Os brasileiros celebram em 3 de maio o Dia do Parlamento, data que carrega um simbolismo inestimável. A comemoração teve início em 1975, instituída pela Lei 6.230. O dia foi escolhido em alusão à primeira experiência parlamentar brasileira, na Assembleia Constituinte do Império do Brasil, ocorrida em 3 de maio de 1823, no Rio de Janeiro.
Desde então, as casas legislativas atuam como agentes fundamentais na construção do país. Isso em todos os sentidos. São elas as responsáveis não apenas pela elaboração das leis, mas também pela fiscalização de seu cumprimento, e mais pela promoção do debate público.
Não à toa, o dia 3 de maio lembra a instalação da primeira Assembleia Constituinte no país. Erguida no Rio de Janeiro, essa Assembleia produziu incontáveis documentos importantes para a organização social e promoção dos direitos fundamentais.
À época, para reivindicar seus direitos, diferentes grupos sociais acompanhavam os debates e manifestavam suas demandas por meio de cartas, petições e representações enviadas à Constituinte. E foi assim que se deram os primeiros passos.
A representação do Parlamento, no entanto, era limitada, à época, aos magistrados, membros do clero, fazendeiros, senhores de engenho, altos funcionários e militares.
Hoje, a regra é diferente. O Congresso Nacional, ancorado no centro do país, em Brasília, conta com 81 senadores e 513 deputados. Todos eleitos democraticamente pelo voto. Assim são preenchidas também as cadeiras das assembleias legislativas, no caso dos estados, e câmaras municipais, nos municípios. Nesses casos, o número de representantes varia conforme a região.
O Legislativo no estado
O Parlamento goiano, ou Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, chega aos 190 anos em 2025. Seu funcionamento data de 1835, com origem na Casa de Fundição, no município de Goiás, antiga capital goiana.
Um prédio, situado na Rua da Abadia, foi a primeira sede do Poder no estado. Neste local, onde hoje funciona uma escola, foram desenvolvidos os trabalhos da Constituinte Goiana de 1891.
Nomes como Leopoldo de Bulhões, Ricardo Paranhos, Felicíssimo do Espírito Santo, Miguel da Rocha Lima e Joaquim Rufino Ramos Jubé tiveram papel de destaque no Legislativo goiano durante a Primeira República (1889 a 1930).
Em 1947, a Assembleia Legislativa foi transferida para Goiânia. Funcionou, primeiro, no prédio do Museu Histórico, na Praça Cívica. Depois, foi para a Avenida Goiás, onde permaneceu até o final de março de 1962, quando finalmente ganhou sua sede própria, na Alameda dos Buritis.
Um marco importante é a chegada da primeira mulher à Casa de Leis, em 1950. Berenice Teixeira Artiaga foi indicada pelo PSD ao posto, depois do assassinato de seu marido, o ex-deputado Getulino Artiaga.
Na Alameda dos Buritis, no Setor Oeste, a Assembleia funcionou até 2021. Atualmente, instalada em um prédio localizado no Park Lozandes, região Leste da cidade, a Alego é presidida pelo deputado Bruno Peixoto (UB), que fala da data comemorativa com entusiasmo.
“Ao celebrarmos o Dia do Parlamento, reafirmamos o papel fundamental do Poder Legislativo como pilar da vida pública, da democracia e como instrumento legítimo de representação da vontade popular”, diz Peixoto.
Para ele, o Parlamento é, acima de tudo, a casa do diálogo, do equilíbrio entre os Poderes e da construção de políticas públicas que impactam diretamente a vida das pessoas. “Aqui, temos atuado com transparência, responsabilidade e comprometimento com os interesses da nossa sociedade, trabalhando incansavelmente para servir com excelência à população goiana”. O presidente da Casa finaliza reforçando o compromisso do Legislativo com a modernidade, a eficiência e a proximidade com os goianos.
