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20 de agosto de 2025
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Endosso direto de China e Rússia, integrantes do Conselho, a brasileiros e indianos não significa que haverá algum efeito prático

A declaração final da Cúpula do Brics de 2025, realizada no Rio, retoma um apoio explícito de Rússia e China, integrantes do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), à entrada de Brasil e Índia no grupo. Esse endosso apareceu nos textos do bloco em 2022 e em 2023, mas foi substituído por versão mais indireta em 2024, depois da cúpula em Kazan, na Rússia.

“Recordando as Declarações dos Líderes de Pequim, de 2022, e Joanesburgo II, de 2023, China e Rússia, como membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas, reiteram seu apoio às aspirações do Brasil e da Índia de desempenhar um papel mais relevante nas Nações Unidas, incluindo o seu Conselho de Segurança”, diz o texto acordado na capital fluminense.

O Brasil –e os países que não fazem parte do Conselho de Segurança– defendem uma reforma do órgão. O argumento é de que é preciso ter mais representatividade de regiões que se desenvolveram nas últimas décadas, tornando-se importantes para a geopolítica.

“Reafirmamos nosso apoio a uma reforma abrangente das Nações Unidas, incluindo seu Conselho de Segurança, com o objetivo de torná-lo mais democrático, representativo, eficaz e eficiente, e de aumentar a representação dos países em desenvolvimento nos quadros de membros do Conselho para que ele possa responder adequadamente aos desafios globais predominantes e apoiar as aspirações legítimas dos países emergentes e em desenvolvimento da África, Ásia e América Latina, incluindo os países do BRICS, a desempenhar um papel maior nos assuntos internacionais, em particular nas Nações Unidas, incluindo seu Conselho de Segurança”.

Em 2024, quando a cúpula foi na Rússia, o texto foi menos enfático em relação ao apoio para as mudanças no Conselho de Segurança, deixando de fora citações a Brasil e Índia. Leia a declaração de 2024 (PDF – 1 MB).

Apesar de a diplomacia considerar uma vitória quando há uma mudança semântica em declarações internacionais, não significa que haverá algum efeito prático. Nada indica que Brasil e Índia estão mais perto de entrar no Conselho de Segurança da ONU neste ano do que estavam em 2024.

Declaração do Rio

A declaração final da cúpula de líderes do Brics, divulgada neste domingo (6.jul.2025), faz um gesto ao Irã ao condenar os ataques recentes ao país persa, mas não faz menção aos Estados Unidos e a Israel, autores dos bombardeios. Preserva também a Rússia, integrante do bloco, ao mencionar o conflito na Ucrânia. Leia a íntegra (PDF – 269 kB).

O documento cita Israel 7 vezes, mas em trechos relacionados aos conflitos na Faixa de Gaza, na Síria e no Líbano. Durante as negociações entre os países integrantes do bloco na última semana, os iranianos cobraram um posicionamento mais duro, com apoio de China e Rússia. O país persa passou a integrar o bloco em 2023. Teerã não reconhece o Estado de Israel e normalmente usa expressões como “regime sionista” para se referir ao país judeu.

O endurecimento da declaração, porém, enfrentou resistência de países mais próximos aos Estados Unidos, como Índia, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Etiópia e Egito. Esse grupo quis evitar que o bloco, já muito alinhado à China, tivesse um caráter mais anti-ocidental ou anti-Trump.

Em 24 de junho, o Brics emitiu um comunicado conjunto em que condenou os ataques a instalações nucleares iranianas, também sem citar diretamente Estados Unidos ou Israel. Na ocasião, o texto foi publicado horas depois do anúncio de um cessar-fogo entre Irã e Israel. Esse documento serviu como base para a declaração publicada neste domingo. Os iranianos tentaram incluir no documento menções aos 2 países.

Na declaração final, os países do Brics dizem expressar “profunda preocupação” com a escalada da situação de segurança no Oriente Médio, especialmente em relação à questão nuclear.

A cúpula do Brics, realizada em 6 e 7 de julho no Rio, está esvaziada. O evento tem ausências importantes, que tendem a reduzir a repercussão política da declaração final, que é parte da estratégia de protagonismo internacional de Lula.

Quatro chefes de Estado não vieram ao Brasil:

  • China – presidente Xi Jinping;
  • Rússia – presidente Vladimir Putin;
  • Irã – presidente Masoud Pezeshkian;
  • Egito – Abdel Fattah el-Sisi.

Enquanto o Brics evita citar os Estados Unidos e seu presidente, Donald Trump, o republicano já ameaçou o Brics em fevereiro com tarifas comerciais caso o dólar fosse abandonado nas transações comerciais entre os países integrantes.


Leia mais sobre a Cúpula do Brics no Rio:

Assista ao vídeo e saiba o que é o Brics (3min36s):



Autor Poder360 ·


Países ainda discutem termos da declaração final, que deve ser divulgada durante a cúpula de chefes de Estado, realizada no Rio de 6 a 7 de julho

As negociações pela declaração final que deverá ser apresentada durante a Cúpula do Brics prosseguem sem um consenso sobre como tratar o conflito no Irã depois dos ataques de Israel e Estados Unidos em junho. O país persa cobra um posicionamento mais duro do bloco, que passou a integrar em 2023.

Os iranianos não reconhecem o Estado de Israel e normalmente usam expressões como “regime sionista” para se referir ao país judeu. Historicamente, os países do Brics, porém, defendem a solução de 2 Estados no Oriente Médio. Ou seja, que o Estado da Palestina seja reconhecido oficialmente. Para os iranianos, porém, reconhecer a Palestina seria uma forma de o país legitimar também o direito de existência de Israel, o que vai de encontro à concepção iraniana.

O conflito no Irã durou 12 dias. Inicialmente, as forças armadas israelenses bombardearam diversos alvos no país persa, para impedir a evolução do programa nuclear iraniano. O Irã revidou e lançou bombas contra Israel. Um cessar-fogo foi negociado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Entretanto, a situação na região ainda é delicada.

