimento de mais de 6 milhões de vagas. Já o número de homens empregados aumentou em 5,5 milhões no mesmo período, totalizando 53,5 milhões.
Apesar disso, a massa de rendimentos das mulheres permanece proporcionalmente baixa, variando de 35,7% em 2015 para 37,4% em 2024. A subsecretária de Estatísticas do Trabalho do MTE, Paula Montagner, explicou que a estabilidade é reflexo da remuneração menor das mulheres, mesmo com sua crescente inserção no mercado formal.
Mulheres negras e a invisibilidade estrutural
O relatório mostra que houve avanço na contratação de mulheres negras, que passaram de 3,2 milhões para 3,8 milhões no período. Também houve redução no número de empresas com menos de 10% de mulheres negras contratadas, o que é considerado um sinal positivo.
Mesmo assim, o desequilíbrio permanece forte: se mulheres recebessem salários iguais aos dos homens em funções equivalentes, a economia brasileira teria injetado R$ 95 bilhões adicionais em 2024.
Haddad reafirma compromisso com arcabouço fiscal após alta do dólar e turbulência no mercado
Lidiane 25 de março de 2025
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reafirmou nesta segunda-feira (24) o compromisso do governo com o cumprimento das metas do arcabouço fiscal, após sua fala durante um evento promovido pelo Valor Econômico causar oscilações no mercado financeiro e levar o dólar a bater R$ 5,77. Em postagem na rede X (antigo Twitter), Haddad afirmou que há uma tentativa de distorção do que foi dito, e reforçou sua defesa da estrutura atual do marco fiscal.
“Disse que gosto da arquitetura do arcabouço fiscal. Estou confortável com seus parâmetros atuais. E que defendo reforçá-los com medidas como as do ano passado. Para o futuro, os parâmetros podem até mudar se as circunstâncias mudarem, mas defendo o cumprimento das metas do atual governo”, escreveu o ministro.
Fala de Haddad sobre cenário futuro gerou reação imediata no câmbio
Durante o evento, o ministro comentou que, caso a economia brasileira atinja estabilidade na dívida pública, inflação controlada e queda da Taxa Selic, poderá haver espaço para ajustes nos parâmetros do arcabouço, mas sem alterar a estrutura principal do modelo fiscal.
“Quando você estiver numa situação de estabilidade da dívida/PIB, com uma Taxa Selic mais comportada e inflação sob controle, vai poder mudar os parâmetros. Na minha opinião, não deveríamos mudar a arquitetura”, declarou Haddad.
A declaração foi interpretada por parte do mercado como sinal de possível flexibilização das regras fiscais, o que gerou forte oscilação no câmbio nas primeiras horas do pregão. O dólar chegou a atingir R$ 5,77 às 9h45, desacelerou para R$ 5,73 após o esclarecimento do ministro, mas voltou a subir durante a tarde após Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, anunciar a intenção de aplicar uma tarifa adicional de 25% sobre países que comprarem petróleo da Venezuela.
Entenda o que é o arcabouço fiscal e por que ele é importante
O arcabouço fiscal substituiu o antigo teto de gastos e é a base da política econômica do governo Lula. Ele estabelece metas para o resultado primário – a diferença entre receitas e despesas do governo sem considerar o pagamento de juros da dívida pública – e um limite de crescimento dos gastos públicos.
📌 Metas fiscais definidas no arcabouço:
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Déficit primário zero em 2025
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Superávit de 0,25% do PIB em 2026
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Superávit de 0,5% em 2027
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Superávit de 1% em 2028
Essas metas têm uma margem de tolerância de 0,25 ponto percentual para mais ou para menos.
Além disso, o novo regime fiscal impõe um limite ao crescimento das despesas públicas: elas só poderão crescer até 70% da variação real da receita no ano anterior, respeitando um piso de 0,6% e um teto de 2,5% de crescimento real acima da inflação.