Futuro
Pensando em tornar a Assembleia Legislativa ainda mais próxima do cidadão, a Mesa Diretora da Casa aprovou, em definitivo, proposta que institui o Projeto Deputados e Deputadas do Futuro.
A atividade, vinculada à Escola do Legislativo, tem o objetivo de proporcionar aos adolescentes uma experiência prática sobre o funcionamento do Poder Legislativo e estimular, desde cedo, a compreensão e a participação na política. O projeto também busca incentivar a formação cidadã e promover a educação política em Goiás.
Segundo o texto aprovado pelos deputados, o programa será realizado semanalmente e consiste em ministrar palestra sobre o Poder Legislativo aos alunos visitantes da Casa. Estes também participarão de visita guiada e terão oportunidade de acompanhar debates, elaboração de propostas e votações em Plenário.
Voz do povo
Em um contexto mais amplo, os parlamentos são, em outras palavras, a mais pura representação da sociedade. Por meio deles, as vozes do povo ganham eco. São as casas legislativas quem detêm o poder de transformar a vontade popular em realidade.
Nesse contexto, é importante compreender que os parlamentos ultrapassam as barreiras impostas pela função legislativa. Cada uma das 27 casas espalhadas pelo país garante que os governantes atuem dentro dos limites da Constituição, evitando abusos de poder e promovendo a transparência em suas ações.
É nesse espaço que se dá o contraditório, o debate e a busca por soluções para os desafios. Em um momento em que a democracia é constantemente desafiada em diversas partes do mundo, o parlamento brasileiro tem, mais do que nunca, a missão de ser o guardião dos direitos e das liberdades fundamentais.
Com isso, a chegada do dia 3 de maio soa também como um lembrete do quanto as instituições são essenciais para a manutenção da ordem e avanço de uma sociedade que se transforma, se cria e se reinventa a cada dia.
Julio María Sanguinetti disse que ele e Sarney governaram em um tempo de otimismo e que agora é preciso reafirmar seus valores
O ex-presidente uruguaio Julio María Sanguinetti disse que os anos 1980 foram “um momento otimista”, mas que isso mudou. Ele criticou a ideia de que aquela foi uma “década perdida”, já que foi naquele momento que “toda a América Latina foi democratizada”.
A fala se deu no evento “Democracia 40 anos: Conquistas, Dívidas e Desafios”, organizado pela Fundação Astrojildo Pereira, ligada ao Cidadania, no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília, neste sábado (15.mar.2025). Sanguinetti discursou logo depois do ex-presidente José Sarney. Eles governaram pelo mesmo período: de março de 1985 a março de 1990.
“Hoje, nós não estamos vivendo anos otimistas, infelizmente. O mundo mudou muito rapidamente. Caiu aquele mundo otimista”, declarou Sanguinetti. Ele citou a pandemia de covid-19 e as guerras na Ucrânia e em Gaza.
O uruguaio também criticou o presidente dos EUA, Donald Trump (republicano). Disse que os Estados Unidos se tornaram um país protecionista que introduziu uma “estranha guerra comercial”.
Sanguinetti afirmou que antes os demagogos eram de esquerda e, agora, aparecerem “populistas de direita” e “presidentes messiânicos”. Segundo ele, esses líderes não são liberais e conservadores, mas “agitadores da direita”.
O ex-presidente afirmou que é preciso “reafirmar os valores que foram os horizontes” de sua vida e que voltam a estar “em perigo”. Segundo ele, falar da redemocratização não é “nostalgia”, mas sim “a retificação de continuar lutando pelos mesmos valores hoje desafiados pelos extremos da política”.
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Relação com Sarney
Os ex-presidentes do Brasil e do Uruguai chegaram juntos ao Panteão da Pátria, pouco antes das 9h. Percorreram a exposição que mostra itens do ex-presidente Tancredo Neves (1910-1985) e deram uma entrevista a jornalistas, antes do começo dos discursos.
