O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (28), o pedido de cassação do deputado federal Chiquinho Brazão (Sem Partido-RJ), acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, em 2018. Com 15 votos favoráveis, um contrário e uma abstenção, o parecer ainda depende da aprovação do plenário da Câmara para que o parlamentar perca o mandato.
O único voto contrário foi do deputado Gutemberg Reis (MDB-RJ), enquanto Paulo Magalhães (PSD-BA) optou por abster-se da votação. A defesa de Brazão tem cinco dias úteis para recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.
Chiquinho Brazão é acusado de envolvimento direto com milícias que atuam na zona oeste do Rio de Janeiro, região onde Marielle Franco desenvolvia seu trabalho. A Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Polícia Federal (PF) apontam indícios de que a vereadora teria sido assassinada após contrariar os interesses políticos e econômicos da família Brazão. Ela se posicionava contra um projeto de regularização fundiária na região, defendendo o uso das áreas para moradia popular.
Além de Chiquinho Brazão, seu irmão Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, e o ex-chefe da Polícia Civil do estado, Rivaldo Barbosa, também são acusados de participação no crime. Em depoimento, o delegado federal Guilhermo Catramby afirmou que a atuação política de Marielle impactava diretamente os negócios da milícia local, o que teria motivado o assassinato.
A relatora do caso no Conselho de Ética, deputada Jack Rocha (PT-ES), apresentou um relatório favorável à cassação de Brazão, argumentando que as evidências apontam para sua ligação com milicianos. Rocha destacou que as acusações contra o deputado “mancham a imagem do Legislativo” e afetam a confiança dos cidadãos. “A percepção pública de que a Câmara abriga indivíduos envolvidos em atos ilícitos compromete a legitimidade do Parlamento”, afirmou.
A cassação de Chiquinho Brazão foi defendida até por parlamentares que votaram anteriormente pela soltura do deputado, quando ele foi preso em março deste ano, acusado de obstrução da Justiça. O deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB), que votou pela soltura, declarou que a prisão foi ilegal, mas que agora o Parlamento está “acertando” ao defender o decoro parlamentar. “O Parlamento errou quando autorizou a prisão de forma ilegal. Mas agora o Parlamento está mostrando que não compactua com condutas que quebrem o decoro”, disse.
Em sua defesa, Chiquinho Brazão participou da sessão do Conselho de Ética por videoconferência. O deputado afirmou ser inocente e reforçou que mantinha uma boa relação com Marielle Franco. “A vereadora Marielle era minha amiga. Não teria qualquer motivo [para o crime], porque sempre fomos parceiros. Se pegarem as filmagens, como diversas mostram, ela fala bem de mim”, argumentou.
Brazão também afirmou que sua acusação se baseia exclusivamente na delação premiada do policial militar Ronnie Lessa, preso por ser o executor da vereadora e de Anderson Gomes. Segundo o deputado, sua atuação nas áreas controladas por milícias se limita à execução de obras públicas.
Depoimento de Ronnie Lessa
Ronnie Lessa, ex-policial militar que confessou ter matado Marielle Franco e Anderson Gomes, acusou a Delegacia de Homicídios (DH) do Rio de Janeiro de ser um “câncer” para a cidade, sendo sustentada por propinas de criminosos. Essas declarações foram dadas em um depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), supervisionado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo Lessa, a DH recebia dinheiro para encobrir crimes, apagar provas e desviar as investigações. Ele alegou que a corrupção na delegacia é generalizada, afetando todos os níveis de contraventores e que essa corrupção protege os criminosos e impede a prisão de envolvidos. “Esse esquema de propina cria uma cortina de fumaça. É óbvia a conivência do comando da segurança pública”, disse.
Investigações da Polícia Federal (PF) confirmam as denúncias de Lessa, mostrando que houve obstrução das investigações dentro da própria DH. O delegado Rivaldo Barbosa, que chefiava a delegacia na época dos assassinatos, foi preso após Lessa afirmar que ele mudou o foco das investigações.
Entenda o caso Marielle Franco
Na noite de 14 de março de 2018, a vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) foi brutalmente assassinada no centro do Rio de Janeiro. Marielle, de 38 anos, voltava de uma reunião com mulheres negras na Lapa e se dirigia para sua casa na Tijuca quando foi surpreendida por um ataque armado. Ela estava acompanhada pelo motorista Anderson Gomes, de 39 anos, e pela assessora parlamentar Fernanda Chaves, de 43 anos.
O crime ocorreu na Rua Joaquim Palhares, próximo à Praça da Bandeira. Um Chevrolet Cobalt prata parou ao lado do carro em que estava Marielle e disparou nove tiros contra o veículo. Marielle foi atingida por três tiros na cabeça e um no pescoço, enquanto Anderson Gomes levou três tiros nas costas. Ambos morreram no local, e Fernanda Chaves foi ferida por estilhaços.