O conflito recente ganhou mais peso nas negociações no Brics do que os ataques feitos por Israel à Faixa de Gaza. Em 2024, durante a reunião do grupo em Kazan, na Rússia, os países reafirmaram apoio à incorporação da Palestina na ONU (Organização das Nações Unidas) como parte do compromisso pela criação de 2 Estados.

Integrantes do Brics como Índia, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Etiópia e Egito são mais próximos dos Estados Unidos e tendem a não aceitar uma mudança mais drástica na menção a Israel.

A Cúpula do Brics será realizada no Rio de 6 a 7 de julho. O Brasil lidera o bloco desde janeiro de 2025. O mandato é de 1 ano.

Os países também discutem o tom que a declaração deve apresentar em relação à guerra tarifária dos Estados Unidos. Não haverá menções diretas nem ao país e nem a Trump, mas os termos tendem a ser mais duros do que em outras menções do bloco ao assunto.

Além da declaração geral, serão apresentadas separadamente outras 3 declarações temáticas sobre inteligência artificial, financiamento climático e erradicação das doenças socialmente determinadas, aquelas em que a saúde de uma pessoa é afetada por questões como pobreza, desigualdade, condições de trabalho precárias, etc.

Os documentos, que estão em fase final de elaboração, devem ser divulgados ao longo da cúpula.

A separação dos temas foi decidida no contexto da redução do financiamento de organizações de ajuda humanitária, liderada pelos Estados Unidos, mas seguida também por países europeus. A intenção é dar força ao papel multilateral do Brics no contexto do Sul Global, termo que está em voga e que substituiu referências como 3º Mundo.

Essa posição foi reforçada pelos convites ao diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom, e o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.



Autor Poder360 ·


Presidente da Agência Espacial Brasileira diz que a iniciativa busca “reduzir a assimetria tecnológica espacial entre os países” do grupo

O presidente da AEB (Agência Espacial Brasileira), Marco Antonio Chamon, afirmou nesta 3ª feira (29.abr.2025) que o Brasil trabalha para incluir na Constelação de Satélites de Sensoriamento Remoto do Brics os novos integrantes do grupo. Segundo ele, o objetivo é “reduzir a assimetria tecnológica espacial entre os países” e “discutir a sustentabilidade no espaço”.

O acordo foi assinado em 18 de agosto de 2021, quando compunham o grupo só Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Agora, também fazem parte Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. A iniciativa permite a cooperação entre as agências espaciais para construir uma constelação virtual de satélites de sensoriamento remoto, um sistema de compartilhamento de dados, emergencial e sob demanda, composto por estruturas já em órbita.

A rede espacial também é apresentada como uma ferramenta para ajudar no monitoramento de desmatamento e no combate aos efeitos das mudanças climáticas e a desastres naturais.

Chamon afirmou, por exemplo, que os países querem usar a rede para produzir imagens de Belém (PA) e mostrar a capacidade deles no setor. A meta é que isso seja feito até a COP (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima), que será realizada na capital paraense, em novembro.

ENTENDA COMO FUNCIONA

Hoje, os satélites da Constelação de Satélites de Sensoriamento Remoto do Brics são:

  • CBERS-4 (em conjunto com Brasil e China);
  • Kanopus-V (da Rússia);
  • Resourcesat-2 e 2A (da Índia);
  • GF-6 e ZY-3/02 (da China).

Estações terrestres localizadas em Cuiabá, Moscou (Rússia), Shadnagar-Hyderabad (Índia), Sanya (China) e Hartebeesthoek (África do Sul) receberão dados dos satélites da constelação. Cada país só poderá ter acesso às imagens espaciais dos próprios territórios, segundo o Chamon.

A Rússia propôs a criação de um Conselho Espacial do Brics para coordenar projetos da frente. A proposta foi formalmente apresentada pela delegação durante a reunião dos chefes das agências espaciais do Brics, realizada em Moscou em maio de 2024.

O Brasil é a favor da criação do conselho.“O principal argumento brasileiro para isso é que o Brics não é um mecanismo formal. Os países se reúnem de uma maneira informal, ele não é um organismo espacial. Precisamos de um mecanismo para organizar esses projetos e votar esses projetos de maneira mais concreta”, afirmou o presidente da AEB.

LIXO ESPACIAL

Segundo Marco Antonio Chamon, a órbita terrestre acumula cada vez mais lixo espacial. Segundo ele, conforme surgem mais empresas interessadas em explorar o espaço e lançar foguetes, elas vão “deixando rastro”.

“Os satélites morrem e vão ficando sem controle no espaço. E isso causa dificuldades. Já causou dificuldades para o próprio Brasil. Nós já tivemos satélites nossos atingidos por pedaços muito pequenos”, disse.

Os incidentes são comuns, de acordo com a agência, mas, com o aumento da quantidade de lixo espacial, há uma alta proporcional nos relatos. “Esse tipo de fenômeno tem ficado cada vez mais frequente. É um dos aspectos da sustentabilidade que a gente discute, que a gente quer avançar”, disse Chamon.

Segundo a ESA (Agência Espacial Europeia) há mais de 130 milhões de fragmentos de lixo espacial na órbita terrestre, incluindo 40.500 maiores que 10 cm, 1,1 milhão entre 1 cm e 10 cm, e 130 milhões de objetos entre 1 mm e 1 cm.

ASSUNTOS ESPACIAIS

O Brasil sediou na 2ª feira (28.abr) e nesta 3ª feira (29.abr), no Rio, a 1ª reunião de ministros de Relações Exteriores do Brics para tratar de assuntos espaciais. Estiveram presentes no encontro:

  • Brasil – Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores;
  • China – Wang Yi, ministro das Relações Exteriores;
  • Egito – embaixador Ragui El Etreby, sherpa;
  • Etiópia – Gedion Timothewos Hessebon, ministro das Relações Exteriores;
  • Índia – embaixador Dammu Ravi, sherpa;
  • Indonésia – embaixador Tri Tharyat, sherpa;
  • Irã – Seyed Rasoul Mohajer, vice-ministro dos Negócios Estrangeiros sobre Diplomacia Econômica;
  • Rússia – Sergey Viktorovich Lavrov, ministro das Relações Exteriores;
  • Arábia Saudita – Waleed Al-Khuraiji, vice-ministro das Relações Exteriores;
  • África do Sul – Ronald Lamola, ministro de Relações Internacionais e Cooperação; e
  • Emirados Árabes Unidos – Reem Bint Ebrahim Al Hashimy, ministra de Estado para Cooperação Internacional.

