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29 de março de 2025
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Presidente disse que a democracia corre perigo com crescimento da “extrema-direita” e criticou tarifas impostas por Trump e descaso à questão climática

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou para empresários japoneses no encerramento do Fórum Brasil-Japão, em Tóquio, nesta 4ª feira (26.mar.2025). Em sua fala, disse que a democracia mundial corre perigo com a eleição da “extrema-direita negacionista” e fez críticas ao protecionismo e à descrença na questão climática.

Os comentários foram vistos como alfinetadas ao presidente norte-americano, Donald Trump (Partido Republicano), já que Lula citou “negacionistas que não querem sequer atender o cumprimento do Protocolo de Kyoto”. Os Estados Unidos recusaram-se a assinar o acordo estabelecido em 1997 para redução da emissão global.

Lula também afirmou aos japoneses que o Brasil é um “porto-seguro” para investidores estrangeiros. “Eu quero convidar os japoneses a investirem no Brasil, porque o Brasil é um porto seguro, como foi para os japoneses em 1908, nós queremos ser em 2025 atraindo parcerias, joint ventures e investimentos japoneses no nosso país”, disse Lula.

O presidente já havia comentado sobre a possibilidade de receber investidores do Japão durante reunião com representantes da Abeic (Associação Brasileira de Indústrias Exportadoras de Carne), na 3ª feira (24.mar). Ao falar sobre transição energética mundial, ressaltou o desenvolvimento do etanol brasileiro e convidou empresários do país asiático para aportarem capital no Brasil.

Ainda sobre investimentos e parcerias comerciais, Lula comentou sobre a necessidade de firmar um acordo entre o Japão e o Mercosul. Disse que os países “têm mais a ganhar com integração do que com práticas protecionistas”, em nova alfinetada a Trump e as tarifas de importação impostas pelo republicano.

EIS A ÍNTEGRA DO DISCURSO

“Shigeru Ishiba, primeiro-ministro do Japão, em nome de quem cumprimento todas as autoridades japonesas aqui presentes. Meu caro Tatsuo Yasunaga, CEO da Mitsui e diretor do Comitê Brasil-Japão, senador Davi Alcolumbre, presidente do Congresso Nacional e do Senado Federal, deputado Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, em nome de quem cumprimento todos os deputados brasileiros aqui presentes. Embaixador Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores, em nome de quem cumprimento todos os ministros e as ministras brasileiras aqui presentes.

“Meu querido Márcio Elias Rosa, secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, que está aqui representando o nosso vice-presidente e ministro, Geraldo Alckmin. Nossa querida Tarciana Medeiros, presidenta do Banco do Brasil. Meu querido Jorge Vieira, presidente da Apex Brasil. E Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, vice-presidente da CNI, por meio de quem cumprimento os empresários brasileiros.

“Hoje é um dia feliz e um dia triste para mim. Feliz porque estou no Japão, país com quem o Brasil mantém relação diplomática há 130 anos e país que tem muita responsabilidade com o atual estágio de desenvolvimento do Brasil, tanto na indústria, tecnologia, como na agricultura.

“Nós, brasileiros, não poderemos esquecer nunca o que o Japão fez no Cerrado Brasileiro, fazendo uma extraordinária revolução para que o Brasil se transformasse em um dos mais importantes países agrícolas exportador de alimentos.

“E triste porque o Brasil perdeu de 4 x 1 da Argentina nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026. E também triste porque acharam que eu sou baixinho e colocaram um banco aqui para eu ficar mais alto, quando eu não sou tão baixo assim.

“Bem, meus amigos e minhas amigas,

“Quando eu fui candidato a presidente da República pela terceira vez, eu dizia que era importante trazer o Brasil à normalidade política e à civilidade democrática. E naquela ocasião eu dizia que era preciso ter estabilidade política e ela está mostrada aqui, com a presença do presidente da Câmara e o presidente do Senado e vários deputados, inclusive com o companheiro Rodrigo Pacheco, ex-presidente do Senado, e o Arthur Lira, ex-presidente da Câmara.

“Eu dizia que era preciso fazer uma estabilidade econômica e o Brasil, nos dois primeiros anos do meu governo, cresceu surpreendendo o mundo, porque a previsão do crescimento do Brasil era 0,8% em 2023 e nós crescemos 3,2%. Era uma previsão de crescimento de 1,5% em 2024 e nós crescemos 3,4%. E eu posso garantir ao primeiro-ministro Ishiba que nós iremos crescer mais em 2025, porque eu acho que o Brasil precisa sair do hall dos países em vias de desenvolvimento e se transformar num país finalmente desenvolvido.

“Estabilidade jurídica. E nós aprovamos, de forma extraordinária, uma política de reforma tributária que há mais de 40 anos era esperada no Brasil. E essa política foi aprovada com o apoio total do Senado e da Câmara para que a gente pudesse garantir aos investidores estrangeiros e aos brasileiros mais facilidade e mais estabilidade jurídica. Por isso, eu estou feliz.

“E também nós prometíamos garantir estabilidade social e é por isso que nós temos feito a mais importante política de inclusão social na história do Brasil e a mais importante política de crédito na história do Brasil.