A arma utilizada no crime foi uma pistola 9 milímetros, e a perícia confirmou que os disparos foram direcionados com precisão, sugerindo que os assassinos sabiam exatamente onde a vereadora estava sentada. A polícia suspeita que o Cobalt tenha seguido o carro de Marielle desde a Lapa, por volta das 21h30, e que o ataque foi premeditado.
Em março de 2019, ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio Queiroz foram presos pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. Lessa foi identificado como o responsável pelos disparos, e Queiroz, como o motorista do carro usado no crime.
Após seis anos de investigações, a situação começou a se desenrolar com a prisão de novos suspeitos. No dia 24 de março de 2024, foram detidos o deputado federal Chiquinho Brazão e o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio Domingos Brazão, ambos acusados de serem os mandantes do assassinato. O delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio, também foi preso por supostamente atuar para proteger os irmãos Brazão. As defesas de Domingos Brazão e Rivaldo Barbosa negam qualquer envolvimento no crime. O deputado Chiquinho, em nota, expressou surpresa com as especulações sobre sua participação.
A investigação revelou que a Polícia Federal encontrou evidências claras de obstrução criminosa, originadas dentro da Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro. O delegado Rivaldo Barbosa, responsável pela apuração dos homicídios, foi apontado como um dos principais obstáculos para o avanço das investigações.
A morte de Marielle Franco causou comoção nacional e internacional. Protestos ocorreram em várias cidades do Brasil, e o caso ganhou destaque na imprensa, com cobertura de veículos como The New York Times, The Guardian e Le Monde. A Organização das Nações Unidas (ONU) e organizações como Anistia Internacional e Human Rights Watch também exigiram uma resposta rápida do governo brasileiro.
Menina de 13 anos impedida de interromper gravidez cogitou tomar outras medidas por conta própria caso não tivesse apoio para aborto legalizado, diz Conselho Tutelar | Goiás
Lidiane 14 de julho de 2024
“A adolescente também [disse] que, se não tivesse apoio na decisão da interrupção da gestação, ela iria “tomar outras medidas por parte dela””, explicou o Conselho Tutelar em documento à Justiça.
O g1 pediu um posicionamento ao pai da adolescente por mensagem na manhã deste sábado (13), mas não obteve retorno até a última atualização deste texto. A reportagem não localizou a defesa do suspeito do estupro para se posicionar.
O TJ-GO disse ao g1 que, como o caso tramita em segredo de Justiça, não pode se manifestar sobre ele. No entanto, reforçou que todas as providências determinadas pelo CNJ são cumpridas imediatamente pelo tribunal.
Depois da decisão do TJ-GO, a ministra Cida Gonçalves disse que o Ministério das Mulheres está acompanhando o caso. Pontuou ainda que que o Corregedor Nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão, já disse que “é inequívoca a urgência e a gravidade do caso”.
Em apoio à adolescente, a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) fez uma reclamação disciplinar sobre a decisão do TJ-GO. No documento, a associação considera o pedido do pai da adolescente como fruto de uma atitude ‘irresponsável’, porque o pai teria explicado ao Conselho Tutelar que se trataria de um acordo entre ele e o estuprador, que teria se comprometido a “assumir toda responsabilidade acerca do bebê”.
A menina de 13 anos luta para conseguir uma autorização judicial para interromper a gravidez depois de ter sido vítima de um estupro. O pai da adolescente entrou com um pedido na Justiça para que a autorização fosse negada, e a solicitação do homem foi acolhida.
A gravidez da adolescente foi denunciada ao Conselho Tutelar depois que ela foi a uma unidade de saúde relatar a gestação. Segundo o conselho, a menina estaria se relacionando com esse homem adulto e eles teriam se encontrado quatro vezes no mês de janeiro. O artigo 217 do Código Penal diz que “aquele que tiver qualquer tipo de relacionamento amoroso com alguém que não tenha completado 14 anos, está sujeito a ser responsabilizado pelo crime de estupro”.
Depois que o pai da menina soube da gravidez, ele a proibiu de interrompê-la. A adolescente então chegou a pedir ajuda a uma conselheira para que a profissional conversasse com o pai dela. Na ocasião, sem a autorização dos responsáveis da adolescente e com a gestação se aproximando da 20ª semana, o Hospital Estadual da Mulher (Hemu) se viu legalmente impedido de realizar o procedimento desejado pela menina. A partir daí, iniciou-se uma batalha judicial.
O Conselho Tutelar entrou com pedido que o caso fosse avaliado com rapidez pela Justiça e pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO). Inicialmente, a menina conseguiu a autorização judicial, mas em uma nova decisão, a desembargadora Doraci Lamar Rosa da Silva Andrade proibiu a interrupção da gravidez e acatou o pedido feito pelo pai da adolescente.
