Anúncio foi feito depois da divulgação de vídeos de 2 sequestrados; Netanyahu pede ajuda à Cruz Vermelha
O Hamas afirmou que dará comida aos reféns israelenses se Israel permitir a abertura de corredores humanitários para entrada de suprimentos na Faixa de Gaza. A declaração foi feita neste domingo (3.ago.2025), depois do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu (Likud, direita), pedir assistência ao CICV (Comitê Internacional da Cruz Vermelha) para levar alimentos e atendimento médico aos sequestrados.
O assunto ganhou destaque depois de o grupo extremista divulgar, no sábado (3.ago), vídeos de 2 reféns israelenses em estado de desnutrição. Em uma das imagens, Evyatar David aparece escavando o que ele teme ser seu próprio túmulo em um túnel em Gaza.
Segundo comunicado oficial divulgado pelo governo israelense, Netanyahu falou com o chefe da delegação da Cruz Vermelha na região, Julian Lerisson, e pediu seu envolvimento no fornecimento de alimentos aos sequestrados e de cuidados médicos.
“O primeiro-ministro exigiu o envolvimento de todo o mundo na condenação das organizações terroristas Hamas e Jihad Islâmica Palestina, e o fim do apoio direto e indireto a elas. O primeiro-ministro ressaltou que as ações dessas organizações violam o direito internacional e a Convenção de Genebra”, afirmou o governo de Israel.
Em resposta, o braço armado do Hamas informou estar disposto a atender aos pedidos da Cruz Vermelha, mas condicionou isso à abertura de corredores humanitários para a passagem de alimentos e medicamentos para a Palestina. Segundo o grupo, os reféns recebem a mesma alimentação que os habitantes de Gaza.
“O mundo testemunhou, em trocas anteriores, como os prisioneiros da ocupação saíram das mãos da resistência com plena saúde física e mental. Hoje, porém, eles sofrem de fome, fraqueza e perda de peso, exatamente como sofrem seus captores —em uma cena que os une aos nossos familiares cercados na Faixa de Gaza.”
No mesmo comunicado, o grupo afirmou haver um “desejo” de Netanyahu de “encerrar a questão dos prisioneiros matando-os de fome, depois de não conseguir localizá-los ou matá-los por bombardeio”.
No fim de julho, Netanyahu disse que “não há fome” em Gaza. O premiê também culpou o Hamas pela falta de ajuda humanitária na região.
“Israel é apresentado como se estivesse conduzindo uma campanha de fome em Gaza. Que mentira descarada. Não há política de fome em Gaza e não há fome em Gaza. Permitimos que a ajuda humanitária entre em Gaza durante toda a guerra”, declarou em conferência cristã em Jerusalém.
Em contrapartida, a OMS (Organização Mundial de Saúde) emitiu um alerta, em 29 de julho, sobre a insegurança alimentar e desnutrição aguda na Faixa de Gaza. Segundo o comunicado, a região vive o “pior cenário de fome” depois de 21 meses de ataques de Israel. O conflito levou a deslocamentos em massa e colapso de serviços essenciais, como saúde e abastecimento.
Leia a íntegra do comunicado do governo de Israel:
“O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu conversou com o chefe da delegação do CICV na região, Julien Lerisson, e solicitou seu envolvimento imediato no fornecimento de alimentos e cuidados médicos aos reféns.
O primeiro-ministro disse a Lerisson que a calúnia do Hamas sobre fome está reverberando pelo mundo, enquanto a fome sistemática está sendo imposta aos nossos reféns, que estão sendo submetidos a abusos físicos e mentais desumanos. O mundo não pode permanecer indiferente às imagens chocantes que remetem às atrocidades nazistas.
O primeiro-ministro exigiu o envolvimento de toda a comunidade internacional na condenação das organizações terroristas Hamas e Jihad Islâmica Palestina, bem como o fim do apoio direto e indireto a elas. Netanyahu ressaltou que as ações dessas organizações violam o direito internacional e a Convenção de Genebra”.
