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15 de maio de 2025
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Presidente está hospedado em estabelecimento luxuoso em Pequim; estada é cortesia do governo chinês

O hotel onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sua comitiva estão hospedados em Pequim, o St. Regis Beijing, um dos mais luxuosos da capital chinesa, possui um cardápio caro.

Uma xícara de café simples preparado no modo expresso –aquele feito na máquina– é vendido à 70 yuans. Considerando a conversão de que a moeda chinesa equivale a R$ 0,78, a bebida custa R$ 54,60. A título de comparação, um pacote de 250 gramas de café na China custa, em média, 22 yuans, ou seja, R$ 17,18.

Um expresso duplo é vendido por 80 yuans (R$ 62,40), enquanto uma garrafa de água mineral de 250 ml pode ser comprada por 50 yuans (R$ 39). Leia abaixo o preço de alguns itens no hotel:

  • café expresso simples – 70 yuans (R$ 54,60);
  • café expresso duplo – 80 yuans (R$ 62,40);
  • café americano – 70 yuans (R$ 54,60);
  • capuccino – 85 yuans (R$ 66,30);
  • garrafa de água (250 ml) – 50 yuans (R$ 39);
  • garrafa de água (330 ml) – 55 yuans (R$ 42,90);
  • garrafa de água (750 ml) – 88 yuans (R$ 68,64);
  • jarra de suco de fruta fresco – 95 yuans (R$ 74,10);
  • jarra de suco de fruta gelado – 80 yuans (R$ 62,40).

Localizado próximo às embaixadas e ao centro financeiro de Pequim, o empreendimento tem diárias de até R$ 2.500. Lula ficará no hotel por 4 noites. Chegou na noite de sábado (10.mai.2025) e deixará a China na manhã de 4ª feira (14.mai).

O hotel pertence ao governo chinês e a estada de Lula e sua comitiva é uma cortesia dos chineses.

VIAGEM DE LULA

A visita oficial começará em Pequim, na 2ª feira (12.mai), quando Lula participará do seminário Brasil-China, organizado pela ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).

Já na 3ª feira (13.mai), o chefe do Executivo brasileiro participará da abertura do 4º Fórum China-América Latina e Caribe pela manhã. À tarde, Lula terá encontros bilaterais com as seguintes autoridades chinesas:

  • presidente da República Popular da China, Xi Jinping;
  • presidente da Comissão Permanente da Assembleia Nacional Popular, Zhao Leji;
  • primeiro-Ministro da República Popular da China, Li Qiang.

Neste domingo (11.mai), não há compromissos oficiais na agenda do presidente. Essa é a 5ª vez que Lula viaja para a China como presidente do Brasil.



Autor Poder360 ·


Pesquisas sobre as fraudes nos benefícios são mais associadas ao presidente do que outras políticas; petista também é associado a “terrorismo” e “prisão”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sido mais associado à crise dos descontos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) do que à sua viagem para a Rússia e para a China, ao considerar as buscas realizadas no Google.

A plataforma Google Trends permite fazer comparações entre pesquisas relacionadas a um único termo. Os dados mostram que a palavra “Lula” tem mais buscas relacionadas a “INSS” e “fraude” do que à palavra “Rússia”, por exemplo.

Uma investigação da Polícia Federal mostrou em abril que associações e sindicatos conseguiram aproximadamente R$ 6,5 bilhões por meio de um esquema de retenção indevida de 2019 a 2024.

A metodologia do Google Trends funciona assim: os termos associados variam de 0 a 100 pontos. Quanto maior o placar, mais relacionadas as buscas estão.

Naturalmente, a busca mais ligada a “Lula” é o nome completo do presidente, marcando a pontuação máxima. Os dados foram levantados nesta 4ª feira (7.mai.2025).

Leia o placar abaixo (clique aqui para abrir em outra aba):

 

Além disso, outras palavras também estão associadas à crise do INSS no Google. É o caso de “irmão” e “sindicato”. É uma referência a José Ferreira da Silva, o Frei Chico.

O irmão de Lula é diretor e vice-presidente do Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos), uma das 11 organizações investigadas na operação da PF.

Termos associados a Lula também incluem “terrorismo”, “prisão” e “Comando Vermelho”. Parte da oposição acusa o petista de se associar a organizações criminosas.

FRAUDE BILIONÁRIA NO INSS

Segundo a Polícia Federal, sindicatos e associações realizavam um ACT (Acordo de Cooperação Técnica) com o INSS para oferecer benefícios aos aposentados associados.

Os serviços incluíam:

  • auxílio jurídico;
  • desconto no plano de saúde;
  • auxílio funerário.

O acordo permitia que as entidades realizassem um desconto de “mensalidades associativas” na folha de pagamento dos beneficiários.

Tais entidades cadastraram os aposentados sem a autorização, utilizando documentos e assinaturas falsas. As investigações indicam que não tinham estrutura para manter os serviços oferecidos.

Com isso, falsificavam assinaturas para associar o pensionista a entidades e realizar os descontos automáticos na folha de pagamento dos beneficiários.

A controladoria também identificou que 70% das 29 entidades analisadas não entregaram a documentação completa ao INSS.

Na operação, 6 pessoas foram afastadas de suas funções:

  • Alessandro Stefanutto – presidente;
  • Virgílio Ribeiro de Oliveira Filho – procurador-geral do INSS;
  • Vanderlei Barbosa dos Santos – diretor de Benefício junto ao Cidadão;
  • Giovani Batista Fassarella Spiecker – coordenador-geral de Suporte ao Atendimento ao Cliente;
  • Jucimar Fonseca da Silva – coordenador-geral de Pagamentos e Benefícios;
  • policial federal – identidade não foi divulgada.

