Sessão solene prestigia importância de educadores populares. A iniciativa foi do deputado Mauro Rubem
Lidiane 15 de junho de 2025
Uma sessão solene, promovida pelo Mauro Rubem (PT), na manhã deste sábado, 14, no Plenário Iris Rezende, na sede do Legislativo goiano, homenageou os educadores populares.
No discurso que abriu a sessão, o parlamentar conectou a educação ao momento político e socioeconômico brasileiro. “Uma das maneiras de fazer com que a pirâmide da má distribuição de renda no Brasil seja um pouco mais retangular é por meio da educação”, pontuou no início da sua fala.
Mauro Rubem enalteceu a importância da proposta do Governo Federal de zerar o imposto para quem ganha até R$ 5 mil e cobrar impostos, de forma mais justa, de quem ganha acima de R$ 50 mil. O parlamentar criticou segmentos da sociedade que estão pressionando o presidente da República para não aprovar essa medida.
O deputado ressaltou haver um problema de “uma rede federal pública de ensino superior instalada com vagas não preenchidas”, havendo na outra ponta candidatos que precisam de tempo e condições “para poder estudar, se preparar”. Daí, enfatizou, a importância dos educadores populares que ajudam a levar os alunos em situação vulnerável às universidades.
Mauro Rubem também abordou a importância de direcionar recursos das emendas parlamentares – que em 2025 somam R$ 12.966.781 por deputado goiano – para a educação, mencionando fazer isso em relação ao Centro de Educação Popular Leodegária de Jesus, representado no evento pelo seu coordenador, o estudante João Pedro Mascarenhas.
Além de Mauro Rubem e do estudante, compuseram a mesa de trabalhos o conselheiro fiscal da Trilha Uni, projeto do Centro de Juventude Cajueiro, padre Geraldo Marcos; o membro da coordenação colegiada do cursinho popular Comunidade Faz Arte e professor de Biologia, Gabriel da Rocha Barbosa; a diretora do Cursinho Federal de Goiás, Valéria Almeida; e a fundadora do Cursinho Popular Paulo Freire de Catalão, Bruna Cristina Ferreira Alves.
O cantor e compositor Wilson Gandhi musicou uma parte inicial sessão.
Lucas Quirino, estudante, falou como aluno do Leodegária, agradecendo aos professores “guerreiros e guerreiras que lutam por um ensino de qualidade”.
Gabriel da Rocha, do Cursinho Federal, problematizou que os “cursinhos, não só os populares, existem em paralelo ao sistema de educação”. Não são regulamentados e sua existência “é um testemunho do processo de exclusão da seleção em larga escala”, porque precisam ser ministrados para quem já concluiu o ensino médio e quer acessar a universidade.
Assim, complementou, o cursinho ocupa “um lugar quase institucionalizado na sociedade, mas não é [institucionalizado]. É uma questão delicada para a gente que lida com a educação. O cursinho não é parte da construção da educação pública no país”.
Bruna Cristina, do cursinho Paulo Freire, mencionou indicadores da educação. “As maiores taxas de desemprego recaem sobre quem não concluiu o ensino médio”, um índice de 10% ante 3% para aqueles que concluíram o ensino superior.
“Apesar da relevância do ensino superior”, pontuou, apenas 18% da população brasileira de 25 anos ou mais tinha esse nível de escolaridade em 2022, número que cai para 12% entre a população preta e parda. Além disso, destacou, Goiás tem a menor taxa de escolaridade líquida no ensino superior entre os estados do Centro-Oeste.
O cursinho Paulo Freire, explicou, surgiu em 2018 em resposta a esse cenário.
Valéria Almeida, do Cursinho Federal de Goiás, agradeceu diretamente aos professores. “Vocês são responsáveis por alunos não desistirem das suas vidas, o que é um peso, mas também uma alegria”, declarou, complementando: “Não é só em um centro cirúrgico que se salva vidas, na sala de cursinho também. A gente não tem noção de que uma palavra que o professor diz, o aluno guarda por uma vida inteira”.
Padre Geraldo Marcos, do Juventude Cajueiro, disse que muitas pessoas “são convencidas de que não vão dar conta, de que não prestam, de que não adianta estudar”, mas o cursinho ajuda no combate a essas noções. “Os cursinhos todos conseguem fazer um bem que a gente nem calcula seria possível. Estamos aqui hoje mostrando que é possível.”
João Pedro, do Leodegária de Jesus, falou que o cursinho é um espaço “construído coletivamente” e “não é assistencialista, é uma ferramenta de luta para acessar a universidade, que é muito potente, grandiosa, mas ainda não concentra toda a população”.
Chefe de gabinete de Mauro Rubem, Vânia França, que é licenciada em português e inglês e foi professora da Educação de Jovens e Adultos (EJA), também discursou no evento. Ela destacou a importância da educação em combate ao negacionismo, manifestado, por exemplo, na queda dos indicadores de vacinação.
“Vemos a volta de doenças que estavam erradicadas, vidas comprometidas para sempre por causa da poliomielite”, afirmou, pontuando que a não vacinação é um problema hoje das escolas. “Estamos regredindo como sociedade, como civilização”, lamentou.