Leia a íntegra do comunicado do Hamas, divulgado pelas redes sociais:
“Os combatentes tratam seus prisioneiros com base nos ensinamentos da sua religião e nos valores da sua humanidade: alimentam-nos com o mesmo que comem e dão-lhes de beber do mesmo que bebem —como faz todo o nosso povo.
O mundo testemunhou, em trocas anteriores, como os prisioneiros da ocupação saíram das mãos da resistência com plena saúde física e mental. Hoje, porém, eles sofrem de fome, fraqueza e perda de peso, exatamente como sofrem seus captores —em uma cena que os une aos nossos familiares cercados na Faixa de Gaza.
O cerco cruel imposto por Netanyahu ao nosso povo também se estendeu aos prisioneiros, que não escaparam do flagelo da fome brutal.
As imagens da fome nos rostos das crianças, idosos e mulheres de Gaza, antes mesmo da imagem do soldado Evyatar David, são a prova incontestável para quem nega a existência da fome em Gaza.
A fome brutal em Gaza, em parte, reflete o desejo de Netanyahu de encerrar a questão dos prisioneiros matando-os de fome, depois de não conseguir localizá-los ou matá-los por bombardeio.
Lamentamos que a fome tenha atingido também os prisioneiros da ocupação, mas Netanyahu e seu governo nazista são os únicos responsáveis por isso. Foram eles que lançaram a guerra da fome e da sede contra nosso povo —e seus efeitos acabaram atingindo também os seus próprios prisioneiros”.
Países ainda discutem termos da declaração final, que deve ser divulgada durante a cúpula de chefes de Estado, realizada no Rio de 6 a 7 de julho
As negociações pela declaração final que deverá ser apresentada durante a Cúpula do Brics prosseguem sem um consenso sobre como tratar o conflito no Irã depois dos ataques de Israel e Estados Unidos em junho. O país persa cobra um posicionamento mais duro do bloco, que passou a integrar em 2023.
Os iranianos não reconhecem o Estado de Israel e normalmente usam expressões como “regime sionista” para se referir ao país judeu. Historicamente, os países do Brics, porém, defendem a solução de 2 Estados no Oriente Médio. Ou seja, que o Estado da Palestina seja reconhecido oficialmente. Para os iranianos, porém, reconhecer a Palestina seria uma forma de o país legitimar também o direito de existência de Israel, o que vai de encontro à concepção iraniana.
O conflito no Irã durou 12 dias. Inicialmente, as forças armadas israelenses bombardearam diversos alvos no país persa, para impedir a evolução do programa nuclear iraniano. O Irã revidou e lançou bombas contra Israel. Um cessar-fogo foi negociado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Entretanto, a situação na região ainda é delicada.
O conflito recente ganhou mais peso nas negociações no Brics do que os ataques feitos por Israel à Faixa de Gaza. Em 2024, durante a reunião do grupo em Kazan, na Rússia, os países reafirmaram apoio à incorporação da Palestina na ONU (Organização das Nações Unidas) como parte do compromisso pela criação de 2 Estados.
Integrantes do Brics como Índia, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Etiópia e Egito são mais próximos dos Estados Unidos e tendem a não aceitar uma mudança mais drástica na menção a Israel.
A Cúpula do Brics será realizada no Rio de 6 a 7 de julho. O Brasil lidera o bloco desde janeiro de 2025. O mandato é de 1 ano.
Os países também discutem o tom que a declaração deve apresentar em relação à guerra tarifária dos Estados Unidos. Não haverá menções diretas nem ao país e nem a Trump, mas os termos tendem a ser mais duros do que em outras menções do bloco ao assunto.
