21 de outubro de 2025
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Tamilys Ferreira da Silva desapareceu aos 11 anos, em Alexânia, Entorno do Distrito Federal — Foto: Arquivo pessoal/Valdivina Ferreira da Costa

Tamilys Ferreira da Silva desapareceu aos 11 anos, em Alexânia, Entorno do Distrito Federal. No dia 12 de janeiro de 2010, a menina acordou, avisou ao pai que ia até o emprego da mãe, para ajudá-la no trabalho como babá, e saiu. Desde então, são 14 anos sem notícias dela. Segundo a família, um homem chegou a ser preso suspeito de sequestrar a criança, mas foi solto por falta de provas.

“A gente não sabe a hora, o dia. Eu espero todo dia por ela. Todo dia. Às vezes, eu sento ali fora e fico olhando para ver se ela vem. Vejo um carro, um barulho, e acho que é ela chegando. A gente espera demais. A gente espera que aconteça num momento, e não acontece”, diz a mãe, Valdivina Ferreira.

O g1 Goiás publica nesta semana uma série de reportagens que conta a história de pessoas que desapareceram no estado e a luta de suas famílias por informações.

A mãe se recorda sobre o desespero no dia do desaparecimento.

“Acho que era uns 30 minutinhos a pé. Ela passava pela rodovia de pista dupla, que liga Goiás a Brasília, e era pontual. Foi por isso que estranhei, ela era muito pontual. Eu fiquei num pé e no outro quando deu o horário e ela não chegou. Avisei para o pai dela, e ele foi atrás procurar”, se lembra Valdivina.

O pai da menina, Agnaldo Marinho da Silva, refez o caminho da casa da família até o trabalho da esposa várias vezes, mas não encontrou nenhum sinal de Tamilys. A preocupação era imensa, pois a menina sabia o caminho, mas ainda era inocente, brincava de boneca. A angústia foi crescendo dentro da mãe a cada minuto que passava. Nervosa, ela saiu da casa da patroa levando junto as crianças que olhava como babá e foi direto à delegacia.

Desde 2005, a Lei nº 11.259 prevê a investigação imediata de desaparecimento de criança ou adolescente. Mas Valdivina afirma que foi orientada pelos policiais que tinha de esperar 24 horas para registrar o boletim de ocorrência do desaparecimento da filha. Esse tipo de recomendação é um mito que prejudica os casos, porque acaba atrasando as buscas pela pessoa.

Atualmente, a Polícia Civil de Goiás tem um Procedimento Operacional Padrão (POP) para casos de desaparecimento. O documento funciona como um guia para as autoridades saberem como conduzir as investigações e orientar adequadamente as famílias sobre o assunto. Nele, está escrito que não é necessário aguardar tempo nenhum para denunciar um caso de desaparecimento à polícia.

Tamilys Ferreira da Silva desapareceu em Alexânia, em 2010 — Foto: Arquivo pessoal/Valdivina Ferreira da Costa

Valdivina diz que, mesmo com a orientação equivocada da polícia, não parou de procurar pela filha no dia em que ela desapareceu. Perguntou para vizinhos e pessoas que passavam pela rua. Um comerciante disse que viu a menina passando, como de costume, e perguntou onde ela ia. “Eu vou lá para a minha mãe”, teria respondido Tamilys a ele.

“Uma amiga minha disse que a viu entre as pistas duplas, lá da rodovia, para atravessar para o outro lado, mas que não ficou observando para ver se ela chegou a atravessar”, conta a mãe.

Entre um relato e outro, os pais da menina procuraram noite adentro. Ao todo, a família visitou hospitais, delegacias, IMLs, córregos, matas, cemitérios, percorreram as ruas da cidade, espalharam cartazes, mas não tiveram nenhuma notícia de onde Tamilys poderia estar.

“Foi cartaz pra tudo quanto é lado. Para Brasília afora, Luziânia, tudo!”, relata Valdivina.

Segundo a mãe de Tamilys, o Conselho Tutelar também deu apoio às buscas.