A desembargadora pontuou que, no documento em que pediu a proibição do aborto, o pai argumentou que “não há relatório médico que indique risco na continuidade da gestação”. Em seguida, a desembargadora proibiu a realização de qualquer procedimento para a interrupção da gravidez.
Após essa decisão, o CNJ disse em um documento emitido na sexta-feira (12) ter tomado conhecimento que a menina grávida de 28 semanas estaria sendo impedida pelo TJ-GO de realizar um aborto legal. Em seguida, o conselho determinou que sejam fornecidas explicações pela juíza e pela desembargadora acerca de suas respectivas decisões. Assim, elas devem prestar as informações que entenderem pertinentes. As providências solicitadas, segundo o TJ-GO, estão sendo feitas.
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VÍDEOS: últimas notícias de Goiás
A maioria da classe da advocacia no Estado de Goiás é formada por mulheres jovens – em idade e em tempo de profissão –, brancas e atuam em escritórios de advocacia. Além disso, o interior concentra mais profissionais do que a capital. Esses são alguns dos principais dados do recorte goiano do Perfil Demográfico da Advocacia Brasileira (Perfil ADV), o maior estudo já realizado sobre a classe no país. Ele foi apresentado por membros do Conselho Federal da OAB em Goiânia na segunda-feira, 8.
Realizado Fundação Getulio Vargas (FGV), o Perfil ADV mostrou que, assim como em nível nacional, a maioria da classe em Goiás é feminina: 52,91% são mulheres e 47,09%, homens. No levantamento, 53,58% se declararam brancos, 31,17%, pardos, 6,51% pretos, 2,34%, amarelos, e 0,40% indígenas.
Quanto à faixa etária, 32,36% dos profissionais goianos têm entre 31 e 40 anos; 26,17%, acima de 50 anos; 20,96%, até 30 anos; e 20,52%, de 41 a 50 anos. Em relação ao tempo de inscrição na OAB-GO, a maioria (33,03%) tem até cinco anos, ou seja, integram a chamada Jovem Advocacia. Em segundo lugar (26,42%), os que têm de seis a dez anos de profissão. Sendo que 59% trabalham em escritório de advocacia e 29%, home office.
Grupo de trabalho
O presidente da OAB-GO, Rafael Lara Martins, criou um grupo de trabalho para aprofundar os dados da pesquisa. “Esse grupo ficará responsável por se aprofundar nos dados e trazer sugestões de medidas, ações e soluções para que esse levantamento não seja só um número guardado aqui na memória e no histórico da OAB. Mas que essa pesquisa possa ser efetivamente um norte de trabalho e, quem sabe, até a construção de ideias imediatas ou futuras para a OAB”, explicou Lara.
Encomendada pelo Conselho Federal da OAB, a pesquisa entrevistou 20.885 profissionais. De acordo com o vice-presidente do CFOAB, Rafael Horn, dos quase 1,4 milhão de advogados e advogadas brasileiros, 52.252 profissionais ativos são da OAB-GO, segundo dados do Cadastro Nacional dos Advogados (CNA).
Rafael Horn chamou a atenção de que o estudo revelou uma “forte característica de interiorização”, pois 65% dos entrevistados na pesquisa estão no interior do estado, enquanto 24% encontram-se na capital ou na região metropolitana.
O ramo com a maior concentração de advogados goianos é o Direito Civil, que atingiu o montante de 26%. Em seguida, as áreas de atuação com maior destaque estão Família e Sucessão (17%) e Direito Trabalhista (12%).
Segundo Horn, os dados coletados são essenciais para planejar o futuro da advocacia no Brasil. “Era necessário que nós tivéssemos esse diagnóstico, um diagnóstico que tem uma margem de erro de 4%, ou seja, um diagnóstico que tem bastante precisão, não apenas de administrar, mas de entregar as soluções que a advocacia merece para o enfrentamento dos seus desafios”, destacou.
Prefeitura de Goiânia abre inscrições para o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher
Lidiane 30 de junho de 2024
Última atualização 28/06/2024 | 16:39
A Prefeitura de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres (SMPM), convoca processo seletivo para o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher para o triênio 2024-2027. As inscrições vão de 1° a 10 de julho.
O CMDM terá sua composição complementada por 11 representantes da sociedade civil, que serão eleitos pelo Colégio Eleitoral formado por entidades interessadas em contribuir com políticas públicas voltadas à igualdade de gênero.
Objetivos do CMDM:
- Assessorar o Executivo em questões relacionadas aos direitos das mulheres;
- Estimular o debate sobre as condições de vida das mulheres e combater a discriminação;
- Fiscalizar o cumprimento da legislação de direitos das mulheres;
- Promover parcerias com organizações nacionais e internacionais;
- Manter diálogo contínuo com grupos autônomos de mulheres;
- Investigar e apurar delitos contra mulheres, além de supervisionar delegacias especializadas.