A PF informou que apreendeu carros de luxo, dinheiro em espécie, joias e quadros. Os valores totais e a quantidade exata ainda estão em levantamento.

Eis algumas informações do governo:

  1. como funciona o desconto de mensalidades “As entidades de classe, como associações e sindicatos, formalizam Acordos de Cooperação Técnica com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Esses acordos permitem que as entidades realizem descontos de mensalidades associativas diretamente na folha de pagamento dos beneficiários do INSS, desde que autorizados pelos aposentados e pensionistas.”;
  2. autorização do beneficiário “Para que o desconto seja realizado, a entidade precisa da autorização expressa e individual de cada beneficiário para realizar o desconto de sua mensalidade associativa. Na investigação, foram identificadas, porém, a ausência de verificação rigorosa dessa autorização e a possibilidade de falsificação de documentos de filiação e autorização.”

COMPENSAR AS PERDAS

Há duas opções centrais que a gestão de Lula pode seguir para pagar as perdas dos beneficiários:

  • recuperar o dinheiro com as entidades – improvável que seja possível em um prazo de curto a médio prazo;
  • bancar do próprio bolso – utilizar dinheiro dos cofres públicos para pagar ao menos uma parte dos R$ 6,5 bilhões.

A Previdência tem um Orçamento trilionário. O impacto é considerado relativamente marginal, mas não deixa de ser um desgaste forte para o governo com o eleitorado.



Autor Poder360 ·


Secretário de políticas econômicas, Marcos Pinto diz que medida seria voltada para empreendedores com fluxo de transferências nos bancos

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estuda lançar um programa para utilizar o Pix como garantia de crédito. A ideia é que parte do dinheiro do empréstimo seja pago diretamente com valores recebidos em modalidades de transferência instantânea.

O secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Pinto, detalhou as intenções durante o evento CNN Talks, realizado nesta 4ª feira (23.abr.2025). Segundo ele, a medida será especialmente para empreendedores.

“A gente quer criar uma tecnologia que possa adiantar esse fluxo financeiro [do Pix] junto aos bancos. Então ele vai ao banco, contrata um empréstimo e o banco já vai descontando, mais ou menos como funciona no consignado”, declarou Pinto.

O Banco Central estima que a modalidade Pix Garantia já esteja disponível para o público a partir de 2026. É um novo passo na atualização da tecnologia pela autoridade monetária.

Segundo Marcos Pinto, a iniciativa reduziria “muito” o nível de inadimplência e o custo de um empréstimo para os empreendedores. O projeto da tecnologia mencionada já está na “linha de produção” da equipe econômica, disse.

“Temos tido um diálogo constante com os empreendedores brasileiros […] Os nossos temas estão muito ligados ao empreendedorismo.”

Essa seria mais uma medida do governo Lula que tende a aquecer a economia. Das outras, destacam-se:

  • reforma do Imposto de Renda – a ideia é isentar da cobrança quem ganha até R$ 5.000/mês a partir de 2026. O projeto está na Câmara, que deve fazer alterações. Para compensar a perda na arrecadação, propõe-se cobrar a mais de quem recebe a partir de R$ 600 mil. Saiba mais nesta reportagem;
  • Crédito do Trabalhador – funcionários com vínculo à CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) poderão pegar empréstimos com parcelas descontadas na folha de pagamento. Como mostrou o Poder360, as taxas de juros estão acima das praticadas no mercado.

Na contramão das práticas do governo, o Banco Central tem aumentado os juros na tentativa de frear a alta na inflação por meio da contenção econômica. O crédito mais caro desacelera o consumo e a produção. Como consequência, os preços tendem a não aumentar de forma tão rápida.

PIX & RECEITA FEDERAL

O anúncio dos planos vem quase 3 meses depois que o governo tentou emplacar novas medidas na fiscalização do Pix. A mudança nas regras determinava que o Fisco iria acompanhar com lupa quem movimenta mais de R$ 5.000 por mês por meio do pagamento digital.

As reações foram massivas contra a gestão Lula nas redes sociais. Houve um sentimento de que haveria um custo a mais ao utilizar a modalidade de transferência instantânea. A resistência à medida foi insustentável, o que forçou a equipe econômica a revogar a regra.

Não havia determinação da criação de um novo imposto no Pix, mas as fiscalizações seriam mais abrangentes. Comerciantes e trabalhadores informais ficaram preocupados com um eventual gasto maior.

Entenda no infográfico abaixo:



Autor Poder360 ·


O presidente e a primeira-dama receberam a visita do padre Omar, que levou o objeto ao Planalto, nesta 3ª feira (22.abr)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a primeira-dama Janja da Silva receberam nesta 3ª feira (22.abr.2025) a cruz da 1ª missa celebrada no Brasil. Eles estiveram com padre Omar, reitor do Santuário Cristo Redentor, no Palácio do Planalto.

Em postagens nas redes sociais, o petista disse que foi um momento de “reflexão e fé”. Já sua mulher declarou que foi uma oportunidade de rezar pelo papa Francisco, que morreu na 2ª feira (21.abr.2025).

“Eu e Janja recebemos, nesta manhã, a visita do Padre Omar, Reitor do Santuário Cristo Redentor, e de Wilza Neves, integrante do Núcleo de Povos Originários do Santuário. O padre trouxe a Brasília a cruz da Primeira Missa celebrada no Brasil, em 26 de abril de 1500. Estiveram conosco a ministra Gleisi e o ministro Sidônio Palmeira neste encontro de reflexão e fé”, escreveu em sua conta no X.

