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16 de maio de 2024
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Professora denuncia que foi demitida após ter fotos nua vazadas por estudantes, em Valparaíso de Goiás — Foto: Divulgação/Bruna Barcelos

“Gratidão a todos que me apoiaram […] Que todos os professores, em especial as professoras, possam ser respeitadas e valorizadas”, comemorou Bruna.

As aulas na nova escola começaram nesta terça-feira (16). A professora contou que documento de readmissão foi assinado na tarde de segunda-feira (15).

“Me sinto feliz por ter meu trabalho de volta, na área que muito estudei e me formei, e por presenciar um acordo judicial homologado realmente sendo cumprido, é fato que está acordado que eu tenho um contrato por 5 anos numa escola da rede estadual e isso o Estado e seus administradores não podem esquecer e negligenciar”, completou.

O g1 entrou em contato com a Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc) para saber os detalhes da contratação, mas não obteve retorno até a última atualização da reportagem. Segundo a professora Bruna, o contrato anterior à demissão passará a valer novamente. Ela foi demitida em novembro de 2023.

Em nota enviada em março, a Seduc alegou que Bruna foi contratada em regime emergencial para suprir uma demanda da unidade escolar e que o desligamento dela ocorreu devido à convocação de novos professores aprovados no concurso público realizado em 2022, que assumiram, de forma efetiva, em 2023, vagas dos contratos especiais na rede pública estadual de ensino – veja nota na íntegra ao final do texto.

Um documento feito pela Escola Estadual Doutor Gerson de Faria sobre o desligamento citou o vazamento das fotos. Em resposta a um ofício em defesa da professora, a instituição afirmou que o regimento escolar estipula que os professores não podem emprestar seus celulares de uso pessoal aos alunos. A escola também destacou que as decisões foram tomadas em conformidade com o Estatuto da Criança e do Adolescente, que preconiza a proteção integral das crianças e seus direitos. A instituição também alegou que orientou a professora a procurar a polícia.

Ao g1, Bruna explicou que emprestou o aparelho para que os alunos pudessem tirar fotografias de um evento escolar que, posteriormente, seriam usadas em uma atividade pedagógica. No entanto, eles acessaram pastas particulares e compartilharam as imagens com os demais colegas.

A professora denunciou o vazamento das fotos na Polícia Civil. Segundo ela, a gestão da escola soube do ocorrido após uma coordenadora ver diversos estudantes reunidos e, ao se aproximar, ver que eles estavam olhando uma foto de Bruna nua.

“Eu trabalhei até o quinto horário normalmente, sem saber de nada. Enquanto estava todo mundo já sabendo da situação, eu só vim a saber às 18 horas, quando a diretora, no final do dia, me chamou para uma reunião, dizendo que era [uma conversa] só eu entre mim e ela. Mas tinham seis pessoas na sala, me senti inibida e é onde ela me passou o fato. Fiquei estarrecida”, relembrou a professora.

Após a situação, a professora contou que passou a ser destratada no ambiente escolar por parte de colegas e da gestão. Conforme a professora, ela tinha um contrato de cinco anos com a escola, e a demissão ocorreu em menos de oito meses após o início do contrato, em 2023.

Em resposta a um ofício em defesa da professora, a escola afirmou que o regimento escolar estipula que os professores não podem emprestar seus celulares de uso pessoal aos alunos. A instituição também destacou que as decisões foram tomadas em conformidade com o Estatuto da Criança e do Adolescente, que preconiza a proteção integral das crianças e seus direitos. Além disso, a instituição alegou que orientou a professora a procurar a polícia.

Bruna Flor de Macedo Barcelos defendeu que o celular foi emprestado porque a escola não tinha aparelhos que fizessem filmagem e que o registro do evento, que fazia parte do Mês da Consciência Negra, era importante. “Solicitar que estudantes façam o registro de uma atividade é dotá-los de autonomia tem valor imprescindível para um ser humano livre e cidadão”, afirmou.

