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5 de fevereiro de 2025
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O promotor de Justiça Wessel Teles de Oliveira, da 5ª Promotoria de Caldas Novas, arquivou o inquérito civil que apurava “possíveis atos de improbidade administrativa na aquisição de kits literários para atender às necessidades do Fundo Municipal da Educação de Caldas Novas”. A prefeitura de Caldas Novas foi informada do arquivamento pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) na quinta-feira (16/1), após ampla investigação que consultou preços de produtos e analisou quebra de sigilo bancário de agentes públicos (secretários e prefeito) e empresários fornecedores dos kits literários.

A investigação do MPGO começou a partir de denúncia, amplamente divulgada pela oposição ao prefeito de Caldas Novas, Kleber Marra (MDB). O denunciante alegava possível direcionamento em licitação e sobrepreço na aquisição dos kits de livros infantis da Turma Cabeça Oca pela Secretaria Municipal de Educação.

“Não havendo falar em ato passível de caracterização como irregular, depois de esgotadas todas as diligências possíveis, restou comprovada a inexistência de fundamento para a propositura de Ação Civil Pública, razão pelo qual o Ministério Público do Estado de Goiás promove o arquivamento do presente Inquérito Civil Público”, pontuou o promotor de Justiça.

A mesma denúncia já havia sido julgada improcedente pelo Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de Goiás, que inocentou o ex-secretário Municipal de Educação, Rodrigo Brum, e a atual secretária Municipal de Educação, Vanessa de Oliveira, de acusações de supostas irregularidades na aquisição de kits de livros infantis (Turma do Cabeça Oca) por inexigibilidade de licitação pelo Município de Caldas Novas.

Com isso, além de afastadas em decisão unânime, pelo Tribunal Pleno do TCM-GO, as alegações de direcionamento de licitação e sobrepreço na aquisição dos livros também serão arquivadas por determinação do Ministério Público de Goiás.



Autor Manoel Messias Rodrigues


A Polícia Civil de Goiás se recusou a abrir um inquérito para investigar as denúncias feita pela família da estudante de Ipameri, em Goiás, que ficou em cárcere privado durante dois meses, sob controle do extremista de direita Tales de Carvalho, filho de Olavo de Carvalho. Três delegacias foram procuradas pela família da moça, mas nenhuma abriu inquérito para investigar o caso.

Tales de Carvalho é filho do guru bolsonarista Olavo de Carvalho. Junto com seu irmão, Luiz Gonzaga de Carvalho, lidera o que é descrito por um grupo de milheres como uma seita que tem como espinha dorsal o Instituto Cultural Lux et Sapientia (ICLS), escola de cursos fundada por Tales há dez anos.

A entidade foi apontada nos relatos revelados pela coluna como canal para angariar dinheiro de alunos e “benfeitores” e, no caso de Tales, aproximar-se de mulheres com o objetivo de conseguir casamentos.

A coluna revelou o relato de duas ex-mulheres de Tales que foram vítimas dele, Calinka e X, que concordou em falar com a coluna sob condição de anonimato por medo de represálias.

A Polícia Civil de Goiás ficou sabendo do desaparecimento da jovem de Ipameri quando os pais dela procuram a instituição. Os pais informaram à polícia que a moça deixou casa, estudos e família para trás às escondidas. No primeiro contato com as autoridades policiais, a família não sabia onde e com quem X. estava.

Os familiares só souberam do casamento depois, já em meio ao desespero pelo sumiço repentino da filha. Ela desapareceu numa terça-feira e, no sábado, informou aos pais que estava casada com Tales, já convertida do catolicismo para o “islamismo”, fé que Tales diz professar. “Eu pedia que ele me passasse o telefone, o endereço, e ele dizia ‘não, não vou passar’”, contou o pai de X à coluna.

Um dos delegados procurados disse aos pais da moça que “não tinha pessoal” para abrir um inquérito e investigar o paradeiro da filha deles. O delegado também teria falado que a moça estava bem e estava com Tales por livre e espontânea vontade. O mesmo discurso foi repetido nas outras delegacias, segundo apurou a coluna.

O ex-delegado-geral da Polícia Civil do Goiás, Alexandre Lourenço, responsável por encontrar o paradeiro da jovem, disse em entrevista à coluna que a Polícia Civil do Goiás foi “relutante” em cooperar.

O principal argumento usado, segundo Lourenço, foi de que a ex-mulher de Tales é maior de idade, então não houve crime de aliciamento de menor. Entretanto, a moça começou a ter uma relação com ele aos 17 e, apenas aos 18 largou a família e os estudos, às escondidas, para encontrar e casar-se com Tales.

Questionada sobre a omissão de investigação da fuga da jovem, que relatou ter sido submetida a diversos abusos psicológicos e sexuais pelo filho de Olavo de Carvalho, a Polícia Civil do Goiás disse que “não irá comentar”.

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