Sanguinetti disse sentir uma “profunda alegria” por iniciar a homenagem ao “querido amigo”. Afirmou que quando conheceu Sarney, depois da morte de Tancredo, viu nele “um estadista maduro, sério e digno”.
“Felizmente a vida lhe permitiu que ele fosse um presidente prudente de um Brasil livre e em liberdade”, declarou. Segundo ele, a contribuição histórica de Sarney é “inestimável”.
O ex-presidente brasileiro também elogiou Sanguinetti. Disse sentir uma “grande satisfação” por serem eles atualmente os únicos “sobreviventes” do período da redemocratização da América Latina. Afirmou que de “presidentes contemporâneos”, se tornaram amigos.
40 anos da democracia
O Brasil completa neste sábado (15.mar.2025) 40 anos de democracia. É o maior período contínuo da história com eleições diretas para presidente, senadores, deputados, governadores, deputados estaduais, prefeitos e vereadores.
Em 1988, o Congresso promulgou uma nova Constituição no país. Substituiu a que estava em vigor desde 1967, quando o Brasil vivia sob uma ditadura. Os governos autocráticos de presidentes militares duraram 21 anos, de 1964 a 1985. Houve várias fases, com diferenças nas restrições à liberdade de expressão e de participação política.
Em 40 anos, a partir de 1985, o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil foi ultrapassado pelo da China e pelo da Índia. Os 3 países integravam o que se chamava de Terceiro Mundo nos anos 1970. Nos anos 1990, passou-se a usar o termo “emergentes” para designá-los. Atualmente, usa-se Sul Global.
O Poder360 preparou uma série especial de reportagens sobre os 40 anos de democracia no Brasil. Leia abaixo:
Leia as entrevistas da série especial:
Inflação, PIB, participação no comércio mundial, nº de partidos políticos e outras informações que moldaram o Brasil de 1985 a 2025
O Poder360 publica neste sábado (15.mar.2025) várias reportagens sobre como foi o desenvolvimento do Brasil nos 40 anos de democracia ininterruptos, completados nesta data. O período de 21 anos da ditadura militar (1964-1985) acabou com a posse de José Sarney como presidente, há exatos 40 anos.
A seguir, leia os indicadores relevantes que mostram que a economia brasileira teve menos sucesso do que a consolidação dos instrumentos democrático. O índice com todas as reportagens pode ser encontrado ao final do texto.
O Brasil conseguiu superar a alta inflação que o 1º governo civil herdou em 1985. O processo levou 9 anos e sucessivos planos econômicos. Foram 6 nos governos de Sarney e Collor. Todos fracassaram. Só com o Plano Real, em 1994, durante o governo de Itamar Franco (1930-2011), sem partido na época, foi possível.
Em 40 anos de democracia, o Brasil viu o tamanho do seu PIB ser ultrapassado e se distanciar de outros emergentes, como a China e a Índia, que já foram considerados países de Terceiro Mundo.
O PIB nominal do Brasil era de US$ 769 bilhões em 1995, superior ao da China (US$ 735 bilhões). Foi a última vez que a economia brasileira ficou à frente dos chineses em termos nominais.
Os avanços da área social são visíveis. Só que na economia o crescimento do PIB foi frustrante, sobretudo quando se compara com os de outros emergentes. Nas últimas 4 décadas, o país ficou para trás em comparação com China, Índia e Coreia do Sul.
A participação da indústria no PIB brasileiro recuou 23,3 pontos percentuais de 1985 a 2024. O peso do setor na economia do país foi de 48% para 24,7% no período. Para Rafael Lucchesi, diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI (Confederação Nacional da Indústria), o país passou por um “processo de desindustrialização” a partir dos anos 1980.
O Brasil intensificou a venda de empresas estatais após a redemocratização. Foi implantado o PND (Programa Nacional de Desestatização) no governo de Fernando Collor. A medida seguiu uma tendência global da década de 1990, que defendia a abertura econômica e o ajuste macroeconômico de países em desenvolvimento.
