4 de setembro de 2025
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (17/7) que “não é um gringo que vai dar ordem a um presidente da República”, em referência ao presidente dos Estados Unidos, Donal Trump. A declaração foi feita durante participação no 60º Congresso da UNE [União Nacional dos Estudantes], em Goiânia.

Em discurso aos estudantes, Lula criticou as retaliações anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, que ameaça impor tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.

O mandatário brasileiro também anunciou que o Brasil “vai julgar e vai cobrar imposto das empresas americanas digitais”, referindo-se às big techs dos Estados Unidos.

Lula lembrou que, em 9 de abril, Trump enviou carta anunciando o “tarifaço” e citando o ex-presidente Jair Bolsonaro. Para responder, o Brasil regulamentou esta semana a Lei de Reciprocidade Econômica.

“Dia 16 de maio, a gente mandou uma carta para a equipe dos Estados Unidos, uma carta com as coisas que nós achávamos que poderia ser feito acordo. Não recebemos nenhuma resposta”, reclamou o presidente.

Ele explicou que, em vez de diálogo, só houve publicações em jornais e redes sociais.

“A resposta que nós recebemos foi a matéria publicada no jornal, no e-mail dele, no zap dele, no portal dele, porque ele não se dignou nem sequer a mandar uma carta”, reclamou.

Problemas internos são dos brasileiros’

Ao abordar as plataformas digitais, Lula afirmou que “não aceitamos que, em nome da liberdade de expressão, você fique utilizando [as redes] para fazer agressão, para fazer mentira, para [estimular] ódio entre as crianças, violência contra as mulheres, contra os negros, contra LGBTQIA+”.

Ele citou a recente decisão do Supremo Tribunal Federal, que determinou a responsabilização direta das empresas por conteúdos criminosos postados por usuários.

Para ilustrar sua reação às ameaças de Trump, Lula comparou-se a um jogador de truco: “Quando o cara truca, a gente tem que escolher: eu corro ou eu grito ‘seis’ na orelha dele. Então, eu estou jogando”.

O presidente reforçou que o Brasil “gosta de negociação, respeita o diálogo. Mas não aceitará que ninguém se meta nos nossos problemas internos, que é dos brasileiros”.

Sobre sua trajetória, lembrou suas origens humildes: “Um cara que nasceu em Caetés, chegou em São Paulo com sete anos de idade, comeu pão pela primeira vez com sete anos… não é um gringo que vai dar ordem a esse presidente da República”.

Durante o evento, em que Lula estava acompanhado de diversos ministros, foi lida carta de reivindicações da UNE, Ubes e ANPG, que alertou para “a nova escalada da ofensiva do Império sobre o nosso país” e afirmou que “para vencer a extrema-direita das fake news, da concentração de renda, da destruição, precisamos retomar o papel do Estado”.

Presidente sanciona lei que beneficia estudantes

Lula ainda convocou os estudantes a “politizar a sociedade brasileira” e ensinar a população a “distinguir a mentira da verdade”.

“A juventude é muito vulnerável à chamada máquina das empresas digitais”, disse, “e é importante que ela consiga aprender a distinguir a mentira da verdade.”

Ainda no congresso, o presidente sancionou a lei que amplia repasses do Fundo Social para políticas assistenciais a estudantes da rede pública de ensino superior e profissional.

Antes de subir ao palco, Lula se encontrou com sobreviventes de acidente com ônibus de estudantes da Universidade Federal do Pará na BR-153, em Goiás. Cinco pessoas morreram, sendo três estudantes que vinham para o Congresso. Ele determinou apoio da Força Nacional do SUS e ofereceu transporte para que os estudantes paraenses retornem a Belém em segurança.



Autor Manoel Messias Rodrigues