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5 de junho de 2025
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Chris Van Hollen encontrou-se com Kilmar Abrego Garcia em El Salvador; Trump voltou a dizer que ele pertence a uma gangue

O senador Chris Van Hollen (Partido Democrata, Maryland) afirmou que Kilmar Abrego Garcia, deportado por engano pelos Estados Unidos para El Salvador, sofre de impactos psicológicos após ser mantido preso no país.

Van Hollen visitou Abrego Garcia em uma prisão de segurança máxima em El Salvador na 5ª feira (17.abr.2025), pouco antes de sua transferência para outra unidade.

Segundo o senador, o detido relatou que “não tinha medo dos outros presos em sua cela, mas estava traumatizado por estar no Cecot [Centro de Confinamento do Terrorismo] e com medo de muitos detentos de outros blocos, que gritavam e zombavam dele de várias formas”.

Assista à coletiva de imprensa de Van Hollen (38min20s):

O caso do salvadorenho, residente legal em Maryland, ganhou destaque após sua deportação em março, decorrente de um erro administrativo reconhecido pelo governo do presidente Donald Trump (Partido Republicano).

Durante uma coletiva de imprensa concedida em sua chegada aos EUA, ao lado de familiares de Abrego Garcia, o senador destacou as condições da prisão e os efeitos emocionais da detenção prolongada.

Se você negar os direitos constitucionais de um homem, ameaça os direitos constitucionais e o devido processo para todos os outros na América”, afirmou Van Hollen. O senador democrata havia sido impedido de visitar Abrego Garcia, mas posteriormente obteve autorização para encontrá-lo.

Abrego Garcia tornou-se símbolo das falhas no sistema de imigração dos EUA. Van Hollen afirmou que sua viagem teve como objetivo auxiliar no retorno do salvadorenho e verificar violações processuais.

Embora a Suprema Corte dos EUA tenha determinado que o governo deve “facilitar” o retorno de Abrego Garcia ao país depois de sua deportação foi considerada ilegal, o presidente norte-americano se recusa a tomar medidas que garantam a sua volta.

Trump voltou a afirmar na 6ª feira (18.abr) que Abrego Garcia tinha vínculos com a gangue MS-13 — a Mara Salvatrucha — acusação essa contestada por seus advogados e considerada “frágil” pela Justiça americana. A Casa Branca utilizou o caso para reforçar sua retórica contra os democratas e defender políticas migratórias mais rigorosas.

A MS-13 é uma gangue surgida em Los Angeles nos anos 1980 e que, inicialmente, buscava proteger imigrantes salvadorenhos.

Van Hollen fez menção a denúncias sobre um acordo financeiro entre os governos de Trump e do presidente salvadorenho, Nayib Bukele, que envolveria o pagamento de US$ 15 milhões pela detenção de estrangeiros, incluindo Abrego Garcia. Do valor, US$ 4 milhões já teriam sido transferidos.

Bukele, que é próximo a Trump, declarou que Abrego Garcia continuará sob custódia em território nacional.

A visita se deu depois de críticas internacionais sobre as condições do Cecot, onde o governo Bukele tem mantido milhares de detidos. Organizações como a Human Rights Watch apontam violações de direitos humanos e falta de garantias legais mínimas no complexo prisional.


Leia mais sobre o caso Abrego Garcia:



Autor Poder360 ·


Natural de BH, ele vendeu casa e moto para custear travessia na fronteira mexicana; após 8 meses preso, retornou ao Brasil em voo com outros 87 deportados

Carlos Vinícius de Jesus, 29 anos, vendeu todos os bens e gastou R$ 170 mil para tentar entrar ilegalmente nos Estados Unidos. Em entrevista ao g1, ele relatou que ficou 8 meses preso na fronteira antes de retornar ao Brasil com outros 87 deportados no sábado (25.jan.2025).

Natural de Belo Horizonte, o frentista morava em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, quando decidiu deixar o país em maio de 2024. “Juntei dinheiro a vida toda, desde os 18 anos. Vendi a moto, a casa, vendi tudo”, disse.

A motivação era comprar uma casa para os filhos, de 9 e 8 anos, que vivem de aluguel. “Queria ajudar minha mãe também. Eu estava trabalhando só para pagar conta”, afirmou.

Jesus gastou US$ 30.000 sem utilizar serviços de coiotes. Saiu de São Paulo, passou pelo Panamá e Guatemala, onde atravessou de barco até Tijuana, no México.

“Andei a pé mais de 8 horas dentro do mato. Depois atravessei um rio e fui preso“, relatou. Em San Diego, na Califórnia, passou 8 dias em uma “sala do gelo”, ambiente com temperatura muito baixa. “Fui preso que nem cachorro. Lá eles não tratam ninguém bem. Eles são anti-imigrantes”, descreveu.

Vestindo uma camiseta com os dizeres “Ore, espere e confie”, o frentista disse que manteve a fé durante a detenção. “Nunca deixei de acreditar em Deus. Orava e confiava”, afirmou.

De volta ao Brasil, celebrou o reencontro com a comida caseira. “Jantei carne assada, arroz, feijão e salada. Em 8 meses, praticamente não comi carne”, contou.

Brasil pedirá explicações aos EUA

O Itamaraty disse neste domingo (26.jan.2025) que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pedirá explicações à administração do presidente Donald Trump (Partido Republicano) sobre o tratamento “degradante” dado aos brasileiros deportados dos Estados Unidos.

O grupo, que chegou ao Brasil na 6ª feira (24.jan), foi transportado algemado. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, determinou que as algemas fossem retiradas quando o avião pousou em território brasileiro. O procedimento, que é padrão nos EUA, foi criticado por integrantes do governo do presidente Lula.

Segundo apuração do Poder360, os deportados são brasileiros que, em sua maioria, foram presos nos EUA por estarem no país de forma irregular e não podem mais recorrer à Justiça norte-americana.

Nos Estados Unidos, quando alguém fica sob a custódia do Estado por ter cometido uma infração –inclusive ter entrado no país ilegalmente–, o procedimento padrão é ser algemado ao ser transportado de um local para outro. Não importa a gravidade do delito: todos precisam ter os movimentos limitados. Em alguns casos, as algemas são colocadas nos pulsos e nos tornozelos de quem está detido. Isso é feito para proteger os agentes policiais de eventuais ataques das pessoas presas –inclusive durante voos, como foi o caso do avião que trouxe os brasileiros que estavam ilegais nos EUA de volta para o Brasil.

Como em Manaus foi uma aeronave da FAB que continuou o trajeto até Belo Horizonte, os deportados já estavam sob jurisdição brasileira e não seria mais necessário usar algemas nem seguir os procedimentos legais dos EUA. A rigor, a ordem do Ministério da Justiça apenas expressou algo que já aconteceria de qualquer forma.

Os brasileiros fazem parte da 1ª leva de deportações ao país após a posse do presidente Donald Trump (Partido Republicano), na 2ª feira (20.jan). Estas deportações, no entanto, são parte de um acordo firmado em 2018, durante o governo do então presidente Michel Temer (MDB), com início em 2019. Ou seja, não têm relação com as medidas assinadas pelo republicano.

Conforme mostrou o Poder360, o governo de Joe Biden (Partido Democrata) deportou mais brasileiros do que os de Barack Obama (Partido Democrata) e de Donald Trump. De 2021 a 2024, foram deportados 7.168 brasileiros, o que corresponde a 1,31% do total de deportações, que somaram 545.252.



Autor Poder360 ·