O deputado federal Glaustin da Fokus (Podemos) realizou nesta quinta-feira (24/4) a primeira edição do evento “Autismo em Fokus”, em Aparecida de Goiânia, voltado para inclusão das pessoas com autismo. A ação é destinada à capacitação de professores, coordenadores pedagógicos e secretários de educação de mais de 30 municípios goianos e foi realizada no mês de conscientização do autismo para reforçar a urgência da necessidade de educar para incluir.
“As escolas precisam estar preparadas para acolher cada criança com suas singularidades. E o PEI [Plano de Ensino Individualizado] é um instrumento poderoso para isso: ele transforma a teoria da inclusão em prática cotidiana”, pontuou Glaustin durante o encontro, que reuniu mais de 200 profissionais da educação.
O evento foi promovido em parceria com a advogada, mãe atípica e ativista Larissa Lafaiete, referência na luta pelos direitos da comunidade autista. A programação foi centrada na prática do Plano de Ensino Individualizado (PEI), ferramenta que vem revolucionando o trabalho com educação inclusiva, ao permitir o planejamento pedagógico personalizado para alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
As oficinas foram conduzidas por duas especialistas na área: a psicóloga Flaviana Martins da Silva e a psicopedagoga Eudis da Silva Maia. Com atividades interativas, as profissionais compartilharam estratégias e ferramentas que poderão ser aplicadas diretamente nas salas de aula da rede pública, potencializando o desenvolvimento individualizado das crianças autistas e, com isso, os educadores saíram capacitados para atender todos os alunos, em seus diferentes níveis.
“Quando recebi o convite para participar do evento, de imediato eu convoquei uma equipe minha, pois o PEI é essencial para ser aplicado e trabalhado nas escolas do nosso município. Temos muitos alunos autistas e com deficiência, é muito importante aplicar o PEI nas nossas salas para desenvolver nossos alunos em sua total potencialidade. Ainda não usávamos o PEI e esse curso veio para nos ajudar a levar ele para Castelândia. Agradeço ao deputado pelo evento, ele foi canal de bênção para uma educação mais inclusiva na nossa cidade”, agradeceu a secretária de Educação de Castelândia, Maria Solange de Moura.
‘É um presente para professores, pais e alunos’
Para os organizadores, o evento “Autismo em Fokus” se torna um marco na formação continuada dos educadores goianos e inspira novas ações por uma escola mais empática, preparada e verdadeiramente para todos.
“Queremos que esse evento se repita. Quanto maior o número de edições, maior a chance da inclusão chegar nas escolas de todos os municípios. Isso é um presente para os professores, pais e alunos”, afirmou Lafaiete.
A iniciativa vai ao encontro de um movimento mais amplo em prol da educação inclusiva. No dia 1º de abril deste ano, a Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência (CPD) aprovou o Projeto de Lei nº 1462/22, de autoria do deputado Glaustin da Fokus, que torna obrigatória a inclusão de conteúdos sobre o autismo nos currículos dos cursos superiores de Pedagogia, Psicologia e Psicopedagogia.
A medida é mais um passo para garantir que os profissionais estejam capacitados para acolher, respeitar e desenvolver os talentos dos alunos com TEA. No Brasil, estima-se que cerca de dois milhões de pessoas tenham TEA, segundo a Organização Mundial da Saúde.
“Celebramos cada conquista, mas temos plena consciência de que ainda há um longo caminho pela frente. Meu compromisso com a comunidade autista é permanente. Vamos continuar lutando por mais respeito, mais oportunidades e mais inclusão. Ninguém será deixado para trás”, finalizou o deputado.




Posts recentes
- Goiás registra estabilidade térmica e umidade variável
- Pix Automático começa nesta 2ª feira; saiba como utilizar
- Aniversário da Junta Comercial de Goiás foi comemorado em sessão solene no Legislativo
- Gustavo Mendanha filia ao PSD e mira Senado em 2026
- Oposição critica nota do governo Lula sobre conflito Israel X Irã
Comentários
Arquivos
- junho 2025
- maio 2025
- abril 2025
- março 2025
- fevereiro 2025
- janeiro 2025
- dezembro 2024
- novembro 2024
- setembro 2024
- agosto 2024
- julho 2024
- junho 2024
- maio 2024
- abril 2024
- março 2024
- fevereiro 2024
- dezembro 2023
- novembro 2023
- outubro 2023
- setembro 2023
- agosto 2023
- julho 2023
- junho 2023
- maio 2023
- abril 2023
- janeiro 2023
- outubro 2022
- setembro 2022
- julho 2022
- junho 2022
- maio 2022
- março 2022
- janeiro 2022
- dezembro 2021
- novembro 2021
- outubro 2021
- setembro 2021
- agosto 2021
- julho 2021
- junho 2021
- maio 2021
- agosto 2020
- julho 2020
- junho 2020
- maio 2020
- abril 2020
- fevereiro 2020
- janeiro 2020
- dezembro 2019
- novembro 2019
- outubro 2019
- setembro 2019
- agosto 2019
- julho 2019
- junho 2019
- maio 2019
- abril 2019
- março 2019
- fevereiro 2019
- janeiro 2019
- dezembro 2018
- novembro 2018
- outubro 2018
- setembro 2018
- agosto 2018
- julho 2018
- junho 2018