Inflação sobe 0,48% em setembro e volta a pressionar contas de luz no país
Lidiane 10 de outubro de 2025
A inflação oficial do Brasil voltou a acelerar em setembro, puxada pelo aumento nas contas de luz e pela pressão do grupo habitação. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,48% no mês, revertendo a queda de 0,11% registrada em agosto.
Com o resultado, o IPCA acumula alta de 3,64% no ano e 5,17% nos últimos 12 meses, ficando acima do teto da meta de inflação do governo, que é de 4,5%. O índice de setembro é o maior desde março, quando atingiu 0,56%.
💡 Energia elétrica foi o principal vilão da inflação
O grupo Habitação teve a maior alta entre os nove setores pesquisados, com avanço de 2,97% e impacto de 0,45 ponto percentual (p.p.) sobre o resultado geral.
Dentro do grupo, o destaque negativo foi a energia elétrica residencial, que disparou 10,31% em setembro — maior variação individual do mês e responsável por 0,41 p.p. da inflação total.
A elevação foi causada por dois fatores principais:
1️⃣ O fim do Bônus Itaipu, desconto concedido em agosto a 80,8 milhões de consumidores;
2️⃣ A vigência da bandeira tarifária vermelha – patamar 2, que adicionou R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos.
De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), essa cobrança adicional serve para custear o uso de usinas termelétricas, ativadas em períodos de seca e baixo nível nos reservatórios das hidrelétricas — e cuja produção é significativamente mais cara.
Segundo o gerente da pesquisa do IBGE, Fernando Gonçalves, se a energia elétrica fosse excluída do cálculo, o IPCA de setembro teria ficado em apenas 0,08%.
Para outubro, a Aneel reduziu o valor da bandeira, que voltou ao patamar 1 (R$ 4,46 por 100 kWh), o que pode aliviar a inflação no curto prazo. No entanto, concessionárias de energia em São Paulo, Goiânia e Brasília têm reajustes tarifários programados, o que pode neutralizar parte dessa queda.
Nos últimos 12 meses, a conta de luz acumula alta de 10,64%.
🍅 Alimentos seguem em queda pelo quarto mês
Mesmo com o IPCA voltando ao campo positivo, o grupo Alimentação e bebidas manteve a trajetória de desaceleração, com recuo de 0,26% em setembro — o quarto mês consecutivo de queda.
Entre os itens que mais ajudaram a conter a inflação estão:
-
Tomate: -11,52%
-
Cebola: -10,16%
-
Alho: -8,70%
-
Batata-inglesa: -8,55%
-
Arroz: -2,14%
Nos últimos quatro meses, o grupo acumula queda de 1,17%. De janeiro a setembro, enquanto o IPCA sobe 3,64%, os alimentos avançaram apenas 2,67%, segundo o IBGE.
“A desaceleração se deve a uma oferta maior de produtos e à estabilização dos custos logísticos”, explicou Fernando Gonçalves.
📊 Demais grupos e comportamento geral dos preços
Veja o desempenho dos principais grupos que compõem o IPCA em setembro:
-
Habitação: 2,97% (0,45 p.p.)
-
Saúde e cuidados pessoais: 0,17% (0,02 p.p.)
-
Educação: 0,07% (0,01 p.p.)
-
Transportes: 0,01% (0 p.p.)
-
Vestuário: 0,63% (0,03 p.p.)
-
Despesas pessoais: 0,51% (0,05 p.p.)
-
Comunicação: -0,17% (-0,01 p.p.)
-
Artigos de residência: -0,40% (-0,01 p.p.)
-
Alimentação e bebidas: -0,26% (-0,06 p.p.)
O índice de difusão, que mede a proporção de produtos e serviços com aumento de preços, caiu de 57% em agosto para 52% em setembro. Isso significa que pouco mais da metade dos itens monitorados tiveram alta.