O processo seletivo consistirá em duas fases: habilitação das entidades para o Colégio Eleitoral e eleição das representantes da sociedade civil. As entidades interessadas devem se inscrever no período de 1° a 10 de julho de 2024, por meio do formulário disponível em https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdK6HkvhrYAaq7EBtDkDxV4KWqvSFAPh_1EezbYWXqQOGrq1g/viewform.
Requisitos para Inscrição:
- Sede em Goiânia/GO;
- Atuação conforme princípios do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres;
- Experiência mínima de dois anos em ações relacionadas aos direitos das mulheres.
Cronograma:
- Inscrições: 01/07/2024 a 10/07/2024
- Avaliação e habilitação das entidades: 11/07/2024 a 19/07/2024
- Divulgação das entidades habilitadas: 22/07/2024
- Recurso contra habilitação: 23/07/2024 a 29/07/2024
- Análise dos recursos: 30/07/2024 a 09/08/2024
- Eleição das entidades representantes: 19/08/2024
- Posse das conselheiras: após decreto de designação pelo Prefeito.
Para mais informações sobre o processo seletivo e inscrições, entre em contato pelo telefone (62) 3201-4512 ou pelo Instagram @secretaria_mulher.
A SMPM é responsável por coordenar políticas públicas que promovam a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres em Goiânia, atuando de forma integrada com entidades da sociedade civil para alcançar esses objetivos.
Viana se tornou alvo de investigação em 19 de junho, após denúncias serem feitas contra ele na delegacia de Anápolis. Segundo a delegada responsável pelo caso, Aline Lopes, as primeiras queixas contra Igor foram por maus-tratos devido ao modo como ele trata a filha nos próprios vídeos.
Pai chamou a filha de “criança inútil do car**** em uma trend” nas plataformas, conforme a delegada. Ao UOL, Lopes explicou que, dentro do contexto em que Igor é investigado, esse tratamento destinado à menina pode se caracterizar como crime de maus-tratos. Na bio de seu perfil no Instagram, Igor afirma que “Deus dá crianças especiais para pais especiais”.
Essa fala dele pode ser encarada tanto como constrangimento de criança, quanto ao crime de incitação à discriminação de pessoa com deficiência. Além disso, no contexto em que ele está sendo investigado, pode se caracterizar o crime de maus-tratos.
— Aline Lopes, delegada da PCGO
Mãe teria usado dinheiro de doação para fazer intervenções estéticas no corpo, segundo a investigação. “Há informação de que a mãe teria feito cirurgia plástica com esse dinheiro”, esclareceu a delegada. A mãe não teve a identidade divulgada.
Pais trabalham com internet, mas não têm renda fixa. Ainda segundo a investigação, Igor e a ex-companheira teriam como principal fonte de renda as doações feitas para a filha, que seriam desviadas para o usufruto pessoal dos dois. “Estamos apurando se o dinheiro foi utilizado para algo que não seja os cuidados da menina”, explicou Lopes.
Igor está proibido de exibir a filha nas redes sociais. Nos stories de seu perfil no Instagram, o influenciador informou aos seguidores que o Conselho Tutelar de Anápolis o proibiu de mostrar a criança. Ele ressaltou que, “a partir” dessa determinação, Sosa aparecerá “apenas no programa por assinatura” que ele mantém de forma privada. O print dessa mensagem de Igor foi enviada à reportagem pela delegada.
Edward Snowden, ex-analista da NSA e notório por revelar dados de espionagem em 2013, lançou severas críticas à OpenAI. Segundo informações do Canaltech, a controvérsia surgiu após a empresa anunciar a inclusão de Paul M. Nakasone, ex-chefe da NSA, em seu conselho. Snowden acusou a OpenAI de “traição calculada e intencional dos direitos de cada pessoa na Terra”, expressando sua indignação em seu perfil no X (antigo Twitter): “Eles ficaram totalmente desmascarados: nunca acredite na OpenAI ou seus produtos (ChatGPT, etc). Vocês foram avisados”.
They’ve gone full mask-off: trust @OpenAI or its products (ChatGPT etc). There is only one reason for appointing an @NSAGov Director to your board. This is a willful, calculated betrayal of the rights of every person on Earth. You have been warned. https://t.co/bzHcOYvtko
— Edward Snowden (@Snowden) June 14, 2024
A OpenAI confirmou Nakasone como novo membro do conselho e do Comitê de Segurança e Proteção na última quinta-feira, destacando sua vasta experiência em cibersegurança. Nakasone, que dirigiu a NSA até 2023, é esperado para trazer diretrizes robustas de segurança aos projetos da empresa, incluindo o ChatGPT.
A nomeação gerou preocupações sobre o potencial uso indevido dos dados dos usuários pela OpenAI, especialmente após a Apple anunciar a integração do ChatGPT com Siri em seus sistemas operacionais, o que poderia expandir significativamente o alcance do chatbot.