Esta reportagem foi escrita pelo trainee do Poder360 João Paulo Caires sob a supervisão da editora-assistente Isadora Albernaz.



Autor Poder360 ·


✍️ Autor: Gil Campos 📅 Atualizado em 16/04/2025 às 15:54


O Brasil será o centro das atenções da política internacional em julho, quando sediará a 17ª Cúpula do BRICS, marcada para os dias 6 e 7 de julho de 2025, no Rio de Janeiro. O encontro reunirá os líderes das maiores economias emergentes do mundo: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além dos países recém-integrados ao bloco, como Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Irã e Emirados Árabes Unidos.

A presidência rotativa do BRICS está atualmente com o Brasil, que propõe uma pauta ambiciosa: reformar as instituições multilaterais, combater a pobreza global, reduzir desigualdades e ampliar o acesso ao financiamento para países em desenvolvimento.


Novo equilíbrio geopolítico no centro das discussões

A cúpula de 2025 é vista como estratégica diante da atual reconfiguração da ordem global, marcada por tensões comerciais, disputas tecnológicas e crise de representatividade nos fóruns tradicionais como ONU, FMI e Banco Mundial.

Segundo o Itamaraty, o Brasil pretende liderar discussões sobre uma nova governança mundial, com ênfase na inclusão dos países do Sul Global nas decisões estratégicas globais, ampliando o protagonismo de blocos como o BRICS.


Pobreza, clima e desenvolvimento sustentável também serão prioridades

Além da reforma institucional, o encontro terá como eixo a defesa de políticas públicas voltadas ao:

  • Combate à fome e à insegurança alimentar

  • Investimentos em infraestrutura verde

  • Iniciativas para frear as mudanças climáticas

  • Promoção de inclusão digital e energética

O Brasil também deve apresentar durante o evento um plano de cooperação agrícola e tecnológica com foco em inovação sustentável.


A informação foi confirmada pelo Jornal Folha de Goiás, que acompanha com profundidade os movimentos da política internacional e seus reflexos estratégicos sobre o Brasil, Goiás e o Centro-Oeste.


Análise crítica

A Cúpula do BRICS 2025 representa muito mais do que uma reunião de chefes de Estado. É um recado do Brasil ao mundo de que deseja ocupar um papel mais relevante nas decisões globais, com voz ativa e capacidade de articulação entre economias emergentes. O evento também pode reforçar laços comerciais, abrir portas para investimentos estratégicos em infraestrutura e energia, e consolidar o país como liderança diplomática entre nações em desenvolvimento.


Tags:
BRICS 2025, Cúpula do BRICS no Brasil, política internacional, reforma global, cooperação Sul Global, Brasil China, Itamaraty, Lula BRICS, BRICS Rio de Janeiro, novo equilíbrio mundial, combate à pobreza, geopolítica, Jornal Folha de Goiás

Autor # Gil Campos


Comunicado foi divulgado após reunião composta por vice-ministros das Relações Exteriores e enviados especiais do Brics

O Brics lamentou o “colapso” do cessar-fogo na Faixa de Gaza em comunicado conjunto divulgado na 2ª feira (31.mar.2025). Os países que integram o grupo condenaram a retomada dos ataques israelenses contra o enclave. Eis a íntegra da declaração (PDF – 144kB).

“Eles [países do Brics] lamentaram o colapso do cessar-fogo na Faixa de Gaza, condenaram a retomada dos ataques israelenses contra Gaza e instaram todas as partes a respeitarem e cumprirem integralmente os termos do acordo, incluindo a libertação de todos os reféns e detidos mantidos em violação ao direito internacional”, diz a declaração.

O comunicado foi divulgado após uma reunião em Brasília, onde vice-ministros das Relações Exteriores e enviados especiais do Brics discutiram a resolução pacífica de conflitos, o fortalecimento do multilateralismo e o respeito ao direito internacional. Durante o encontro, foi aprovada a nota conjunta sobre a atual situação dos conflitos no Oriente Médio e no norte da África.

Na declaração conjunta, os países ressaltaram o papel vital da Unifil (Força Interina das Nações Unidas para o Líbano) na promoção da estabilidade regional e condenaram qualquer ataque contra instalações e pessoal da missão —atos que violam o direito internacional e resoluções do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). Reiteraram ainda a necessidade de garantir a segurança e a liberdade de movimento de todas as forças da ONU na região.

O comunicado foi feito após um ataque das FDI (Forças de Defesa de Israel) que matou 15 paramédicos e outros agentes humanitários na Faixa de Gaza, onde a agência da ONU para assuntos humanitários afirmou que as forças israelenses assassinaram os trabalhadores e paramédicos “um por um”.

Leia a íntegra da declaração traduzida:

“Declaração Conjunta dos Vice-Ministros das Relações Exteriores e Enviados Especiais do BRICS
sobre o Oriente Médio e Norte da África

“Brasília, Brasil, 28 de março de 2025

“1. Os Vice-Ministros das Relações Exteriores e Enviados Especiais do BRICS sobre o Oriente Médio e Norte da África (MENA) se reuniram em 28 de março de 2025, em Brasília, Brasil, para trocar visões sobre a situação atual na região.

“2. Eles reiteraram sua séria preocupação com os conflitos contínuos no Oriente Médio e Norte da África, especialmente o conflito palestino-israelense, que ameaçam a estabilidade regional e têm um impacto negativo na paz e segurança internacionais.
Eles reiteraram a necessidade de garantir a resolução pacífica de disputas e concordaram que os conflitos devem ser resolvidos exclusivamente por meios pacíficos, incluindo meios políticos e diplomáticos, com base no pleno respeito ao direito internacional, incluindo a Carta da ONU e o direito internacional humanitário.