A infraestrutura rodoviária do Brasil teve um avanço tímido em 40 anos de regime democrático. O país chegou a 66.520 km de rodovias federais pavimentadas em 2024 ante os 46.455 km registrados em 1985. A alta no período foi 43,2%. A expansão durante os 21 anos da ditadura militar (1964-1985) teve crescimento muito maior, de 282,1%.
Indicadores sociais do Brasil avançaram em 40 anos de democracia no Brasil, de 1985 a 2025, embora o crescimento econômico tenha sido baixo no período. Houve queda da desigualdade de renda e aumento da expectativa de vida. A concentração de renda caiu de 1981 a 2022 segundo o coeficiente de Gini. O Brasil saiu de 57,9 para 52 no período.
O Poder360 preparou uma série especial de reportagens sobre os 40 anos de democracia no Brasil. Leia abaixo:
Leia as entrevistas da série especial:
Na manhã deste sábado (07/09), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu início ao tradicional desfile cívico-militar de 7 de Setembro, realizado na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. A cerimônia, que celebra os 202 anos da independência do Brasil, trouxe como tema central “Democracia e Independência: É o Brasil no Rumo Certo”.
O presidente chegou à Esplanada em um Rolls-Royce presidencial, carro utilizado em ocasiões solenes, após passar em revista as tropas perto do Palácio do Planalto. Lula foi recebido pelo ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, e pelos comandantes das três Forças Armadas.
Na tribuna de honra, ao lado do presidente, estavam o vice-presidente Geraldo Alckmin, o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso. Ministros da Corte, como Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Cristiano Zanin e Edson Fachin, também participaram da cerimônia. Além disso, outros ministros do governo marcaram presença, como Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública), Rui Costa (Casa Civil), Marina Silva (Meio Ambiente), Margareth Menezes (Cultura) e Cida Gonçalves (Mulheres). O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, também acompanhou o evento.
Entre as ausências notáveis estavam o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a primeira-dama, Janja da Silva, que se encontra em Doha, no Catar, a convite da xeica Mozha bin Nasser al-Missned, para participar de um evento internacional sobre a proteção da educação.
A festividade contou com a presença de aproximadamente 30 mil pessoas, de acordo com estimativas da organização do evento. O público saudou o presidente Lula em sua chegada às arquibancadas do Eixo Monumental, onde se posicionaram os espectadores.
Temáticas e homenagens
Este ano, o desfile foi organizado em torno de três eixos temáticos principais. O primeiro deles destacou a presidência rotativa do Brasil no G20, com uma cúpula de chefes de Estado prevista para novembro, no Rio de Janeiro. Outro eixo abordou os esforços de reconstrução do Rio Grande do Sul após as fortes chuvas que atingiram o estado em maio, com a presença do governador Eduardo Leite e do ministro Paulo Pimenta, responsável pela Secretaria Extraordinária para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul. O terceiro eixo enfatizou a ampliação dos serviços de saúde e as campanhas de vacinação, com a retomada do programa Mais Médicos pelo governo federal, visando proteger especialmente as crianças.
Uma das atrações do desfile foi a participação de 30 atletas olímpicos que competiram nos Jogos de Paris, realizados entre julho e agosto deste ano. O destaque foi o atleta Caio Bonfim, medalhista de prata na marcha atlética, que carregou a bandeira do Brasil. O mascote Zé Gotinha, símbolo das campanhas de vacinação no país, também participou da cerimônia, reforçando a importância da vacinação como um dos eixos do evento.
Ex-presidente Jair Bolsonaro convoca manifestação
Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, usou suas redes sociais para convocar uma manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo. Ele faz críticas ao governo de Lula e pede para que seus apoiadores não compareçam às celebrações do 7 de Setembro.
“Às 14h estarei na Paulista participando de um grande ato em defesa da nossa liberdade. Esta semana não é a semana da independência. Um país sem liberdade não pode comemorar nada nessa data”, disse Bolsonaro em um post.




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