“Eu posso afirmar, ministro Ishiba, que nunca antes na história do Brasil houve tanto crédito disponibilizado para as pessoas mais pobres, para os trabalhadores e também para os grandes empresários e para o agronegócio, porque o Banco do Brasil voltou a atuar com muita força, porque o Banco de Desenvolvimento voltou a atuar com muita força, porque a Caixa Econômica Federal voltou a atuar com muita força.

“E eu sou da teoria e é importante que os empresários japoneses ouçam a minha teoria. Eu tenho dito que muito dinheiro na mão de poucos significa manutenção da pobreza. E pouco dinheiro na mão de muitos significa distribuição de renda, significa distribuição de riqueza e é isso que está fazendo o nosso país crescer com a mais importante política de geração de emprego que nós também já fizemos no país, a maior política de investimento de infraestrutura que o Brasil já conheceu, porque eu quero convidar os japoneses a investirem no Brasil, porque o Brasil é um porto seguro, como foi para os japoneses em 1908, nós queremos ser em 2025 atraindo parcerias, joint ventures e investimentos japoneses no nosso país.

“Eu lembro que em 2008 eu recebi no Brasil vários empresários japoneses, que naquela ocasião diziam que iam fazer uma mistura de 3% de etanol na gasolina e não foi possível acontecer. A Europa prometia 10%, não aconteceu. E agora, quando o Japão fala que é possível fazer uma mistura de 10%, eu fico acreditando e torcendo para que isso aconteça porque será uma revolução na questão climática no nosso país.

“Eu dizia também que era preciso garantir previsibilidade aos investidores. Ninguém pode ser pego de surpresa com mudança de lei, com mudança de decreto, com mudança de portaria a todo santo dia.

“É preciso que a regra do jogo seja estabelecida da mesma forma que a regra do jogo de um campeonato de futebol. Todo mundo tem que saber o que vai acontecer para que ninguém sofra percalços de atitude de governo, muitas vezes agindo de forma irresponsável, sem levar em conta o respeito que nós temos que ter pelos trabalhadores, pelos empresários e pelos políticos do país.

“Por isso eu trouxe comigo também uma delegação de cinco sindicalistas e é uma das poucas vezes que eu viajo e a gente faz uma reunião entre o sindicalismo brasileiro e o sindicalismo japonês.

“Portanto, meus amigos e minhas amigas, eu estou feliz porque nós estamos consolidando com o Japão uma nova estratégia de relacionamento. Nós queremos vender e queremos comprar, mas, sobretudo, nós queremos compartilhar alianças entre as empresas japonesas e as empresas brasileiras para que a gente possa crescer juntos.

“Dito isso, eu queria dizer aos convidados:

“Há 50 anos visitei pela primeira vez o Japão a convite dos trabalhadores da Toyota.

“Nesta minha quinta visita, regresso acompanhado de ministros, parlamentares, empresários e sindicalistas para aprofundar nossos vínculos sociais, econômicos e políticos. Assinaremos 10 acordos de cooperação nas mais diversas áreas, além de quase 80 instrumentos entre empresas, bancos, universidades e outras instituições.

“Resta, no entanto, um importante desafio. Nosso comércio bilateral diminuiu nos últimos anos. Caiu de US$ 17 bilhões em 2011 para US$ 11 bilhões em 2024. Algo não andou bem na nossa relação e é preciso aprimorá-la.

“Este Fórum Empresarial é a oportunidade para reverter esse declínio. Em um mundo cada vez mais complexo, é fundamental que parceiros históricos se unam para enfrentar as incertezas e instabilidades da economia global. Estou seguro de que precisamos avançar com a assinatura de um acordo de parceria econômica entre Japão e Mercosul.

“Nossos países têm mais a ganhar pela integração do que pelo recurso de práticas protecionistas. Manter a isenção recíproca de visto de negócios e turismo entre Brasil e Japão é um passo essencial nessa direção. O futuro da nossa relação também passa pelo aumento dos investimentos.

“O Brasil continuará desafiando as projeções do Banco Mundial. Nos últimos dois anos, nosso PIB superou as expectativas e cresceu acima de 3%. Em 2025, outra vez, nós vamos surpreender o mundo e queremos surpreender em parceria com o Japão.

“Aprovamos uma histórica reforma tributária que vai simplificar processos, reduzir custos e oferecer maior previsibilidade e eficiência aos negócios. Estamos corrigindo injustiças no Imposto de Renda para beneficiar milhões de brasileiros, aumentando o consumo das famílias e fazendo a roda da economia girar.

“Com o Programa de Desenvolvimento Agrícola do Cerrado, o PRODECER, o Japão ajudou a transformar a produtividade do centro-oeste brasileiro. Hoje, somos o quarto maior produtor mundial de alimentos. O Brasil também possui um parque industrial forte, amplo e integrado ao mercado internacional.

“A Embraer tornou-se a terceira maior fabricante de jatos comerciais do mundo e tem mercado importante aqui no Japão. A ANA, maior companhia aérea japonesa, anunciou e fizeram acordo hoje a compra de até 20 jatos E-190 da Embraer, que eu posso dizer ao primeiro-ministro Ishiba que é de muita qualidade os aviões da Embraer. Quem compra 20 pode comprar um pouco mais e quem sabe todas as empresas japonesas podem voar de avião da Embraer.