Janja citou que a 1ª missa celebrada no Brasil, na Bahia, foi há 525 anos: “Um momento para celebrar a fé e a história e também para rezar pelo nosso Papa Francisco”.

Lula e a primeira-dama devem embarcar para Roma na 5ª feira (24.abr) para participar do funeral do papa Francisco.

Os detalhes da comitiva devem ser anunciados ainda nesta 3ª feira (22.abr). A ideia é que o grupo brasileiro parta para a Europa no fim da 5ª feira (24.abr).

O Vaticano informou que o funeral será realizado no sábado (26.abr). Os procedimentos devem levar 9 dias e foram simplificados por Francisco em novembro de 2024. O corpo será levado para a Basílica de São Pedro e, em seguida, para a Basílica de Santa Maria Maior, onde será sepultado.



Autor Poder360 ·


Presidente diz que a cantora teve um “papel extraordinário” na música e ajudou “a poesia e o ritmo dos morros do Rio a conquistarem” os brasileiros

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou a morte da cantora e compositora Cristina Buarque neste domingo (20.abr.2025), aos 74 anos. Ela morreu por complicações de um tratamento contra um câncer de mama, segundo o g1.

Em nota divulgada pelo Planalto (íntegra – PDF – 296 kB), Lula afirmou que a artista era uma “compositora talentosa” e teve um “papel extraordinário” na música brasileira, “ajudando a poesia e o ritmo dos morros do Rio a conquistarem os corações dos brasileiros”.

O presidente também se solidarizou com a família de Cristina Buarque, que é irmã do cantor e compositor Chico Buarque, o qual o petista chamou de amigo. “Um forte abraço”, escreveu.

QUEM ERA Cristina Buarque

Cristina era filha do historiador Sérgio Buarque de Holanda e da pintora e pianista Maria Amélia Cesário Alvim, além de Chico Buarque, da cantora e ex-ministra da Cultura Ana de Hollanda e da cantora e compositora Miúcha, que morreu em 2018.

Gravou o 1º LP, chamado “Cristina”, em 1974, onde lançou alguns dos seus maiores sucessos, como a canção “Quantas lágrimas”, do compositor Manacéia, que a tornou conhecida nacionalmente.

A morte foi anunciada pelo seu filho, o cineasta Zeca Ferreira, diretor de “Noites de Alface”, no Instagram.



Autor Poder360 ·


Publicações citam direito à defesa do congressista e elogiam decisão de Hugo Motta; deputado fez greve de fome por 8 dias

Ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) celebraram o fim da greve de fome do deputado Glauber Braga (Psol-RJ), encerrada nesta 5ª feira (17.abr.2025) depois de acordo entre o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), e a deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP) com o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), para adiar por 60 dias a tramitação do processo de cassação do congressista.

A ministra da SRI (Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República), Gleisi Hoffmann, afirmou estar “feliz em saber que Glauber Braga passará a Páscoa em família” e citou o papel de aliados da base e da oposição na negociação.

Agradeço e parabenizo o presidente Hugo Motta, o líder do PT, Lindbergh Farias, a líder do PSOL, Talíria Petrone, e a companheira Sâmia Bomfim pelo diálogo estabelecido”, escreveu. “É assim que a democracia se fortalece, com luta, diálogo e respeito”, finalizou.

O ministro da AGU (Advocacia-Geral da União), Jorge Messias, escreveu que se sente “aliviado” com o fim do protesto de Glauber e elogiou a condução do presidente da Câmara. “Parabenizo o Presidente Hugo Motta, assim como as lideranças e correligionários, por promoverem um ambiente de maior serenidade e reflexão na análise do processo de cassação”, disse.

Messias também defendeu o direito de defesa de Braga: “É essencial que seu direito de defesa seja resguardado em nome do Estado de Direito e da diversidade no Parlamento”.

Leia a comemoração de outros ministros que também se manifestaram sobre o tema:

O processo contra Glauber Braga foi aprovado no Conselho de Ética da Câmara em 9 de abril por 13 votos a 5. A decisão foi motivada por um episódio de abril de 2024, quando o deputado agrediu fisicamente um militante do MBL (Movimento Brasil Livre) nas dependências da Casa.



Autor Poder360 ·


Foram ao menos 154 viagens desde 2023; Supremo afirma ter seguido legislação e governo cita segurança ao justificar sigilo

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) empresta, desde 2023, aeronaves da FAB (Força Aérea Brasileira) para viagens de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). Segundo o jornal Folha de S. Paulo, que revelou a informação, as identidades dos passageiros desses voos não são divulgadas e parte da lista está em sigilo por 5 anos.

A regulação que define as normas para uso dos aviões da FAB não inclui os ministros do STF, mas permite que o Ministério da Defesa autorize voos para outras autoridades nacionais e estrangeiras. O governo cita ameças sofridas desde os atos golpistas de 8 de Janeiro ao justificar o uso pelos magistrados. O sigilo também teria sido imposto por motivos de segurança.

De acordo com dados obtidos pela publicação por meio da LAI (Lei de Acesso à Informação), os ministros do Supremo realizaram ao menos 154 viagens de janeiro de 2023 a fevereiro de 2025. Dessas, 145 foram idas e voltas de São Paulo a Brasília.