Haddad busca equilíbrio entre responsabilidade fiscal e política monetária
A fala de Haddad reforça a postura do Ministério da Fazenda em buscar responsabilidade fiscal, mas com flexibilidade estratégica diante de possíveis mudanças no cenário macroeconômico. O mercado segue atento a qualquer sinal de alteração nas regras que regem o equilíbrio das contas públicas.
Brasil Conquista Abertura de Mercado na Nigéria e Fortalece Presença no Mercado Africano
Lidiane 9 de fevereiro de 2025
O Brasil continua a expandir suas fronteiras comerciais e conquista um importante marco na África com a recente abertura de mercado na Nigéria. A decisão do governo nigeriano de permitir a exportação de embriões bovinos e bubalinos brasileiros marca um avanço significativo para as relações comerciais entre os dois países e representa uma grande oportunidade para o agronegócio brasileiro, especialmente no setor de genética animal.
A Nigéria, com uma população de mais de 223 milhões de pessoas, é uma das maiores economias da África e possui um mercado em expansão para produtos agropecuários. A abertura desse mercado para os embriões bovinos e bubalinos do Brasil fortalece ainda mais a presença do país no continente africano, além de criar uma nova fonte de receita para os produtores brasileiros e expandir as exportações de produtos de alta qualidade para uma região estratégica.
A Oportunidade de Expansão no Mercado Africano
O Brasil tem se consolidado como um dos maiores exportadores de produtos agropecuários do mundo, e a Nigéria representa uma porta de entrada crucial para o mercado africano. Além da carne e dos embriões, o Brasil já exporta para a Nigéria outros produtos agropecuários, como grãos, frutas, soja, café e produtos lácteos.
Em 2024, a Nigéria importou mais de US$ 880 milhões em produtos agropecuários brasileiros, destacando-se pela diversificação da pauta de exportação. A exportação de embriões bovinos e bubalinos não apenas amplia essa pauta de exportação, mas também representa uma oportunidade estratégica para fortalecer a cadeia de produção de carne no continente africano, um mercado que tem mostrado grande potencial de crescimento devido ao aumento da demanda por alimentos.
Com a autorização para a exportação de embriões brasileiros, a Nigéria poderá fortalecer sua própria indústria de carne e melhorar a qualidade genética do seu rebanho, atendendo melhor à crescente demanda interna por carne e outros produtos derivados.
O Papel da Genética Animal Brasileira no Mercado Internacional
O Brasil é amplamente reconhecido pela qualidade de sua genética animal, especialmente no setor de bovinos e bubalinos, que são fundamentais para a produção de carne de alta qualidade. O país tem se destacado no comércio internacional, fornecendo embriões de bovinos e bubalinos de raças nobres, que são altamente valorizados em mercados internacionais devido à sua resistência, capacidade de adaptação e alta produtividade.
A exportação de embriões do Brasil para países como a Nigéria abre novas perspectivas de crescimento para os produtores brasileiros, especialmente aqueles que operam na genética e semeadura de animais de alta qualidade. A expansão do mercado de embriões é um dos focos principais do governo e do setor agropecuário para consolidar a posição do Brasil como líder global na exportação de produtos de origem animal.
Diversificação das Exportações e Fortalecimento das Relações Comerciais com a África
A África é um continente com grande potencial de crescimento para as exportações brasileiras, não apenas em termos de produtos agropecuários, mas também no que diz respeito à tecnologia agropecuária e sistemas de produção sustentável. O Brasil tem investido cada vez mais em parcerias comerciais com países africanos, com foco na transferência de tecnologia, inovação no campo e desenvolvimento de soluções sustentáveis para a agricultura e pecuária.
O fortalecimento das relações comerciais com a Nigéria e outros países africanos é um passo estratégico para o Brasil, pois a região tem uma demanda crescente por alimentos de qualidade, tecnologias de produção e melhorias na infraestrutura agropecuária. O Brasil tem capacidade para fornecer soluções que atendam a essas necessidades, consolidando-se não apenas como fornecedor de alimentos, mas também como parceiro estratégico para o desenvolvimento agrícola do continente.