Além da declaração geral, serão apresentadas separadamente outras 3 declarações temáticas sobre inteligência artificial, financiamento climático e erradicação das doenças socialmente determinadas, aquelas em que a saúde de uma pessoa é afetada por questões como pobreza, desigualdade, condições de trabalho precárias, etc.
Os documentos, que estão em fase final de elaboração, devem ser divulgados ao longo da cúpula.
A separação dos temas foi decidida no contexto da redução do financiamento de organizações de ajuda humanitária, liderada pelos Estados Unidos, mas seguida também por países europeus. A intenção é dar força ao papel multilateral do Brics no contexto do Sul Global, termo que está em voga e que substituiu referências como 3º Mundo.
Essa posição foi reforçada pelos convites ao diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom, e o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.
A vice-prefeita de Goiânia, coronel Cláudia Lira (Avante), desembarcou na noite desta quarta-feira (18/6) de uma viagem de missão oficial a Israel, onde participou da Muniexpo 2025. O evento internacional é voltado à inovação e gestão pública municipal. A viagem ocorreu em meio ao agravamento dos conflitos entre Israel e Irã, o que forçou a comitiva a se abrigar em bunkers e deixar o país por uma rota alternativa, passando pela Jordânia, Arábia Saudita, Espanha, África e Natal até chegar ao Brasil.
Durante entrevista coletiva no aeroporto de Goiânia, Cláudia relatou os momentos de tensão vividos no exterior. “O maior susto foi quando começaram os ataques com mísseis. Recebíamos os alertas por um aplicativo no celular… o segundo sinal indicava que devíamos ir imediatamente para o abrigo mais próximo. Como militar, procurei manter o equilíbrio”, relatou. “Graças a Deus, estamos de volta”, afirmou a vice-prefeita, destacando a serenidade com que a comitiva enfrentou a situação.
Mesmo com parte da programação cancelada, a vice-prefeita da capital afirmou que a missão foi considerada produtiva. A comitiva, convidada pela Agência de Cooperação Internacional Mashav, conheceu tecnologias em segurança pública, planejamento urbano e defesa civil. “Conseguimos ver sistemas de alerta e câmeras inteligentes que poderão ser adaptados para Goiânia. O aplicativo de alarme que usamos lá é um exemplo prático que queremos implementar aqui”, explicou Cláudia.
A vice-prefeita reforçou que todos os custos da viagem foram arcados pelo governo de Israel, sem despesas para a Prefeitura de Goiânia. “Passagens, hospedagem, alimentação, visitas técnicas e inscrições foram custeadas pelos anfitriões. Essa experiência foi enriquecedora e nos traz esperança para transformar Goiânia num lugar ainda mais seguro e moderno”, disse. Ela também destacou a importância de converter os aprendizados em ações concretas para a capital.
A missão oficial teve início em 9 de junho e reuniu autoridades municipais brasileiras em um curso de capacitação oferecido pela Mashav. O foco era o desenvolvimento urbano e a segurança pública, mas a agenda foi parcialmente afetada pela escalada do conflito no Oriente Médio. Cláudia Lira agora pretende aplicar os conhecimentos adquiridos para aprimorar políticas públicas em Goiânia, especialmente na área de segurança e gestão emergencial.
Nelsinho Trad afirma que integrantes de comitivas oficiais embarcam na Jordânia em voos comerciais
13 brasileiros que integravam comitivas oficiais em visita a Israel iniciam a volta ao Brasil ainda nesta 5ª feira (19.jun.2025) em voos comerciais, informou o senador Nelsinho Trad (PSD-MS).
O grupo está na Jordânia. Outros 14 brasileiros que também estão no país embarcarão na 6ª feira (20.jun).
Trad é presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado e tem acompanhado a saída de brasileiros de Israel por causa do início do conflito dos israelenses com o Irã.
“A Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal informa que segue mobilizada, em articulação com o Itamaraty e a Força Aérea Brasileira (FAB), para o retorno seguro dos brasileiros que estão em Israel e manifestaram interesse na repatriação”, diz o senador em nota enviada por sua assessoria de imprensa.