Nota resposta da Secretaria de Estado da Educação de Goiás

Em atenção à solicitação de informações sobre o desligamento da professora Bruna Flor de Macedo Barcelos, a Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc/GO) responde:

– A professora em questão havia sido contratada em regime emergencial para suprir uma demanda da unidade escolar. O desligamento da profissional se deu devido à convocação em 2023 de novos professores aprovados no concurso público realizado em 2022, que assumiram, de forma efetiva, vagas dos contratos especiais na rede pública estadual de ensino;

– Sobre os fatos que envolvem a conduta da professora, a Seduc Goiás esclarece que segue a legislação de proteção à criança e adolescente, por meio do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), sempre trabalhando com zelo e prezando pela harmonia e respeito entre os servidores e estudantes.

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Professora denuncia que foi demitida após ter fotos nua vazadas por estudantes, em Valparaíso de Goiás — Foto: Divulgação/Bruna Barcelos

“Sinto-me feliz. A dignidade da pessoa humana precisa ser assegurada”, comemorou a professora.

Ao g1, a professora contou que documento de readmissão foi assinado na tarde desta segunda-feira (15). A previsão é que ela inicie o trabalho na nova instituição de ensino na terça-feira (16).

O g1 entrou em contato com a Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc) para saber os detalhes da contratação, mas não obteve retorno até a última atualização da reportagem. Segundo a professora Bruna, o contrato anterior à demissão passará a valer novamente. Ela foi demitida em novembro de 2023.

Em nota enviada em março, a Seduc alegou que Bruna foi contratada em regime emergencial para suprir uma demanda da unidade escolar e que o desligamento dela ocorreu devido à convocação de novos professores aprovados no concurso público realizado em 2022, que assumiram, de forma efetiva, em 2023, vagas dos contratos especiais na rede pública estadual de ensino – veja nota na íntegra ao final do texto.

Um documento feito pela Escola Estadual Doutor Gerson de Faria sobre o desligamento citou o vazamento das fotos. Em resposta a um ofício em defesa da professora, a instituição afirmou que o regimento escolar estipula que os professores não podem emprestar seus celulares de uso pessoal aos alunos. A escola também destacou que as decisões foram tomadas em conformidade com o Estatuto da Criança e do Adolescente, que preconiza a proteção integral das crianças e seus direitos. A instituição também alegou que orientou a professora a procurar a polícia.

Ao g1, Bruna explicou que emprestou o aparelho para que os alunos pudessem tirar fotografias de um evento escolar que, posteriormente, seriam usadas em uma atividade pedagógica. No entanto, eles acessaram pastas particulares e compartilharam as imagens com os demais colegas.

A professora denunciou o vazamento das fotos na Polícia Civil. Segundo ela, a gestão da escola soube do ocorrido após uma coordenadora ver diversos estudantes reunidos e, ao se aproximar, ver que eles estavam olhando uma foto de Bruna nua.

“Eu trabalhei até o quinto horário normalmente, sem saber de nada. Enquanto estava todo mundo já sabendo da situação, eu só vim a saber às 18 horas, quando a diretora, no final do dia, me chamou para uma reunião, dizendo que era [uma conversa] só eu entre mim e ela. Mas tinham seis pessoas na sala, me senti inibida e é onde ela me passou o fato. Fiquei estarrecida”, relembrou a professora.

Após a situação, a professora contou que passou a ser destratada no ambiente escolar por parte de colegas e da gestão. Conforme a professora, ela tinha um contrato de cinco anos com a escola, e a demissão ocorreu em menos de oito meses após o início do contrato, em 2023.

Em resposta a um ofício em defesa da professora, a escola afirmou que o regimento escolar estipula que os professores não podem emprestar seus celulares de uso pessoal aos alunos. A instituição também destacou que as decisões foram tomadas em conformidade com o Estatuto da Criança e do Adolescente, que preconiza a proteção integral das crianças e seus direitos. Além disso, a instituição alegou que orientou a professora a procurar a polícia.