Conclusão: A Expansão Comercial do Brasil no Mercado Africano
Com a abertura de mercado na Nigéria para a exportação de embriões bovinos e bubalinos, o Brasil dá mais um passo importante em sua estratégia de internacionalização do agronegócio. Essa abertura de mercado representa uma oportunidade significativa para produtores brasileiros expandirem suas exportações e para a genética animal brasileira consolidar sua posição de liderança no mercado global.
Além disso, o acordo com a Nigéria e outros países africanos reforça o compromisso do Brasil com o fortalecimento das relações comerciais internacionais e com a promoção de parcerias sustentáveis que beneficiem tanto os produtores brasileiros quanto os mercados compradores. Com a expansão da sua presença na África, o Brasil continuará a ser um pilar central da segurança alimentar global, garantindo o fornecimento de produtos de alta qualidade e contribuindo para o crescimento econômico de ambas as regiões.
Brasil Conquista Novas Aberturas de Mercado nos Estados Unidos e Amplia Exportações Agropecuárias
Lidiane 8 de fevereiro de 2025
O Brasil segue consolidando sua posição de liderança no comércio internacional de produtos agropecuários com as novas aberturas de mercado anunciadas recentemente nos Estados Unidos. Essa expansão, que reflete o crescimento contínuo das exportações brasileiras, não só amplia a presença do Brasil no mercado norte-americano, mas também fortalece as relações comerciais e aumenta a competitividade do agronegócio brasileiro em um dos maiores e mais exigentes mercados do mundo.
As novas oportunidades comerciais incluem a exportação de novos produtos, como soja, carne bovina, frutas, café e suco de laranja, todos essenciais para consolidar o Brasil como um fornecedor confiável e competitivo. O país já é um dos maiores exportadores de alimentos para os EUA, e agora, com a expansão das aberturas de mercado, o setor agropecuário brasileiro ganha ainda mais espaço para crescer.
Impacto das Novas Aberturas de Mercado nas Exportações do Brasil
O mercado dos Estados Unidos é um dos mais importantes destinos para os produtos agropecuários brasileiros, com as exportações para aquele país somando mais de US$ 20 bilhões em 2024. A abertura de novos mercados e a diversificação das exportações são estratégias chave para ampliar a participação do Brasil em mercados globais, especialmente em um mercado altamente competitivo como o dos Estados Unidos.
Os produtos brasileiros que mais se destacam nas exportações para os EUA incluem carne bovina, soja, suco de laranja e café, além de frutas e produtos lácteos. A abertura de mercado para novos produtos contribui diretamente para o crescimento das exportações e para a diversificação do portfólio de exportações brasileiras, o que, por sua vez, aumenta a competitividade do Brasil no mercado internacional.
Com a expansão das exportações, o Brasil não apenas fortalece sua posição no mercado norte-americano, mas também consolida sua reputação como um fornecedor de alta qualidade, capaz de atender aos mais altos padrões internacionais de qualidade e segurança alimentar. O país tem se preparado para atender às exigências sanitárias e ambientais exigidas pelos principais mercados internacionais, garantindo que suas exportações continuem a ser uma referência no comércio global.
Desafios e Oportunidades para o Agronegócio Brasileiro
Embora o Brasil tenha alcançado um grande sucesso nas exportações agropecuárias, o caminho para o crescimento sustentável envolve desafios constantes. A concorrência internacional, as mudanças climáticas e as exigências regulatórias são apenas alguns dos obstáculos que o agronegócio brasileiro enfrenta ao expandir suas exportações.
No entanto, o Brasil continua a se destacar pela qualidade de seus produtos e pela inovação no setor agropecuário. A adaptação às exigências ambientais e o uso de tecnologias sustentáveis têm sido fundamentais para que o Brasil continue a ser competitivo e respeitado no comércio internacional. O agronegócio brasileiro tem investido cada vez mais em tecnologias de ponta, como agricultura de baixo carbono e biotecnologia, para garantir a sustentabilidade e aumentar a produtividade de suas lavouras e rebanhos.