De acordo com ele, a FAB aguarda a reabertura do espaço aéreo israelense e a finalização de trâmites operacionais para buscar pessoas que queiram voltar ao Brasil.
Na 4ª feira (18.jun), outro grupo com autoridades que estavam a trabalho no país voltou ao Brasil. A comitiva visitou Israel para conhecer tecnologias de defesa e segurança pública a convite do Ministério das Relações Exteriores local. O retorno está sendo viabilizado diretamente pelo governo israelense, que também arcou com os custos das passagens aéreas.
Na 2ª feira (16.jun), delegações de prefeitos e outras autoridades que também estavam em Israel deixaram a Jordânia e chegaram à Arábia Saudita, onde embarcaram rumo ao Brasil na 3ª feira (17.jun).
Leia abaixo quem deve embarcar em voo comercial nesta 5ª feira:
- Marcos Rocha – governador de Rondônia;
- Ana Paula Soares Marra – secretária de Desenvolvimento Social do Distrito Federal;
- Thiago Frederico de Souza Costa – secretário-executivo de Políticas de Segurança Pública do Distrito Federal;
- Rafael Borges Bueno – secretário de Agricultura do Distrito Federal;
- Pedro Leonardo de Paula Rezende – secretário estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás;
- Ricardo José Senna – secretário-executivo de Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul;
- Christinne Cavalheiro Maymone Gonçalves – secretária-adjunta da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul;
- Marcos Espíndola de Freitas – coordenador de Tecnologia da Informação da Secretaria de Saúde de Mato Grosso do Sul;
- Augusto Leonel de Souza Marques – secretário de Integração de Rondônia;
- Valdemir Carlos de Góes – secretário-chefe da Casa Militar de Rondônia;
- Maricleide Lima da Fonseca – chefe de agenda do governador de Rondônia;
- Rute Carvalho Silva Pedrosa – chefe de gabinete do governador de Rondônia;
- Renan Fernandes Barreto – chefe de mídias do governador de Rondônia.
Para Friedrich Merz, operações do governo Netanyahu podem enfraquecer país persa; declarações foram feitas em entrevista a TV
O chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, afirmou que os ataques de Israel ao Irã são um “trabalho sujo” feito em nome do Ocidente. Segundo Merz, o país persa espalha “morte e destruição” pelo mundo.
“Só posso dizer que temos grande respeito pelo fato de o exército e o governo israelense terem a coragem de fazer isso. Caso contrário, poderíamos continuar a ver o terror deste regime por meses e anos e, possivelmente, com uma arma nuclear em mãos”, disse o chanceler na 3ª feira (17.jun.2025), em entrevista ao canal alemão ZDF, durante o encontro do G7 no Canadá.
Para Merz, as operações israelenses podem levar ao colapso do regime iraniano. Ele afirmou que é “improvável” que o país consiga retomar a força que exercia antes dos ataques.
O chanceler defendeu a retomada das negociações sobre o programa nuclear iraniano, interrompidas pelos ataques israelenses. “Ainda existe a possibilidade de que a parte do governo iraniano capaz de agir retorne à mesa de negociações. Se [o Irã] não estiver preparado para entrar em negociações, Israel seguirá esse caminho até o fim.”
Israel começou a bombardear o Irã depois de o país persa ter sido censurado pela AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) por descumprir obrigações previstas em tratado pela 1ª vez em duas décadas. A ofensiva israelense começou na 6ª feira (13.jun.2025). Tel Aviv afirma que o Irã está avançando no desenvolvimento de armas nucleares, o que considera uma ameaça direta à sua existência.
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse em mensagem gravada na 6ª feira (13.jun) que o país não permitirá que Israel “escape com segurança” do “grande crime” que cometeu.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que a campanha militar vai durar “o tempo que for necessário”.