“É antiga a participação japonesa na indústria brasileira, sobretudo no setor automotivo. O Brasil foi destino da primeira unidade da Toyota fora do Japão ainda em 1958. Visitei na semana passada uma das fábricas da Toyota no Brasil, ocasião em que a empresa anunciou investimento de mais de 2 bilhões de dólares até 2030. A Honda, a Nissan e a Mitsubishi também ampliarão sua presença no mercado brasileiro.

“Isso vai alavancar a produção de veículos elétricos e híbridos, capazes de operar com qualquer mistura de etanol e gasolina. Em linha com a legislação aprovada no Congresso sobre o Combustível do Futuro, o Brasil vai aumentar o percentual de etanol na gasolina de 27% para 30% e no diesel vamos chegar a 20% até 2030. É muito positivo que com o Plano Estratégico de Energia o Japão eleve o percentual de bioetanol para até 10% até 2030 e até 20% a partir de 2040.

“A descarbonização não é uma escolha, é uma necessidade e grande oportunidade. O envolvimento do setor privado nessa meta é simplesmente fundamental. O Brasil sempre será um aliado para reduzir a dependência global de combustíveis fósseis.

“Fontes renováveis representam 50% da matriz energética e mais de 90% da matriz elétrica brasileira. Continuaremos a liderar a transição justa. Em novembro, o Brasil sediará a COP30 no coração da Amazônia e eu espero que o primeiro-ministro Ishiba esteja participando da COP, para ter contato com o coração da Amazônia, de que todo mundo fala e que pouca gente conhece.

“E nós iremos realizar a COP mais importante de todas as COPs realizadas, com muita responsabilidade, com muita serenidade, com menos ufanismo e com mais debate sério sobre a questão do controle do esquentamento do planeta Terra, que nós sabemos que não pode ultrapassar um grau e meio.

“E não é uma brincadeira, não é uma coisa de cientista, é uma realidade que está acontecendo no planeta inteiro e nós precisamos levar em conta que em algum momento nesse país e nesse mundo não se respeitou o Protocolo de Kyoto, alguns estão deixando de discutir o Acordo de Paris, o Acordo de Copenhague em 2009 não foi cumprido porque os países ricos se comprometeram a dar 100 bilhões de dólares por ano para que a gente pudesse manter as florestas em pé e isso não foi cumprido até agora.

“E é importante lembrar que a floresta em pé é muito bonita, mas embaixo de cada árvore tem um trabalhador, tem um indígena, tem um extrativista, tem um seringueiro, tem um trabalhador rural. E, se a gente quer manter as florestas em pé, é preciso que a gente dê sustentabilidade para que essas pessoas possam viver e ter acesso aos bens materiais que todo mundo quer ter em todos os países do mundo.

“Nós já apresentamos nossas NDCs e estamos à frente de um balanço ético global para elevar a ambição climática rumo a Belém. Vamos zerar o desmatamento na Amazônia até 2030 e reforçar o combate a todos os tipos de ilícitos transnacionais em parcerias com nossos vizinhos. A Amazônia atingiu em 2024 a maior redução de desmatamento dos últimos 15 anos.

“Estamos fomentando a estabilidade social, econômica, jurídica, ambiental e política que consolida o Brasil como excelente opção para investidores.

“Caros amigos e amigas, meu caro primeiro-ministro, desejo ao Japão todo o êxito na realização da Exposição Universal de 2025, em Osaka, na qual a nossa APEX estará durante seis meses no Japão fazendo debates e fazendo a demonstração daquilo que o Brasil é capaz de fazer. Ao mesmo tempo, essa feira deverá atrair milhões e milhões de gente de todo o mundo e nós, brasileiros, queremos estar lá para mostrar ao mundo uma parte do Brasil.

“Aproveitaremos a Expo Osaka para apresentar ao mundo um Brasil sustentável, diverso e próspero. Deixo o Japão amanhã, confiante de que estamos no rumo certo, honrando nossa história comum e escrevendo novos capítulos dessa longa e bem-sucedida trajetória.

“Meu querido amigo Ishiba

“Eu quero terminar a minha fala dizendo que nós temos três preocupações que devem nortear todos os presidentes, todos os primeiros-ministros e todos os povos democráticos do mundo. Nós temos que primeiro brigar muito pela democracia. A democracia corre risco no planeta, com eleição de uma extrema-direita negacionista que não reconhece sequer vacina, não reconhece sequer a instabilidade climática e não reconhece sequer partidos políticos, sindicatos e outras coisas. E a negação da política não trará nenhum benefício para a humanidade. Inclusive, os negacionistas não querem sequer atender o cumprimento do Protocolo de Kyoto.

“A segunda coisa que nós precisamos defender muito bem e com muita força é a questão do livre-comércio. Nós não podemos voltar a defender o protecionismo. Nós não queremos uma segunda Guerra Fria. O que nós queremos é comércio livre para que a gente possa definitivamente fazer com que nossos países se estabeleçam no movimento da democracia, no crescimento econômico e na distribuição de riqueza.