Tamilys Ferreira da Silva desapareceu aos 11 anos, em Alexânia, Entorno do Distrito Federal — Foto: Arquivo pessoal/Valdivina Ferreira da Costa

O desaparecimento de Tamilys foi registrado 24 horas depois do sumiço da menina e começou a ser investigado pela Polícia Civil. Valdina diz que, na época, estavam sendo noticiados diversos outros casos de crianças e adolescentes desaparecidos em Alexânia e em cidades próximas. Um dos casos de maior repercussão foi o desaparecimento de seis jovens de Luziânia, que após investigação, descobriu-se terem sido mortos por um pedreiro, que confessou que queria ganhar dinheiro para fotografar os meninos e divulgar as imagens na internet.

Em Alexânia, o delegado titular da época era Antônio Carlos Silveira. À imprensa, 15 dias depois do desaparecimento de Tamilys, ele disse que o caso da menina poderia estar ligado a uma quadrilha de exploração sexual infantil “que estaria agindo na região”. A notícia menciona relatos de pessoas que teriam sido assediadas, “dando um norte às investigações”.

Valdivina diz que os relatos em questão eram a respeito de um morador da região, visto colocando Tamilys amarrada e amordaçada dentro de um carro. A testemunha, primeiro, comunicou à mãe da menina e explicou que o homem a ameaçou, dizendo que ela teria apenas mais 15 dias de vida por ter visto tudo.

“A gente foi na delegacia, falou para o delegado. Quando a menina estava indo embora de moto com um rapaz, mataram ela e o rapaz. Aí esse homem foi preso, porque quando a menina contou tudo ao delegado, ela contou que ele tinha dito que ia matar ela”, lembra a mãe.

Segundo Valdivina, um funcionário do suspeito, que prestaria depoimento dias depois da morte da testemunha, também foi encontrado morto pela polícia. “Amanheceu enforcado, como se fosse um suicídio, só que ele estava de joelho, como alguém se enforca de joelho?”, questiona.

Com isso o suspeito passou cerca de um mês preso. “Dizem que judiaram muito dele na cadeia, mas eu não sei se acredito”, comenta. Mas, também segundo Valdivina, o homem foi solto porque a polícia não tinha provas materiais do crime. “Arquivaram o caso por falta de prova”, diz a mãe.

Na época do desaparecimento de Tamilys, a imprensa chegou a noticiar que “alguns moradores a viram sendo colocada dentro de um veículo”. Mas que nada tinha sido confirmado pela polícia.

Reportagem sobre caso de Tamilys, em 2010, mostra o pai e a mãe da menina — Foto: Arquivo pessoal/Valdivina Ferreira da Costa

Em nota, a Polícia Civil não deu detalhes sobre testemunhas ou suspeitos. Informou apenas que “foram realizadas diligências e investigações intensas para localizar a menina à época. No entanto, apesar dos esforços empregados pelas equipes policiais, a jovem não foi encontrada”.

O g1 também entrou em contato com o delegado Antônio Carlos Silveira, que disse que se lembrava de poucos detalhes do caso. Ele também não confirmou a morte de testemunhas, prisão e soltura de suspeito.

A reportagem, então, entrou em contato com a Delegacia de Alexânia para saber se o(a) novo(a) titular poderia dar alguma declaração ou detalhe sobre a investigação feita para o caso de Tamilys, mas não obteve retorno até a última atualização da reportagem.

Por ser um caso de 14 anos atrás – mais tempo até do que a menina Tamilys tinha quando desapareceu, não se tem informações digitalizadas do caso. O Ministério Público disse que não achou nada em nome da criança ou de sua família. Da mesma forma, o Tribunal de Justiça de Goiás.

Os órgãos também não puderam realizar buscas em nome do suspeito, pois a reportagem não teve acesso ao nome dele. Pelo mesmo motivo, o g1 não encontrou a defesa do homem para se manifestar sobre o que aconteceu.

Não é possível saber quantas pessoas, além de Tamilys, desapareceram em 2010. O Governo Federal não disponibiliza dados de pessoas desaparecidas antes do ano de 2017. A Secretaria de Segurança Pública de Goiás também não. A explicação do estado goiano é que os dados são divulgados a partir de informações do sistema Registro de Atendimento Integrado (RAI), implantado em abril de 2016.

Por esse motivo, a reportagem vai usar como base uma pesquisa feita em 2023 pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, nomeada de Mapa dos Desaparecidos, que analisou dados de 2019 a 2021. O documento revela que a faixa-etária dos 12 aos 17 anos é a que mais desaparece no Brasil e também em Goiás. No estado, foram mais de 2 mil casos, que representa 27% do total de desaparecimentos do triênio.

