Influenciadora de esquerda pede desculpas a participante do 8 de Janeiro
Lidiane 17 de janeiro de 2025
Aline Bardy Dutra fez acusações consideradas falsas contra Aline Magalhães e é obrigada a divulgar vídeo em rede social; assista ao vídeo
A influenciadora de esquerda Aline Bardy Dutra, que conta com 467 mil seguidores no Instagram sob o perfil @esquerdogata_79, publicou em seu perfil na plataforma um vídeo de retratação na 3ª feira (14.jan.2025).
O vídeo de Aline de quase 3 minutos é direcionada a Aline Magalhães, que participou dos atos do 8 de Janeiro. À época, ela postou em seu perfil no Instagram um vídeo gravado em cima do prédio do Congresso Nacional. Disse que “sonhava” com aquele dia.
Dutra diz no vídeo de retratação que havia compartilhado “postagens totalmente inverídicas e mentirosas” a respeito de Magalhães nos dias 9, 10 e 25 de janeiro de 2023, e em 31 de março de 2024.
“A difamei afirmando que Aline era usuária de drogas e que teria passado por uma internação na Suíça para se livrar dos vícios. Cheguei a dizer que eu tinha documentos que comprovavam essa alegação, porém, era tudo absolutamente falso. Nunca existiu nenhum documento a respeito disso e nada que comprovasse a minha fala”, afirma a influenciadora de esquerda.
A influenciadora afirma também que seus posts fizeram com que Magalhães fosse “indevidamente perseguida no ambiente virtual” e que suas falas e vídeos causaram “enorme prejuízo de ordem moral, social e financeira”.
Assista ao vídeo de retratação (2min53s):
Ver uma militante de esquerda, arrogante e metida, tomar um ferro desses, não tem preço.
Assista a canhota toda mijada pedindo desculpas. pic.twitter.com/Th7jbZqRnf— Tumulto BR (@TumultoBR) January 16, 2025
Em 20 de março de 2023, Dutra postou em seu perfil no Instagram que estava sendo processada por Magalhães. Pediu ajuda dos seguidores para poder pagar sua defesa na ação: “Só posso contar com vocês. Meu salário como professora paga apartamento, escolas das crianças e comida”.
Leia a íntegra do texto de retratação:
“No dia 8 de janeiro de 2025, eu fiz um vídeo de retratação onde eu falei o nome da pessoa a quem eu devo desculpas errado, então eu venho novamente me retratar.
“Eu, Aline Bardy Dutra, venho pela presente retratar-me nos termos a seguir expostos.
“No dia 9 do 1 [janeiro] de 2023, 10 do 1 [janeiro] de 2023, 25 do 1 [janeiro] de 2023 e 31 do 3 [março] de 2024, fiz postagens totalmente inverídicas e mentirosas em minhas redes sociais, Instagram e TikTok, a respeito de Aline Magalhães, que nem mesmo conheço pessoalmente.
“Apenas a título de exemplo, a difamei afirmando que Aline era usuária de drogas e que teria passado por uma internação na Suíça para se livrar dos vícios. Cheguei até mesmo a dizer que eu tinha documentos que comprovavam essa alegação, porém, era tudo absolutamente falso. Nunca existiu nenhum documento a respeito disso e nada que comprovasse a minha fala.
“Gravei vídeos caluniosos em que atribuí à ofendida condutas que ela nunca praticou. Afirmei sem embasamento algum, sem estar amparada em nenhum documento, imagem ou vídeo, que Aline não só concordava, mas também apoiava a depredação de prédios públicos por mera insatisfação como resultado do pleito presidencial de 2022. Hoje venho a público me retratar dessas infelizes afirmações.
“Ainda criei apelidos injuriosos que abalaram a reputação de Aline Magalhães não só perante a sociedade ribeirãopretana, cidade em que vivemos, mas também em todos os locais em que os vídeos foram visualizados. Como a minha forma de agir teve grande repercussão social, até porque tenho mais de 300 mil seguidores, suponho que minhas falas atingiram até mesmo a família de Aline.
“Da mesma forma que qualifiquei os seus sócios como fascistas por tudo indicar que votaram em um candidato diferente do meu. A forma reprovável como agi foi motivada por diferenças ideológicas. Aline milita à direita do espectro político, enquanto eu tenho convicções de esquerda.
“Hoje reconheço que ela, amparada pela Constituição Federal em seu artigo 5º, inciso 4º, tem o direito de manifestar suas convicções políticas sem ser atacada meramente por exercer uma liberdade que lhe é constitucionalmente assegurada. Apesar disso, hoje vejo que agi de forma a tolher seu direito, fazendo com que ela fosse indevidamente perseguida no ambiente virtual e acabei lhe causando, com minhas falas e meus vídeos, enorme prejuízo de ordem moral, social e financeira.