A vice-prefeita de Goiânia, tenente-coronel PM Cláudia Lira (Avante), conseguiu deixar Israel na manhã desta segunda-feira (16/6) e seguir rumo à Jordânia, onde atualmente viaja em direção à Arábia Saudita para embarcar de volta ao Brasil. A informação foi dada pela própria Cláudia, em rede social, e confirmada pela prefeitura de Goiânia.
Cláudia integrou um grupo de 12 autoridades que participavam da Muni Expo Israel 2025, congresso dedicado a projetos de segurança e desenvolvimento urbano em cidades israelenses.
“Olá, chegamos agora aqui, na Jordânia, passamos a fronteira e aqui está muito quente, o calor é muito grande. Um beijo e logo, logo, a gente está de volta”, disse Cláudia Lira em vídeo publicado em rede social.
Na legenda do vídeo publicado em seu Instagram, a vice-prefeita destacou: “Foram dias intensos em Israel, com muitas experiências, aprendizados e também momentos de atenção redobrada”.
Segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), a comitiva saiu de Israel por volta das 7 horas e segue de ônibus para Riade, de onde deverá embarcar rumo ao Brasil, contornando o bloqueio do espaço aéreo israelense.
Outros goianos permanecem em Israel. Conforme o governo de Goiás, os secretários estaduais Pedro Leonardo de Paula Rezende (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e Rasível dos Reis Santos Júnior (Saúde), acompanhado da esposa Keila Edna Pereira Santos, ainda estão na capital TelAviv.
Em nota, SES e Seapa informaram que os titulares “seguem em segurança no hotel da capital de Israel” e aguardam orientações da embaixada para seu retorno.
A missão dos secretários, realizada entre 7 e 14 de junho pelo Consórcio Brasil Central, tinha como pauta avanços em Inteligência Artificial e desenvolvimento tecnológico no setor agropecuário.
A ação de resgate, intermediada pela CNM, pelo Ministério das Relações Exteriores e pelo Palácio do Planalto, garantiu a saída segura da vice-prefeita e deve viabilizar o retorno dos demais membros da comitiva ainda nesta semana.
Além dos goianos, outros políticos brasileiros também ficaram presos em Israel e boa parte já conseguiu deixar o país, entre eles os prefeitos de Belo Horizonte, de João Pessoa e de Nova Friburgo (RJ).
Nota da prefeitura de Goiânia
A vice-prefeita de Goiânia, Coronel Cláudia Lira, está a caminho da Arábia Saudita, após deixar Israel por terra via Jordânia, por conta dos confrontos militares entre Israel e Irã.
Coronel Cláudia estava em Israel desde o último dia 9, em comitiva com autoridades brasileiras participando da Muniexpo Israel 2025 – uma missão oficial de intercâmbio de experiências sobre inovação e gestão pública, que reuniu prefeitos, vice-prefeitos e secretários municipais de várias regiões do Brasil.
Durante a permanência da comitiva, a situação se agravou de forma repentina. Como medida de proteção, a vice-prefeita e os demais integrantes do grupo permaneceram em estado de alerta, abrigados em bunkers de segurança.
Diante da instabilidade, dos riscos crescentes e após tratativas conduzidas entre as autoridades locais e representantes do Governo Brasileiro, foi organizada uma operação de retirada do grupo via terrestre. A travessia foi marcada por momentos de tensão, diante do cenário de segurança ainda delicado na região. Agora, eles aguardam orientações para dar continuidade ao retorno ao Brasil.
Importante destacar que todas as despesas da viagem e as relacionadas a essa operação de deslocamento estão sendo custeadas pelo Governo de Israel.
Prefeitura de Goiânia
Políticos ignoraram aviso do Itamaraty
Na manhã desta segunda-feira (16), outras 12 autoridades brasileiras que participavam de uma feira de tecnologia e segurança em Israel atravessaram a fronteira por via terrestre e chegaram em segurança à Jordânia, conforme confirmou o Ministério das Relações Exteriores do Brasil. A operação de evacuação ocorreu devido ao fechamento do espaço aéreo israelense, instaurado após a escalada de tensão com o Irã.