“3. Eles reafirmaram o papel principal do Conselho de Segurança da ONU (CSNU) em manter a paz e a segurança internacionais, em interação regular com a Assembleia Geral. Eles reconheceram o papel importante desempenhado pelas organizações regionais no enfrentamento de ameaças à paz e à segurança internacionais de acordo com o Capítulo VIII da Carta da ONU. Eles defenderam o fortalecimento do multilateralismo como um meio de promover e garantir a paz, estabilidade e desenvolvimento na região MENA.

“4. Eles enfatizaram que a paz e a estabilidade na região MENA exigem cooperação e integração para o desenvolvimento. Eles reiteraram a necessidade de abordar as causas básicas das tensões regionais, incluindo intervenção e ocupação estrangeiras, especialmente a ocupação ilegal israelense na Palestina. Eles enfatizaram a importância de contribuir para a reconstrução e o desenvolvimento dos países pós-conflito. Eles apelaram à comunidade internacional para ajudar os países MENA a atingir suas metas de desenvolvimento.

“5. Eles concordaram em condenar veementemente o terrorismo e confrontar o extremismo, em todas as suas formas e manifestações, sempre, onde e por quem quer que tenha cometido e apelaram aos países da região para adotarem uma abordagem de tolerância zero ao terrorismo. Eles expressaram seu compromisso de prevenir, combater e combater o terrorismo em todas as suas formas e manifestações, incluindo o movimento transfronteiriço de terroristas, bem como redes de financiamento do terrorismo e refúgios seguros, desmantelando campos de treinamento terrorista, de acordo com o direito internacional, e rapidamente levando os perpetradores do terrorismo à justiça. Eles apontaram que o terrorismo não deve ser associado a nenhuma religião, nacionalidade, civilização ou grupo étnico. Eles afirmaram seu compromisso inabalável em contribuir ainda mais para os esforços globais para prevenir e combater a ameaça do terrorismo com base no respeito ao direito internacional, em particular a Carta da ONU, o direito internacional dos direitos humanos, o direito internacional humanitário e o direito internacional dos refugiados, enfatizando que os Estados têm a responsabilidade primária no combate ao terrorismo, com a ONU continuando a desempenhar um papel central e coordenador nesta área. Eles pediram maior consolidação e fortalecimento dos métodos de trabalho dos Comitês de Sanções do Conselho de Segurança da ONU para garantir sua eficácia, capacidade de resposta e transparência. Embora reconheçam que não há justificativa para o terrorismo, uma abordagem abrangente por toda a comunidade internacional é necessária para prevenir, combater e combater efetivamente as atividades terroristas, inclusive por meio de medidas para abordar as condições propícias à disseminação do terrorismo em linha com a Estratégia Global de Combate ao Terrorismo da ONU. Eles rejeitaram padrões duplos no combate ao terrorismo e no confronto com o extremismo. Eles pediram a rápida finalização e adoção da Convenção Abrangente sobre Terrorismo Internacional dentro da estrutura da ONU.

“6. Eles expressaram seu comprometimento com a promoção dos princípios de tolerância e coexistência pacífica, e a adoção de medidas para conjuntamente abordar o discurso de ódio, racismo, discriminação de gênero e extremismo, em linha com as disposições da Resolução 2686 do Conselho de Segurança das Nações Unidas e outras resoluções relevantes das Nações Unidas.

“7. Eles expressaram grande preocupação com a situação no Território Palestino Ocupado, marcado pela escalada sem precedentes de violência na Faixa de Gaza, após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, e como resultado da ofensiva militar israelense que levou a mais de 50.000 mortes entre palestinos, principalmente mulheres e crianças, conforme relatado pelo Secretário-Geral da ONU, deslocamento forçado em massa de civis e destruição generalizada de infraestrutura civil, incluindo hospitais, escolas, locais de culto e instalações da ONU. Eles reiteraram a necessidade de total respeito ao direito internacional humanitário e ao direito dos direitos humanos, bem como de acesso humanitário imediato, seguro, desimpedido e sustentado e a prestação de ajuda em escala e de acordo com os princípios básicos de humanidade, neutralidade, imparcialidade e independência reafirmados por resoluções relevantes do Conselho de Segurança e da Assembleia Geral e enfatizaram que o acesso humanitário incondicional deve ser facilitado e não usado para fins políticos.

“8. Eles lamentaram o colapso do cessar-fogo na Faixa de Gaza, condenaram a retomada dos ataques israelenses contra Gaza e instaram todas as partes a respeitarem e cumprirem integralmente os termos do acordo, incluindo a libertação de todos os reféns e detidos mantidos em violação ao direito internacional.

“9. Eles lembraram que a Faixa de Gaza é uma parte inseparável do Território Palestino Ocupado, sublinharam, a esse respeito, a importância de unificar a Cisjordânia e a Faixa de Gaza sob a Autoridade Palestina e reafirmaram o direito do povo palestino à autodeterminação, incluindo o direito ao seu Estado independente da Palestina.

“10. Eles apelaram à comunidade internacional para apoiar a Autoridade Palestina na realização de reformas para cumprir as aspirações legítimas dos palestinos por independência e estado, bem como a reconstrução rápida da infraestrutura civil do território, com um papel central dos palestinos, conforme acordado na Cúpula Árabe de Emergência sobre a Palestina de 4 de março de 2025, e eles notaram com apreço a iniciativa de convocar uma próxima conferência de doadores a ser realizada no Cairo.

“11. Eles ressaltaram que os esforços para estabilizar e reconstruir Gaza devem andar de mãos dadas com uma resolução política justa e duradoura do conflito prolongado, com base nas Resoluções relevantes da ONU. Eles também enfatizaram a prioridade de implementar totalmente todos os três estágios do acordo de cessar-fogo de Gaza. A esse respeito, eles exortaram as partes envolvidas a se envolverem de boa-fé em novas negociações para alcançar a cessação permanente das hostilidades, a retirada total das forças israelenses da Faixa de Gaza e a libertação de todos os reféns e detidos mantidos em violação ao direito internacional.