Bruna Flor de Macedo Barcelos defendeu que o celular foi emprestado porque a escola não tinha aparelhos que fizessem filmagem e que o registro do evento, que fazia parte do Mês da Consciência Negra, era importante. “Solicitar que estudantes façam o registro de uma atividade é dotá-los de autonomia tem valor imprescindível para um ser humano livre e cidadão”, afirmou.

Nota resposta da Secretaria de Estado da Educação de Goiás

Em atenção à solicitação de informações sobre o desligamento da professora Bruna Flor de Macedo Barcelos, a Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc/GO) responde:

– A professora em questão havia sido contratada em regime emergencial para suprir uma demanda da unidade escolar. O desligamento da profissional se deu devido à convocação em 2023 de novos professores aprovados no concurso público realizado em 2022, que assumiram, de forma efetiva, vagas dos contratos especiais na rede pública estadual de ensino;

– Sobre os fatos que envolvem a conduta da professora, a Seduc Goiás esclarece que segue a legislação de proteção à criança e adolescente, por meio do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), sempre trabalhando com zelo e prezando pela harmonia e respeito entre os servidores e estudantes.

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Professora denuncia que foi demitida após ter fotos dela nua vazadas por estudantes

“A única coisa que desejo agora, e rápido, é ter meu trabalho de volta, numa outra escola estadual. Com emprego e renda posso cuidar de mim com dignidade”, desabafou Bruna.

A professora Bruna Flor de Macedo Barcelos explicou que o vazamento aconteceu quando ela emprestou o celular para que os alunos pudessem tirar fotos de um evento escolar. Essas fotos que os estudantes iriam tirar, segundo ela, posteriormente, seriam usadas em uma atividade pedagógica. No entanto, ao pegarem o aparelho, eles acessaram pastas particulares e compartilharam as imagens com os demais colegas.

Ela foi demitida pela escola em que trabalhava no dia 2 de novembro de 2023. A professora relatou que a gestão da escola soube do ocorrido após uma coordenadora ver diversos estudantes reunidos e, ao se aproximar, ver que eles estavam olhando uma foto da professora nua. Segundo ela, mesmo assim, a gestão permitiu que ela trabalhasse até o final do dia com todos já sabendo do vazamento, exceto ela.

Bruna Barcelos contou que, para a demissão, a gestão da escola teria criado um ofício “dizendo que os estudantes se sentiam constrangidos de assistirem às aulas” dela por terem visto as fotos nuas.

Professora denuncia que foi demitida após ter fotos nua vazadas por estudantes, em Valparaíso de Goiás — Foto: Divulgação/Bruna Barcelos

A professora denunciou o vazamento das fotos na Polícia Civil de Goiás (PCGO). Ao g1, a polícia explicou que e instaurou auto de investigação para apurar o caso. Na investigação, a vítima, a diretora da escola e professores já foram ouvidos (veja nota completa ao final da reportagem).

Ainda segundo a polícia, a Delegacia de Polícia de Alto Paraíso também já identificou os alunos que teriam acessado as mídias do celular da professora, após uma atividade escolar, e compartilhado as fotos. Por isso, “o procedimento apura o possível ato infracional análogo ao crime de divulgação de cena de nudez sem o consentimento da vítima”.

Escola Estadual Doutor Gerson de Faria Pereira, em Alto Paraíso de Goiás — Foto: Reprodução/Google Street View

uma resposta a outro ofício em defesa da professora, a Escola Estadual Doutor Gerson de Faria Pereira afirmou que o regimento escolar estipula que os professores não podem emprestar seus celulares de uso pessoal aos alunos.

A escola também destacou que as decisões foram tomadas conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente, que preconiza a proteção integral das crianças e seus direitos

A instituição também alegou que orientou a professora a procurar a polícia. Bruna defende que o celular foi emprestado porque a escola não tinha aparelhos que fizessem filmagem e que o registro do evento, que fazia parte do Mês da Consciência Negra, era importante.

O que disse a Secretária de Educação?