A inflação de serviços, considerada mais persistente por estar ligada ao nível de renda e emprego, subiu 0,13%. Já os preços monitorados pelo governo — como energia, combustíveis, transporte público e planos de saúde — aumentaram 1,87%.
🏠 O que o IPCA mede e onde é apurado
O IPCA avalia a variação de preços de bens e serviços consumidos por famílias com renda entre um e 40 salários mínimos.
A coleta de preços é realizada em dez regiões metropolitanas — Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre — além das capitais Brasília, Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.
O indicador é considerado o principal termômetro da inflação brasileira e serve de base para as decisões do Banco Central sobre a taxa de juros (Selic), além de orientar contratos, reajustes salariais e políticas públicas.
🔍 Análise crítica (Folha de Goiás)
O resultado de setembro reforça que a inflação brasileira segue sensível aos custos de energia e serviços, mesmo com a trégua dos alimentos. A alta do IPCA acima da meta indica um cenário de atenção para o Banco Central, que deve ponderar os efeitos dessa pressão antes de continuar reduzindo os juros.
Para as famílias, especialmente de renda média, o aumento da conta de luz impacta diretamente o orçamento doméstico, reduzindo o consumo e pressionando o custo de vida.
A expectativa do mercado financeiro é que o IPCA encerre 2024 próximo de 4,6%, dentro do limite de tolerância, mas ainda com riscos vindos da energia e da política fiscal.
✍️ Por: Redação Folha de Goiás
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📸 Imagem/Reprodução: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Inflação medida pelo INPC sobe 0,52% em setembro e acumula alta de 5,1% em 12 meses
Lidiane 9 de outubro de 2025
A inflação para famílias de menor renda voltou a subir em setembro. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) avançou 0,52% no mês. No acumulado de 2024, a alta chega a 3,62%, e em 12 meses, a 5,1%.
O INPC é o indicador que mede o impacto da inflação sobre famílias com renda de um a cinco salários mínimos, servindo como referência para o reajuste do salário mínimo, benefícios previdenciários e acordos salariais de diversas categorias.
“O INPC tem o papel de preservar o poder de compra dos trabalhadores, refletindo as variações de preços dos bens e serviços essenciais ao consumo das famílias com menor renda”, explica o IBGE.
Habitação pressiona índice com alta da conta de luz
Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, três apresentaram queda nos preços, mas o grupo Habitação registrou um avanço expressivo de 3,28%, o maior impacto no resultado geral.
O aumento foi influenciado principalmente pela alta de 10,57% na energia elétrica residencial, após o fim do Bônus Itaipu, desconto aplicado em agosto que havia beneficiado mais de 80 milhões de consumidores.
Além do término do bônus, pesou sobre o orçamento doméstico a bandeira tarifária vermelha – patamar 2, vigente em setembro, que adicionou R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) utiliza o sistema de bandeiras para compensar o custo mais alto da energia gerada por usinas termelétricas em períodos de seca e baixa nos reservatórios.
Para outubro, a Aneel reduziu a cobrança, determinando a bandeira vermelha patamar 1, que representa R$ 4,46 por 100 kWh.
Alimentos têm queda pelo quarto mês seguido
O grupo Alimentação e bebidas voltou a registrar deflação, com retração de 0,33%, mantendo a tendência de queda observada desde junho.
O recuo é resultado da boa oferta de alimentos in natura e da redução nos custos de transporte e combustíveis, que impactam diretamente a cadeia de abastecimento.
Outros grupos também apresentaram variação negativa:
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Artigos de residência: -0,45%
-
Comunicação: -0,22%
-
Vestuário: -0,60%
-
Despesas pessoais: -0,33%
Já os segmentos de Educação (0,08%), Saúde e cuidados pessoais (0,03%) e Transportes (0,02%) registraram leve alta.
Diferença entre INPC e IPCA
O IBGE também divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — a inflação oficial do país — que ficou em 0,48% em setembro e 5,17% em 12 meses.