“12. Eles expressaram sua firme oposição ao deslocamento forçado, temporário ou permanente, sob quaisquer pretextos, de qualquer parte da população palestina do Território Palestino Ocupado. O deslocamento forçado de palestinos constituiria uma grave violação do direito internacional, incluindo o direito internacional humanitário, e também representaria uma séria ameaça à estabilidade da região.

“13. Eles condenaram veementemente o assassinato de trabalhadores humanitários e o ataque às instalações humanitárias em Gaza, que impactaram significativamente as operações humanitárias na Faixa e supostamente levaram à retirada de 30% da equipe internacional da ONU, além de constituir sérias violações do direito internacional humanitário.

“14. Eles reconheceram a importância de esforços internacionais aprimorados para defender o direito internacional humanitário, incluindo a Quarta Convenção de Genebra, no Território Palestino Ocupado.

“15. Eles reafirmaram seu firme apoio à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) e enfatizaram a necessidade de respeitar integralmente o mandato, concedido a ela pela AGNU, para a prestação de serviços básicos aos refugiados palestinos em seus cinco campos de operações. Nesse contexto, eles deploraram a implementação da legislação aprovada pelo parlamento israelense em 28 de outubro de 2024, que visa dificultar severamente as atividades da UNRWA no Território Palestino Ocupado. Eles notaram, a esse respeito, as medidas provisórias da Corte Internacional de Justiça nos processos judiciais instituídos pela África do Sul contra Israel, que, inter alia, reafirmaram a obrigação de Israel de garantir a prestação de ajuda humanitária em Gaza. Cientes da Resolução ES-10/25 da Assembleia Geral, eles também expressaram sua convicção de que, até que uma solução justa e duradoura para a situação dos refugiados palestinos seja alcançada, de acordo com o direito internacional, incluindo o direito internacional humanitário, e as resoluções relevantes da ONU, a UNRWA permanecerá essencial e insubstituível.

“16. Eles reafirmaram que uma solução justa e duradoura para o conflito israelense-palestino só pode ser alcançada por meios pacíficos e depende do cumprimento dos direitos legítimos do povo palestino, incluindo o direito à autodeterminação. Eles reiteraram seu compromisso inabalável com a solução de dois Estados com base no direito internacional, incluindo resoluções relevantes do Conselho de Segurança da ONU e da Assembleia Geral, e a Iniciativa de Paz Árabe, com um Estado da Palestina independente e viável vivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, em linha com as fronteiras internacionalmente reconhecidas de junho de 1967, que inclui a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, com Jerusalém Oriental como sua capital.

“17. Nesse contexto, eles saudaram o lançamento da “Aliança Global para a Implementação da Solução de Dois Estados” e expressaram seu compromisso com iniciativas multilaterais destinadas a retomar negociações concretas com vistas a implementar esse objetivo. Eles também esperam contribuir para os resultados da próxima Conferência Internacional de Alto Nível para a Solução Pacífica da Questão da Palestina e a Implementação da Solução de Dois Estados a ser realizada em junho, em Nova York.

“18. Eles condenaram a declaração provocativa sobre os planos para a imposição da soberania israelense sobre a Cisjordânia Ocupada e a intensificação da atividade de assentamento na Cisjordânia, bem como com as demolições de residências e estruturas palestinas, incluindo em Jerusalém Oriental. Eles reiteraram que os assentamentos são ilegais sob o direito internacional e que qualquer atividade de assentamento deve ser interrompida e revertida. Eles deploraram a escalada de operações militares realizadas por forças israelenses na Cisjordânia e condenaram o aumento significativo de ataques de colonos israelenses contra cidadãos palestinos. Eles concordaram que as operações militares na Cisjordânia devem cessar e que todos os indivíduos envolvidos em atos de violência devem ser responsabilizados.

“19. Eles tomaram nota do parecer consultivo de 19 de julho de 2024 do Tribunal Internacional de Justiça, “sobre as consequências legais decorrentes das políticas e práticas de Israel no território palestino ocupado, incluindo Jerusalém Oriental”, que determinou, inter alia, que a presença contínua do Estado de Israel no Território Palestino Ocupado é ilegal e deve ser encerrada o mais rapidamente possível; que todos os Estados têm a obrigação de não reconhecer nenhuma mudança no caráter físico ou composição demográfica, estrutura institucional ou status do território ocupado por Israel em 5 de junho de 1967, incluindo Jerusalém Oriental; que Israel tem a obrigação de cessar imediatamente todas as novas atividades de assentamento e de evacuar todos os colonos do Território Palestino Ocupado; e que Israel não tem direito à soberania ou ao exercício de poderes soberanos em qualquer parte do Território Palestino Ocupado por conta de sua ocupação.

“20. Eles reafirmaram seu apoio inabalável ao pedido palestino de se tornar um membro pleno das Nações Unidas.

“21. Eles relembraram a resolução 2334 (2016) do Conselho de Segurança da ONU e, a esse respeito, rejeitaram quaisquer decisões e ações que pretendessem alterar o caráter, status ou composição demográfica, bem como quaisquer medidas de anexação de fato ou de jure, do Território Palestino Ocupado, incluindo Jerusalém Oriental, e declararam que tais decisões unilaterais não têm efeito legal. Eles enfatizaram a inadmissibilidade de alterar o status histórico dos locais sagrados de Jerusalém e reafirmaram seu apoio à custódia Hachemita.

“22. Eles reafirmaram seu firme apoio à estabilidade, segurança, soberania, independência política e integridade territorial do Líbano. Eles saudaram a eleição de um novo presidente e a nomeação de um novo gabinete no Líbano e expressaram seu forte apoio ao governo libanês no enfrentamento dos desafios econômicos, políticos e de segurança do país.

“23. Eles saudaram o cessar-fogo no Líbano e apelaram a todas as partes para que cumprissem rigorosamente seus termos e implementassem integralmente a Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU. Eles condenaram as violações contínuas do acordo de cessar-fogo e as frequentes violações da soberania e integridade territorial do Líbano. Eles apelaram a Israel para que respeitasse os artigos do acordo de cessar-fogo firmado com o Governo libanês, para retirar suas forças de ocupação dos cinco locais no Sul do Líbano.

