21 de outubro de 2025
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Wanderlei Barbosa chefiou esquema de desvio de recursos públicos a partir de empresas de fachada

O governador afastado do Tocantis, Wanderlei Barbosa (Republicanos), comandou um esquema milionário de corrupção que desviou cerca de R$ 73 milhões em 1 ano e meio de 2020 a 2021, quando era vice-governador. As informações são do programa Fantástico, da TV Globo.

O esquema chefiado por Wanderlei tinha a ajuda da primeira-dama Karynne Sotero e de 3 operadores. Eles utilizavam empresas de fachada ou registradas em nome de laranjas para falsificar a prestação de serviços e simular a entrega de cestas básicas. Somente algumas cestas eram de fato entregues à população.

Funcionava assim: os mantimentos eram entregues em números muito menores que o divulgado pelo governo, mas os empresários assinavam vários recibos ou devolviam as cestas. A diferença da despesa aprovada pelo Estado para o serviço prestado era então repartida entre os integrantes da organização criminosa.

À época dos crimes, Wanderlei controlava a distribuição das cestas na Setas (Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social). Karynne, esposa do político, fazia a ponte do esquema com o empresário Paulo César ‘PC’ Lustosa –seu ex-marido. O irmão de Lustosa, Wilton Rosa Pires, e Maria “Bispa” Socorro Guimarães eram os captadores.

Rérison Castro, filho do governador, também foi envolvido no processo por supostamente ser beneficiado com o dinheiro desviado. De acordo com as investigações, a propina foi usada para pagar a construção de um resort no nome de Rérison. A PF diz que o verdadeiro dono do empreendimento é Wanderlei. Seu filho teria sido usado como laranja.

Em áudios interceptados pela PF e divulgados pelo Fantástico, os integrantes do grupo detalharam o funcionamento da operação. Ouça abaixo:

  • Investigação em TO: áudio indica que empresário Paulo César Lustosa coordenou fraudes (25s):
  • Investigação em TO: áudio indica como fiscais eram enganados (30s):
  • Investigação em TO: operadores Paulo César Lustosa e Bispa Socorro discutem esquema (33s):
  • Investigação em TO: Filho de governador, Rérison Castro fala sobre pousada (16s):

Além do esquema das cestas básicas, a organização de Wanderlei também passou a cobrar propina para antecipar pagamentos devidos do Executivo estadual a empresários. A taxa era negociada pela Bispa Socorro.

Em setembro, a Polícia Federal realizou operações de busca e apreensão em endereços ligados ao grupo. Na casa de Wanderlei, foram encontrados R$ 52.000 em um compartimento escondido. Com outro suspeito, a PF recolheu aproximadamente R$ 700 mil em espécie.

Wanderlei assumiu o Governo de Tocantins em outubro de 2021, depois do afastamento do titular Mauro Carlesse (PP) por denúncia de corrupção. Foi reeleito para o cargo em 2022 no 1º turno com mais de 58% dos votos. A mulher, Karynne, foi nomeada secretária extraordinária de Participações Sociais.

Antes de Wanderlei e Carlesse, o ex-governador Marcelo de Carvalho Miranda (MDB) também deixou o cargo por denúncias de corrupção. Ele foi cassado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em 2009 e 2018. Ou seja, os 3 últimos governadores eleitos pelo voto popular no Estado não completaram seus mandatos por decisão da justiça.

O que dizem as defesas:

Ao Fantástico, os advogados de Wanderlei Barbosa negaram o envolvimento do governador afastado nos crimes citados e disse que como vice-governador seu cliente não tinha controle sobre os repasses. A defesa de Karynne Sotero também rechaçou os fatos e declarou que a primeira-dama não tem contato com o ex-marido PC Lustosa desde 2017.

Os defensores de Lustosa afirmaram que o empresário nunca infringiu a lei. E os do seu irmão Wilton Rosa declararam que ele jamais manteve contratos com o Estado. A Bispa Socorro não respondeu à produção do programa.