Quem é Edward Snowden
Edward Snowden é um ex-analista de sistemas conhecido por vazar documentos sigilosos da NSA em 2013, revelando programas de vigilância massiva como o monitoramento de chamadas telefônicas e atividades online nos EUA e outros países. Acusado nos EUA por roubo e transferência ilegal de propriedade intelectual, Snowden obteve asilo político na Rússia, onde reside atualmente.
Por iniciativa da deputada Bia de Lima, Procuradoria Especial da Mulher propõe parceria com o Conselho Estadual da Mulher
Lidiane 4 de junho de 2024
Em reunião realizada na tarde desta segunda-feira, 3, a Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), por meio de sua coordenadora, Gláucia Maria Teodoro Reis, propôs uma parceria de colaboração com o Conselho Estadual da Mulher de Goiás. Na Casa Legislativa, a deputada Bia de Lima (PT) está à frente da Procuradoria.
De acordo com Gláucia Teodoro, o objetivo da reunião foi propor parceria ao órgão estadual, para um esforço de cooperação com o encaminhamento de dados da Segurança Pública e da Saúde de Goiás, relativos à violência contra a mulher, para que sejam acrescentados ao numerário do futuro Observatório de Gênero da Alego.
“Nós da Procuradoria, junto a deputada Bia de Lima, queremos implementar um Observatório de Gênero na Assembleia Legislativa e, para a efetivação deste projeto, é fundamental o papel de várias instituições que desenvolvem ações pertinentes à garantia de direitos das mulheres, à exemplo do Conem”, afirmou a coordenadora.
Segundo Gláucia Teodoro, a proposta foi muito bem recebida pela presidente da entidade, Rosilene Oliveira Guimarães, que colocou o órgão à disposição da Procuradoria.
“A ideia foi muito bem recebida pelo Conem, que, além da parceria no Observatório, também tem interesse em somar em novas propostas”, finalizou ela.
“Como um órgão colaborativo para a construção de políticas efetivas de proteção à mulher, a Procuradoria Especial da Mulher está em busca de firmar parcerias com a rede de proteção à mulher. Mesmo não sendo um órgão executivo, somos um organismo político, então temos como implementar campanhas no intuito de reduzir a violência contra as mulheres e garantia a sua autonomia, no desenvolvimento de suas atividades”, completou a deputada Bia de Lima.
A Redação
Goiânia
– Depois que o pastor Jonas Felício Pimentel, da igreja Tabernáculo da Fé, em Goiânia, foi alvo de duras críticas por falar, durante um culto, que algumas crianças que são vítimas de abuso sexual também são culpadas pelos crimes, o Conselho Tutelar pediu que a Polícia Civil de Goiás (PCGO) investigue denúncias de abusos sexuais e psicológicos de fiéis que frequentam o local.
Conforme ofício enviado pelo Conselho Tutelar à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), uma ex frequentadora da igreja denuncia que há “muitos” processos por abusos sexuais e diz ainda que as mulheres são obrigadas pelos líderes religiosos a fazerem abortos, assim, sofrendo com abusos psicológicos.
A conselheira Érika Reis, presidente do Conselho Tutelar e autora do pedido de investigação, disse que as denúncias são recorrentes. “Pedimos para que eles [a Polícia Civil] abrissem uma investigação para averiguar essas situações e se há outros casos. Isso não pode ficar impune”, disse.
O documento ainda esclarece que “desde a criação da igreja no ano de 1968, combate-se veementemente a sexualização precoce das crianças e adolescentes e qualquer forma de abuso contra elas, dentre outros valores familiares. Naquele local, FAZ-SE o bem: leva-se alimento aos que tem fome, abrigo aos desamparados, remédios aos doentes, além de acolhimento e orientação espiritual. Principalmente, respeita-se a liberdade das pessoas, elas são livres para aderir ou não a tais valores de falar e fazer os ensinamentos bíblicos.”
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OAB-GO repudia fala de pastor que culpa crianças abusadas sexualmente
Conselho Tutelar pede investigação sobre supostos abusos sexuais em igreja onde pastor culpou crianças por crimes | Goiás
Lidiane 8 de maio de 2024
Em nota, o advogado de igreja disse que não tem conhecimento e não foi intimado para “nenhum inquérito policial”. Disse ainda que os fiéis são orientados nas “escrituras públicas”, em “outros valores familiares” e que a instituição combate a “sexualização precoce” de crianças e adolescentes, além de abuso contra elas.
Conforme ofício enviado pelo Conselho Tutelar à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), uma ex frequentadora da igreja denuncia que há “muitos” processos por abusos sexuais e diz ainda que as mulheres são obrigadas pelos líderes religiosos a fazerem abortos, assim, sofrendo com abusos psicológicos.
A conselheira Érika Reis, presidente do Conselho Tutelar e autora do pedido de investigação, disse que as denúncias são recorrentes. “Após o vídeo, as vítimas foram ao Conselho Tutelar. São denúncias graves, recorrentes, de muitos anos e contra vários líderes dessa instituição”, afirmou em entrevista à TV Anhanguera.