“24. Eles destacaram o papel vital desempenhado pela UNIFIL e concordaram que é imperativo garantir a segurança, proteção e liberdade de movimento de todo o pessoal e equipamento das Nações Unidas, bem como respeitar a integridade das instalações da ONU.Eles condenaram todos os ataques contra instalações e pessoal da UNIFIL e enfatizaram que tais ataques são uma violação do direito internacional e da Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU.

“25. Eles reafirmaram seu compromisso com a soberania, independência, unidade, e integridade territorial da Síria e pediram por um processo político pacífico e inclusivo liderado pela Síria e de propriedade da Síria, facilitado pela ONU, com base nos princípios da Resolução 2254 (2015) do Conselho de Segurança, de uma maneira que garanta a segurança e bem-estar da população civil e onde todos os componentes políticos e sociais da sociedade síria sejam representados e protegidos, incluindo mulheres e jovens, sem qualquer discriminação baseada em raça, seita ou religião. Eles condenaram a violência generalizada perpetrada nas províncias de Latakia e Tartus da Síria desde 6 de março, incluindo assassinatos em massa de civis entre a comunidade alauíta, a continuação de atividades terroristas por afiliados do ISIL e da Al-Qaeda na Síria, a ameaça representada pela presença de combatentes terroristas estrangeiros em território sírio bem como o risco de transferência de terroristas da Síria para países regionais. A Síria deve se opor firmemente a todas as formas de terrorismo e extremismo. Eles enfatizaram seu apoio contínuo aos esforços do Enviado Especial da ONU para a Síria. Eles encorajaram a comunidade internacional a apoiar a reconstrução e reabilitação pós-conflito da Síria. Eles condenaram a ocupação israelense da zona desmilitarizada na Síria, em violação ao direito internacional e ao Acordo de Desengajamento de 1974, bem como os ataques israelenses contra o território sírio e pediram a retirada imediata e total das forças israelenses da Síria incluindo o Golã sírio ocupado. Eles tomaram nota e encorajaram esforços visando integrar instituições militares ao Estado sírio com uma exclusão clara e inequívoca de quaisquer partes envolvidas em atividades terroristas.

“26. Eles reafirmaram seu apoio à soberania, independência e integridade territorial do Iêmen, bem como a uma solução política pacífica, abrangente e inclusiva para a crise iemenita. Eles ressaltaram a urgência de abordar a crise humanitária no Iêmen.

“27. Eles enfatizaram a importância de garantir o exercício dos direitos de navegação e liberdades de embarcações de todos os estados no Mar Vermelho e no Estreito de Bab Al-Mandab, de acordo com o direito internacional. Eles encorajaram esforços diplomáticos intensificados por todas as partes para esse fim, inclusive abordando as causas do conflito, e apoio contínuo ao diálogo e ao processo de paz do Iêmen sob os auspícios da ONU.

“28. Eles reiteraram seu forte compromisso com a soberania, independência e integridade territorial do Iraque, bem como expressaram seu apoio e engajamento contínuos para promover a estabilidade e o desenvolvimento econômico no Iraque. Para esse propósito, eles ressaltaram a responsabilidade coletiva da comunidade internacional em auxiliar o governo iraquiano na implementação de políticas e programas para aumentar o investimento, o comércio e o desenvolvimento social geral no Iraque. Eles reafirmaram sua oposição a qualquer interferência externa nos assuntos internos do Iraque e apoiaram os esforços do Iraque para manter sua soberania e independência, promover a reconstrução econômica e desempenhar um papel maior nos assuntos regionais.

“29. Eles notaram os últimos desenvolvimentos em relação ao programa nuclear da República Islâmica do Irã, incluindo a recente imposição de novas sanções unilaterais contra o Irã, e reiteraram que o engajamento político e diplomático continua sendo a única opção viável e prática a esse respeito. Eles sublinharam a necessidade de manter as condições favoráveis ​​necessárias para os esforços diplomáticos. Eles também enfatizaram a necessidade de todos os Estados se absterem de qualquer ação que prejudique o trabalho técnico, objetivo e imparcial da Agência Internacional de Energia Atômica. Eles encorajaram a cooperação contínua do Irã com a AIEA e enfatizaram a necessidade de respeitar totalmente seu direito ao uso pacífico da energia nuclear. 30. Eles rejeitaram as ameaças recentes contra a República Islâmica do Irã e pediram a desescalada da situação, que tem o potencial de prejudicar a paz e a segurança internacionais. Eles sublinharam, neste contexto, as disposições do artigo 2(4) da Carta das Nações Unidas, que estabelece que os Estados “devem abster-se em suas relações internacionais da ameaça ou uso da força contra a integridade territorial ou independência política de qualquer Estado”.

“30. Eles rejeitaram ameaças recentes contra a República Islâmica do Irã e pediram a desescalada da situação, que tem o potencial de minar a paz e a segurança internacionais. Eles sublinharam, neste contexto, as disposições do artigo 2(4) da Carta das Nações Unidas, que estabelece que os Estados “devem abster-se em suas relações internacionais da ameaça ou uso da força contra a integridade territorial ou independência política de qualquer Estado”.

“31. Eles enfatizaram seu apoio à soberania, independência, integridade territorial e unidade nacional da Líbia, bem como a um processo político “liderado pela Líbia e de propriedade da Líbia” com mediação liderada pela ONU. Eles reconheceram, a este respeito, os esforços de organizações regionais e dos países vizinhos da Líbia. Eles reiteraram seu respeito pela vontade e livre escolha do povo líbio, conclamaram todas as partes a fortalecerem a consulta e o diálogo, bem como a se absterem de quaisquer ações que possam minar o cessar-fogo de outubro de 2020, e enfatizaram a necessidade de todas as forças estrangeiras, combatentes estrangeiros e mercenários se retirarem da Líbia sem mais demora de forma sincronizada, faseada, gradual e equilibrada. Eles saudaram os esforços da Liga dos Estados Árabes e da União Africana, incluindo seu Comitê de Alto Nível para a Líbia, para restaurar a estabilidade e promover a unificação da Líbia. Eles reafirmaram seu apelo para realizar eleições presidenciais e parlamentares simultâneas, livres e justas o mais rápido possível. Eles também reiteraram seu apelo a todas as partes para criarem as condições necessárias para a realização de eleições, com base em uma estrutura constitucional sólida e acordada.