Desde 2023, o Itamaraty desaconselha viagens não essenciais a Israel por meio de alertas consulares. Mesmo assim, prefeitos e governadores aceitaram convites oficiais, ignorando as orientações do governo federal.
A viagem ocorre em meio à guerra entre Israel e o Hamas – um conflito que se arrasta há décadas e se intensificou em outubro de 2023, quando o grupo palestino atacou território israelense, matando e sequestrando civis. Na sequência, a resposta militar de Israel devastou a Faixa de Gaza, resultando em milhares de mortes, incluindo civis e crianças.
Na madrugada de sexta-feira (13), Israel abriu uma nova frente de ação, lançando bombardeios contra instalações militares e nucleares no Irã. Fontes oficiais israelenses afirmam ter atingido depósitos de armas e centros de pesquisa, enquanto autoridades iranianas relatam ao menos 224 mortos e centenas de feridos nessas operações.
Ainda no dia 13, o Irã retaliou com um ataque de mísseis balísticos contra Tel Aviv e Jerusalém. Segundo o Exército israelense, sete projéteis caíram em áreas urbanas, deixando cerca de 100 feridos, em meio a uma troca de ataques que deixa a região em alerta máximo.
Em Brasília, o governo estuda medidas de pressão contra Israel, incluindo a suspensão de contratos e cooperação militar, como resposta à ofensiva contra o povo palestino em Gaza e aos recentes confrontos com o Irã. A decisão poderá ser anunciada nos próximos dias, segundo informações da Agência Brasil.
Mike Johnson iria discursar no Parlamento israelense no domingo (22.jun), mas adiou por causa do conflito com o Irã
O presidente da Câmara dos Estados Unidos, Mike Johnson (republicano), anunciou nesta 2ª feira (16.jun.2025) o cancelamento de sua viagem a Israel, programada para o próximo fim de semana (21 e 22.jun.2025). Ele faria um discurso no Parlamento do país no domingo (22.jun). Leia a íntegra do comunicado (PDF – 107 kB, em inglês).
A suspensão da viagem foi divulgada depois que Israel realizou ataques em Teerã contra instalações de enriquecimento nuclear. A operação resultou na morte de oficiais militares iranianos. Israel justificou a ação alegando que o Irã estaria próximo de desenvolver armas nucleares.
O cancelamento da visita foi decidido em conjunto por Johnson e pelo presidente do Parlamento israelense, Amir Ohana.
“Devido à complexa situação que está se desenrolando atualmente no Irã e em Israel, o presidente Ohana e eu tomamos a decisão de adiar a sessão especial do Knesset”, disse Johnson. “Esperamos reagendar o discurso em um futuro próximo e enviamos nossas orações ao povo de Israel e do Oriente Médio”, declarou. Ainda não há nova data definida para a visita.
O presidente da Câmara dos EUA, assim como a maioria dos republicanos, manifestou apoio às ações israelenses. Em declaração na 6ª feira (13.jun), ele afirmou que “o Irã nunca deve obter uma arma nuclear” e que Israel estava em seu “direito” de autodefesa.
Diplomacia brasileira condenou ataque israelense por “violar a soberania” iraniana, que revidou o bombardeou Tel Aviv
A nota do governo Lula condenando o ataque de Israel ao Irã na 6ª feira (13.jun.2025) foi criticada por congressistas de oposição. O comunicado publicado pelo Ministério das Relações Exteriores disse que ação israelense “viola a soberania” iraniana e ameaça “mergulhar toda a região em conflito de ampla dimensão”.