“Outra coisa que nós não podemos esquecer, primeiro-ministro, é a manutenção do multilateralismo. É muito importante a relação entre os países. É muito importante a relação política. É muito importante a relação entre universidades. É muito importante a troca de experiências científica e tecnológica. É muito importante a relação entre os sindicatos. É muito importante a relação entre os partidos políticos. E, sobretudo, é muito importante a relação entre os povos. Porque nós não queremos mais muros. Nós não queremos mais Guerra Fria. Nós não queremos mais ser prisioneiros da ignorância. Nós queremos ser livres e prisioneiros da liberdade.

“Por isso, um abraço ao povo japonês. Um abraço aos empresários.

“E um grande abraço ao primeiro-ministro Ishiba.

“Muito obrigado.”



Autor Poder360 ·


Presidente busca abrir mercado japonês para carne bovina brasileira, avançar em acordo Mercosul-Japão, promover a Embraer e reforçar relações com a Ásia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou na noite deste domingo (23.mar.2025) em Tóquio, no Japão, onde cumprirá agenda até 5ª feira (27.mar). Em seguida, ele viaja a Hanói, no Vietnã, com volta ao Brasil programada para o sábado (29.mar).

A incursão à Ásia terá forte caráter comercial, com o possível avanço nas negociações para abrir os mercados japonês e vietnamita à carne bovina brasileira, a intensificação das discussões por um acordo entre o Mercosul e o Japão e a venda de aeronaves da Embraer para os 2 países.

Assista ao vídeo compartilhado pelo presidente após o desembarque (1min19s):

Lula também aproveitará o palco internacional para defender o multilateralismo diante de uma reorganização da geopolítica desde o início do 2º mandato do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (partido Republicano). O petista pretende mostrar que o Brasil dialoga e mantém negócios robustos com países importantes da Ásia e não está apenas sob a zona de influência da China na região.

O petista convidou os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e os seus antecessores nos comandos das duas Casas, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

EXPORTAÇÃO DE CARNE

No Japão, Lula tentará obter o compromisso de que uma missão sanitária japonesa visite o Brasil em breve. A inspeção local é fundamental para o início da liberação do mercado nipônico para a carne brasileira.

Cerca de 500 empresários participarão de um fórum empresarial na capital japonesa. Do total, 100 devem ser brasileiros. Dentre eles estarão os donos da JBS, Wesley Batista e Joesley Batista, a maior empresa de proteína animal do mundo.

“Existe um empenho político de fazer avançar esse assunto. Porque o Brasil é um grande produtor do agronegócio, muito competitivo, muito seguro e muito responsável. Nós achamos que isso é algo que é importante e que deve ser reconhecido. Isso depende do entendimento que está em curso. Acho que a visita do presidente certamente ajuda nesse sentido”, disse secretário de Ásia e Pacífico do Itamaraty, Eduardo Saboia, em entrevista a jornalistas.

O Brasil se autodeclarou como zona livre de febre aftosa sem vacinação. Por isso, o governo defende que o país atende a todas as condições impostas pelo Japão para tornar-se exportador para aquele país.

“O Brasil vem melhorando sua condição sanitária há muitos anos. Hoje já tem a condição sanitária de zona livre de febre aftosa sem vacinação, uma condição da Organização Mundial de Saúde Animal, o que já deveria nos habilitar a ter acesso ao mercado japonês. Mas isso depende de uma série de possibilidades, incluindo uma missão sanitária de avaliação de risco”, afirmou Saboia.

De acordo com dados do governo brasileiro, o Brasil tem 20% da produção mundial de carne bovina e detém 25% do mercado mundial deste produto. O mercado japonês importa US$ 4 bilhões por ano e o Brasil não tem participação nele.

Na viagem, Lula pretende também ampliar o mercado de carne suína. Atualmente, apenas Santa Catarina tem autorização sanitária para exportar para o Japão. Mas, de acordo com Saboia, outros Estados brasileiros estão preparados para a exportar também. A missão sanitária atuaria também para analisar esse setor.

ACORDO COM O MERCOSUL

O bloco econômico formado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia negocia um acordo comercial com os japoneses. As conversas estão em andamento há alguns anos, mas o anúncio de conclusão das negociações do grupo com a União Europeia, no fim do ano passado, podem ajudar a pressionar por um avanço com o Japão. Ainda que haja algum avanço nas conversas, elas ainda são iniciais.

BRICS

Lula pretende convidar o primeiro-ministro do Vietnã, Pham Minh Chinh, para a cúpula do Brics que será realizada no Rio em 6 e 7 de julho. O país foi convidado em 2024 para se tornar parceiro do grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e, mais recentemente, passou a incluir como parceiros Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã e Indonésia. Mas o governo vietnamita ainda não divulgou uma posição oficial.

COMITIVA DE LULA

Lula fará uma viagem de Estado ao Japão, o mais alto grau da diplomacia nipônica. Será recebido em Tóquio pelo imperador Naruhito e pela imperatriz Masako no Palácio Imperial. Terá ainda uma reunião bilateral com o primeiro-ministro Shigeru Ishiba.

Esta é a 1ª recepção de Estado que o Japão faz desde 2019, quando recebeu Donald Trump, ainda no seu 1º mandato.

De acordo com o Itamaraty, o Japão é o parceiro comercial mais tradicional do Brasil na Ásia e é a 9ª origem de investimentos estrangeiros no país, com US$ 35 bilhões em investimentos em 2023. O fluxo comercial em 2024 foi de US$ 11 bilhões.