O pesquisador Dijaci de Oliveira afirma que, em todo o Brasil, os dados de desaparecimento ainda enfrentam uma enorme fragilidade, pois os agentes e policiais não recebem treinamento adequado para aprender a registrar boletins de ocorrência dessas situações. Com isso, os RAIs são feitos, muitas vezes, sem informações de descrição da pessoa que sumiu.

Pessoas desaparecidas em Goiás — Foto: Michel Gomes/g1

“Se uma pessoa some, é crucial que eu saiba se ela é branca, se é negra, amarela, se ela é indígena. Porque se você fala assim: “sumiu uma criança de olhos pretos, cabelos castanhos”, pode ser qualquer uma de um grande grupo. Mas se ela não tem a cor, não tem característica nenhuma, isso dificulta muito mais, porque pode ser qualquer pessoa”, explica Dijaci.

Se não existe registro de um caso, não há investigação. Sem investigação, não há respostas sobre o que aconteceu e, posteriormente, também não se tem dados para análise e criação de políticas públicas e de prevenção. Os registros são uma memória social de cada indivíduo.

Dijaci diz que existem diversos estudos que mostram que mulheres com idades entre 12 e 17 anos são os principais alvos de exploração sexual comercial, especialmente em áreas de fronteira, rodovias e de alto-turismo. Semelhante ao que se tem de informações do caso de Tamilys.

“A gente precisa fazer com que todos os casos sejam notificados, porque isso não é algo pacífico. Mas se eu não tenho esses dados, eu não tenho certeza de como foi que esse desaparecimento aconteceu”, reforça.

A fragilidade do registro também afeta a atualização de informações. No Brasil, segundo o Mapa dos Desaparecidos, somente o Distrito Federal tem controle total de quantas pessoas desaparecidas foram encontradas, onde, quando e sob qual circunstância. No restante do país, espera-se que algum policial atualize o RAI ou que a família comunique se encontrou o desaparecido.

A pesquisa afirma que, assim como a faixa etária dos 12 aos 17 anos é a que mais desaparece, também é a mais encontrada. Em Goiás, por exemplo, esse grupo representou quase 40% das pessoas localizadas de 2019 a 2021. Mas não se sabe quando essas pessoas desapareceram, por qual motivo sumiram, sob quais circunstâncias estavam e nem mesmo se foram encontradas vivas.

‘Perdi tudo que eu tinha’

Valdivina comenta que muitos vizinhos que vivenciaram a época do caso sentem medo de falar sobre o assunto, porque o suspeito continua morando na região.

“Eu não tenho medo. Se for pra morrer, vou morrer de qualquer maneira. O que eu tinha, já perdi tudo. Eu não tenho mais nada”, diz a mãe.

Valdivina não se refere apenas à Tamilys quando diz que perdeu tudo. Ela e o marido tiveram outros dois filhos além da menina: Reginaldo, o mais velho, e Lucas Sérgio, o do meio. Mas ambos foram assassinados. Com isso, datas como o Dia das Mães e o Natal ficaram pesados demais para se celebrar.

“Natal, Ano Novo, aniversários, Dia das Mães, nada eu comemoro mais. Lembro que no Dia das Mães ela chegava com algum presente para mim, alguma coisa que ela fazia, uns desenhos, a coisa mais linda. E na data de aniversário me lembro de um bolo que eu fazia pra ela, roupa que eu comprava pra ela. Agora não tem mais”, lamenta.

Reginaldo, Tamilys e Lucas Sérgio, os três filhos de Valdivina Ferreira da Costa — Foto: Arquivo pessoal/Valdivina Ferreira da Costa

Valdivina classifica sua situação como “uma coisa que você tem e não vai voltar tão cedo”. Com isso, a espera é sua maior companhia.

Atualmente, Valdivina não consegue mais trabalhar como doméstica, pois foi diagnosticada com hanseníase. A doença atinge principalmente a pele, os olhos, o nariz e os nervos periféricos. Os sintomas incluem manchas claras ou vermelhas na pele com diminuição da sensibilidade, dormência e fraqueza nas mãos e nos pés.