A diferença entre os dois índices está no perfil das famílias pesquisadas e nos pesos atribuídos aos grupos de consumo.
Enquanto o INPC reflete o custo de vida das famílias com renda de até cinco salários mínimos, o IPCA considera lares com renda de até 40 salários mínimos.
No INPC, os alimentos têm peso maior — cerca de 25% do índice, contra 21% no IPCA —, já que famílias de menor renda gastam proporcionalmente mais com alimentação. Em contrapartida, itens como passagens aéreas e pacotes de viagem influenciam menos o resultado.
Atualmente, o salário mínimo é de R$ 1.518, e o resultado anual do INPC de novembro servirá como base para o reajuste de 2025 do piso nacional, do teto do INSS e de benefícios como o seguro-desemprego.
Apuração nacional e abrangência
O levantamento do INPC é feito em dez regiões metropolitanas — Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre — além das capitais Brasília, Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.
Essas áreas representam o comportamento médio de preços nas principais regiões urbanas do país e formam a base para decisões econômicas, sindicais e orçamentárias.
Análise crítica (Folha de Goiás)
O avanço do INPC em setembro reforça o alerta de que a inflação de serviços e energia segue resistente, mesmo com a trégua nos preços dos alimentos.
Para as famílias de menor renda, o aumento na conta de luz tem efeito direto no poder de compra, reduzindo a margem para consumo e dificultando a recomposição salarial.
A expectativa do mercado é que o índice feche 2024 com alta próxima de 4,5%, dentro da meta de tolerância do Banco Central, mas ainda pressionado por custos de energia e transporte.
No curto prazo, o comportamento do INPC deve influenciar as negociações trabalhistas e a política de valorização do salário mínimo em 2025.
Por: Redação Folha de Goiás
🌐 www.folhadegoias.info
📸 Imagem/Reprodução: Marcello Casal Jr – Agência Brasil
Presidente do BC volta a defender ser obrigação da autoridade monetária trabalhar para levar a taxa para 3%
O presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, disse nesta 4ª feira (9.jul.2025) que ninguém quer abaixar os juros para ter “inflação lá em cima”. Voltou a defender que a autoridade monetária deve buscar uma taxa do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de 3%.
“Ninguém quer baixar os juros para ter inflação lá em cima. Você quer conviver com uma taxa de juros que possa produzir o mesmo efeito, do ponto de vista de conter a inflação, porém num patamar que possa ser mais próxima dos nossos pares”, disse o presidente do BC durante participação em audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara. Eis a íntegra da apresentação (PDF – 2 MB).
Assista:
Galípolo declarou ser obrigação da autoridade monetária adotar medidas para buscar o centro da meta de inflação, de 3%, e não o teto do intervalo, de 4,5%. Disse, porém, não ver com bons olhos o debate sobre mudar o patamar da meta, porque flexibilizar sinalizaria que o país tem uma moeda “que perde valor ano a ano”.
Declarou que a meta de inflação de 3% não é uma “sugestão”, mas um comando legal definido por decreto. Por isso, não é prerrogativa do presidente do BC ou dos diretores do Copom (Comitê de Política Monetária) perseguir a meta de maneira “leniente” ou “condescendente” com uma taxa mais elevada de IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
Galípolo afirmou que a banda de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo foi criada para absorver choques e que em nenhum momento foi dada a prerrogativa ao Banco Central de escolher levar a inflação a 4,5%, por exemplo. Disse que relativizar a meta de inflação é uma “flacidez institucional” perigosa para o país.
“Uma das coisas que eu gostaria muito é que essa fortaleza institucional do Banco Central se perpetuasse”, disse Galípolo. “É muito importante que, para todos nós, […] as funções de reações às instituições sejam mais aderentes e conversem mais com os mandatos legais”.
OBSTRUÇÃO DA POLÍTICA MONETÁRIA
Galípolo declarou que o tema do nível da taxa de juros mais alta no Brasil não é um tema de hoje. Ele voltou a defender que os canais de transmissão da política monetária do Brasil estão obstruídos por subsídios cruzados que “distorcem” e “retiram potência” da política monetária.