O Papel Estratégico da Inovação e Sustentabilidade no Agronegócio Brasileiro
O Brasil tem se destacado por sua capacidade de inovação no agronegócio, com investimentos em tecnologias sustentáveis, como a agricultura de precisão, que otimiza os recursos naturais e reduz o impacto ambiental das atividades agrícolas. Essas inovações, aliadas à forte estrutura produtiva do país, garantem que o Brasil continue a ser um líder global na produção de alimentos.
Além disso, o Brasil tem se preocupado em reduzir os impactos ambientais das suas atividades agrícolas, com foco em práticas sustentáveis, como o uso de energias renováveis e a redução das emissões de gases de efeito estufa. Isso não só garante a sustentabilidade do setor, mas também atende às exigências internacionais cada vez mais rígidas, especialmente no que diz respeito ao mercado europeu e americano, que exigem que seus fornecedores adotem práticas mais sustentáveis.
Conclusão: O Futuro das Exportações do Brasil e o Papel do Setor Agropecuário Global
As novas aberturas de mercado nos Estados Unidos representam uma oportunidade estratégica para o Brasil, que continua a se afirmar como um dos principais fornecedores de alimentos do mundo. A expansão das exportações agropecuárias não apenas fortalece a economia brasileira, mas também contribui para a segurança alimentar global, atendendo à crescente demanda por alimentos de alta qualidade.
Com a implementação de práticas inovadoras, sustentáveis e com o investimento em tecnologias de ponta, o Brasil se mantém competitivo e pronto para atender a exigências de mercados exigentes como os dos EUA, União Europeia e Ásia. As exportações brasileiras estão projetadas para continuar crescendo, tornando o Brasil um dos principais exportadores globais de alimentos e produtos agropecuários.
Ivo Chermont, da Quantitas, afirma que as exceções de gastos fazem com que a meta fiscal tenha pouca credibilidade
O fato de o governo cumprir a regra fiscal conta pouco na avaliação de analistas de mercado porque a dívida pública está subindo, disse o economista-chefe da gestora de investimentos Quantitas, Ivo Chermont, 44 anos.
As exceções à meta fiscal, como os gastos com catástrofes, reduzem sua credibilidade. “O mercado está muito mais interessado na sustentabilidade da dívida do que se vai cumprir ou não a meta”, afirmou Chermont.
Assista à entrevista (30min20s):
Chermont avalia que há risco de a baixa popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) resultar em aumento de gastos públicos.
A tendência de redução da atividade econômica eleva as chances de o governo elevar gastos, disse Chermont. “Uma grande dúvida é como o governo vai reagir à eventual desaceleração que o Brasil deve enfrentar a partir do 2º trimestre”, afirmou.