O Japão é o 2º parceiro comercial do Brasil na região, atrás da China, e o 11º no mundo.



Autor Poder360 ·


Presidente diz que o ex-governador de SP “deixa um legado de compromisso com a democracia”; a causa da morte não foi divulgada

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outros políticos lamentaram a morte do ex-governador de São Paulo Cláudio Lembo nesta 4ª feira (19.mar.2025). A causa da morte não foi divulgada.

Lula afirmou nas redes sociais que Lembo foi “símbolo de Política escrita com P maiúsculo”. Disse que, apesar das diferenças, sempre conseguiram dialogar de forma franca, aberta e generosa. Deixa um legado de compromisso com a democracia, com os valores constitucionais e com o amor pelo Brasil”.

Parceiro político de Lembo, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, publicou uma homenagem ao ex-governador. “Se tem alguém que cumpriu sua missão, esse alguém foi Cláudio Lembo. Cidadão exemplar, com excelente formação e um homem público que não deixa uma única observação negativa”, escreveu.

João Doria, ex-prefeito e ex-governador de São Paulo, disse que Lembo foi um homem de grande inteligência, espírito público e trajetória marcante na política brasileira”.

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, afirmou que o ex-governador era uma pessoa bem humorada e que deixará uma marca positiva na política brasileira.

O ministro do Empreendedorismo, Márcio França, disse que Lembo foi um “retrato da amizade e da lealdade” e que deixará sua marca de humanidade “no coração de cada um que conviveu com ele”.

“Lembo era um homem cordato e inteligente, que sabia como poucos construir boas relações na vida pública”, escreveu o deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP).  

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli disse que Lembo era “um homem à frente de seu tempo, mas paciente com a história”.

“O Brasil perde hoje um líder político liberal clássico. Advogado de sólida formação jurídica e cultural. Um homem à frente de seu tempo, mas paciente com a história. Dos últimos a formar gerações de políticos. Fará falta. Meus sentimentos aos familiares e amigos e seguidores que formou”, declarou o magistrado em nota.

CLÁUDIO LEMBO

Lembo nasceu em São Paulo, capital, em 12 de outubro de 1934. Governou o Estado de 2006 a 2007, após o atual vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) deixar o cargo para concorrer à Presidência da República. Foi vice-governador de 2003 a 2006.

Ele foi um dos fundadores do PFL (Partido da Frente Liberal), criado em 1985. Em 2011, filiou-se ao PSD (Partido Social Democrático), cujo líder é Gilberto Kassab.

O ex-governador era formado em ciências jurídicas e sociais pela USP (Universidade de São Paulo) e doutor em direito pela Universidade Mackenzie, da qual também foi reitor.

O governador de São Paulo, Tarcísio Freitas (Republicanos), decretou luto oficial de 3 dias por conta da morte de Lembo. O velório será realizado no Hall Monumental da Assembleia Legislativa da capital paulista, entre as 10h e as 15h30. Lembo será sepultado no Cemitério de Araçá às 16h.



Autor Poder360 ·


Petista defende política de conteúdo nacional e critica dependência de importações da estatal

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta 2ª feira (24.fev.2025) que já ameaçou demitir um presidente da Petrobras por não seguir sua determinação sobre a política de conteúdo nacional. Ele não citou nomes.

Durante o evento de assinatura do contrato do Programa de Ampliação da Frota da Petrobras e Transpetro, em Rio Grande, no Rio Grande do Sul, Lula citou a intenção de um presidente da estatal de comprar uma sonda da Coreia do Sul.

“Eu falei: não vai comprar. Se você comprar, a mesma caneta que te colocou na presidência, vai te tirar da presidência. Nós vamos fazer aqui”, disse.

INDUSTRIA NAVAL

O evento marcou a assinatura do contrato da Transpetro com os estaleiros Rio Grande e Mac Laren para aquisição de 4 navios da classe Handy, com capacidade de 15 a 18 mil TPB (toneladas de porte bruto) para o transporte de derivados na costa brasileira. Cada unidade custa US$ 69,5 milhões. Os cascos serão construídos em Rio Grande e finalizados no estaleiro da Ecovix Mac Laren, em Niterói (RJ).

O lançamento do 1º navio está programado para o 1º semestre de 2026. A partir desta data, as outras 3 unidades serão entregues a cada 6 meses, até 2028.

A medida é uma das promessas de campanha do presidente Lula de retomar investimentos na indústria naval brasileira, interrompidos desde a Operação Lava Jato.

A licitação foi lançada em julho do ano passado e faz parte do programa de renovação e ampliação da frota da estatal. No total, serão investidos R$ 23 bilhões para a construção de 44 embarcações até 2029.

“Desde 2016 nós paramos a construção dos cascos. E passamos 8 anos em uma situação bastante difícil, como todo mundo sabe”, disse José Antunes Sobrinho, acionista da Ecovix.

Segundo ele, o estaleiro deve retomar os postos de trabalho para os níveis pré-2016 de forma gradual. “Potencialmente, em Rio Grande, nós temos cerca de 5.000 empregos sem estressar. Boa parte daqui ou relacionada com a região”, disse.