“32. Eles expressaram grande preocupação com a escalada da violência e da crise humanitária no Sudão e reiteraram seu apelo por um cessar-fogo imediato, permanente e incondicional e uma resolução pacífica do conflito com engajamento em negociações de paz como a única maneira de acabar com este conflito, acesso sustentado, urgente e desimpedido da população sudanesa à assistência humanitária, e a ampliação da assistência humanitária ao Sudão e aos estados vizinhos. Eles condenaram o ataque à residência do Chefe de Missão da Embaixada dos Emirados Árabes Unidos no Sudão em 29 de setembro de 2024, causando danos extensos às instalações localizadas em uma área residencial em Cartum. Eles enfatizaram o princípio fundamental da inviolabilidade das instalações diplomáticas e consulares, e as obrigações dos Estados receptores, incluindo sob a Convenção de Viena de 1961 sobre Relações Diplomáticas e a Convenção de Viena de 1963 sobre Relações Consulares.

“33. Eles saudaram a convocação da Conferência Humanitária de Alto Nível para o Povo do Sudão em 14 de fevereiro de 2025, co-organizada pela UA, Etiópia, IGAD, e Emirados Árabes Unidos, em coordenação com a ONU.

“34. Eles expressaram profunda preocupação sobre o efeito disruptivo de medidas coercitivas unilaterais, inter alia na forma de sanções econômicas unilaterais e sanções secundárias que são contrárias ao direito internacional, bem como suas implicações de longo alcance para os direitos humanos, incluindo o direito ao desenvolvimento, da população geral dos estados-alvo na região. Tais medidas prejudicam a Carta da ONU, o sistema de comércio multilateral, o desenvolvimento sustentável e acordos ambientais. Eles apelaram a todos os países para se absterem de introduzir medidas coercitivas unilaterais e restrições comerciais inconsistentes com a Carta da ONU, o direito internacional, disposições relevantes da Organização Mundial do Comércio e outras regras comerciais multilaterais que possam ter um impacto negativo direto ou indireto nos fluxos comerciais. Eles também ressaltaram a necessidade de diálogo e cooperação multilateral para abordar disputas internacionais e promover estabilidade.

“35. Eles concordaram em se reunir novamente sob a presidência da Índia do BRICS em 2026. Eles também reiteraram a importância de realizar consultas regulares sobre o Oriente Médio e Norte da África, inclusive na ONU.”



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Presidente do Novo Banco de Desenvolvimento é acusada por funcionários e ex-funcionários de gritar e exigir cargas horárias mais longas, diz reportagem

Dilma Rousseff, atual presidente do NDB (Novo Banco de Desenvolvimento, na sigla em inglês), tem sido alvo de críticas internas, acusações de assédio moral e atrasos nas metas da instituição. As informações são de reportagem da Folha de S.Paulo.

Documentos obtidos pelo jornal mostram que o NDB –ou banco dos Brics, como é popularmente chamado– está atrasado nas metas para o período de 5 anos (2022-2026). 

Um dos que apontaram os atrasos seria Prasanna Salian, diretor da Índia, que afirmou em um de seus votos que o banco cumpriu só 20% da meta de concessão de crédito do banco. Também disse que o banco não teria atingido os objetivos de operações não soberanas (10,7%, diante da meta de 30%). Apenas um projeto (4%) foi cofinanciado (a meta era 20%).

Os relatórios anuais do banco de 2023 e 2024 não foram publicados –diferente dos anos anteriores, que estão disponíveis.

ROTATIVIDADE E RELATOS DE ASSÉDIO MORAL

Os documentos também indicam que a taxa de rotatividade de funcionários é de 15,5%, o que seria 3 vezes maior do que a média em bancos multilaterais de desenvolvimento. 

Além disso, 14 funcionários brasileiros deixaram seus empregos no banco depois de 2023, quando Dilma assumiu a presidência do NDB, o que representa 46% dos brasileiros que trabalhavam lá. Os dados são de um relatório de avaliação independente do banco.

A reportagem também ouviu funcionários e ex-funcionários da instituição, que, sob anonimato, relataram que Dilma grita com eles e desrespeita a carga horária de trabalho.

“Segundo vários relatos, Dilma frequentemente grita com os funcionários, em broncas que podem ser ouvidas em outros andares da instituição. Ela chamaria os funcionários de ‘burro’ e ‘burra’, ‘ignorante’, além de dizer diz ‘você não presta para nada’, ‘você não serve para porra nenhuma’ e ‘você nunca mais vai arrumar outro emprego’ , ‘você escreve com os pés’. Ela teria dito a um funcionário chinês que ele precisava ‘lavar atrás das orelhas’”, diz a reportagem.

Além disso, Dilma negaria folgas aos funcionários, e eles seriam forçados a trabalhar das 6h às 21h todos os dias da semana.

A alta rotatividade e a presença da Rússia (em guerra com a Ucrânia) no NDB estariam prejudicando o funcionamento e a competitividade do banco.

“O volume de empréstimos do banco ficou aquém do que foi previsto na estratégia geral para 2017-2021 e desacelerou ainda mais em 2022 e 2023”, diz um relatório do Escritório de Avaliação Independente do NDB, assinado pelo diretor-geral Ashwani K. Muthoo, em 20 de maio de 2024. 

“Há espaço para melhorar a cultura organizacional, os processos de gestão e de pessoas para aumentar a eficiência do banco para poder cumprir seu mandato”.

Sob a gestão de Marcos Troyjo, juntaram-se à instituição Egito, Emirados Árabes Unidos e Bangladesh. Na gestão Dilma, não houve novas adesões.

OUTRO LADO

Ao jornal, a assessoria de imprensa do NDB negou a existência de casos de assédio moral por Dilma e disse que a concessão de folgas continua normal. “O NDB não vai comentar as alegações em relação a assédio moral, pois não há casos de assédio moral no departamento de conformidade e investigações do banco relacionados à presidente”.

