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21 de setembro de 2024
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Grazielly da Silva Barbosa, dona de clínica estética em Goiânia e investigada por morte de paciente — Foto: Reprodução/Redes Sociais

A dona na clínica Ame-se, Grazielly da Silva Barbosa, que foi presa depois da influencer Aline Ferreira fazer um procedimento estético com ela e morrer, em Goiânia, chegou a enviar o pai para visitar a influencer no hospital. Segundo o marido de Aline, antes de ela morrer, o homem apareceu dentro do box da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) dizendo que faria uma oração por ela.

“Apareceu um homem de camisa amarela dizendo que faria uma oração por Aline. [O marido] perguntou quem havia o mandado e o homem disse que tinha sido Grazielly”, narrou a polícia sobre o depoimento de Pablo Batista.

Internação e morte após procedimento

Influenciadora Aline Maria Ferreira morreu no DF após fazer cirurgia estética — Foto: Reprodução/Redes sociais

O marido da influencer ainda disse que, após o procedimento, Aline sentiu dores de barriga, desmaiou e teve uma parada cardíaca. Segundo Pablo, quando ele e a esposa estavam no hospital, Grazielly também foi até a unidade para verificar os locais das injeções no corpo de Aline e, em seguida, aplicou um remédio na veia da paciente, dizendo que era para evitar trombose.

Influenciadora Aline Maria Ferreira morreu após fazer cirurgia estética — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Pablo Batista detalhou que os médicos conseguiram reanimar Aline após a parada cardíaca. No entanto, ele detalhou que a esposa piorou e teve os pulmões e o coração comprometidos. Além disso, os rins pararam de funcionar. O marido também descreveu que ela ficou com os pés e as mãos pretos. “O médico disse que seria necessário amputar um braço e as duas pernas”, relatou.

No dia 27 de junho, o marido levou a influencer ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran), onde ficou por um dia, pois a unidade não tinha Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Depois, Aline foi transferida para um hospital particular da Asa Sul. Lá, precisou ser entubada na UTI e teve duas paradas cardíacas. Aline morreu dia 2 de julho e o corpo dela foi velado e sepultado no dia 4, no cemitério Campo da Esperança do Gama.

Clínica Ame-se, localizada em Goiânia — Foto: Divulgação/Polícia Civil

De acordo com a delegada Débora Melo, responsável pelo caso, Grazielly está sendo investigada por:

  • crimes contra as relações de consumo: ela teria mentido sobre sua qualificação, induzido pacientes a erro ao não prestar informações adequadas sobre os procedimentos realizados e não explicado os riscos envolvidos na aplicação de polimetilmetacrilato, substância plástica conhecida por PMMA;
  • exercício ilegal da medicina e execução de serviço de alta periculosidade;
  • possível lesão corporal seguida de morte da influenciadora Aline Maria: delegada aguarda a conclusão de um laudo pericial que vai indicar se o preenchimento no bumbum teve ou não relação com a morte da influenciadora.

Em nota, a fabricante do PMMA, MTC Medical, informou que as investigações do caso apontam que produto que foi injetado foi retirado de potes da bolsa da falsa biomédica e que as seringas foram então enchidas com esse material. Esse manejo, segundo a fabricante, é totalmente distinto do PMMA legítimo, o qual é vendido exclusivamente a médicos (leia nota na íntegra ao final do texto). Para a advogada da família de Aline, Julianna Andrade, caso a empresária tenha usado um produto clandestino ou adulterado, ela teria assumido o risco de matar a influenciadora.

Clínica Ame-se, localizada em Goiânia — Foto: Divulgação/Polícia Civil

Durante buscas feitas na clínica, os policiais não encontraram contratos de prestação de serviços, prontuários ou qualquer documento que registrasse a entrevista com pacientes. Isso, segundo a polícia, indica que não houve checagem se Aline tinha alguma condição de risco. Essa etapa deveria ser a primeira a ser feita antes da realização de qualquer procedimento.

No dia do procedimento, segundo a delegada, a região do bumbum da influenciadora foi higienizada e, em seguida, Grazielly fez marcações de onde o produto seria aplicado. O marido da influenciadora, que acompanhou a realização do procedimento, diz que foi feita a aplicação de 30ml de PMMA em cada glúteo. A polícia disse que Aline pagou R$ 3 mil para a realização de três sessões de aplicação do produto, mas a influenciadora morreu depois da primeira.

Nota da fabricante de PMMA:

“Os fabricantes das marcas de PMMA no Brasil informam que: O PMMA possui registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, o qual é obtido somente após rigorosa análise da agência acerca das boas práticas de fabricação e estudos clínicos de segurança e eficácia. Apenas médicos estão autorizados a ofertar procedimentos de preenchimento com PMMA.

O modus operandi dos clandestinos para atrair vítimas consiste em anunciar procedimentos com PMMA, porém com um valor muito aquém de qualquer serviço minimamente seguro, o que por si só é capaz de levantar a suspeita de uso de produtos adulterados, falsificados ou totalmente incompatíveis com o uso médico, como é o caso do silicone industrial.

As investigações do caso da morte da influencer ALINE MARIA FERREIRA apontam que produto que lhe foi injetado foi retirado de potes da bolsa da falsa biomédica e que as seringas foram então enchidas com esse material, cuja apresentação é totalmente distinta do PMMA legítimo, o qual é vendido exclusivamente a médicos.

É perceptível que o óbito ocorreu em razão do mercado clandestino de estética e não do produto PMMA, pois (1) a influencer se submeteu aos cuidados de uma pessoa sem qualquer formação na área de saúde; (2) a clínica não possuía alvará sanitário; (3) o valor pago pelo procedimento, conforme depoimento do viúvo estava muito aquém de qualquer procedimento que pudesse ser feito por estetas e (4) o marido da vítima e outra testemunha já confirmaram não ter sido PMMA o produto utilizado, em razão da apresentação do mesmo.

Lamentamos profundamente que mais uma jovem tenha perdido a vida para o mercado clandestino de procedimentos estéticos e alertamos a população que apenas médicos devidamente habilitados e que demonstrem possuir alvará sanitário estão autorizados a comprar PMMA.

Ressaltamos ainda o nosso compromisso com a verdade baseada em ciência e evidências e combatemos fortemente o uso do nome do produto PMMA em fake News que induz a população a erro e pânico, submetendo-se cada vez mais a procedimentos clandestinos colocando a vida e a saúde em risco.

Brasil, 11 de julho de 2024
MTC Medical
Lebon Farma”

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