Abaixo, trechos da entrevista:
- Selic – “[Sobre a] decisão da taxa de juros em si, acho que não tinha ansiedade do mercado. Em dezembro, eles [BC] deram o guidance tanto para a decisão de agora quanto para março. Para fugir disso [alta de 1 ponto percentual], só se algo saísse muito do normal”;
- comunicação – “Foi mais dovish [fraca] do que eu imaginava. Dado o estado atual de credibilidade da política econômica pelo mercado, não era a hora de o BC baixar a guarda. [Poderia] puxar a expectativa, quebrar a espinha, quebrar as expectativas que estão se descolando da meta [de inflação] de novo. [O BC] deixou o leque muito aberto. Uma coisa é dizer que não sabe quanto vai subir [a Selic] em maio. Outra coisa é dizer que não sabe o que vai fazer”;
- expectativa para a Selic – “A gente na Quantitas tem projeção de Selic a 16% ao ano para o ciclo que acaba em julho. Fica parado por um bom tempo. A maior parte das pessoas está entre 15% e 16%. [Mas] as projeções agora têm viés de baixa”;
- consequências – “Provavelmente [a comunicação do BC] vai fazer com que a expectativa do Focus continue andando. Os inputs que ele [BC] coloca no modelo podem piorar de tal forma que ele pode ter que dar mais [no patamar da Selic], não menos. Estou bem cauteloso em recuar na expectativa de alta, porque acho que as coisas podem piorar”;
- alternativa – “Um comunicado hawkish, mais duro, aumentaria a chance de ter controle maior. Uma das variáveis mais importantes para o modelo [que o BC usa] é a expectativa de inflação do mercado. O BC mais hawkish em dezembro ajudou”;
- efeito das contas públicas – “O fiscal pode contribuir para a inflação principalmente pela falta de credibilidade da política fiscal, como é o caso hoje. Acaba-se tendo movimentos da moeda muito agressivos, como a gente viu no final do ano passado. Tem também a percepção por parte do mercado de que o fiscal continuará a estimular a economia. [Isso] faz com que o mercado tenha projeções de inflação cada vez mais altas, a despeito de uma Selic também [subir]. Tem o próprio canal da demanda agregada: o fiscal expansionista, como a gente viu nos últimos 2 anos, estimulando a economia”;
- avaliação do mercado – “Algo que evoluiu desde que entrei no mercado em 2006 é a difusão de informação. Hoje é tudo mais homogêneo. O governo tem um diagnóstico de que é injustiçado. Continua batendo na tecla que vai cumprir o arcabouço fiscal. Só que quando se faz conta, há o aumento de endividamento. Não é compatível com o discurso. Não acho que seja injustiçado”;
- dominância fiscal – “Não é uma questão de 8 ou 80. É um processo contínuo de deterioração das contas públicas. Em algum momento, subir os juros passa a ser contraproducente porque atrapalha a sustentabilidade da dívida. A gente vai aos poucos caminhando para lá. O BC ainda tem trabalho a fazer para controlar expectativas. Não está de mãos amarradas. Ainda não”;
- benefícios de ajuste – “Contas públicas organizadas permitem trabalhar com nível de juros mais baixo. Isso estimula investimento privado e inovação. As pessoas ficam mais produtivas, os salários melhoram e tudo anda bem mais facilmente”.
A Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) participou, em parceria com a Embaixada dos EUA, do road show Select USA, realizado em Goiânia nesta terça-feira (28/1). O programa do Departamento de Comércio do país tem como objetivo facilitar o investimento de empresas em seu mercado, promovendo o crescimento econômico e gerando empregos. Esta foi a primeira vez que o Centro-Oeste sediou o evento.
A programação reuniu 160 empresários de diversos setores, como agroindústria, tecnologia, alimentos, bebidas, farmacêutico, automotivo e têxtil. Eles participaram de painéis sobre o mercado global, tendências econômicas e estratégias de internacionalização, além de uma rodada de negócios com representantes de estados norte-americanos, como Flórida, Geórgia e Virgínia.
André Rocha, presidente da Fieg, destacou que os EUA são o segundo maior destino das exportações brasileiras e uma ótima oportunidade para empresas goianas.
“Os Estados Unidos ocupam posição estratégica no comércio exterior brasileiro, sendo o segundo maior destino das exportações nacionais e a segunda origem das importações. Receber o Select USA pela primeira vez no Centro-Oeste é uma oportunidade para acesso ao mercado da maior economia do mundo, que acaba de iniciar uma nova era, com a transição da presidência para Donald Trump”, avaliou André Rocha, presidente da Fieg, na abertura do evento.
Além disso, empresários de sucesso que já operam nos EUA compartilharam suas experiências. Jerry O’Callaghan, presidente do Conselho da JBS, contou sobre a entrada da empresa no mercado americano, destacando que conhecer a cultura local é essencial para o sucesso.
“É importante abraçar a cultura e criar conexões com as pessoas locais”, disse Jerry.