Mesmo assim, Valdivina continua trabalhando como cuidadora de crianças. E trabalha muito. Ela diz que nunca se permitiu parar a vida para chorar suas perdas, embora elas a machuquem constantemente. Para ela, a gentileza com as pessoas continua sendo a melhor forma de seguir a vida.

Eu brinco, dou risada, porque agora o que adianta? Eu tenho esses problemas tudo comigo e ainda vou ficar de cara feia com você ou te dar a má resposta? Você não vai resolver meus problemas. Não vou ficar chorando, não vou ficar me descabelando, não vou me enfiar debaixo de um carro, porque não vai me resolver nada. Eu tenho que pedir a Deus: vai por ela, aonde ela estiver, dela pode ser, e brincar e sorrir”, diz a mãe, esperançosa.

A psicóloga Juliane Pazzanese tem um grupo de escuta que visa dar apoio emocional às famílias com entes queridos desaparecidos. Ela explica que essas pessoas vivem um luto não reconhecido e, a grande maioria acaba desenvolvendo depressão, síndrome do pânico e ansiedade. Outras, como Valdivina, acabam trabalhando mais do que o necessário para não precisarem lidar com a falta do parente.

A psicóloga diz que o luto não reconhecido é qualquer quebra de vínculo não reconhecida socialmente como perda, como um aborto espontâneo, a morte de um cachorro ou mesmo a situação vivida com por milhões de famílias durante a pandemia de Covid-19, em que as pessoas não podiam enterrar seus familiares.

“O caso dos desaparecidos é também um luto não reconhecido, porque você não pode falar do seu filho como se ele estivesse morto, por exemplo. Você não sabe se ele está morto. E como é que essa pessoa fala? Como que ela fala dessa ausência? Como ela lida com essa ausência? É uma dor que não é reconhecida. Elas ficam presas, não conseguem sair dali. Você não consegue elaborar, ir pra frente, encontrar um espaço pra essa dor, porque você não enterrou, mas também tem esperança”, explica a psicóloga.

Pazzanese também fala sobre a oscilação de sentimentos que familiares de entes desaparecidos sofrem constantemente. Segundo a especialista, para muitas pessoas, a falta da conclusão dos rituais de despedida de um familiar acaba causando sensações ambíguas, como se não os que ficaram não tivessem o direito de continuar sua vida.

“Essa oscilação entre esperança e desesperança é muito mais intensa em casos de desaparecimento, porque você pode oscilar durante o dia. Me lembro de uma mãe que o filho pediu pra ela fazer a janta, mas desapareceu, e ela fala que se senta todos os dias para jantar olhando para porta de entrada da casa, porque tem esperança de que algum dia ele entre. Imagine como é viver isso. Elas ficam presas”, reflete.

Ainda que acredite no relato da testemunha e que haja a suspeita de que a filha tenha sido vítima de exploração sexual, Valdivina acha que a menina está viva e espera reencontrá-la. Mais de uma década depois, ela não afasta a possibilidade de que Tamilys, que hoje teria 24 anos, esteja vivendo em algum outro estado do país.

“Eu, no meu coração, não sinto minha filha morta. Para mim, ela está viva em algum lugar. Em algum lugar presa, algum lugar muito longe que ela não pode vir. Eu tenho esperança de encontrá-la. É uma esperança de alegria demais, entendeu? Eu sonho com ela e sempre sonho com ela viva”, diz a mãe.

A força desse pensamento vem das memórias que construiu com a filha. As duas adoravam passar o tempo juntas e eram muito amigas. Valdivina diz que a filha era seu maior orgulho e uma menina muito inteligente.

“Ela era muito inteligente, muito inteligente. Eu gostava de arrumar pra ela ir em alguma festinha de aniversário com as amigas dela. Se Deus botar ela no meu caminho de novo, a gente vai se divertir mais, vai fazer muita coisa”, diz Valdivina.

Por acreditar no reencontro, a mãe não guardou nada da menina. Doou roupas e brinquedos para quem mais precisava. A justificativa é que quando Tamilys voltar, elas vão comprar tudo novo. “Para mim, aquilo foi passado”, conclui.

Projeção feita pela Polícia Científica de como Tamilys estaria 10 anos após seu desaparecimento — Foto: Arquivo pessoal/Valdivina Ferreira da Costa

A Polícia Civil mantém contato frequente e direto com a Polícia Científica, que é responsável pela identificação de cadáveres e, especificamente no caso de desaparecidos, também coleta material genético dos familiares para comparação.