Um dos passageiros frequentes, segundo a reportagem, seria Alexandre de Moraes, que tem residência em São Paulo e dá aulas no Largo São Francisco, da USP (Universidade de São Paulo).

No final de março, Moraes usou um avião da FAB 1 dia antes da final do Campeonato Paulista, vencida pelo Corinthians. O ministro é corintiano e foi ao estádio com o colega de Supremo Flávio Dino, que é torcedor do Botafogo. A PGR (Procuradoria Geral da República) decidiu arquivar o pedido de investigação sobre o episódio.

A regulação acerca do uso de aviões da FAB para o transporte de autoridades foi decretada em 2020 e permite que sejam disponibilizadas aeronaves ao vice-presidente da República, aos presidentes do Senado Federal, da Câmara e do STF, além de ministros de Estado e comandantes militares.

Apesar de os ministros do Supremo não estarem incluídos na lista, há uma brecha no 2º parágrafo do artigo 2º da lei que permite suas viagens, uma vez que o Ministério da Defesa pode “autorizar o transporte aéreo de outras autoridades, nacionais ou estrangeiras“.

Além disso, o TCU (Tribunal de Contas da União), em 2024, permitiu que os detalhes de voos realizados em aeronaves da FAB fossem mantidos em sigilo. Na ocasião, o Poder360 apurou junto ao TCU o argumento para essa interpretação exótica da LAI.

Para os ministros da Corte de Contas, o entendimento é que, ao divulgar posteriormente as rotas e a lista de passageiros de um jatinho da FAB, poderia ficar demonstrado um padrão de viagens dessas “altas autoridades”. Com isso, poderia haver risco à segurança das altas cúpulas do mundo político e do Judiciário.

Voos da FAB autorizados pelo Ministério da Defesa por instituição de jan.2023 a fev.2025:

  • STF –  154 voos (inclui voos solicitados ao Ministério da Justiça para ministros do STF);
  • TSE (Tribunal Superior Eleitoral) – 10 voos;
  • Senado Federal – 9 voos;
  • Câmara dos Deputados – 9 voos;
  • MRE (Ministério das Relações Exteriores) – 7 voos;
  • CNJ (Conselho Nacional de Justiça) – 5 voos;
  • Ministério dos Povos Indígenas – 4 voos;
  • Ministério da Agricultura e Pecuária – 4 voos;
  • TCU (Tribunal de Contas da União) – 2 voos;
  • TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) – 2 voos;
  • PGR – 2 voos;
  • Ex-presidente Dilma Rousseff (chefe do banco do Brics) – 2 voos.

A lista das viagens feitas em aeronaves oficiais pelo vice-presidente e por ministros de Estado, presidentes do STF, da Câmara e do Senado é divulgada pela FAB em seu site. Somente em uma parte delas consta a relação de passageiros, pois depois da decisão do TCU, fica a cargo de cada instituição a divulgação ou não dos detalhes dos voos.



Autor Poder360 ·


Petista tem 36% contra 30% do ex-presidente, que está inelegível; Ciro Gomes registra 12% e Marçal, 7%, segundo o levantamento

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera os cenários para as eleições presidenciais de 2026 quando testado contra os principais nomes da direita, diz pesquisa Datafolha realizada de 1º a 3 de abril e divulgada neste sábado (5.abr.2025).

Em simulação estimulada com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o petista teria 36%, contra 30% de seu antecessor –que está inelegível por decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A diferença está acima da margem de erro de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. Ciro Gomes (PDT), com 12%, Pablo Marçal (PRTB), com 7%, e Eduardo Leite (PSDB), com 5%, vêm na sequência.

Eis os números da 1ª simulação apresentada pelo Datafolha:

  • Lula (PT): 36%
  • Jair Bolsonaro (PL): 30%
  • Ciro Gomes (PDT): 12%
  • Pablo Marçal (PRTB): 7%
  • Eduardo Leite (PSDB): 5%
  • branco/nulo/nenhum: 9%
  • não souberam: 2%

A empresa do jornal Folha de S.Paulo ouviu 3.056 pessoas em 172 municípios de 1º a 3 de abril de 2025. A margem de erro do levantamento é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

OUTROS CENÁRIOS

Sem Bolsonaro, Lula amplia a margem que há entre ele e o 2º colocado. Numa 2ª simulação, o petista teria 35% contra 15% do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Eis os números:

  • Lula (PT): 35%
  • Tarcísio de Freitas (Republicanos): 15%
  • Ciro Gomes (PDT): 11%
  • Pablo Marçal (PRTB): 11%
  • Ratinho Junior (PSD): 5%
  • Eduardo Leite (PSDB): 3%
  • Romeu Zema (Novo): 3%
  • Ronaldo Caiado (União Brasil): 2%
  • branco/nulo/nenhum: 11%
  • não souberam: 3%

Na 3ª simulação, com Eduardo Bolsonaro (PL), o filho do ex-presidente pontua 11%, contra 35% de Lula, na liderança, e 12% de Ciro Gomes (PDT), em 2º lugar numericamente e empatado na margem com o congressista licenciado.