Outro exemplo foi a Frutos de Goiás, uma empresa goiana que começou a exportar para os EUA e obteve sucesso no mercado.
“Exportação requer planejamento, validação do produto e investimentos no momento certo”, afirmou Lucca Koch, diretor da empresa.
A masterclass, conduzida pela Drummond Advisors, escritório parceiro da embaixada, orientou os empresários sobre como planejar a entrada no mercado dos EUA, abordando aspectos como tributação, tipos societários e captação de investidores.
“É fundamental estudar o mercado, o cliente e o relacionamento com ele. Temos diferenças culturais e precisamos entender esse processo para nos adaptar e melhorar nossa atuação. Estamos aqui para auxiliar na montagem de todo esse planejamento para que empresas goianas empreendam nos Estados Unidos de forma segura”, explicou Joice Izabel, sócia da Drummond Advisors.
Juntas, empresas transportaram 57,4 milhões de passageiros em 2024 e contam com frota de mais de 300 aviões
Se a fusão da GOL com a Azul for aprovada, as duas empresas terão mais de 60% do mercado brasileiro e criarão uma gigante do setor aéreo.
Em 2024, as companhias transportaram 57,4 milhões de passageiros para destinos brasileiros. Isso representa 61,4% do total. A Latam transportou 35 milhões (37,5%).
Em relação às decolagens, a Azul liderou no último ano, com 290,1 mil. Esse resultado é explicado porque a empresa opera em muitos destinos pouco povoados e com aviões pequenos. A GOL registrou 204,3 mil decolagens no período. E a Latam, 238,1 mil.
Já sobre a frota, GOL e Azul têm, juntas, 327 aviões, segundo as últimas informações divulgadas por cada empresa em comunicados à imprensa ou balanços financeiros. Os dados variam por questões técnicas (alguns modelos saem de operação e outros são comprados, por exemplo). Em caso de fusão, as empresas ocupariam de longe o topo de ranking de maior frota. A Latam tem 163 aeronaves.
Hoje, as 3 maiores empresas (Latam, Azul e GOL) detém 98,9% do transporte doméstico de passageiros.
NEGOCIAÇÃO PARA FUSÃO
A Abra (dona da GOL) e a Azul assinaram na 4ª feira (15.jan.2024) um memorando de entendimento que pode levar à fusão das companhias.
Esse processo ainda depende de aprovação da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
Ainda em fase inicial, a transação pode ser concluída se a Gol cumprir as etapas restantes do seu processo de recuperação judicial nos Estados Unidos –o Chapter 11. O plano de reestruturação, protocolado em 29 de novembro de 2024, pretende converter em capital uma parcela significativa do endividamento da companhia. Eis a íntegra do comunicado (PDF – 100 kB).
Conforme os termos do acordo, caso a fusão seja concluída, as duas empresas manteriam suas marcas e operações de forma independente.
Em 2 de janeiro, a Gol firmou um termo de transação individual com o governo brasileiro para quitar débitos fiscais no valor de R$ 5,5 bilhões.
O montante pagará o parcelamento de débitos previdenciários e não previdenciários, além da aplicação de descontos sobre multas, juros e encargos. Também possibilita que parte do saldo devedor seja abatido por meio de prejuízos fiscais e base de cálculo negativa de CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido).
O acordo foi assinado com a PGFN (Procuradoria Geral da Fazenda) e a RFB (Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil). A AGU (Advocacia Geral da União) validou o acordo das dívidas tributárias que somam R$ 7,5 bilhões.
Por Gil Campos: Goiânia, 16 de dezembro de 2024 – A previsão do mercado financeiro para a inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu de 4,84% para 4,89%, segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (16) pelo Banco Central (BC). Para 2025, a projeção também foi ajustada, passando de 4,59% para 4,6%.
As expectativas indicam que a inflação de 2024 deve ultrapassar o teto da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3% com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual (entre 1,5% e 4,5%).