“Aqui no Brasil, por uma série de subsídios que existem, você tem empresas que conseguem captar a taxas que são inferiores à taxa livre de risco”, disse. “E, do outro lado, há boa parte das famílias e indivíduos utilizando, de maneira recorrente, o crédito que a gente chama de rotativo […], que é bem mais caro, de 200% ao ano […], e que deveria ser usado por uma questão absolutamente emergencial”, completou.
Galípolo declarou que a distorção explica, em parte, o motivo para a taxa de juros no Brasil ser maior que em outros países. Ele afirmou que foram criadas “vacinas” para compensar a elevada carga tributária ou os créditos elevados para setores, o que provocou nível mais alto de taxa de juro neutra.
Para solucionar essas distorções, Galípolo declarou que o BC não deve reduzir os juros e fazer com que a inflação suba. “A gente vai precisar de uma série de medidas [para resolver isso]. Não vai ter uma bala de prata para desmontar essas vacinas, que são compreensíveis”, disse.
Ele afirmou que há uma “dissonância” entre o Brasil ter uma taxa de juros reais de 10% e, ao mesmo tempo, o país registra a menor taxa de desemprego da série histórica. Afirmou que o Brasil está com mecanismos de transmissão de política monetária com menos fluidez em comparação com outros países.
Ele defende que a economia brasileira empilhou “distorções” que provocaram esse entupimento dos canais da política monetária. Galípolo declarou que não há “bala de prata” para solucionar o problema, e que são necessárias diversas medidas para ajustar as distorções.
TAXA SELIC
O Banco Central aumentou a taxa Selic para 15% ao ano para controlar a inflação, que está fora do intervalo permitido pela meta há 8 meses, aos 5,32%. As regras do CMN (Conselho Monetário) estabelecem que a inflação não pode ficar acima do intervalo por mais de 6 meses, caso contrário, é considerado descumprimento do objetivo inflacionário. Essa nova regra entrou em vigor em janeiro de 2025.
O Banco Central já disse que deverá descumprir a meta de inflação em junho, quando completará um ciclo de 6 meses seguidos acima do intervalo permitido no novo regime de meta. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgará o resultado na 5ª feira (10.jul.2025), às 9h.
Na 3ª feira (8.jul.2025), Galípolo havia dito que, por subir a Selic para 15% ao ano, provavelmente não ganhará o prêmio de miss simpatia do ano de 2025, mas estará tranquilo porque o BC trabalha para levar a inflação à meta de 3%.
Leia mais notícias sobre o Banco Central:
O BC terá que publicar uma carta com as razões para eventuais descumprimentos da meta de inflação. Será feito por meio de nota no Relatório de Política Monetária e em carta aberta ao Ministério da Fazenda. Esse documento deverá ter:
- a descrição detalhada das causas do descumprimento;
- as medidas necessárias para assegurar o retorno da inflação aos limites estabelecidos;
- o prazo esperado para que as medidas produzam efeito.
Galípolo disse que será o 1º presidente do Banco Central a assinar duas cartas pelo descumprimento do objetivo inflacionário em menos de 6 meses. A última foi publicada em janeiro deste ano, a inflação foi de 4,83% em 2024, último ano que a meta era aferida pela taxa anual do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
COMUNICAÇÃO DO BC
Ele voltou a dizer que a comunicação é um tema central para a autoridade monetária. Ele afirmou que o Copom (Comitê de Política Monetária) tem maior exigência para esclarecer à sociedade os próximos passos da taxa Selic. “Passou a ser quase uma ciência e um idioma próprio”, disse.
Galípolo declarou que o BC também ampliou o diálogo com os cidadãos para esclarecer sobre serviços e evitar que a população caia em golpes. Disse que a linguagem do BC é voltada para a vida cotidiana dos brasileiros.