Afirmou que as metas são para cinco anos, não para um ano. “Não é apropriado concluir que o NDB não atingiu as metas, pois o ciclo estratégico ainda está em andamento”, disse a assessoria. 

Também afirmou que a 1ª parte do ciclo de 2022-2026 foi dividida entre Dilma e Troyjo: “Quando a presidente Dilma chegou, em março de 2023, o banco enfrentava uma grave crise de liquidez. Ele havia passado 15 meses sem realizar uma emissão em dólares”.

Declarou que 2023 foi o único ano em que a rotatividade foi alta, de 15%. Sobre os funcionários brasileiros, a assessoria afirmou que, em 2022/2023, a taxa de rotatividade foi de 43% e que, em 2024, o número caiu para 16%.

Falou ainda que, na gestão da brasileira, o banco teve “crescimento significativo” e que o balanço no final de 2024 mostra “forte recuperação e expansão”.

O Poder360 entrou em contato com assessores do NDB para obter a íntegra da nota, mas não obteve resposta. O espaço segue aberto.

SAÍDA DO CFO

O CFO (Chief Financial Officer) do NDB, Leslie Maasdorp, anunciou em 5 de abril de 2024 que deixaria o cargo em julho. Ele estava no banco desde 2015. Foi indicado pela África do Sul.

Maasdorp foi parte da equipe que fundou o banco. Começou como vice-presidente. Em 2021, foi indicado para CFO.

Como CFO, ele liderou as ações da tesouraria e do mercado de capitais do banco, criando os programas globais e nacionais para a instituição, e levantou mais de US$ 15 bilhões. Ele também conquistou a primeira classificação de crédito do banco em 2018, que estabeleceu a instituição como um banco multilateral de desenvolvimento líder em novos mercados emergentes“, disse o ministro sul-africano Enoch Godongwana, na época.

BANCO DOS BRICS

O NDB foi criado em 2015, com sede em Xangai (China). Em certa medida, a instituição de fomento multilateral compete com o Banco Mundial e com o Banco Interamericano de Desenvolvimento. É uma fonte para empréstimos, financiamentos e assistências técnicas para projetos de integrantes do bloco econômico e demais países em desenvolvimento.

Rousseff assumiu a presidência da instituição financeira, também conhecida como Banco dos Brics, em março de 2023 para terminar o mandato de Marcos Troyjo, indicado por Jair Bolsonaro (PL) em 2020. Foi indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em fevereiro de 2023 e tomou posse em abril. 

A presidência do banco é rotativa e periódica. A cada 5 anos, cada um dos sócios-fundadores indica um presidente para o banco. O posto é ocupado por um representante dos países do Brics, enquanto membros dos demais países ficam responsáveis por indicar 4 vice-presidentes. A composição abrange um presidente, 4 vices, um conselho de diretores e um conselho de governadores.

Em 2024, a Rússia demonstrou apoio à recondução de Dilma Rousseff (PT) para um novo comando à frente do NDB (sigla em inglês para Novo Banco de Desenvolvimento) durante a reunião da Cúpula dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). O 1º mandato de Dilma vai até 6 de julho de 2025.

Na reunião, Putin e Rousseff defenderam a criação de uma moeda comum e a consolidação de um sistema de trocas comerciais em moedas nacionais para reduzir a dependência do dólar. Segundo Putin, a prática ajuda a diminuir os custos de serviço da dívida, a fortalecer a independência financeira dos países do bloco e a minimizar os riscos geopolíticos.



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País assumirá a presidência do bloco econômico e sediará a próxima reunião de chefes de Estado

O encontro da Cúpula do Brics previsto para ocorrer no Brasil em 2025, teve sua identidade visual anunciada na 6ª feira (20.dez.2024). O projeto de comunicação visual terá como principal elemento a árvore amazônica Samaúma, que pode chegar a até 60 metros de altura e 2 metros de diâmetro.

Tamanha grandiosidade rendeu a essa árvore apelidos como Escada do Céu, Mãe das Árvores e Guardiã da Floresta. Ceiba pentandra é o nome dado a ela pelos cientistas. Conforme o governo federal, ter essa árvore à frente da identidade visual do Brics 2025 é algo que “traduz o objetivo do grupo”.

“A capacidade da Sumaúma de retirar água das profundezas do solo, mesmo em tempo de seca, e compartilhá-la com outras plantas, simboliza a cooperação e o desenvolvimento compartilhado. As sapopemas também são usadas para comunicação na floresta. A estrutura de maneira combinada à quantidade de água acumulada no tronco, uma vez golpeada, propicia um som que ecoa por longas distâncias, o que evoca a ideia de conexão e diálogo”, disse a Secom.

Em 2025, o Brasil assumirá a presidência do Brics, bloco originariamente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e que foi ampliado pela participação de Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Egito e Etiópia.

Copyright Divulgação/Secom

O projeto de comunicação visual terá como principal elemento a árvore amazônica Samaúma

Brics

Nascido de um acrônimo cunhado em 2001 por Jim O’Neil, então economista-chefe do banco de investimentos Goldman Sachs, o Brics nasceu como Bric, que também significa tijolo em inglês.

Na época, o economista tentava designar economias emergentes com alto potencial de crescimento no século 21. Somente em 2006, os quatro países constituíram um fórum formal de discussões, na Reunião de Chanceleres organizada à margem da 61ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro daquele ano.

Em 2014, a integração aumentou, com o anúncio da criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), também conhecido como Banco do Brics, na reunião de cúpula em Fortaleza, em julho daquele ano.

Fundada formalmente em 2015, a instituição financia projetos de infraestrutura e crescimento sustentável nos países-membros. Em oito anos, o NDB emprestou US$ 33 bilhões para 100 projetos de infraestrutura, energia renovável, transporte, entre outras iniciativas.

O Brics formou um fundo de reservas com o objetivo de preservar a estabilidade financeira dos países-membros em tempos de crise. Reserva de recursos para ser usada como socorro em caso de necessidade, esse fundo foi instituído já com um aporte de US$ 100 bilhões.


Com informações da Agência Brasil. 



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