“Diferenças ideológicas devem ser debatidas de forma racional e respeitosa. Com argumentos e não com injúrias, calúnias, difamação, enfim, inverdades. Recursos aos quais reconheço que acabei recorrendo que hoje me retrato. Diante de tudo que foi dito, venho publicamente me retratar das afirmações injuriosas, caluniosas, difamatórias, inverídicas que fiz para prejudicar Aline Magalhães, pedindo lhe com humildade que sinceramente aceite meu pedido de desculpas.”
Municípios com menos de 10.000 habitantes são os com a maior ausência de candidatos a prefeito filiados a partidos de esquerda
Como mostra o Poder360, mais da metade dos municípios brasileiros não tem candidatos filiados a siglas de esquerda concorrendo à prefeitura em 2024.
A situação é mais aguda no grupo de municípios com menos de 10.000 habitantes. Das 2.466 cidades brasileiras nessa faixa populacional, 1.558 (ou 63% do total) não têm nenhum candidato a prefeito filiado a um partido de esquerda.
“Historicamente a esquerda no Brasil se sai melhor em cidades grandes. É onde seu discurso consegue ser mais bem compreendido. Há dificuldades de comunicação de partidos de esquerda com eleitores de cidades menores, que têm mais influência de famílias tradicionais e conservadoras, da igreja e pouca sociedade civil autônoma organizada”, diz o cientista político Eduardo Grin, professor da FGV-SP (Fundação Getúlio Vargas – São Paulo).
Do outro lado, as siglas esquerdistas estão na disputa em 96% dos municípios com mais de 200 mil habitantes. Já no grupo de 103 cidades que terão 2º turno (aquelas com mais de 200 mil eleitores), só uma, Parauapebas (PA), não tem uma sigla esquerdista no páreo.
A aposta dos partidos de esquerda em cidades maiores, por enquanto, parece estar dando pouco resultado. Nas 24 capitais com levantamentos recentes da Quaest, apenas João Campos (PSB) tem grande vantagem, podendo vencer no Recife ainda no 1º turno. Nas demais cidades, os candidatos esquerdistas estão bem posicionados (lideram ou estão próximos do líder) em São Paulo, Porto Alegre, Curitiba e Teresina.
Esquerda não disputa em 51% das cidades
Ao se considerar o Brasil inteiro, 2.859 das 5.569 cidades nas quais há eleições em 2024 não têm um candidato de esquerda.
A proporção é muito superior à de cidades que não têm concorrentes filiados a partidos de direita (21% do total).
Essa é a menor presença de partidos esquerdistas em disputas municipais em 20 anos.
O menor percentual registrado nos últimos 24 anos foi o do ano 2000. Naquelas eleições, as siglas de esquerda disputaram a prefeitura em só 42% dos municípios.
O cenário mudou depois de Lula se tornar presidente, em 2003. Nas eleições municipais seguintes, a esquerda esteve presente em 56% dos municípios e cresceu até 2012, quando 63% das cidades brasileiras tinham ao menos um candidato filiado a um partido de esquerda concorrendo no pleito.
Desde 2016, no entanto, esse número cai. A queda foi precedida pelas revelações da Operação Lava Jato e pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff.
Ao analisar a causa dessa retração na disputa, o cientista político Eduardo Grin, professor da FGV-SP (Fundação Getúlio Vargas de São Paulo), lista alguns fatores:
- cláusula de desempenho – partidos como PC do B, PV e Rede estão em perigo de sumir com o aumento das exigências mínimas de desempenho eleitoral para receber recursos públicos. Priorizam candidaturas competitivas para ter prefeitos que consigam ajudar a eleger mais deputados federais, e assim, garantir a sobrevivência do partido;
- emendas – o aumento na distribuição de dinheiro federal para cidades já governadas pelo Centrão fez os atuais mandatários muito competitivos, o que desestimula desafiantes à esquerda;
- governo federal – ao tomar posse em 2003, Lula tentou espalhar a presença de siglas de esquerda para cidades menores. Essa presença refluiu depois da Lava-Jato. A esquerda recuperou protagonismo nos últimos 2 anos, mas num cenário de desestímulo à renovação municipal, com os atuais prefeitos fortalecidos.
Metodologia
A classificação de partidos foi feita a partir de livre adaptação do artigo “Uma Nova Classificação Ideológica dos Partidos Políticos Brasileiros”.
O trabalho (íntegra – 1 MB), de cientistas políticos da UFPR (Universidade Federal do Paraná) foi usado como referência, com algumas adaptações da reportagem em relação a movimentos recentes dos partidos.
Leia abaixo quais foram as classificações adotadas:
- partidos de esquerda – PT, PSB, PDT, PCO, Psol, PSTU, PCB, PC do B, UP, Rede e PV.
- partidos de direita PP, PPB, PSDB, União Brasil, PRB, Republicanos, PSL, PL, Prona, Novo, PFL, DEM, PSC, PRTB, Patriota e PRD.
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