Na denúncia, a ex fiel diz ainda que a igreja realiza eventos com diversas crianças e que, apesar dos processos de abusos sexuais, não tomaram “nenhuma” providência. Por isso, segundo o ofício do Conselho, são necessárias medidas para que as crianças sejam resguardadas e tenham os direitos protegidos.
Pastor diz que algumas crianças estupradas são culpadas pelo crime
Reis ainda explicou o motivo do ofício. “Pedimos para que eles [a Polícia Civil] abrissem uma investigação para averiguar essas situações e se há outros casos. Isso não pode ficar impune”, disse.
Questionada sobre o pedido, a Polícia Civil (PC) informou que recebeu o ofício e que a denúncia será apurada. O g1 questionou a quantidade de denúncias ao Conselho Tutelar, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
Questionada se há processos por abusos sexuais contra líderes da igreja, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) afirmou que não pode fazer o levantamento desses dados, pois os casos correm em segredo de justiça. Disse também que aguarda a conclusão do inquérito para se posicionar sobre a investigação da Polícia Civil.
O Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) disse que pelo nome da igreja não há processos por abusos sexuais. Segundo o Tribunal, seria necessário os nomes dos líderes religiosos da instituição para verificar caso a caso, porém, os nomes deles não foram divulgados.
“Existem situações que quando acontece um abuso de uma criança, a criança é também culpada, porque ela deu lugar. Crianças também têm culpa, têm participação, mas não todos os casos. Eu quero deixar isso bem claro”, afirmou o pastor.
No trecho, que foi compartilhado por uma página na internet e já conta com mais de 300 mil visualizações, Jonas Pimentel segue falando que o lugar dos filhos é junto dos pais, a não ser quando “existe uma circunstância imperiosa que não permite tal coisa”.
“Os pais e, principalmente as mães, devem ter muito cuidado, devem ter muita malícia quanto às suas filhas. Filho é junto com o pai, junto com a mãe, a menos que exista uma circunstância imperiosa que não permite tal coisa, não é?”, diz o pastor.
O pastor ainda incentivou a violência doméstica em outro culto. Durante a pregação, que foi publicada no canal oficial da igreja Tabernáculo da Fé em outubro de 2023, o líder religioso orientou que casais se “peguem na briga” longe dos filhos.
“Se tiver com algum hematoma [risos], cobre com um esparadrapo”, disse Pimentel.
Na época, a defesa do pastor negou as acusações e afirmou que elas faziam parte de uma tentativa de retirar o religioso do comando da igreja. Na época, o g1 questionou ao Ministério Público de Goiás se o processo sobre os crimes sexuais seria arquivado após a morte, mas não obteve retorno. O processo corria em segredo de Justiça.
Íntegra da nota da defesa da igreja
A defesa da Igreja Tabernáculo da Fé e pastor Jonas Pimentel não tem conhecimento e nem foi intimada da instauração de nenhum inquérito policial que apura uma fala, extraída de poucos segundos de um vídeo, dentro de uma pregação de mais de uma hora, descontextualizando completamente o sentido da mensagem.
Na oportunidade, informa à sociedade que naquele local vivencia-se o que Jesus FALOU e FEZ. Fala-se da genuína palavra das escrituras públicas e orienta-se os fiéis a vivenciá-las no seu cotidiano. Sim, os costumes pregados são rígidos, os homens são orientados a respeitar, honrar e cuidar de suas esposas e filhos e as mulheres usam vestes longas. Desde a criação da igreja no ano de 1968, combate-se veementemente a sexualização precoce das crianças e adolescentes e qualquer forma de abuso contra elas, dentre outros valores familiares. Naquele local, FAZ-SE o bem: leva-se alimento aos que tem fome, abrigo aos desamparados, remédios aos doentes, além de acolhimento e orientação espiritual. Principalmente, respeita-se a liberdade das pessoas, elas são livres para aderir ou não a tais valores de falar e fazer os ensinamentos bíblicos.
A defesa lutará para que os fiéis da igreja tenham respeitado o seu direito de crença e convicção religiosa e para que continuem falando e, principalmente, fazendo o bem, tendo FÉ PARA VENCER O MUNDO. Muitas são as pessoas que falam, poucas são aquelas que empenham energia e tempo para fazer, limitam-se a julgar e criticar, sem conhecer.
Segundo as escrituras públicas, aqueles que FALAM e FAZEM o bem são perseguidos. Citando a bíblia (Mateus 9 36-38), vendo a multidão de desamparados, Jesus disse: “a seara é grande e os trabalhadores são poucos”.
