Presidente da Câmara disse que vai “lutar” por novo aumento da proporção; mistura atual é de 30%
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta 2ª feira (20.out.2025) que vai “lutar” para ampliar a mistura de etanol anidro na gasolina de 30% para 35%. A declaração foi feita durante a 25ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol, em São Paulo, que celebrou os 50 anos do ProÁlcool, programa criado em 1975 para estimular o uso de biocombustíveis no Brasil.
“Hoje já temos 30% da mistura da gasolina com etanol e vamos lutar e brigar para que avancemos aos 35% na mistura, o que fortalecerá ainda mais a indústria de biocombustíveis do nosso país […] A Câmara seguirá atenta para fortalecer o setor em meio aos desafios que surgem”, disse Motta durante o evento.
Motta citou o papel do Congresso na aprovação de políticas que ampliam o uso de energias limpas, como o programa Combustível do Futuro, que permite o aumento gradual da mistura de etanol até 35%, caso a viabilidade técnica seja comprovada pelo CNPE (Conselho Nacional de Política Energética).
Atualmente, o Brasil adota a mistura de 30% de etanol na gasolina, conhecida como E30. A medida, em vigor desde agosto, foi aprovada em junho pelo CNPE e elevou o percentual anterior de 27%.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, o aumento permitirá que o país volte a ser exportador de etanol. Na ocasião da aprovação, o ministro Alexandre Silveira afirmou que a mudança reforça a soberania energética do país. Segundo o governo, o Brasil deixará de importar gasolina e passará a produzir excedente.
O governo estima um excedente anual de 700 milhões de litros e economia de até R$ 0,11 por litro na gasolina C.
Projeto-piloto em Pernambuco da Suape Energia com a finlandesa Wärtsilä pode atender 2 milhões de famílias e reduzir emissões de CO₂
A Savana Holding iniciou a implantação do projeto da 1ª usina termelétrica de larga escala movida a etanol do mundo. O investimento inicial é de R$ 60 milhões e a operação piloto será conduzida pela Suape Energia em parceria com a multinacional finlandesa Wärtsilä.
O motogerador de 4 MW (megawatts) será instalado na Usina Térmica Suape 2, em Pernambuco. O empreendimento tem potencial de expansão para 600 MW, capacidade suficiente para atender mais de 2 milhões de famílias.
Segundo a Savana, a iniciativa aproveita a cadeia de suprimento de etanol já consolidada no Brasil, reduz a dependência de importações, fortalece a economia local e cria oportunidades de emprego.
O projeto tem participação de 80% da Savana Holding e 20% da Petrobras, que também é uma das financiadoras. A Wärtsilä forneceu metade dos equipamentos, enquanto a Suape 2 assumiu custos de montagem e de infraestrutura.
Os testes vão consumir cerca de 6 milhões de litros de etanol e devem durar 4.000 horas. O cronograma estima que o motor esteja montado até o fim de 2025, com testes programados para janeiro e fevereiro de 2026.
EFICIÊNCIA E TRANSIÇÃO ENERGÉTICA
O CTO da Suape Energia, José Faustino, afirmou que o projeto coloca o Brasil na vanguarda global da transição energética e tem eficiência próxima à de usinas a diesel ou óleo combustível.
“Esse motor, especificamente, tem uma eficiência hoje em torno de 39% a 40%. No motor a diesel eu chego a 46% a 48%. Mas, quando comparamos as emissões, o motor a etanol teria só 10% do CO₂ de um motor a diesel”, declarou em entrevista ao Poder360.
A eficiência citada por Faustino se refere à proporção da energia contida no combustível que é de fato convertida em eletricidade.
Além da redução nas emissões de gases de efeito estufa, a termelétrica pode entregar potência para o SIN (Sistema Interligado Nacional) com mais rapidez do que as usinas movidas a óleo combustível.
“Com a planta a etanol, a gente vai fazer isso em meia hora. O óleo combustível precisa de aquecimento, precisa de vapor, precisa de filtragem. O etanol não, vai direto para o motor. Nós teremos uma resposta muito mais rápida para o sistema”, afirmou.
FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL
O biocombustível será fornecido pela Vibra Energia. A Savana declarou que não há risco de competição com o setor automotivo.
“A demanda de uma térmica é infinitamente menor que a de carros. O projeto só tem a fortalecer o mercado da cana-de-açúcar e de etanol. Seria uma saída até para o pessoal do etanol que até muito sofre, um pouco financeiramente ainda”, disse Faustino.
O vice-presidente da Savana Holding, Carlos Mansur, destacou que o etanol não pode ser vendido diretamente pelo produtor e precisa passar por uma distribuidora. Ele avaliou que, com um leilão de reserva de capacidade, a legislação poderá ser ajustada para permitir outros tipos de fornecimento e ampliar o acesso ao mercado.
