24 de outubro de 2025
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Presidente da República teve encontro ontem (2ª feira) à noite com o presidente do Senado e ajustaram como deve ser o processo; petista vai agora conversar com Rodrigo Pacheco, que foi preterido no processo e indicação formal sai na semana que vem

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarcou para a Indonésia e Malásia na manhã desta 3ª feira (21.out.2025) sem indicar um nome para a vaga que foi aberta no Supremo Tribunal Federal com a aposentadoria antecipada de Roberto Barroso. Como antecipou a 1ª edição do Drive, newsletter exclusiva para assinantes do Poder360, o petista teve uma conversa ontem à noite no Palácio da Alvorada, com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).

Ficou acertado entre os 2, Lula e Alcolumbre, que a indicação ao STF deve ser feita quando o presidente da República voltar de seu giro pela Ásia, no início da próxima semana. Mas antes de revelar publicamente quem é o seu preferido –Jorge Messias, ministro da Advocacia Geral da União–, Lula vai conversar com o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que era o predileto de Alcolumbre e de ministros do Supremo, como Gilmar Mendes e Flávio Dino.

Na conversa de ontem à noite, Lula disse mais uma vez a Alcolumbre o que vem dizendo a vários interlocutores: a indicação de nomes para o Supremo deve ser exclusiva do presidente da República. Reafirmou que não vai aceitar sugestões. Nessas ocasiões, Lula costuma citar casos em que ouviu no passado recomendações de terceiros e se arrependeu depois, como ocorreu com os ministros Joaquim Barbosa e Luiz Fux.

O petista disse a Alcolumbre que vai continuar a dar prestígio ao presidente do Senado, um aliado importante, mas pediu que compreenda que, no caso do nome para o STF, vai decidir sozinho –e sugeriu que será Jorge Messias. Alcolumbre aquiesceu.

Antes de indicar Messias formalmente, Lula pretende fazer um trabalho político mais amplo de articulação para que o processo de aprovação do nome no Senado seja rápido e suave. Ontem, já fez o acerto com Alcolumbre, que é um dos políticos que mais sugere e indica nomes para cargos na administração federal. Nesta semana, o presidente do Senado teve também outra vitória bancada por Lula, que foi a liberação do Ibama para que a Petrobras comece a explorar petróleo na Margem Equatorial, processo que vai enriquecer o Amapá.

Se tudo correr como Lula pretende, no meio da próxima semana o nome de Messias será anunciado e o processo será acelerado no Senado. A ideia é que a aprovação se dê ainda em 2025 –e o atual ministro da AGU tome posse no Supremo antes de o Judiciário entrar em recesso, em meados de dezembro.


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Autor Poder360 ·


Por Gil Campos: Goiânia, 5 de dezembro de 2024 – O Café Vale da Grama, cultivado na região montanhosa da Serra da Mantiqueira, no lado paulista, conquistou o título de Indicação Geográfica (IG) na modalidade de Indicação de Procedência (IP), concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). Esse selo atesta a excelência e singularidade dos grãos produzidos no município de São Sebastião da Grama (SP), reconhecendo o território como berço de um dos cafés mais refinados do Brasil.

Com mais de três séculos de tradição, a produção do Vale da Grama é destacada por sua altitude superior a 1.000 metros, dias quentes e noites frias, que favorecem a maturação lenta e conferem aos grãos características sensoriais únicas, como notas cítricas, caramelo e alto teor de doçura. Para ostentar o selo IG, a bebida deve alcançar no mínimo 80 pontos na tabela da Specialty Coffee Association (SCA).


História e tradição premiada

A relação do Vale da Grama com o cultivo de café remonta à segunda metade do século 19, quando famílias europeias, principalmente italianas, imigraram para o Brasil e transformaram a região em um polo cafeeiro. Desde então, os produtores mantêm práticas rigorosas, que incluem a colheita manual e métodos tradicionais de pós-colheita e secagem.

O reconhecimento pelo Inpi coroa décadas de premiações em competições nacionais e internacionais. Em 2023, os cafés da região conquistaram o 1º e 4º lugar no Cup of Excellence, conhecido como o Oscar dos Cafés Especiais, além de sete troféus no 4º Concurso do Terroir da Região Vulcânica, nas categorias café natural, cereja descascado e fermentado.


Impactos econômicos e turísticos

O selo de Indicação Geográfica vai além da valorização do produto: estímulo ao turismo local e fortalecimento da economia regional. A Associação de Cafeicultores do Vale da Grama já trabalha em parceria com representantes de setores como gastronomia, hotelaria e artesanato para atrair turistas e promover a cultura da IG como mais do que uma certificação, mas uma experiência imersiva.

“Esse reconhecimento não só eleva o valor do café no mercado, como fortalece o associativismo e a identidade da nossa região”, destaca Valdir Duarte, presidente da associação. A iniciativa tem potencial para atrair apreciadores do Brasil e do mundo, interessados em produtos que combinam tradição e excelência.


A relevância da Indicação Geográfica

O registro de Indicação Geográfica é concedido a produtos que apresentam características exclusivas ligadas à sua origem, diferenciando-os no mercado global. Atualmente, o Brasil conta com 18 IGs de café, sendo quatro no estado de São Paulo: Vale da Grama, Alta Mogiana, Região de Pinhal e Região de Garça.

Além do reconhecimento, a IG impulsiona a cultura do associativismo, essencial para o desenvolvimento territorial. Segundo Francisco José Mitidieri, da Superintendência de Agricultura e Pecuária de São Paulo, o título reflete anos de trabalho conjunto entre produtores, técnicos e instituições.

“Esse selo é resultado da dedicação de muitas pessoas que acreditaram no potencial único do café do Vale da Grama. Ele não só agrega valor econômico, mas também fortalece as relações comunitárias e o respeito ao território”, afirma Mitidieri.


Análise crítica

A conquista do selo IG pelo Café Vale da Grama é um marco para a agricultura brasileira e a cultura cafeeira nacional. Ao promover produtos de excelência reconhecida, o Brasil não apenas fortalece sua posição como um dos maiores exportadores de café do mundo, mas também valoriza sua riqueza cultural e histórica.

No entanto, o desafio agora é manter a sustentabilidade da produção e assegurar que os pequenos produtores sejam os principais beneficiados. Políticas públicas voltadas para o fortalecimento do associativismo e a ampliação de mercados internacionais serão fundamentais para consolidar o impacto positivo dessa certificação.

Autor # Gil Campos