Eis os números:

  • Lula (PT): 35%
  • Ciro Gomes (PDT): 12%
  • Eduardo Bolsonaro (PL): 11%
  • Pablo Marçal (PRTB): 10%
  • Ratinho Junior (PSD): 6%
  • Romeu Zema (Novo): 4%
  • Eduardo Leite (PSDB): 4%
  • Ronaldo Caiado (União Brasil): 3%
  • branco/nulo/nenhum: 12%
  • não sabem: 3%

Já em um cenário com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), o cenário é o seguinte:

  • Lula (PT): 35%
  • Michelle Bolsonaro (PL): 15%
  • Ciro Gomes (PDT): 12%
  • Pablo Marçal (PRTB): 10%
  • Ratinho Junior (PSD): 5%
  • Romeu Zema (Novo): 4%
  • Eduardo Leite (PSDB): 3%
  • Ronaldo Caiado (União Brasil): 3%
  • branco/nulo/nenhum: 10%
  • não sabem: 2%

Num teste mais restrito, o Datafolha testou Lula, Tarcísio e Marçal. O resultado mostra que os 2 nomes da direita, juntos, pontuam 39%, contra 43% do petista. Eis os números:

  • Lula (PT): 43%
  • Tarcísio de Freitas (Republicanos): 24%
  • Pablo Marçal (PRTB): 15%
  • branco/nulo/nenhum: 16%
  • não sabem: 2%

Leia mais:



Autor Poder360 ·


Presidente disse que a democracia corre perigo com crescimento da “extrema-direita” e criticou tarifas impostas por Trump e descaso à questão climática

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou para empresários japoneses no encerramento do Fórum Brasil-Japão, em Tóquio, nesta 4ª feira (26.mar.2025). Em sua fala, disse que a democracia mundial corre perigo com a eleição da “extrema-direita negacionista” e fez críticas ao protecionismo e à descrença na questão climática.

Os comentários foram vistos como alfinetadas ao presidente norte-americano, Donald Trump (Partido Republicano), já que Lula citou “negacionistas que não querem sequer atender o cumprimento do Protocolo de Kyoto”. Os Estados Unidos recusaram-se a assinar o acordo estabelecido em 1997 para redução da emissão global.

Lula também afirmou aos japoneses que o Brasil é um “porto-seguro” para investidores estrangeiros. “Eu quero convidar os japoneses a investirem no Brasil, porque o Brasil é um porto seguro, como foi para os japoneses em 1908, nós queremos ser em 2025 atraindo parcerias, joint ventures e investimentos japoneses no nosso país”, disse Lula.

O presidente já havia comentado sobre a possibilidade de receber investidores do Japão durante reunião com representantes da Abeic (Associação Brasileira de Indústrias Exportadoras de Carne), na 3ª feira (24.mar). Ao falar sobre transição energética mundial, ressaltou o desenvolvimento do etanol brasileiro e convidou empresários do país asiático para aportarem capital no Brasil.

Ainda sobre investimentos e parcerias comerciais, Lula comentou sobre a necessidade de firmar um acordo entre o Japão e o Mercosul. Disse que os países “têm mais a ganhar com integração do que com práticas protecionistas”, em nova alfinetada a Trump e as tarifas de importação impostas pelo republicano.

EIS A ÍNTEGRA DO DISCURSO

“Shigeru Ishiba, primeiro-ministro do Japão, em nome de quem cumprimento todas as autoridades japonesas aqui presentes. Meu caro Tatsuo Yasunaga, CEO da Mitsui e diretor do Comitê Brasil-Japão, senador Davi Alcolumbre, presidente do Congresso Nacional e do Senado Federal, deputado Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, em nome de quem cumprimento todos os deputados brasileiros aqui presentes. Embaixador Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores, em nome de quem cumprimento todos os ministros e as ministras brasileiras aqui presentes.

“Meu querido Márcio Elias Rosa, secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, que está aqui representando o nosso vice-presidente e ministro, Geraldo Alckmin. Nossa querida Tarciana Medeiros, presidenta do Banco do Brasil. Meu querido Jorge Vieira, presidente da Apex Brasil. E Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, vice-presidente da CNI, por meio de quem cumprimento os empresários brasileiros.

“Hoje é um dia feliz e um dia triste para mim. Feliz porque estou no Japão, país com quem o Brasil mantém relação diplomática há 130 anos e país que tem muita responsabilidade com o atual estágio de desenvolvimento do Brasil, tanto na indústria, tecnologia, como na agricultura.

“Nós, brasileiros, não poderemos esquecer nunca o que o Japão fez no Cerrado Brasileiro, fazendo uma extraordinária revolução para que o Brasil se transformasse em um dos mais importantes países agrícolas exportador de alimentos.

“E triste porque o Brasil perdeu de 4 x 1 da Argentina nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026. E também triste porque acharam que eu sou baixinho e colocaram um banco aqui para eu ficar mais alto, quando eu não sou tão baixo assim.

“Bem, meus amigos e minhas amigas,

“Quando eu fui candidato a presidente da República pela terceira vez, eu dizia que era importante trazer o Brasil à normalidade política e à civilidade democrática. E naquela ocasião eu dizia que era preciso ter estabilidade política e ela está mostrada aqui, com a presença do presidente da Câmara e o presidente do Senado e vários deputados, inclusive com o companheiro Rodrigo Pacheco, ex-presidente do Senado, e o Arthur Lira, ex-presidente da Câmara.

“Eu dizia que era preciso fazer uma estabilidade econômica e o Brasil, nos dois primeiros anos do meu governo, cresceu surpreendendo o mundo, porque a previsão do crescimento do Brasil era 0,8% em 2023 e nós crescemos 3,2%. Era uma previsão de crescimento de 1,5% em 2024 e nós crescemos 3,4%. E eu posso garantir ao primeiro-ministro Ishiba que nós iremos crescer mais em 2025, porque eu acho que o Brasil precisa sair do hall dos países em vias de desenvolvimento e se transformar num país finalmente desenvolvido.