Secretário-executivo da Fazenda afirma haver espaço para que o Banco Central “reveja a política monetária”
O secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, disse nesta 3ª feira (1º.jul.2025) haver condições para que os juros passem a cair no Brasil. Ele mencionou que a inflação está desacelerando e isso abre espaço para uma revisão na política monetária.
“Tem muita gente que reclama da inflação, e a gente deve se preocupar sempre com inflação, mas ela começa a cair. Maio e junho mostram que no período de 12 meses, a inflação começa a dar sinais de queda, dando condições para que a gente reveja a política monetária e consiga em algum momento ter taxas de juros baixas no país”, declarou.
A declaração foi dada durante o seminário Governança e Estratégias Públicas em Inteligência Artificial, do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), no Rio.
Na 5ª feira (26.jun), o IPCA-15 –considerado a prévia da inflação– acumulado em 12 meses desacelerou de 5,40% em maio para 5,27% em junho. Já a taxa básica de juros está em 15% ao ano.
Durigan afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está apresentando dados econômicos positivos. Citou a taxa de desemprego na mínima histórica: atingiu 6,2% no trimestre encerrado em maio.
“Vocês estão acompanhando a quantidade de problema e de ruído que a gente tem, mas acho que faz parte da democracia, do diálogo institucional, e a gente tem que perseverar para seguir entregando esses bons resultados para a população”, declarou.
DÍVIDA PÚBLICA
Pela manhã, o número 2 da Fazenda participou da 17ª Equity Conference, do Citi Brasil, em São Paulo. Durante o evento defendeu que a política econômica está “gerando bons resultados” para assegurar a estabilização da dívida pública.
Na sua visão, se for mantida, haveria uma melhoria no cenário da dívida nos próximos 5 anos.
Leia também:
Dívida pública sobe para R$ 7,671 trilhões em maio, diz Tesouro;
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central define nesta quarta-feira (7) o novo valor da taxa Selic, que deve subir pela sexta vez consecutiva. Pressionado pelo aumento nos preços de alimentos e energia, o BC indicou que manterá o ritmo de contenção da inflação, embora analistas já projetem que esta possa ser a última alta antes de uma eventual pausa.
A projeção predominante entre analistas do mercado, conforme o mais recente Boletim Focus, é de aumento de 0,5 ponto percentual, elevando a Selic de 14,25% para 14,75% ao ano. A decisão será anunciada no fim do dia pelo Copom, após dois dias de reuniões técnicas e análise dos cenários econômicos interno e internacional.
Inflação persiste e exige juros elevados
Apesar de alguns sinais de desaceleração econômica global, o Banco Central ainda vê resistência inflacionária, o que dificulta uma flexibilização monetária mais imediata. No último comunicado, em março, o Copom já havia sinalizado uma elevação “de menor magnitude”, após três aumentos seguidos de 1 ponto percentual.
Segundo a ata da reunião anterior, o comitê defende “parcimônia” na condução da política monetária, mencionando a desancoragem das expectativas de inflação, especialmente para o curto prazo. A estimativa para o IPCA em 2025 está em 5,53%, bem acima do teto da meta, que é de 4,5%, considerando o intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual acima da meta central de 3%.
O papel da Selic na economia
A taxa Selic é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação. Ela serve de referência para os juros cobrados em empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras. Quando é elevada, tende a reduzir o consumo ao encarecer o crédito, enquanto estimula a poupança.
No entanto, taxas mais altas também desaceleram a atividade econômica, freando investimentos e prejudicando o crescimento. Já quando a Selic é reduzida, o crédito tende a ficar mais barato, impulsionando o consumo e a produção, o que estimula o crescimento — mas pode gerar pressão inflacionária.
O Copom se reúne a cada 45 dias. No primeiro dia, são feitas apresentações técnicas sobre o cenário econômico. No segundo, os diretores do BC definem a taxa com base nas projeções internas e nos riscos percebidos.