Em nota, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) explicou que a professora foi contratada em regime emergencial para suprir uma demanda da unidade escola. Além disso, afirmou que o desligamento dela se deu devido à convocação, em 2023, de novos professores aprovados no concurso público realizado no ano anterior, que assumiram, de forma efetiva, vagas dos contratos especiais na rede pública estadual de ensino.

Sobre o vazamento das fotos íntimas e da denúncia de que a professora foi destratada por colegas e pela gestão da escola, a Seduc disse somente que “segue a legislação de proteção à criança e adolescente, por meio do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)” (veja a nota completa ao final da reportagem).

Nota da Seduc na íntegra

“Em atenção à solicitação de informações sobre o desligamento da professora Bruna Flor de Macedo Barcelos, a Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc/GO) responde:

A professora em questão havia sido contratada em regime emergencial para suprir uma demanda da unidade escolar. O desligamento da profissional se deu devido à convocação em 2023 de novos professores aprovados no concurso público realizado em 2022, que assumiram, de forma efetiva, vagas dos contratos especiais na rede pública estadual de ensino;

Sobre os fatos que envolvem a conduta da professora, a Seduc Goiás esclarece que segue a legislação de proteção à criança e adolescente, por meio do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), sempre trabalhando com zelo e prezando pela harmonia e respeito entre os servidores e estudantes.”

“A Polícia Civil de Goiás informa que instaurou auto de investigação para apurar o caso. A vítima, a diretora da escola e professores já foram ouvidos. A Delegacia de Polícia de Alto Paraíso também já identificou os alunos que teriam acessado as mídias do celular da professora, após uma atividade escolar, e compartilhado as fotos. Por isso, o procedimento apura o possível ato infracional análogo ao crime de divulgação de cena de nudez sem o consentimento da vítima. A PCGO informa que acompanha o caso detidamente, com prioridade, e já prestou as orientações devidas à vítima.”

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Última atualização 26/03/2024 | 15:44

A professora de história Bruna Flor de Macedo Barcelos, de uma escola estadual em Valparaíso de Goiás, no entorno do Distrito Federal, denunciou à polícia que teve fotos nuas vazadas por estudantes após eles acessarem pastas privadas no celular pessoal dela.

Após o ocorrido, a professora foi demitida da Escola Estadual Doutor Gerson de Faria Pereira. De acordo com o delegado Rafael Rossi, o caso já está sendo investigado.

Em entrevista ao G1, a professora relata que teria emprestado o celular aos alunos para que eles registrassem fotos de um evento sobre o Mês da Consciência Negra para uma atividade que seria aplicada posteriormente. No entanto, os estudantes teriam acessado a pasta de fotos particulares e compartilhado com os outros colegas imagens dela nua.

“Me senti violada, violentada. Na sequência, a gestão da escola criou um ofício dizendo que os estudantes se sentiam constrangidos de assistirem às minhas aulas por terem visto minha foto nua. Uma inversão de quem foi vítima na situação”, declarou Bruna Flor de Macedo Barcelos.

A professora conta que após a situação ela passou a ser destratada no ambiente escolar por parte de colegas e da gestão. Bruna tinha um contrato de cinco anos com a escola, e a demissão ocorreu em menos de oito meses após o início do contrato, em 2023. A docente relata que vem passando por dificuldades financeiras, já que seu sustento vinha do trabalho na escola.

A professora denunciou o vazamento das fotos na Polícia Civil.

Regime interno

A escola informou ao G1 que o regimento interno deixa claro que os professores não podem emprestar seus celulares de uso pessoal para os estudantes. Além disso, a instituição destacou que a decisão de demitir foi tomada em conformidade com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que preconiza a proteção integral das crianças e dos seus direitos. E pontuou ainda que orientou a profissional a procurar a Polícia.

A defesa de Bruna alegou que o celular foi emprestado porque a escola não tinha aparelhos que fizessem filmagens para registrar os eventos internos, e aquele específico era importante, por se tratar do Mês da Consciência Negra. “Solicitar que estudantes façam o registro de uma atividade é dotá-los de autonomia, tem valor imprescindível para um ser humano livre e cidadão”, argumentou a professora.

 

 

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