“Estabilidade jurídica. E nós aprovamos, de forma extraordinária, uma política de reforma tributária que há mais de 40 anos era esperada no Brasil. E essa política foi aprovada com o apoio total do Senado e da Câmara para que a gente pudesse garantir aos investidores estrangeiros e aos brasileiros mais facilidade e mais estabilidade jurídica. Por isso, eu estou feliz.

“E também nós prometíamos garantir estabilidade social e é por isso que nós temos feito a mais importante política de inclusão social na história do Brasil e a mais importante política de crédito na história do Brasil.

“Eu posso afirmar, ministro Ishiba, que nunca antes na história do Brasil houve tanto crédito disponibilizado para as pessoas mais pobres, para os trabalhadores e também para os grandes empresários e para o agronegócio, porque o Banco do Brasil voltou a atuar com muita força, porque o Banco de Desenvolvimento voltou a atuar com muita força, porque a Caixa Econômica Federal voltou a atuar com muita força.

“E eu sou da teoria e é importante que os empresários japoneses ouçam a minha teoria. Eu tenho dito que muito dinheiro na mão de poucos significa manutenção da pobreza. E pouco dinheiro na mão de muitos significa distribuição de renda, significa distribuição de riqueza e é isso que está fazendo o nosso país crescer com a mais importante política de geração de emprego que nós também já fizemos no país, a maior política de investimento de infraestrutura que o Brasil já conheceu, porque eu quero convidar os japoneses a investirem no Brasil, porque o Brasil é um porto seguro, como foi para os japoneses em 1908, nós queremos ser em 2025 atraindo parcerias, joint ventures e investimentos japoneses no nosso país.

“Eu lembro que em 2008 eu recebi no Brasil vários empresários japoneses, que naquela ocasião diziam que iam fazer uma mistura de 3% de etanol na gasolina e não foi possível acontecer. A Europa prometia 10%, não aconteceu. E agora, quando o Japão fala que é possível fazer uma mistura de 10%, eu fico acreditando e torcendo para que isso aconteça porque será uma revolução na questão climática no nosso país.

“Eu dizia também que era preciso garantir previsibilidade aos investidores. Ninguém pode ser pego de surpresa com mudança de lei, com mudança de decreto, com mudança de portaria a todo santo dia.

“É preciso que a regra do jogo seja estabelecida da mesma forma que a regra do jogo de um campeonato de futebol. Todo mundo tem que saber o que vai acontecer para que ninguém sofra percalços de atitude de governo, muitas vezes agindo de forma irresponsável, sem levar em conta o respeito que nós temos que ter pelos trabalhadores, pelos empresários e pelos políticos do país.

“Por isso eu trouxe comigo também uma delegação de cinco sindicalistas e é uma das poucas vezes que eu viajo e a gente faz uma reunião entre o sindicalismo brasileiro e o sindicalismo japonês.

“Portanto, meus amigos e minhas amigas, eu estou feliz porque nós estamos consolidando com o Japão uma nova estratégia de relacionamento. Nós queremos vender e queremos comprar, mas, sobretudo, nós queremos compartilhar alianças entre as empresas japonesas e as empresas brasileiras para que a gente possa crescer juntos.

“Dito isso, eu queria dizer aos convidados:

“Há 50 anos visitei pela primeira vez o Japão a convite dos trabalhadores da Toyota.

“Nesta minha quinta visita, regresso acompanhado de ministros, parlamentares, empresários e sindicalistas para aprofundar nossos vínculos sociais, econômicos e políticos. Assinaremos 10 acordos de cooperação nas mais diversas áreas, além de quase 80 instrumentos entre empresas, bancos, universidades e outras instituições.

“Resta, no entanto, um importante desafio. Nosso comércio bilateral diminuiu nos últimos anos. Caiu de US$ 17 bilhões em 2011 para US$ 11 bilhões em 2024. Algo não andou bem na nossa relação e é preciso aprimorá-la.

“Este Fórum Empresarial é a oportunidade para reverter esse declínio. Em um mundo cada vez mais complexo, é fundamental que parceiros históricos se unam para enfrentar as incertezas e instabilidades da economia global. Estou seguro de que precisamos avançar com a assinatura de um acordo de parceria econômica entre Japão e Mercosul.

“Nossos países têm mais a ganhar pela integração do que pelo recurso de práticas protecionistas. Manter a isenção recíproca de visto de negócios e turismo entre Brasil e Japão é um passo essencial nessa direção. O futuro da nossa relação também passa pelo aumento dos investimentos.

“O Brasil continuará desafiando as projeções do Banco Mundial. Nos últimos dois anos, nosso PIB superou as expectativas e cresceu acima de 3%. Em 2025, outra vez, nós vamos surpreender o mundo e queremos surpreender em parceria com o Japão.

“Aprovamos uma histórica reforma tributária que vai simplificar processos, reduzir custos e oferecer maior previsibilidade e eficiência aos negócios. Estamos corrigindo injustiças no Imposto de Renda para beneficiar milhões de brasileiros, aumentando o consumo das famílias e fazendo a roda da economia girar.

“Com o Programa de Desenvolvimento Agrícola do Cerrado, o PRODECER, o Japão ajudou a transformar a produtividade do centro-oeste brasileiro. Hoje, somos o quarto maior produtor mundial de alimentos. O Brasil também possui um parque industrial forte, amplo e integrado ao mercado internacional.