Autor Poder360 ·


Em entrevista a uma rádio, petista fez a mesma análise que havia feito sobre Biden, dizendo que não se pode mentir para si mesmo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta 6ª feira (14.fev.2025) que precisará analisar a sua saúde e sua idade em 2026 para decidir se será candidato à reeleição em 2026. Em entrevista a uma rádio em Belém (PA), o petista disse ser cedo para pensar nas eleições e fez a mesma análise que havia feito sobre o ex-presidente norte-americano Joe Biden, dizendo que não se pode mentir para si mesmo.

“É por isso que digo, 2025 é o meu ano. Agora, se vou ser candidato ou não, tem uma discussão com muitos partidos políticos, com a sociedade brasileira. Tenho 79 anos. Eu tenho que ter consciência comigo mesmo, eu não posso mentir para ninguém e muito menos para mim”, declarou.

Antes do ex-presidente Joe Biden anunciar a sua desistência das eleições norte-americanas, Lula falava que ele precisaria fazer uma análise interna porque ninguém pode mentir para si.

“Um homem, para tomar a atitude que o Biden tomou, de desistir de ser candidato, a poucos meses da eleição, em função de um problema que só ele sabe o que tem, não sou eu, é preciso ter muito caráter, muita dignidade, ser muito ético e gostar muito de seu povo. Foi o que ele fez”, declarou em cerimônia de sanção da Lei nº 1.818 de 2022, que institui a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, em Corumbá (MS), em julho de 2024.

Lula declarou nesta 6ª feira que o pleito de 2026 não é sua prioridade e que analisará se estará “legal” daqui a 2 anos.

“Se eu tiver com 100% de saúde, com a energia que tenho hoje. Se eu tiver legal e achar que devo ser candidato, posso ser candidato, mas não é a minha prioridade agora. Quero governar 2025, eu quero andar esse país”, disse.



Autor Poder360 ·


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou, nesta quarta-feira, que reduzirá o custo de vida no país e que a cesta básica se tornará mais acessível para a população. Durante entrevista a rádios de Minas Gerais, Lula ressaltou que o governo encara a inflação com seriedade e considera que ela está razoavelmente sob controle.

Segundo o IBGE, no ano passado os itens de alimentos e bebidas foram os que mais oneraram os brasileiros. Em 2024, a inflação oficial encerrou em 4,83%. Lula reiterou a importância de monitorar a inflação e destacou que a situação segue sendo acompanhada de perto.

“Nós temos consciência que vamos baixar a inflação, nós temos consciência que vamos baixar o custo de vida, e nós temos consciência que a cesta básica vai ficar mais acessível ao povo brasileiro, porque é disso que o povo precisa, alimento barato de qualidade na mesa”, acrescentou o presidente, ao garantir que “o governo inteiro está trabalhando com isso”.

O presidente Lula admite que alguns alimentos continuam com preços elevados e afirmou que o governo tem se reunido sistematicamente com os setores produtivos e de distribuição para buscar uma alternativa que torne os produtos mais acessíveis. Ele ressaltou, por exemplo, que, apesar de a carne ter caído 30% em 2023, seu valor voltou a aumentar, evidenciando a necessidade de reavaliar os preços, pois a inflação prejudica o trabalhador.

Lula também apontou a preocupação do governo com o impacto do acréscimo nos preços dos combustíveis. A Petrobras divulgou recentemente ajustes no valor do óleo diesel, que vem acumulando defasagens devido à valorização do dólar. O presidente explicou que estão avaliando como compensar esses reajustes, considerando seu efeito dominó sobre o transporte e, consequentemente, sobre o preço dos alimentos.

Presidente elogia ministro e discute ajustes na equipe

Na entrevista às rádios Itatiaia, Mundo Melhor e BandNewsFM BH, todas de Minas Gerais, Lula foi questionado sobre a possível indicação do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para ser ministro. Pacheco também é cotado para ser o candidato da base do PT ao governo mineiro em 2026.

Lula afirmou que não tem pressa de fazer nenhuma reforma, mas que quer “ajustar as peças que nós temos que trocar”. O PSD, aliado do governo, já conta com três ministérios na Esplanada, o de Minas e Energia, com Alexandre Silveira; Agricultura e Pecuária, com Carlos Fávaro; e Turismo, com Celso Sabino.

O presidente garantiu que, ao menos, Silveira ficará no cargo: “Não há porque mexer numa coisa que está fazendo uma revolução no setor energético brasileiro e no setor de minas desse país”, disse, elogiando o ministro.

Sobre os demais ministérios, Lula afirmou que vai discutir com o PSD e com outros partidos aliados sobre eventuais mudanças. (Com informações da Agência Brasil)



Autor Manoel Messias Rodrigues


Presidente do PSD afirmou que o ministro da Fazenda é “fraco” e que tem “dificuldade em comandar”

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta 4ª feira (5.fev.2025) que quem deveria responder às críticas do presidente do PSD, Gilberto Kassab, é o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) –como fez no dia seguinte. Em evento em São Paulo, Kassab disse que o titular do órgão é “fraco” e que tem “dificuldade em comandar”.