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VÍDEOS: últimas notícias de Goiás
Conselho Nacional de Justiça apura conduta de dois desembargadores que participaram de julgamento em que vítima foi chamada de ‘sonsa’ em caso de assédio de pastor | Goiás
Lidiane 2 de abril de 2024
Magistrados descredibilizam mulher em análise de assédio sexual envolvendo Davi Passamani
O g1 pediu um posicionamento ao TJ-GO por e-mail nesta terça-feira (2), mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
A decisão detalha que os desembargadores teriam feito falas de “conteúdo potencialmente preconceituoso” em relação à vítima, emitindo juízo de valor que pode ter extrapolado os limites da análise jurisdicional relacionada aos elementos do caso. A decisão pela abertura do procedimento disciplinar no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) foi divulgada na última segunda-feira (1º).
Em nota publicada no site do CNJ, o corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, avaliou que há necessidade de se investigar, na esfera administrativa, a atuação dos desembargadores.
Salomão apontou que o procedimento deve apurar se os magistrados afrontaram ao previsto na Constituição Federal, na Lei Orgânica da Magistratura (LOMAN) e em regras do próprio CNJ, como a que prevê a aplicação de perspectiva de gênero nos julgamentos.
Segundo o CNJ, com a instauração da reclamação disciplinar, os desembargadores devem ser intimados em 15 dias para prestarem informações.
As falas foram realizadas no dia 19 de março durante uma sessão da 6ª Câmara Cível. Durante a discussão do caso, um dos magistrados chegou a chamar a vítima de sonsa e outro disse que temas de assédio moral, sexual e racismo se tornaram “modismo”. Davi Passamani é fundador da igreja A Casa.
“Essa moça aí, ela mesmo falou que era sonsa. Ela não foi muito sonsa? No século que a gente está”, questionou o desembargador Silvânio.
“Hoje eu particulamente eu tenho uma preocupação muito séria com o tal do assédio moral como gênero, sexual como espécie do gênero e racismo. Então esses temas viraram um modismo”, completou o desembargador Jeová, em seguida.
O que disseram os desembargadores?
Em nota enviada ao g1 durante a publicação da primeira reportagem do caso, o desembargador Silvânio Divino, justificou que teria feito questionamentos na busca de amadurecer e compreender o caso em questão. Segundo ele, a abordagem realizada, “ao levantar hipóteses e situações hipotéticas, tem como objetivo explorar a verdade real do processo, garantindo que nenhum aspecto seja negligenciado de ambos os lados”.
Já o desembargador Jeová Sardinha disse que reconhece a seriedade e a “prevalência do machismo e do racismo em nossa sociedade”, e afirmou que a intenção, naquele momento, era ressaltar “a importância de uma análise cuidadosa e contextual de cada caso, para evitar julgamentos precipitados e erros”.
No mesmo período, a defesa da vítima afirmou que os casos que envolvem a dignidade sexual precisam ser julgados a partir dos fatos e provas que fazem parte do processo e não com julgamentos morais, como, segundo a defesa, ocorreu. Apesar disso, informou que na sessão do dia 26 o erro foi corrigido.
Em nota, a presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB, Fabíola Ariadne, afirmou que existe um protocolo para que as vítimas de assédio não sejam revitimizadas nos julgamentos.
Na sessão, os desembargadores analisavam o caso de assédio sexual envolvendo o pastor Davi Passamani. O desembargador Silvânio Alvarenga, que questionou se a vítima não estaria sendo “sonsa”, chegou a sugerir que esse tipo de processo estaria prejudicando a interação entre os homens e as mulheres.
Em sua fala, ele disse que os homens estariam receosos de se relacionar com mulheres, com medo de serem processados por assédio. Na ocasião, o desembargador solicitou mais tempo para análise do pedido da vítima. A nova sessão para análise do caso estava marcada para esta terça-feira (26).
Em seguida, ainda na sessão, o desembargador Jeová Sardinha demonstrou certa preocupação quanto aos temas discutidos, pontuando que casos de assédio e até racismo teriam virado “modismo”.
“Não é à toa, não é brincadeira, que estão sendo usados e explorados com muita frequência”, pontuou Sardinha.
Na sessão, os desembargadores chegaram a questionar se a vítima e o namorado não teriam planejado uma situação com o objetivo final de entrar com uma ação contra o pastor.
Condenação de Davi Passamani
O pastor Davi Passamani foi condenado no dia 26 de março a pagar uma indenização de R$ 50 mil por assédio contra a mulher que foi chamada de ‘sonsa’ por um desembargador. Segundo a defesa da vítima, o valor será destinado a instituições que acolhem mulheres vítimas de violência.
A vítima do processo pediu uma indenização de R$ 100 mil do pastor por danos morais. No pedido, ela descreve que começou a frequentar a igreja de Passamani em 2017 e, em dezembro de 2018, recebeu mensagens e ligações de vídeo do pastor com intuito sexual.
Após procurar a direção da igreja e ser orientada a “perdoar” o pastor, a vítima decidiu recorrer à justiça. Segundo a defesa dela, o pedido de indenização foi negado pela juíza de primeiro grau, após o voto contrário da relatora do caso. Para a defesa da vítima, a relatora e a juíza tiveram uma “análise equivocada e desassociada das provas”.