A identificação dos corpos acontece, principalmente, através da coleta de DNA ou impressões digitais. O material é adicionado a um banco de dados estadual e comparado com outros já coletados anteriormente no estado. Mas, no caso de Tamilys, nenhum corpo ou ossada com genes compatíveis deu entrada nos IMLs goianos.

Como Valdivina nunca desistiu de encontrar a filha com vida, as autoridades também fizeram uma projeção de como Tamilys pode estar atualmente; veja foto acima.

Quem tiver informações sobre Tamilys ou de qualquer outra pessoa desaparecida pode ajudar ligando para a Polícia Civil pelos números 197, (62) 3201-4826 ou (62) 3201-4834. O relato pode ser feito anonimamente. Sua ajuda faz diferença.

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Matheus de Paula Lopes desenvolvia pesquisas científicas — Foto: Reprodução/Redes sociais

O turista Matheus de Paula Lopes, que morreu após cair em uma cachoeira da Chapada dos Veadeiros e se afogar, era pesquisador científico. O jovem de 29 anos havia começado um trabalho na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) há cerca de 10 meses.

Matheus era mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela Universidade Federal do Espírito Santo e, atualmente, fazia doutorado em microbiologia agrícola na Universidade Federal de Lavras (UFLA). A pesquisa do estudante era focada na produção de cogumelos comestíveis e toxicologia de cogumelos nativos da Mata Atlântica.

Nas redes sociais, o pesquisador compartilhava resultados de produções: “A recompensa de tanto trabalho árduo”, escreveu em uma postagem. Além de ter celebrado quando entrou no doutorado: “Estou amando minha nova universidade. Não sabia que estava precisando tanto desse contato com a natureza”, publicou.

Pesquisa de Matheus de Paula Lopes era voltada para cogumelos – Goiás — Foto: Reprodução/Redes sociais

Já na Embrapa, conforme o estudante, seu trabalho era no Laboratório de Bioprocessos, onde estava envolvido em projetos de biorrefinaria de resíduos agrícolas para produção de ração animal e promotores de crescimento vegetal.

Em nota, Universidade Federal de Lavras (UFLA) lamentou a morte do jovem e disse que ele conduzia uma pesquisa na Embrapa Agroenergia, em Brasília, sob a orientação do professores da universidade. “A UFLA lamenta e se solidariza com familiares e amigos”, disse a nota.

Turista morre após cair de canoa e se afogar na cachoeira da Muralha, no rio dos Couros, na Chapada dos Veadeiros, em Alto paraíso de Goiás — Foto: Semad/Reprodução

O turista morreu após cair em uma cachoeira da Chapada dos Veadeiros e se afogar, em Alto Paraíso de Goiás, no noroeste de Goiás. Guias e moradores do assentamento Esusa e turistas, entre eles dois médicos, tentaram reanimá-lo, mas ele não resistiu.

Segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), a morte dele aconteceu na manhã do último sábado (11) e foi confirmada pelos socorristas do Serviço Médico de Atendimento de Urgência (Samu).

Segundo testemunhas, Matheus estava em um banco de areia na cachoeira da Muralha, no rio dos Couros, uma das principais atrações do Parque Estadual Águas do Paraíso, quando se desequilibrou, foi levado pela correnteza para uma área mais funda e não conseguiu nadar.

Conforme a Semad, ele estava acompanhado de um amigo que tentou resgatá-lo para impedir o afogamento, mas não conseguiu. Matheus ficou submerso por cerca de 5 a 10 minutos, até que, com o auxílio de uma corda, foi retirado da água.

Em nota, a Semad lamentou a morte que se solidariza com parentes e amigos nesse momento de dor e tristeza.

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Vídeo mostram jogador próximo a região da casa dele

O jogador de futebol Thavisson Mendes da Silva está desaparecido há mais de 20 dias, em Novo Gama, no Entorno do Distrito Federal. Segundo a família, ele foi visto pela última vez quando voltava de uma festa. Ao g1, a irmã de Thavisson contou que ele completa 27 anos nesta quarta-feira (1º).

“O mais difícil é não ter nenhuma informação dele. Estamos muito abalados e vivendo sem acreditar”, disse Ana Maria Mendes, irmã de Thavisson.

