4 de setembro de 2025
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Christine Lagarde, presidente da instituição, afirmou que incluirá os efeitos do acordo com Donald Trump nas projeções de setembro

A presidente do BCE (Banco Central Europeu), Christine Lagarde, afirmou que a Europa deve se esforçar mais para fortalecer seus relacionamentos com parceiros comerciais fora dos Estados Unidos. As informações são do The Wall Street Journal.

“Embora os EUA sejam —e continuarão sendo— um importante parceiro comercial, a Europa também deve buscar aprofundar seus laços comerciais com outras jurisdições, alavancando os pontos fortes de sua economia voltada para a exportação”, disse Lagarde no Conselho Empresarial Internacional do Fórum Econômico Mundial em Genebra, na Suíça, nesta 4ª feira (20.ago.2025). Eis a íntegra do discurso, em inglês (PDF – 141 kB).

Lagarde já havia falado sobre como a União Europeia deveria reforçar suas instituições e sua resiliência econômica como forma de aumentar a proeminência internacional do euro, depois de os EUA terem começado a aumentar as tarifas sobre seus parceiros comerciais.

O acordo entre os EUA e a UE estabelece uma tarifa média efetiva de 12% a 16% para as importações norte-americanas de produtos da zona do euro. A tarifa básica acordada pela Comissão Europeia e pelo governo do presidente Donald Trump (Partido Republicano), que afeta a maioria dos produtos, é de 15%. Os EUA ameaçaram aplicar tarifas de 30% à UE.

“Acordos comerciais recentes aliviaram, mas certamente não eliminaram, a incerteza global, que persiste devido ao ambiente político imprevisível”, disse Lagarde.

A equipe do BCE levará em consideração as implicações do acordo comercial para a economia da zona do euro nas projeções de setembro, que orientarão as decisões do banco central nos próximos meses.

O resultado das negociações entre a UE e os EUA não fo bem aceito por todos os países que compõem o bloco. Em 28 de julho, o primeiro-ministro da França, François Bayrou (Movimento Democrático, centro), criticou o tratado, alegando “submissão” e o classificando como um “dia sombrio”.



Autor Poder360 ·


Embaixador chinês no Brasil, Zhu Qingqiao diz que os países latino-americanos não são “quintal de ninguém” ao defender cooperação

A China tem reforçado seu investimento nas relações com a América Latina e com o Caribe como estratégia para ampliar sua influência global e se contrapor à hegemonia dos Estados Unidos na região. A aproximação foi reafirmada durante a 4ª reunião do fórum do país asiático com a Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), realizada em 13 de maio de 2025, em Pequim, com a presença dos presidentes Xi Jinping (China), Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Gustavo Petro (Colômbia), Gabriel Boric (Chile) e outros representantes regionais.

O evento marcou os 10 anos do fórum criado em 2014, durante visita de Xi ao Brasil, e resultou na aprovação da Declaração de Beijing e de um Plano de Ação Conjunto. O pacote inclui medidas nas áreas de infraestrutura, comércio, educação, cultura e conectividade digital.

O governo chinês também anunciou a concessão de 3.500 bolsas de estudo e 10.000 vagas de treinamento aos Estados que integram a Celac e o início, em fase experimental, da isenção de vistos para cidadãos de 5 países da região, entre eles o Brasil.

Um ponto importante foi a presença de representantes do Haiti e de Santa Lúcia na reunião em Pequim. Embora mantenham relações diplomáticas com Taiwan, e não com a China, ambos foram bem recebidos no encontro. Outros 5 países da América Latina que também reconhecem Taiwan —como o Paraguai — não enviaram representantes.

REAÇÃO AOS EUA

A intensificação das relações entre China e América Latina pode ser interpretada como uma resposta aos Estados Unidos. Desde o início do 2º mandato de Donald Trump (Partido Republicano), os 2 países travam uma guerra comercial, com tarifas superiores a 100%.

Como já mostrou o Poder360, os chineses têm ampliado sua influência na América Latina e, em muitos casos, deslocado os EUA como principal parceiro comercial da região. No Brasil, por exemplo, o comércio com os norte-americanos cresceu 215,3% de 2000 a 2024, passando de US$ 29,2 bilhões para US$ 92 bilhões. No mesmo período, as trocas com a China saltaram de US$ 2,8 bilhões para US$ 188,4 bilhões —um aumento de 6.522%.

Em 1981, a China ocupava a 38ª posição entre os maiores parceiros comerciais do Brasil. Em 2009, alcançou o 1º lugar, posição que mantém até hoje.

INVESTIDA CHINESA NA REGIÃO

Na avaliação do governo de Xi Jinping, a América Latina representa uma aliada estratégica diante de um cenário global marcado por disputas entre blocos e avanço do protecionismo.

Em artigo publicado neste Poder360, o embaixador chinês no Brasil, Zhu Qingqiao, afirma que a relação busca fortalecer a autonomia dos países latino-americanos diante de potências externas.

Ele defende que a região “não é o quintal de ninguém” –em referência a uma fala do secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, em 13 de abril de 2025. Trump também já afirmou que a região “talvez” tenha que escolher entre os EUA e a China.

A cooperação entre as partes tem avançado sobretudo por meio da Iniciativa Cinturão e Rota, proposta por Xi em 2013. A chamada Nova Rota da Seda é um dos maiores programas econômicos do gigante asiático. Inclui projetos de infraestrutura e logística que interligam o país por terra e água à Ásia Central, ao sul e ao sudeste do continente, à Europa, à África e a outros lugares do mundo.

Atualmente, 149 países já integram a iniciativa. O Brasil não faz parte da Nova Rota da Seda.

Durante a reunião ministerial, o presidente Xi também anunciou 5 novos eixos de ação entre China e América Latina: solidariedade, desenvolvimento, civilização, paz e intercâmbio entre povos. A intenção, segundo Pequim, é construir uma “comunidade de futuro compartilhado”.

Além das parcerias comerciais, a China tem buscado estreitar laços políticos com os países latino-americanos. Em 2024, por exemplo, Brasil e China firmaram o “Consenso de 6 Pontos” sobre a guerra na Ucrânia e criaram o “Grupo de Amigos da Paz” na ONU (Organização das Nações Unidas), com uma declaração conjunta em favor do diálogo e da solução pacífica do conflito.



Autor Poder360 ·