Histórico de crimes sexuais
Com a repercussão negativa, o pastor chegou a gravar um vídeo negando o crime e pedindo desculpas à família e aos fiéis. Na época, a Igreja Casa também se pronunciou, dizendo que estava apurando o caso e que Passamani estava afastado de funções “há semanas” para “tratamento médico e cuidados em família”.
Nota do desembargador Silvânio Divino de Alvarenga:
No contexto do julgamento complexo em andamento, que atualmente está sob minha análise após ter pedido vista dos autos na sessão relatada, esclareço que fiz questionamentos na busca do amadurecimento e da compreensão integral do caso em questão. Minha abordagem, ao levantar hipóteses e situações hipotéticas, tem como objetivo explorar a verdade real do processo, garantindo que nenhum aspecto seja negligenciado de ambos os lados.
Nota do desembargador Jeová Sardinha na íntegra:
Antes de tudo quero falar que reconheço a seriedade e a prevalência do machismo e do racismo em nossa sociedade. Minha intenção, naquele contexto, ao abordar temas delicados como assédio e racismo, foi enfatizar a importância de uma análise cuidadosa e contextual de cada caso, para evitar julgamentos precipitados e erros. Entendo que a escolha de minhas palavras ditas no calor de voto verbal, até com erros de vernáculo, não dizem respeito ao caso concreto.
Nota da defesa da vítima na íntegra:
O julgamento de casos que envolvem a dignidade sexual precisa ser feito a partir dos fatos e provas que fazem parte do processo.
Infelizmente, nesse caso, tivemos até aqui, um verdadeiro julgamento moral, onde colocaram a vítima na posição de ter contribuído para a ocorrência da violência. Isso é absurdo.
A discriminação de mulheres é incompatível com os princípios constitucionais e tratados internacionais aos quais o Brasil é signatário.
Desqualificar a vítima e enaltecer as falas do violentador é uma prática do senso comum. Contudo, os desembargadores não fazem parte do senso comum. Pelo contrário. Eles têm o dever de serem imparciais e julgarem o caso conforme as provas do processo, afastando vieses ceticistas ou crenças demasiadas.
As falas dos desembargadores expõe a sistemática do machismo estrutural ao qual estamos sujeitas.
Escancara a realidade de um país que registra um caso de estupro a cada 8 minutos.
Demonstra o quanto nós mulheres estamos sujeitas a uma sequências de violências.
Somos violadas em nossa dignidade sexual, somos violadas quando denunciamos nossos violentadores, somos violadas quando o mais alto grau de justiça do Estado é conivente com o contexto de degradação da nossa imagem.
Ou seja, não há abrigo! E falas como essas deixa claro que ainda precisamos avançar muito para termos o mínimo.
Ainda estamos expostas ao risco da condenação moral de homens fortalecidos por um sistema lucrativo de impunidades.
Todos os casos de violência contra a dignidade sexual das mulheres se iniciam num contexto de assédio moral. E não há como negar.
Na sessão de hoje, depois de muitos debates, inclusive da mídia, o Desembargador Silvanio refluiu seu voto, e deferiu o pedido da vítima.
Embora a ofensa a nós mulheres, dentro do contexto geral da fala, já tenha acontecido, o voto de deferimento do pedido do Des. Silvanio demonstra que numa análise equivocada e desassociada das provas do processo tanto a juíza de primeiro grau, quanto a relatora do processo, erraram. Portanto, seu voto corrigiu tal erro e se fez, finalmente, justiça à vítima.
Nota da Comissão da Mulher Advogada da OAB na íntegra:
Os julgadores tem que se atentar ao que preconiza o protocolo para julgamento com perspectiva de gênero, que é de observância obrigatória em todos os tribunais, desde março de 2023. Esse protocolo traz uma série de orientações para evitar a reprodução de preconceitos e estereótipos no Judiciário, inclusive nos casos de assédio. Muita mulheres deixam de procurar a justiça, justamente por medo de serem revitimizadas, de se verem julgadas como vítimas em detrimento de seus algozes.
O protocolo vem justamente evitar isso, ele é explícito ao dispor, por exemplo, que é estereótipo de gênero supervalorizar o comportamento da vítima antes do momento da violência, influenciado pela ideia preconcebida de que cabe às mulheres recato e decência.
Há uma pergunta reflexiva prevista no protocolo, que caberia ser feita no caso em concreto: Posso estar dando peso a um evento que só parece importar por ideias préconcebidas que permeiam minha visão de mundo? Ou: Minhas experiências pessoais podem estar influenciando a minha apreciação dos fatos?
O Protocolo do CNJ foi um avanço para as mulheres dentro do Judiciário e deve ser aplicado, principalmente em casos de assédio e outros crimes sexuais.
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