Ana conta que o jovem saiu de casa por volta de 16h30 no dia 8 de abril para ir em uma confraternização do time de futebol a três ruas da casa onde morava. Após a festa, ele passou em uma distribuidora de bebidas e, às 21h30, enviou um áudio para a esposa dizendo que iria voltar para casa.

Segundo a irmã, Thavisson não chegou em casa e, preocupada, a esposa ligou para ele, porém, o telefone estava desligado. Câmeras de segurança registraram o jogador em uma moto a duas ruas acima da casa dele. Essa é a última imagem que a família tem do jovem, disse a irmã.

A família denunciou o desaparecimento à Polícia Civil (PC) na manhã do dia 9 de abril. Ana Maria conta que vizinhos e parentes montaram um força-tarefa para tentar encontrar Thavisson. Diz ainda que a moto e a carteira dele foram vistas em uma região de mata a mais de 10 km da casa dele.

“Apareceu uma foto da moto dele nas redes sociais em um matagal, mas, quando a polícia chegou lá, não tinha nada. Um fazendeiro achou a carteira dele perto e nos devolveu. Depois disso, não tivemos mais nenhuma pista, nenhuma imagem e nada. Não temos uma notícia”, finalizou.

Thavisson Mendes da Silva desapareceu no dia 8 de abril, em Novo Gama, Goiás — Foto: Arquivo pessoal/Ana Maria Mendes

Quando desapareceu, Thavisson vestia uma camiseta branca, bermuda vermelha e chinelos. Segundo a irmã, atualmente, Thavisson não estava jogando por nenhum clube, apenas participava de competições esporadicamente.

Em nota, a Polícia Civil de Goiás informou “que continua em diligências a fim de localizar a pessoa desaparecida. Foi utilizado inclusive o auxílio de cães farejadores no local onde a moto foi abandonada. E outras diligências sigilosas seguem em curso a fim de esclarecer o desaparecimento e localizar a vítima”.

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Laboratório alvo de operação emitia falsos resultados de exames feitos em idosos e trabalhadores em Goiás — Foto: Michel Gomes/g1 Goiás

“O laboratório foi criado em 2017 e funcionava em Goiânia, tinha uma filial no interior do estado e oferecia mais de oito mil tipos de exames”, disse.

O g1 tentou contato por e-mail na tarde desta terça-feira (30) com o Laboratório Vida, investigado na operação, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. Segundo a delegada responsável pela operação, à polícia, a defesa do proprietário da empresa negou as acusações.

Segundo a PC, o laboratório tinha uma sede no Setor Coimbra, em Goiânia, e uma filial em Nova América, no centro do estado. A polícia investiga, pelo menos, 94 exames de fezes e urina realizados em dezembro de 2023, pois a empresa sequer tinha as máquinas necessárias para estes dois exames.

“Os resultados foram emitidos mesmo sem os aparelhos, isto é, foram inventados. Então, não descartamos fraudes em outros exames”, destacou.

O laboratório tinha convênio com um lar de idosos e com clínicas de medicina do trabalho, identificou a investigação. “Ele não atendia o Sistema Único de Saúde (SUS). Atendia particular e, em geral, a população carente. As pessoas procuravam o laboratório devido aos preços mais atrativos”, afirmou.

Operação cumpre mandados contra laboratório suspeito de fraudes em exames em Goiás

O valor cobrado pelos exames não foi divulgado. A empresa é investigada pela Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon). “Os pacientes pagavam pelos exames, isso pode gerar até algum tipo de estelionato ou crime patrimonial”, finalizou Melo.

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Chuva sobre Goiânia, Goiás — Foto: Renato Conde/O Popular

O Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo) emitiu um alerta de temporal para os próximos dias em Goiás. Para minimizar os impactos causados pelas chuvas, as prefeituras de Goiânia e Aparecida, na Região Metropolitana da capital, têm feito limpeza de bocas de lobo, obras de construção e de ampliação da rede de drenagem e monitoramento de áreas de risco.

Conforme as informações do Cimehgo, as chuvas podem ser intensas, com rajadas de vento e raios. Segundo o último levantamento realizado pela Defesa Civil, há 13 áreas com algum risco geológico em Goiânia, sendo eles deslizamentos e movimentação de solo (veja abaixo).