“Quem tem que dar resposta sobre isso é o presidente da República, que já deu no dia seguinte e falou: “olha, uma pessoa que faz o Brasil crescer 7% ao ano, com a menor taxa de desemprego, aprova uma Reforma Tributária, melhora as contas públicas, aprova um marco fiscal, vamos combinar”. Mas eu não vou ficar aqui disputando isso porque não é uma coisa razoável. Um partido que é da base do governo, um presidente de um partido que é a base do governo Lula”, disse Haddad durante entrevista à Globonews.

Ainda afirmou que não sabe “o que se passou para ele dizer isso”, quando perguntado se acha que a declaração veio por Kassab considera-lo um eventual candidato em 2026.

“O que importa é o seguinte. Eu penso que a entrega que nós fizemos em 2 anos, eu vejo poucos paralelos no Ministério da Fazenda. Tiveram ministros relevantes, Fernando Henrique foi um ministro relevante, conseguiu em pouco mais de um ano estabilizar a moeda. Mas assim, se eu for pegar o histórico, quem foi o ministro forte? Ele falou que o Meirelles foi forte, mas entregou um déficit muito superior ao atual. Qual o critério que ele está usando? Eu não quero ficar fazendo esse tipo de disputa porque eu acho de mau gosto, inclusive ficar comparando. Isso quem tem que fazer é a população. Isso quem tem que fazer é a História, muitas vezes, porque às vezes a pessoa toma medidas que não são compreendidas no momento e vão ser compreendidas tempos depois. Eu estou muito tranquilo em relação às medidas que eu estou tomando. Não me arrependo de nenhuma delas”, afirmou.

A declaração do secretário de Governo e Relações Institucionais do Estado de São Paulo foi feita em 28 de janeiro. “O sucesso da economia precisa de ministros da Economia fortes. Já tivemos FHC, Henrique Meirelles, Paulo Guedes. Eles comandavam. Hoje existe uma dificuldade do ministro Haddad de comandar. Haddad não consegue se impor no governo. Um ministro da Economia fraco é sempre um péssimo indicativo”, disse, durante um painel da Laic (Latin America Investment Conference), em evento promovido pela UBS e UBS BB.

Na última 5ª feira (30.jan), Lula afirmou ter achado graça ao ver as críticas e afirmou que Haddad faz uma gestão extraordinária. “Acho que ele foi injusto com o companheiro Haddad no ministério da Fazenda. […] O Haddad deveria ser elogiado pelo Kassab, mas eu não vou pedir pra ele elogiar se ele não quer”, declarou Lula.



Autor Poder360 ·


Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta segunda-feira (27/1) revela que 37% dos entrevistados classificam negativamente o governo Lula, o maior percentual desde o início do levantamento, em fevereiro de 2023. Em contrapartida, 31% avaliaram positivamente, enquanto 28% consideraram a gestão regular.

Houve aumento na avaliação negativa em relação à pesquisa anterior, de dezembro, que registrava 31%. Já a avaliação positiva caiu de 33% para 31%. O percentual de indecisos ou que não responderam subiu de 2% para 4%.

Entre as mulheres, a avaliação negativa cresceu de 27% para 36%. A avaliação positiva no grupo permaneceu estável, dentro da margem de erro, em 33%. No entanto, o percentual de mulheres que consideram o governo regular caiu de 36% para 27%.

A desaprovação geral do trabalho de Lula subiu de 47% para 49%, enquanto a aprovação caiu de 52% para 47%.

A pesquisa também investigou a repercussão das notícias e enxurrada de fake news sobre tributação no Pix. Após polêmica envolvendo uma norma da Receita Federal que obrigava a notificação de transações acima de R$ 5 mil para pessoas físicas e R$ 15 mil para jurídicas, o governo recuou e revogou a medida.

Dos entrevistados, 66% consideraram que o governo errou na condução do caso, 19% avaliaram que acertou, enquanto 5% afirmaram que o acerto e o erro foram equivalentes. Outros 10% não souberam ou não responderam.

O levantamento ouviu 4.500 brasileiros com 16 anos ou mais, entre os dias 23 e 26 de janeiro, em 250 municípios das cinco regiões do país. A pesquisa foi realizada presencialmente e possui margem de erro de um ponto percentual, com índice de confiança de 95%.

Aprovação alta em famílias de baixa renda

Entre famílias com renda de até dois salários mínimos, o governo é aprovado por 56% e desaprovado por 39%. Já entre aqueles com renda superior a cinco salários mínimos, a desaprovação atinge 59%, enquanto 39% aprovam.

Entre os católicos, o governo possui 52% de aprovação e 45% de reprovação. Já no público evangélico, a desaprovação é maior, com 59%, e a aprovação é de 37%.

O governo também é mais bem avaliado entre pretos e pardos. Na população preta, Lula registra 54% de aprovação e 42% de desaprovação. Entre os pardos, 51% aprovam e 45% desaprovam.

Comunicação – Sobre a comunicação governamental, 53% avaliaram como negativa, 23% como regular e 18% como positiva. Outros 6% não opinaram. A posse de Sidônio Palmeira como ministro da Secretaria de Comunicação Social, no último dia 14, ocorreu em meio a uma reestruturação para melhorar a imagem do governo com vistas a 2026.



Autor Manoel Messias Rodrigues


Após a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos nesta segunda-feira (20/1), o republicano afirmou em entrevista que seu país “não precisa” do Brasil ou da América Latina. Essa declaração foi dada ao ser questionado pela repórter Raquel Krähenbühl, da Globonews, sobre uma proposta de paz para a Guerra da Ucrânia elaborada por China e Brasil.