“Imagino que mais para frente, se porventura acontecer um leilão, isso possa ter algum apêndice na lei e liberar algum outro tipo de fornecimento para abrir o mercado”, disse a este jornal digital.
Produto ficou fora das isenções do tarifaço e foi o único citado nominalmente na investigação comercial dos EUA sobre o Brasil; pode ser usado como moeda de troca nas negociações
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta 3ª feira (12.ago.2025) que o Brasil cogita incluir o etanol nas negociações do tarifaço com os Estados Unidos. O produto ficou de fora da lista de mercadorias isentas das tarifas de 50% impostas pelo presidente norte-americano, Donald Trump (Partido Republicano).
Integrantes do governo brasileiro defendem que o combustível não deve ser usado como moeda de troca em um eventual acordo com os EUA. Na contramão, Lula disse que revisar a tarifa do produto pode ser uma alternativa nas tratativas.
“Não nos recusamos a negociar a questão do etanol. Nós estamos dispostos a negociar a questão do etanol sem nenhum problema”, disse o petista em entrevista ao programa “O É da Coisa”, da BandNews.
O combustível foi o único produto citado nominalmente na investigação do Departamento de Comércio dos EUA sobre o Brasil. O documento publicado em março cita “práticas comerciais injustas” e “discriminação regulatória”.
“Os Estados Unidos sofrem com tarifas mais altas sobre o etanol impostas pelo Brasil e com o desequilíbrio comercial resultante da decisão do Brasil de abandonar o tratamento recíproco, praticamente isento de impostos, que promoveu o desenvolvimento de ambas as indústrias e um comércio florescente e mutuamente benéfico”, diz o relatório.
A tarifa de importação brasileira para o etanol é de 18%. Já os EUA aplicam uma tarifa de 2,5% sobre o combustível brasileiro. Atualmente, 60% do etanol importado pelo país norte-americano é produzido no Brasil.
Setores do agronegócio veem com preocupação a possibilidade de o produto entrar nas negociações. Por já ter sido citado em manifestações do governo norte-americano, a avaliação é que há alta probabilidade de a redução das tarifas sobre o combustível ser uma exigência em eventuais negociações.
Iniciativa estabelece benefício fiscal para atrair investidores e fortalecer cadeia produtiva no estado. Política Estadual de Combustíveis também foi aprovada na Alego
O Projeto de Lei n° 374/2024 que visa estabelecer benefício fiscal para os estabelecimentos industriais que produzem etanol hidratado combustível no estado de Goiás, independente da matéria-prima utilizada em sua fabricação, foi aprovado na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), nesta quinta-feira (25/04), e seguirá para a sanção do governador Ronaldo Caiado.
A iniciativa, coordenada pelo Instituto Mauro Borges (IMB), vinculado à Secretaria-Geral de Governo (SGG), irá fortalecer a indústria estadual, agregar valor à produção agrícola e fomentar o crescimento econômico regional. “Goiás irá se tornar um estado mais atrativo para investidores no setor de etanol. Por meio do incentivo à instalação de novas indústrias, bem como a expansão das já existentes, conseguiremos ampliar a nossa cadeia produtiva”, pontua o secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima.
O diretor-executivo do IMB, Erik Figueiredo, destaca a importância da competitividade para a expansão do setor. “Temos que promover a competitividade do estado de Goiás na produção de etanol por meio da diversificação das matérias-primas. O Mato Grosso do Sul é um exemplo de estado que alcançou maior competitividade ao adotar essa estratégia, expandindo assim a sua cadeia produtiva”, destacou o diretor-executivo.
Política Estadual de Combustíveis de Goiás
Também foi aprovado na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), na última quarta-feira (24/04), o Projeto de Lei n° 392/2024 que Institui a Política Estadual de Combustíveis de Goiás. A proposta estimula o uso de biocombustíveis, preferencialmente os de produção local, e a eletromobilidade no estado, como apoio e incentivo ao incremento da cadeia produtiva de biocombustíveis, ao desenvolvimento regional e à redução dos impactos ambientais.
Cadeia produtiva
Outro fator que contribui para o fortalecimento e expansão da cadeia produtiva em Goiás é a decisão de não se limitar apenas à produção do etanol hidratado, mas sim, expandir para a produção do etanol anidro. No dia 19 de abril, o Governo Estadual ampliou o benefício fiscal do álcool anidro em Goiás para fomentar a produção local de biocombustíveis. A concessão foi realizada por meio do Decreto n°10.445, publicado no Diário Oficial do Estado de 19/04 que alterou o regulamento do Código Tributário do Estado de Goiás (RCTE).



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