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse que Israel ataca a infraestrutura militar iraniana enquanto o Irã mira em civis israelenses. Segundo ele, “o Itamaraty não enxerga diferença nestas condutas”. O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) completa que Lula “não tem moral para opinião sobre nada neste conflito”.
O Grupo Parlamentar Brasil-Israel, presidido pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG), também se manifestou contra o posicionamento da diplomacia brasileira. Em nota assinada pelo congressista, o grupo afirma que o governo Lula “mais uma vez, escolhe se alinhar aos que disseminam o terror”, referindo-se a Teerã.
Outros deputados foram às redes sociais para criticar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela nota do Itamaraty. Eis as declarações:
A nota do Ministério das Relações Exteriores na 6ª feira (13.jun) foi a 64ª do governo Lula condenando ações de Israel na guerra contra Irã, Hamas e Hezbollah. Desde o início do conflito, em 7 de outubro de 2023, foram 10 notas repreendendo ações militares contra Israel.
DIREITOS CIVIS NO IRÃ
A teocracia do Irã adota leis rígidas sobre o uso de vestimentas femininas que cobrem parcialmente o resto e sobre a população LGBTQIA+.
Em dezembro de 2024, o país persa suspendeu a implementação da “lei do hijab e da castidade”, que determinava penas mais rígidas para mulheres que não utilizassem o véu ou o colocassem de maneira incorreta. As punições variavam de multas a prisão e até pena de morte.
Apesar disso, em 2022 a jovem Mahsa Amini foi morta pela polícia moral iraniana por não utilizar corretamente o hijab. O hijab é um tipo de véu islâmico usado para esconder o cabelo, o pescoço e o busto das mulheres. É diferente do niqab, que deixa apenas os olhos a mostra, e da burka, que cobre todo o rosto.
A morte de Amini provou protestos da população contra o governo, que culminaram no fim da polícia moral.
A pessoas detidas por práticas homossexuais, contudo, ainda há pena de morte. A pena capital também é aplicada contra cidadãos condenados por consumo e venda de drogas e a dissidentes do governo. Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), o Irã executou 901 pessoas em 2025, sendo 31 mulheres. Foi o maior número em 15 anos.
O confronto entre Irã e Israel ganhou novos capítulos neste sábado (14/6), com bombardeios que deixaram dezenas de mortos em ambos os países. Segundo a imprensa estatal iraniana, 60 pessoas, incluindo 20 crianças, morreram após um ataque israelense a um conjunto residencial em Teerã. Em resposta, o Irã lançou mísseis que mataram duas pessoas e feriram 19 em território israelense, conforme informou o jornal The Times of Israel. O governo israelense ainda não tem previsão de liberar voos saindo do país.
Desde sexta-feira (13/6), ao menos 82 pessoas ficaram feridas e três morreram em Israel por conta dos mísseis iranianos. O governo do Irã acusa Tel Aviv de dar início a uma guerra com bombardeios que, segundo autoridades iranianas, mataram 78 pessoas e destruíram parte de sua infraestrutura militar e nuclear. “A nação iraniana não permitirá que o sangue de seus valiosos mártires fique sem vingança, nem ignorará a violação de seu espaço aéreo”, afirmou o líder supremo Ali Khamenei.
Israel, por sua vez, justifica as ações como uma tentativa de impedir o desenvolvimento de armas nucleares pelo Irã. De acordo com as Forças de Defesa israelenses, a ofensiva matou líderes da Guarda Revolucionária e das Forças Armadas iranianas, além de dois cientistas nucleares. Explosões foram registradas em Jerusalém e Tel Aviv após a retaliação iraniana, que incluiu o lançamento de mais de 100 mísseis entre sexta e sábado.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que os ataques continuarão enquanto forem necessários. “Estamos em um momento decisivo na história de Israel”, declarou. Ele também reforçou que seu governo não permitirá que o Irã desenvolva uma arma nuclear.