“A Embraer tornou-se a terceira maior fabricante de jatos comerciais do mundo e tem mercado importante aqui no Japão. A ANA, maior companhia aérea japonesa, anunciou e fizeram acordo hoje a compra de até 20 jatos E-190 da Embraer, que eu posso dizer ao primeiro-ministro Ishiba que é de muita qualidade os aviões da Embraer. Quem compra 20 pode comprar um pouco mais e quem sabe todas as empresas japonesas podem voar de avião da Embraer.

“É antiga a participação japonesa na indústria brasileira, sobretudo no setor automotivo. O Brasil foi destino da primeira unidade da Toyota fora do Japão ainda em 1958. Visitei na semana passada uma das fábricas da Toyota no Brasil, ocasião em que a empresa anunciou investimento de mais de 2 bilhões de dólares até 2030. A Honda, a Nissan e a Mitsubishi também ampliarão sua presença no mercado brasileiro.

“Isso vai alavancar a produção de veículos elétricos e híbridos, capazes de operar com qualquer mistura de etanol e gasolina. Em linha com a legislação aprovada no Congresso sobre o Combustível do Futuro, o Brasil vai aumentar o percentual de etanol na gasolina de 27% para 30% e no diesel vamos chegar a 20% até 2030. É muito positivo que com o Plano Estratégico de Energia o Japão eleve o percentual de bioetanol para até 10% até 2030 e até 20% a partir de 2040.

“A descarbonização não é uma escolha, é uma necessidade e grande oportunidade. O envolvimento do setor privado nessa meta é simplesmente fundamental. O Brasil sempre será um aliado para reduzir a dependência global de combustíveis fósseis.

“Fontes renováveis representam 50% da matriz energética e mais de 90% da matriz elétrica brasileira. Continuaremos a liderar a transição justa. Em novembro, o Brasil sediará a COP30 no coração da Amazônia e eu espero que o primeiro-ministro Ishiba esteja participando da COP, para ter contato com o coração da Amazônia, de que todo mundo fala e que pouca gente conhece.

“E nós iremos realizar a COP mais importante de todas as COPs realizadas, com muita responsabilidade, com muita serenidade, com menos ufanismo e com mais debate sério sobre a questão do controle do esquentamento do planeta Terra, que nós sabemos que não pode ultrapassar um grau e meio.

“E não é uma brincadeira, não é uma coisa de cientista, é uma realidade que está acontecendo no planeta inteiro e nós precisamos levar em conta que em algum momento nesse país e nesse mundo não se respeitou o Protocolo de Kyoto, alguns estão deixando de discutir o Acordo de Paris, o Acordo de Copenhague em 2009 não foi cumprido porque os países ricos se comprometeram a dar 100 bilhões de dólares por ano para que a gente pudesse manter as florestas em pé e isso não foi cumprido até agora.

“E é importante lembrar que a floresta em pé é muito bonita, mas embaixo de cada árvore tem um trabalhador, tem um indígena, tem um extrativista, tem um seringueiro, tem um trabalhador rural. E, se a gente quer manter as florestas em pé, é preciso que a gente dê sustentabilidade para que essas pessoas possam viver e ter acesso aos bens materiais que todo mundo quer ter em todos os países do mundo.

“Nós já apresentamos nossas NDCs e estamos à frente de um balanço ético global para elevar a ambição climática rumo a Belém. Vamos zerar o desmatamento na Amazônia até 2030 e reforçar o combate a todos os tipos de ilícitos transnacionais em parcerias com nossos vizinhos. A Amazônia atingiu em 2024 a maior redução de desmatamento dos últimos 15 anos.

“Estamos fomentando a estabilidade social, econômica, jurídica, ambiental e política que consolida o Brasil como excelente opção para investidores.

“Caros amigos e amigas, meu caro primeiro-ministro, desejo ao Japão todo o êxito na realização da Exposição Universal de 2025, em Osaka, na qual a nossa APEX estará durante seis meses no Japão fazendo debates e fazendo a demonstração daquilo que o Brasil é capaz de fazer. Ao mesmo tempo, essa feira deverá atrair milhões e milhões de gente de todo o mundo e nós, brasileiros, queremos estar lá para mostrar ao mundo uma parte do Brasil.

“Aproveitaremos a Expo Osaka para apresentar ao mundo um Brasil sustentável, diverso e próspero. Deixo o Japão amanhã, confiante de que estamos no rumo certo, honrando nossa história comum e escrevendo novos capítulos dessa longa e bem-sucedida trajetória.

“Meu querido amigo Ishiba

“Eu quero terminar a minha fala dizendo que nós temos três preocupações que devem nortear todos os presidentes, todos os primeiros-ministros e todos os povos democráticos do mundo. Nós temos que primeiro brigar muito pela democracia. A democracia corre risco no planeta, com eleição de uma extrema-direita negacionista que não reconhece sequer vacina, não reconhece sequer a instabilidade climática e não reconhece sequer partidos políticos, sindicatos e outras coisas. E a negação da política não trará nenhum benefício para a humanidade. Inclusive, os negacionistas não querem sequer atender o cumprimento do Protocolo de Kyoto.

“A segunda coisa que nós precisamos defender muito bem e com muita força é a questão do livre-comércio. Nós não podemos voltar a defender o protecionismo. Nós não queremos uma segunda Guerra Fria. O que nós queremos é comércio livre para que a gente possa definitivamente fazer com que nossos países se estabeleçam no movimento da democracia, no crescimento econômico e na distribuição de riqueza.

