Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama, afirmou que o simulado comprovou a eficiência do plano de emergência e garantiu a viabilidade da operação
O presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Rodrigo Agostinho (PSB-SP), afirmou nesta 2ª feira (3.nov.2025) que a licença para pesquisa de petróleo na Margem Equatorial foi concedida após êxito em um simulado de emergência que durou 3 dias A declaração foi feita durante o programa “Roda Viva”, da TV Cultura.
O teste, realizado pela Petrobras, avaliou o tempo de resposta em caso de acidentes durante a perfuração. Segundo Agostinho, a estatal instalou uma base de atendimento a emergências em Oiapoque, no Amapá –a cerca de 170 km do ponto de perfuração–, o que reduziu significativamente o tempo de deslocamento em comparação à estrutura proposta em 2023, quando o atendimento seria feito a partir de Belém, no Pará, a 700 km da área. Naquele ano, a licença foi negada.
“Mesmo com o novo plano de emergência, o Ibama resolveu testar esse plano de emergência e há cerca de 40 dias foi realizado um grande simulado na região que durou 3 dias”, disse Agostinho na entrevista.
De acordo com o presidente do Ibama, o centro de atendimento em Oiapoque comprovou a viabilidade operacional do projeto. “O simulado mostrou que, de fato, o tempo de resposta a acidentes é suficiente para que a empresa tenha a licença para pesquisar petróleo na região”, afirmou.
plano de emergência
Em 23 de outubro, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, declarou que a estatal iniciou a perfuração na Margem Equatorial do Brasil na 2ª feira (20.out) após apresentar “o maior plano de emergência que o mundo já viu”, documento exigido para a conclusão do processo de licenciamento ambiental conduzido pelo Ibama.
“Foi um processo absolutamente técnico e entregamos, nada mais nada menos, do que um plano de emergência individual para essa perfuração o maior que o mundo já viu para águas profundas”, afirmou Chambriard em entrevista a jornalistas em Brasília.
A perfuração do poço em águas profundas do Amapá é realizada a 500 km da foz do rio Amazonas e a 175 km da costa, na Margem Equatorial brasileira. Segundo Chambriard, o plano de emergência apresentado pela Petrobras é o mais detalhado e robusto já elaborado para operações desse porte, garantindo a segurança da atividade e o respeito ao meio ambiente.
A região é considerada uma nova fronteira exploratória para o setor de petróleo e gás, com potencial ainda pouco conhecido, mas que vem despertando interesse em razão das características geológicas semelhantes às de grandes descobertas em outras partes do mundo, como na costa da Guiana e do Suriname.
Petrobras pede ampliação da licença
Durante entrevista ao “Roda Viva”, Agostinho disse ainda que a Petrobras solicitou ao Ibama uma flexibilização da licença atual, que inicialmente estabelecia apenas um poço exploratório. O novo pedido inclui a perfuração de 3 poços acessórios, e segue em análise técnica pelo órgão.
“Ainda está em análise técnica. De fato, na solicitação inicial desta licença estavam incluídos 3 poços acessórios, além do poço principal, o Morpho. Embora esses outros poços não constassem na licença emitida, isso está sendo analisado”, disse.
Ministro da Fazenda diz que eventual presença do produto no local não pode ser usada para “atrasar” transição energética
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu neste sábado (17.mai.2025) pesquisas sobre a presença de petróleo na Margem Equatorial brasileira. Apesar disso, disse que a eventual descoberta do óleo no local não pode “atrasar” a transição energética do país.
“O Brasil precisa saber o que tem lá, até porque ele não está sozinho nisso. Aquela margem toda é muito extensa e transcende o território nacional. Sou a favor da pesquisa”, declarou em entrevista ao programa “Cidades e Soluções”, da GloboNews.
A Margem Equatorial, considerada uma das novas fronteiras exploratórias do país, tem um potencial estimado de até 9 bilhões de barris de petróleo.
Essa área se estende do Rio Grande do Norte até o Amapá e é apontada como uma das regiões com maior perspectiva de exploração petrolífera no Brasil.
O tema traz divergências no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O presidente também é a favor da pesquisa e de uma eventual exploração, assim como o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia).
O núcleo ambientalista de sua equipe, liderado pela ministra Marina Silva (Meio Ambiente), vê o tema com mais ressalvas por apontar riscos à preservação.
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A transição energética é o processo de substituição de fontes de energia poluentes, como petróleo e carvão, por alternativas renováveis e sustentáveis, como solar, eólica e biomassa.
ELOGIA CHINA
Haddad também elogiou a atuação da China na transição energética. Citou, como exemplos, a produção de painéis solares e veículos elétricos.
“A China está fazendo a sua transição automotiva na maior velocidade possível, comparando com qualquer país. Hoje, já produz os carros elétricos mais baratos”, declarou o ministro.
Apesar da expansão do setor, alguns especialistas veem com ceticismo a promessa de sustentabilidade dos carros elétricos. O argumento da emissão zero de gases de efeito estufa é considerado exagerado. As baterias, de grandes dimensões, dependem da extração de minerais como o lítio –feita, muitas vezes, de maneira ambientalmente insustentável.
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A China é o principal exportador de veículos elétricos do mundo e concentra parcela significativa das vendas no Brasil. Em 2024, os veículos importados do país asiático responderam por 84% do total, com valor acumulado de US$ 1,4 bilhão.
Embora consolidada no setor, é esperada uma desaceleração no mercado de veículos elétricos e híbridos chineses em 2025. Segundo a Bloomberg, as exportações da China caíram 18% em fevereiro deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado.





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