Veja o que as prefeituras têm feito:

Segundo a Secretaria Municipal de Comunicação de Goiânia (Secom), a prefeitura tem investido em obras de drenagem, bem como no planejamento para aplicação correta dos gastos públicos e proteção efetiva à população.

A Secretaria informou que, atualmente, está em elaboração o Plano Diretor de Drenagem Urbana de Goiânia (PDDU) em parceria com a Universidade Federal de Goiás, para nortear as ações e investimentos para solucionar problemas históricos de drenagem.

Segundo a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Seinfra), na capital tem sido feito um trabalho rotineiro de limpeza e conservação da rede de drenagem. Na quinta-feira (21), foi feito uma limpeza de bocas de lobo na região da Avenida Mutirão, por um caminhão hidrojato, que limpa por sucção a boca de lobo e desobstrui a galeria com jato d’água.

Limpeza de bocas de lobo na região da Avenida Mutirão em Goiânia — Foto: Divulgação/Seinfra

A Seinfra informou que de um total de 99 pontos de alagamento monitorados e mapeados pela Defesa Civil, a prefeitura já realizou intervenções em mais de 70 deles.

A secretaria disse que na Avenida H, a rede principal de drenagem foi 100% executada e estão em construção de 93 bocas de lobo e ramais da rede. Posteriormente será finalizada a pavimentação das vias. Há previsão de conclusão para o final de março.

Na Chácaras de Recreio São Joaquim, 18,89% foi executada e será retomada após o final do período chuvoso. A conclusão está prevista para dezembro deste ano. No bairro Feliz, foi executada 79,71% e será retomada após o final do período chuvoso. A conclusão está prevista para o próximo mês.

Na Residencial Solar Ville, foi executada 85,68%. No Jardim Novo Petrópolis, 43,59% foi executada. A conclusão está prevista para Junho. Os locais com as obras de drenagem concluídas foram na Chacaras Maringá, Mansões Paraíso, Avenida C-107, Jardim América, Avenida Padre Monte e região e Bairro Goiá.

A Defesa Civil disse que formou um grupo de ações emergenciais, composto pela Seinfra, Comurg, Guarda Civil Metropolitana, Equatorial e Saneago para se comunicarem de forma rápida através de um aplicativo de mensagens. O objetivo é, tendo qualquer anormalidade na capital, de imediato as equipes vão atender e resolver os problemas que surgirem.

O órgão também informou que nos locais com algum risco geológico, foram realizados monitoramentos por meio de vistorias periódicas e contato direto com lideranças comunitárias que residem nessas áreas.

A Defesa Civil disse que estima-se que aproximadamente 700 famílias residem em áreas com algum grau de risco geológico. Apesar disso, não informou quantas pessoas já foram realocadas e para onde elas foram, já que a alocação das famílias depende de programas habitacionais e desapropriações.

O Órgão contou que tem buscado junto a Secretaria Municipal de Inovação, Ciências e Tecnologia a implantação de câmeras em pontos estratégicos para monitoramentos e otimização das ações da equipe.

Disseram também que está em andamento uma parceria com o Cimehgo para ampliar os números de pluviômetros em pontos indicados pela equipe, para receber informações de quantidade de precipitações por região e assim montar estratégias para ações minimizando os impactos na cidade.

A Guarda Civil Metropolitana (GCM) informou que entre 2021 e 2022, a Defesa Civil identificou 99 pontos críticos de alagamentos, os quais estão sendo monitorados durante este período chuvoso para avaliar os resultados das obras realizadas pela prefeitura, visando resolver ou minimizar esses problemas.

A GCM disse que os dados são compartilhados com a Seinfra, mas os pontos em questão não são divulgados para evitar especulações imobiliárias e discriminação contra os moradores.

Dentre os principais 99 pontos críticos, destacam-se:

  • Avenida Gercina Borges Teixeira, no Conjunto Vera Cruz 2;
  • Avenida Gabriel Henrique, no Goiânia Viva;
  • Avenida Nonato Mota, no Setor Pedro Ludovico Texeira;
  • 3ª Radial, no Setor Pedro Ludovico Texeira;
  • Avenida 87, no Setor Sul;
  • Avenida H, no Jardim Goiás;
  • Marginal Botafogo, abaixo do viaduto da Avenida Jamel Cecílio;
  • Rua Belo Horizonte, no Jardim Guanabara;
  • Avenida Francisco Alves de Oliveira, no João Braz.