Governador afastado desde setembro

Wanderlei Barbosa está afastado do cargo por 6 meses por decisão do ministro Mauro Campbell, do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Leia a íntegra da decisão (PDF – 3 MB). O governador foi alvo da 2ª fase da operação Fames-19, deflagrada pela Polícia Federal em 3 de setembro.

Segundo a PF, há indícios de que, de 2020 a 2021, investigados teriam se aproveitado do Estado de emergência em saúde e assistência social para fraudar contratos de fornecimento de cestas e frangos congelados.

Wanderlei Barbosa é suspeito de ser o mandante do esquema. Segundo as investigações, havia um “núcleo de agentes políticos”, identificado como responsável pela condução do esquema de fraude e peculato. No topo da estrutura estava o chefe do Executivo estadual.

“Na cúpula do esquema foi identificada a atuação de agentes do alto escalão do governo do Estado do Tocantins, iniciando pelo atual governador do Estado, Wanderlei Barbosa Castro, e por sua esposa Karynne Sotero”, diz a decisão.



Autor Poder360 ·


Presidente argentino disse que “há espiões disfarçados de jornalistas” por trás das gravações de Karina Milei, secretária-geral da presidência da Argentina

O presidente da Argentina, Javier Milei (La Libertad Avanza), voltou a criticar a imprensa nesta 3ª feira (2.set.2025) na repercussão do escândalo dos áudios atribuídos a sua irmã, Karina Milei, secretária-geral da Presidência da Argentina.

Karina é investigada por suposto esquema de propina em contratos de remédios e próteses para pessoas com deficiência.

Em publicação no X (ex-Twitter), Milei afirmou que “há espiões disfarçados de jornalistas” por trás das gravações, cuja divulgação foi proibida pelo juiz federal Alejandro Maraniello. As informações são do jornal Clarín.

Nos áudios, publicados pelo canal uruguaio Dopamina, a irmã de Milei menciona o presidente da Câmara, Martín Menem, e exalta seu papel como articulador do oficialismo no Congresso. Menem disse que a gravação foi feita “de maneira ilegal”.

A ministra da Segurança, Patricia Bullrich, anunciou que ampliará a denúncia por suposto espionagem ilegal. Segundo ela, as conversas foram registradas na Presidência da Câmara dos Deputados, o que configuraria uma violação institucional.

O porta-voz presidencial, Manuel Adorni, disse que a decisão da Justiça reconhece “grave violação à privacidade institucional” e não um caso de liberdade de expressão. Ele declarou ainda que as gravações foram “guardadas por meses para influenciar a campanha”.

OPOSIÇÃO PRESSIONA NO CONGRESSO

Enquanto o governo tenta minimizar o impacto do escândalo  –que envolve menções a supostas propinas na Andis (Agência Nacional para Pessoas com Deficiência) a menos de uma semana das eleições em Buenos Aires– a oposição avançou na Câmara com pedidos de informações e com a instalação da comissão investigadora do caso da criptomoeda $LIBRA.

Os congressistas aprovaram o envio de perguntas por escrito ao presidente Javier Milei e também a convocação de sua irmã, Karina Milei. Além disso, as comissões de Saúde e de Deficiência se reuniram nesta 3ª feira (2.set) para analisar pedidos de informes sobre os contratos da Andis, o impacto orçamentário das operações e possíveis vínculos entre dirigentes do governo e intermediários privados.

Setores opositores ressaltaram que a crise se agrava porque envolve diretamente a cúpula presidencial e se soma às denúncias de espionagem ilegal contra Karina Milei, que obteve na Justiça a suspensão da divulgação de áudios atribuídos a ela. O bloco peronista e parte da União Cívica Radical afirmam que o episódio expõe riscos de desvio de recursos destinados a pessoas com deficiência e pedem responsabilização imediata.



Autor Poder360 ·