“Eles precisam muito mais de nós do que nós precisamos deles. Na verdade, não precisamos deles, e o mundo todo precisa de nós.”, disse Trump após afirmar que desconhecia a iniciativa.

A declaração gerou reações no governo brasileiro, mas foi minimizada por pessoas que trabalham com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A avaliação é que esse posicionamento reflete a visão de mundo que Trump já expressou ao longo dos anos. Por isso, o governo pretende agir com cautela, observando os próximos passos antes de decidir mudanças no discurso ou nas estratégias diplomáticas.

A secretária-geral do Ministério das Relações Exteriores, embaixadora Maria Laura da Rocha, reforça a intenção de focar nas convergências entre Brasil e Estados Unidos, mesmo diante de eventuais diferenças.

“Ele [Trump] pode falar o que ele quiser, ele é presidente eleito dos EUA. Vamos analisar cada passo do governo, mas como somos um povo com fé na vida, vamos procurar apoiar e trabalhar não as divergências, mas as convergências, que são muitas.”, informa.

Lula deseja mandato exitoso

A Presidência da República não comentou oficialmente a fala de Trump até o momento. Mas, na segunda-feira (20/1), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva parabenizou Trump por sua posse, destacando a importância das relações históricas entre os dois países. Lula enfatizou a cooperação e o respeito mútuo que fundamentam a parceria Brasil-EUA, desejando um mandato exitoso a Trump.

Em nota oficial, Lula reforçou os laços bilaterais em áreas como comércio, ciência, educação e cultura, afirmando que há espaço para avanços em diversas parcerias. Ele expressou esperança de que a nova administração norte-americana contribua para um mundo mais justo e pacífico, além de prosperidade interna.

Durante uma reunião ministerial em Brasília, Lula mencionou sua expectativa de manter boas relações com o governo Trump, destacando o papel dos EUA como parceiro estratégico do Brasil. Ele enfatizou a importância de uma gestão produtiva para os povos americano e brasileiro.

Lula também comentou preocupações sobre possíveis impactos da eleição de Trump na democracia mundial, ressaltando que sua torcida é para que o presidente norte-americano tenha sucesso em sua administração e fortaleça os laços históricos entre as nações.

Veja nota na íntegra

Em nome do governo brasileiro, cumprimento o presidente Donald Trump pela sua posse. As relações entre o Brasil e os EUA são marcadas por uma trajetória de cooperação, fundamentada no respeito mútuo e em uma amizade histórica. Nossos países nutrem fortes laços em diversas áreas, como o comércio, a ciência, a educação e a cultura. Estou certo de que podemos seguir avançando nessas e outras parcerias. Desejo ao presidente Trump um mandato exitoso, que contribua para a prosperidade e o bem-estar do povo dos Estados Unidos e um mundo mais justo e pacífico.



Autor Agatha Castro


Presidente fala ao telefone com atriz que venceu o Globo de Ouro e diz que prêmio não poderia ter vindo em momento “melhor”, a 2 dias de evento em “defesa da democracia” para “combater os fascistas”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ligou na noite desta 2ª feira (6.jan.2025) para Fernanda Torres e deu os parabéns pelo Globo de Ouro na categoria “Melhor Atriz em Filme de Drama”. Ele aproveitou o prêmio para promover o ato organizado pelo governo em memória ao 8 de Janeiro de 2023. Segundo o petista, a vitória da brasileira no evento internacional não poderia ter vindo em momento “melhor”.

A atriz foi premiada pela interpretação de Eunice Paiva (1929-2018), mulher de Rubens Paiva (1929-1971), deputado cassado e morto durante a ditadura cívico-militar brasileira, no filme “Ainda Estou Aqui”. O longa-metragem foi dirigido por Walter Salles.

“O Brasil merecia isso. E sobretudo isso acontecer para você faltando 2 dias para a gente fazer o ato em defesa da democracia […] Quero ver se a gente consegue transformar 2025 em um ano defesa da democracia, contra a extrema-direita e contra os fascistas“, disse Lula.

O evento para relembrar quando extremistas invadiram e depredaram os prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do STF (Supremo Tribunal Federal) será realizado na praça dos Três Poderes, em Brasília, na 4ª feira (8.jan), a partir das 11h.

O vídeo da conversa entre o presidente e a artista foi compartilhado nas redes sociais de Lula e da primeira-dama Janja Lula da Silva.

“Eu e a Janja parabenizamos essa grande artista mais uma vez. O país inteiro vibrou. Somos filhos de um Brasil que vale a pena, Fernanda”, escreveu o petista no X (ex-Twitter).

Assista (3min18s):

PRÊMIO EM HOLLYWOOD

O filme “Ainda Estou Aqui” é baseado na obra do escritor Marcelo Rubens Paiva, filho de Eunice de Paiva.

Fernanda Torres desbancou estrelas de Hollywood como Angelina Jolie, Nicole Kidman e Kate Winslet para levar o troféu. A conquista da atriz representa a quebra do jejum do cinema brasileiro no Globo de Ouro, que já durava 26 anos.



Autor Poder360 ·