Áreas com algum risco geológico:

  • Vila Bandeirantes (Rua 9)
  • Jardim Novo mundo II (Avenida Lincoln)
  • Setor Perin (Sp-15 e Av. Mato Grosso)
  • Vila Concórdia (Viela 6)
  • Jardim América (C-107)
  • ⁠Parque Tremendão (Rua Australia)
  • ⁠Jardim Petrópolis (Rua Mantiqueira)
  • Vila Romana (Rua Pompeia)
  • Pontos de processos erosivos ao longo dos córregos Cascavel e Capim Puba

A prefeitura de Aparecida de Goiânia, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semma), em conjunto com a Defesa Civil Municipal, está orientando a população sobre medidas eficazes para prevenir o entupimento de bocas de lobo e bueiros, evitando assim situações de alagamentos e outros problemas relacionados.

Além disso, a Semma disse que está instruindo sobre o descarte adequado de resíduos sólidos em locais apropriados para coleta, o que também ajuda a evitar a obstrução dos canais de captação das águas das chuvas.

A secretaria informou que contratou um caminhão com sistema de hidrojato sugador para realizar a limpeza de bueiros e bocas de lobo, em parceria com a Secretaria de Infraestrutura, visando prevenir problemas urbanos e ambientais.

A Seinfra contou que tem realizado constantemente forças-tarefas de limpeza e manutenção dos bueiros e galerias pluviais, evitando o acúmulo de lixo e entulho nesses pontos, o que facilita o escoamento das águas das chuvas.

A prefeitura informou que para monitorar o volume de água das chuvas, a Defesa Civil possui duas estações meteorológicas, 11 pluviômetros automáticos remotos por satélite e um radar hidrológico. Essa rede permite identificar, analisar e monitorar a intensidade, duração, direção e velocidade das chuvas a cada 15 minutos, promovendo ações de prevenção a desastres climáticos.

A Defesa Civil disse que também disponibiliza um canal de atendimento ao cidadão para situações de risco, ações de prevenção a desastres, mitigação, monitoramento, preparação, resposta e recuperação. A população pode acionar o órgão pelos telefones 3545-6036 / 3545-6041 ou via WhatsApp 98471-5300.

Chuva em Goiás: Corpo de Bombeiros dá dicas do que fazer em caso de enchentes

Como medidas de segurança, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) recomenda que a população não se abrigue debaixo de árvores em caso de rajadas de vento, devido ao leve risco de queda e descargas elétricas.

Também orienta os motoristas a não estacionarem seus veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda. Outra recomendação do Instituto é evitar usar aparelhos eletrônicos ligados à tomada durante os temporais.

O gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), André Amorim, informou que é preciso tomar cuidado durante o período de chuvas volumosas, devido aos riscos de alagamento e queda de árvores.

“As pessoas têm que ficar atentas. Se começar aquela tempestade, procurem um local seguro. Não tentem atravessar locais que estejam alagados. E não fiquem expostos”, diz André Amorim.

Outro alerta que o gerente faz é sobre o risco de descargas elétricas durante um temporal. Ele enfatiza a importância de não permanecer em locais a céu aberto durante a formação ou enquanto ocorrem tempestades.

“Na cidade, há uma proteção maior devido à presença de muitos para-raios e estruturas ao redor. No campo, ao ar livre, entre o céu e o solo, você é o ponto mais alto. Portanto, pode ser atingido por uma descarga atmosférica, por isso não fique a céu aberto. É importante também levar os animais para um local seguro para que eles não fiquem vulneráveis”, explicou.

Mapa de previsão de chuva em Goiás — Foto: André Amorim/Cimehgo

Segundo o boletim meteorológico, várias regiões do estado estão com risco potencial para chuvas intensas de 30 a 60 mm/h ou 70 mm/dia, isso significa um volume médio de cinco a seis dias de chuva, além de rajadas de vento acima de 60 km/h e raios.

As regiões oeste, central, norte e sudoeste podem ser as mais afetadas pelo temporal, com chuvas acima de 50 mm/dia. Os municípios que devem ser mais impactados são Luziânia, Anápolis, Formosa e Cristalina.

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