Novo modelo de meta contínua
Desde este mês, o Banco Central segue o modelo de meta contínua de inflação, em que o IPCA é apurado mês a mês em janelas de 12 meses móveis — e não mais com foco exclusivo no índice acumulado até dezembro.
A meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3% ao ano, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos — ou seja, variando entre 1,5% e 4,5%. O sistema visa dar mais previsibilidade ao mercado e melhorar a gestão de expectativas.
Expectativas futuras
De acordo com o último Relatório de Inflação, divulgado pelo BC em março, a projeção oficial é que o IPCA encerre 2025 em 5,1%. Esse número, no entanto, pode ser revisado, especialmente diante do comportamento do dólar, da inflação de serviços e da tensão nos mercados internacionais.
A próxima atualização do relatório está prevista para o fim de junho. Até lá, o cenário segue desafiador para o Banco Central, que tenta equilibrar inflação, crescimento e estabilidade do sistema financeiro.
A informação foi confirmada pelo Jornal Folha de Goiás, que acompanha com responsabilidade e independência as decisões do Copom e seus impactos na economia de Goiás, do Brasil e nos lares dos brasileiros.
Análise editorial
O ciclo de alta da Selic reflete a complexa missão do Banco Central em conter uma inflação persistente sem sufocar de vez a economia real. A expectativa de que esta seja a última alta pode ser um indicativo de que a autoridade monetária vê sinais de enfraquecimento da atividade econômica, mas o dilema entre controlar preços e evitar recessão continua no centro das decisões. Para o cidadão comum, isso significa crédito mais caro e consumo mais retraído, enquanto o empresariado segue em compasso de espera por condições mais favoráveis ao investimento.
Mercado mantém projeção de inflação alta e crescimento econômico modesto para 2025, aponta Boletim Focus
Lidiane 9 de abril de 2025
As expectativas do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos do Brasil em 2025 permaneceram estáveis, segundo a nova edição do Boletim Focus, divulgada nesta segunda-feira (07/04) pelo Banco Central (BC). A estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) é de crescimento de 1,97%, enquanto a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deve fechar o ano em 5,65% — acima do teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional.
A pesquisa é baseada na opinião de analistas de bancos, gestoras e consultorias econômicas, que enviam semanalmente suas previsões ao Banco Central.
Inflação permanece acima da meta
A inflação prevista para 2025, em 5,65%, segue acima do limite superior da meta estabelecida pelo governo, que é de 4,5% para o ano. A meta central é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Já para 2026, a projeção caiu para 4,5%, e segue em queda para os anos seguintes: 4% em 2027 e 3,78% em 2028.
A pressão inflacionária tem sido puxada especialmente pelos aumentos recentes nos preços da energia elétrica e alimentos. Em fevereiro, o IPCA teve alta de 1,31%, maior variação para o mês desde 2003, de acordo com o IBGE. No acumulado de 12 meses, a inflação oficial soma 5,06%.
PIB com crescimento modesto
Em relação ao crescimento econômico, o cenário é de estabilidade. A expectativa para a expansão do PIB brasileiro em 2025 permanece em 1,97%, enquanto a projeção para 2026 é de 1,6%. Já para 2027 e 2028, os analistas estimam crescimento de 2% ao ano.
No ano passado (2024), o Brasil teve um desempenho mais robusto, com alta de 3,4% no PIB — o quarto ano consecutivo de crescimento.
Juros devem subir ainda mais em 2025
A taxa básica de juros, a Selic, atualmente fixada em 14,25% ao ano, deve chegar a 15% até o fim de 2025, conforme a projeção dos analistas. Para os anos seguintes, o mercado espera uma queda gradual: 12,5% em 2026, 10,5% em 2027 e 10% em 2028.
Na última reunião, em março, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou a Selic em um ponto percentual, refletindo a preocupação com a inflação persistente, especialmente nos setores de serviços e energia.