Alta nos juros básicos
Para conter a inflação, o Banco Central anunciou a elevação da taxa Selic, que atualmente está em 12,25% ao ano. Após um ciclo de cortes entre 2022 e 2023, a autoridade monetária retomou os aumentos no segundo semestre deste ano. Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada em novembro, foi definido um novo ritmo de alta, com previsão de incremento de 1 ponto percentual nas reuniões de janeiro e março de 2025.
A taxa Selic, usada para controlar a demanda aquecida e conter a inflação, influencia diretamente os custos de crédito e investimentos. Apesar do aumento nos juros, a previsão do mercado é que a taxa básica suba para 14% ao ano até o fim de 2025, sendo reduzida para 11,25% e 10% ao ano em 2026 e 2027, respectivamente.
Crescimento do PIB
O mercado financeiro elevou a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,39% para 3,42% em 2024. O resultado reflete o desempenho positivo do terceiro trimestre, que registrou alta de 0,9% em relação ao segundo trimestre, acumulando crescimento de 3,3% no ano até setembro.
Para 2025, a estimativa do PIB aponta crescimento de 2,01%, mantendo-se em 2% para os anos seguintes.
Impacto no câmbio
A previsão para a cotação do dólar foi mantida em R$ 5,99 ao fim de 2024, com estimativa de queda para R$ 5,85 em 2025.
Análise crítica
Os ajustes nas projeções econômicas indicam um cenário desafiador para o controle inflacionário em 2024, principalmente devido às incertezas globais e à alta do dólar. A elevação da taxa Selic pode trazer maior estabilidade de preços, mas também encarece o crédito, dificultando a expansão econômica.
Por outro lado, o crescimento do PIB acima do esperado reflete a resiliência da economia brasileira, mesmo diante de ajustes na política monetária. Para equilibrar o crescimento econômico e o controle da inflação, será crucial observar as próximas decisões do Copom e o comportamento dos preços, especialmente em setores essenciais como alimentação e combustíveis.
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Brasil celebra abertura de mercado no Japão para caranguejo ornamental e novos produtos agrícolas
Lidiane 11 de dezembro de 2024
Por Gil Campos: Goiânia, 10 de dezembro de 2024 – O governo brasileiro comemorou a aprovação sanitária que permitirá a exportação de caranguejo ornamental vivo ao mercado japonês. A novidade elimina a necessidade de Certificado Zoossanitário Internacional, facilitando o comércio desse produto.
O Japão, quarto maior destino das exportações agrícolas brasileiras em 2023, adquiriu US$ 4,1 bilhões em produtos nacionais no período. Entre janeiro e outubro de 2024, o país já importou US$ 2,84 bilhões em produtos agrícolas brasileiros, reforçando a importância do mercado japonês para o agronegócio nacional.
Novos produtos no mercado japonês
Além do caranguejo ornamental, o Brasil também conquistou, em 2024, autorização para exportar outros sete produtos ao Japão:
- Abacate Hass;
- Farelo de mandioca;
- Feno;
- Polpa cítrica desidratada;
- Flor seca de cravo-da-índia;
- Folha seca de erva-mate;
- Fruto seco de macadâmia.
Essas conquistas demonstram o avanço da diplomacia comercial e o compromisso com a abertura de mercados estratégicos para os produtos agrícolas brasileiros.
Resultados expressivos no agronegócio
Desde o início de 2023, o agronegócio brasileiro alcançou 284 aberturas de mercado em 62 países, sendo 206 apenas em 2024. Esses resultados são fruto de uma ação coordenada entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE), que têm trabalhado em conjunto para ampliar a presença do Brasil no comércio internacional.
Análise crítica
A expansão do mercado japonês para produtos agrícolas brasileiros reflete a eficiência das estratégias diplomáticas e comerciais do país. Com um setor agropecuário robusto e competitivo, o Brasil continua a se consolidar como líder global na exportação de alimentos, destacando a importância de parcerias estratégicas e avanços nas negociações internacionais.



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