“Outra coisa que nós não podemos esquecer, primeiro-ministro, é a manutenção do multilateralismo. É muito importante a relação entre os países. É muito importante a relação política. É muito importante a relação entre universidades. É muito importante a troca de experiências científica e tecnológica. É muito importante a relação entre os sindicatos. É muito importante a relação entre os partidos políticos. E, sobretudo, é muito importante a relação entre os povos. Porque nós não queremos mais muros. Nós não queremos mais Guerra Fria. Nós não queremos mais ser prisioneiros da ignorância. Nós queremos ser livres e prisioneiros da liberdade.

“Por isso, um abraço ao povo japonês. Um abraço aos empresários.

“E um grande abraço ao primeiro-ministro Ishiba.

“Muito obrigado.”



Autor Poder360 ·


Presidente busca abrir mercado japonês para carne bovina brasileira, avançar em acordo Mercosul-Japão, promover a Embraer e reforçar relações com a Ásia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou na noite deste domingo (23.mar.2025) em Tóquio, no Japão, onde cumprirá agenda até 5ª feira (27.mar). Em seguida, ele viaja a Hanói, no Vietnã, com volta ao Brasil programada para o sábado (29.mar).

A incursão à Ásia terá forte caráter comercial, com o possível avanço nas negociações para abrir os mercados japonês e vietnamita à carne bovina brasileira, a intensificação das discussões por um acordo entre o Mercosul e o Japão e a venda de aeronaves da Embraer para os 2 países.

Assista ao vídeo compartilhado pelo presidente após o desembarque (1min19s):

Lula também aproveitará o palco internacional para defender o multilateralismo diante de uma reorganização da geopolítica desde o início do 2º mandato do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (partido Republicano). O petista pretende mostrar que o Brasil dialoga e mantém negócios robustos com países importantes da Ásia e não está apenas sob a zona de influência da China na região.

O petista convidou os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e os seus antecessores nos comandos das duas Casas, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

EXPORTAÇÃO DE CARNE

No Japão, Lula tentará obter o compromisso de que uma missão sanitária japonesa visite o Brasil em breve. A inspeção local é fundamental para o início da liberação do mercado nipônico para a carne brasileira.

Cerca de 500 empresários participarão de um fórum empresarial na capital japonesa. Do total, 100 devem ser brasileiros. Dentre eles estarão os donos da JBS, Wesley Batista e Joesley Batista, a maior empresa de proteína animal do mundo.

“Existe um empenho político de fazer avançar esse assunto. Porque o Brasil é um grande produtor do agronegócio, muito competitivo, muito seguro e muito responsável. Nós achamos que isso é algo que é importante e que deve ser reconhecido. Isso depende do entendimento que está em curso. Acho que a visita do presidente certamente ajuda nesse sentido”, disse secretário de Ásia e Pacífico do Itamaraty, Eduardo Saboia, em entrevista a jornalistas.

O Brasil se autodeclarou como zona livre de febre aftosa sem vacinação. Por isso, o governo defende que o país atende a todas as condições impostas pelo Japão para tornar-se exportador para aquele país.

“O Brasil vem melhorando sua condição sanitária há muitos anos. Hoje já tem a condição sanitária de zona livre de febre aftosa sem vacinação, uma condição da Organização Mundial de Saúde Animal, o que já deveria nos habilitar a ter acesso ao mercado japonês. Mas isso depende de uma série de possibilidades, incluindo uma missão sanitária de avaliação de risco”, afirmou Saboia.

De acordo com dados do governo brasileiro, o Brasil tem 20% da produção mundial de carne bovina e detém 25% do mercado mundial deste produto. O mercado japonês importa US$ 4 bilhões por ano e o Brasil não tem participação nele.

Na viagem, Lula pretende também ampliar o mercado de carne suína. Atualmente, apenas Santa Catarina tem autorização sanitária para exportar para o Japão. Mas, de acordo com Saboia, outros Estados brasileiros estão preparados para a exportar também. A missão sanitária atuaria também para analisar esse setor.

ACORDO COM O MERCOSUL

O bloco econômico formado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia negocia um acordo comercial com os japoneses. As conversas estão em andamento há alguns anos, mas o anúncio de conclusão das negociações do grupo com a União Europeia, no fim do ano passado, podem ajudar a pressionar por um avanço com o Japão. Ainda que haja algum avanço nas conversas, elas ainda são iniciais.

BRICS

Lula pretende convidar o primeiro-ministro do Vietnã, Pham Minh Chinh, para a cúpula do Brics que será realizada no Rio em 6 e 7 de julho. O país foi convidado em 2024 para se tornar parceiro do grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e, mais recentemente, passou a incluir como parceiros Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã e Indonésia. Mas o governo vietnamita ainda não divulgou uma posição oficial.

COMITIVA DE LULA

Lula fará uma viagem de Estado ao Japão, o mais alto grau da diplomacia nipônica. Será recebido em Tóquio pelo imperador Naruhito e pela imperatriz Masako no Palácio Imperial. Terá ainda uma reunião bilateral com o primeiro-ministro Shigeru Ishiba.

Esta é a 1ª recepção de Estado que o Japão faz desde 2019, quando recebeu Donald Trump, ainda no seu 1º mandato.

De acordo com o Itamaraty, o Japão é o parceiro comercial mais tradicional do Brasil na Ásia e é a 9ª origem de investimentos estrangeiros no país, com US$ 35 bilhões em investimentos em 2023. O fluxo comercial em 2024 foi de US$ 11 bilhões.

O Japão é o 2º parceiro comercial do Brasil na região, atrás da China, e o 11º no mundo.



Autor Poder360 ·