Em comunicado, o Copom destacou que a economia brasileira segue aquecida, apesar de sinais de moderação. O órgão também alertou sobre a possibilidade de manutenção da inflação em patamar elevado e indicou que poderá realizar um novo ajuste em menor intensidade na próxima reunião, prevista para maio.
Dólar segue em alta
Outro ponto de destaque do Boletim Focus é a cotação do dólar. A previsão para o câmbio ao final de 2025 está em R$ 5,90, podendo chegar a R$ 5,99 no fim de 2026, o que pressiona ainda mais os preços internos, principalmente de produtos importados e insumos industriais.
Riscos para a economia
Com a inflação acima da meta e juros em alta, o cenário impõe desafios para a retomada econômica. Juros elevados encarecem o crédito e desestimulam o consumo e o investimento, o que tende a desacelerar o crescimento. Por outro lado, a manutenção dos juros altos é vista como necessária para conter a inflação e manter a credibilidade da política monetária.
A combinação de inflação resistente, juros altos, dólar valorizado e crescimento fraco exige atenção redobrada de empresários, investidores e consumidores em 2025.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou, nesta quarta-feira, que reduzirá o custo de vida no país e que a cesta básica se tornará mais acessível para a população. Durante entrevista a rádios de Minas Gerais, Lula ressaltou que o governo encara a inflação com seriedade e considera que ela está razoavelmente sob controle.
Segundo o IBGE, no ano passado os itens de alimentos e bebidas foram os que mais oneraram os brasileiros. Em 2024, a inflação oficial encerrou em 4,83%. Lula reiterou a importância de monitorar a inflação e destacou que a situação segue sendo acompanhada de perto.
“Nós temos consciência que vamos baixar a inflação, nós temos consciência que vamos baixar o custo de vida, e nós temos consciência que a cesta básica vai ficar mais acessível ao povo brasileiro, porque é disso que o povo precisa, alimento barato de qualidade na mesa”, acrescentou o presidente, ao garantir que “o governo inteiro está trabalhando com isso”.
O presidente Lula admite que alguns alimentos continuam com preços elevados e afirmou que o governo tem se reunido sistematicamente com os setores produtivos e de distribuição para buscar uma alternativa que torne os produtos mais acessíveis. Ele ressaltou, por exemplo, que, apesar de a carne ter caído 30% em 2023, seu valor voltou a aumentar, evidenciando a necessidade de reavaliar os preços, pois a inflação prejudica o trabalhador.
Lula também apontou a preocupação do governo com o impacto do acréscimo nos preços dos combustíveis. A Petrobras divulgou recentemente ajustes no valor do óleo diesel, que vem acumulando defasagens devido à valorização do dólar. O presidente explicou que estão avaliando como compensar esses reajustes, considerando seu efeito dominó sobre o transporte e, consequentemente, sobre o preço dos alimentos.
Presidente elogia ministro e discute ajustes na equipe
Na entrevista às rádios Itatiaia, Mundo Melhor e BandNewsFM BH, todas de Minas Gerais, Lula foi questionado sobre a possível indicação do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para ser ministro. Pacheco também é cotado para ser o candidato da base do PT ao governo mineiro em 2026.
Lula afirmou que não tem pressa de fazer nenhuma reforma, mas que quer “ajustar as peças que nós temos que trocar”. O PSD, aliado do governo, já conta com três ministérios na Esplanada, o de Minas e Energia, com Alexandre Silveira; Agricultura e Pecuária, com Carlos Fávaro; e Turismo, com Celso Sabino.
O presidente garantiu que, ao menos, Silveira ficará no cargo: “Não há porque mexer numa coisa que está fazendo uma revolução no setor energético brasileiro e no setor de minas desse país”, disse, elogiando o ministro.
Sobre os demais ministérios, Lula afirmou que vai discutir com o PSD e com outros partidos aliados sobre eventuais mudanças. (Com informações da Agência Brasil)



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