Vice-prefeita de Goiânia relata rotina em bunker durante ataques em Israel
A vice-prefeita de Goiânia, tenente-coronel Cláudia Silva Lira (foto), relatou que acordou com o som de sirenes e precisou se abrigar em um bunker em Israel, onde participa de um congresso de formação de lideranças. “Estava no Instituto de Lideranças quando soou o alarme, alertando a população para ir ao subsolo”, disse em entrevista à uma rádio de Goiânia. Cláudia está com 17 brasileiros a cerca de 15 km de Tel Aviv. Em outro grupo, o secretário de Saúde de Goiás, Rasível Santos, também está no país para outro evento.
A Embaixada de Israel no Brasil afirmou que “todas as delegações brasileiras encontram-se em locais seguros, com acesso a áreas protegidas, seguindo as orientações de segurança para visitantes em Israel”. Segundo o governo israelense, os encontros com políticos brasileiros buscam promover “troca de conhecimentos e cooperação”. A vice-prefeita reforçou que o evento é oferecido pelo governo de Israel e conta com a presença de prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e secretários municipais.
Entre os brasileiros abrigados em Tel Aviv estão Johnny Maycon (prefeito de Nova Friburgo), Cícero Lucena (prefeito de João Pessoa), Álvaro Damião (prefeito de Belo Horizonte), Janete Aparecida (vice-prefeita de Divinópolis), Vanderlei Pelizer (vice-prefeito de Uberlândia) e Maryanne Mattos (vice-prefeita de Florianópolis). Todos aguardam a reabertura do espaço aéreo para retornar ao Brasil.
Secretários de diversas unidades federativas também estão em Israel. Pelo Distrito Federal participam Marco Antônio Costa, Ana Paula Soares Marra, Rafael Bueno e José Eduardo Pereira Filho. Já o Mato Grosso do Sul é representado por Christinne Maymone, Marcos Espíndola e Ricardo Senna. A embaixada reforçou que acompanha a situação e atua para garantir a segurança e retorno dos brasileiros.
Ofensiva com mísseis do Irã atinge cidades como Tel Aviv e Ramat Gan; explosões também foram registradas em Teerã
Uma mulher israelense que havia sido gravemente ferida durante o ataque com mísseis lançado pelo Irã morreu na noite de 6ª feira (13.jun.2025). Os ataques atingiram principalmente a região de Gush Dan, que inclui cidades como Tel Aviv e Ramat Gan.
Segundo o Serviço de Bombeiros e Resgate de Israel, foram registradas diversas chamadas de emergência depois dos bombardeios. Equipes foram deslocadas para as áreas afetadas, onde foram registrados incêndios, danos estruturais e casos de pessoas presas sob os escombros.
O Magen David Adom, serviço equivalente à Cruz Vermelha em Israel, atendeu 63 feridos. Pelo menos 26 foram levados ao hospital Sheba, 13 ao Belinson —incluindo uma vítima em estado grave — e 19 ao Ichilov, conforme informações do jornal Jerusalem Post.
A Força Aérea israelense informou que dezenas de mísseis foram lançados contra o país a partir do território iraniano, alguns dos quais foram interceptados.
O IRGC (Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã), braço militar de elite do país, afirmou que “relatórios de campo, imagens de satélite e interceptações de inteligência confirmam o impacto efetivo de dezenas de mísseis balísticos em alvos estratégicos na Palestina ocupada”.
O grupo declarou ainda que as forças israelenses não conseguiram conter os ataques, apesar das tentativas de interceptação.
EXPLOSÕES EM TEERÃ
A Tasnim informou que “várias explosões” foram ouvidas na capital Teerã. Imagens divulgadas pela agência mostram fumaça sobre a cidade, mas as causas das explosões ainda não foram esclarecidas.
Além disso, o Aeroporto Internacional de Mehrabad, em Teerã, foi atingido por 2 projéteis, segundo a agência Fars, vinculada à Guarda Revolucionária Iraniana.


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