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21 de setembro de 2024
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Fazendeiros de Goiás são investigados por crimes ambientais

A polícia de Goiás investiga a ação de fazendeiros que estão drenando áreas de preservação para ampliar o plantio e a criação de animais.

Os policiais chegaram a uma fazenda em Aruanã, a 320 quilômetros de Goiânia, no momento em que a escavadeira abria uma vala que teria 20 quilômetros de extensão. A polícia interrompeu o crime ambiental e recolheu a máquina.

Essa área passava a maior parte do ano alagada, principalmente no período das chuvas, por isso não dava para criar gado e nem fazer o plantio de grãos.

As investigações mostram que as valas foram abertas justamente para que a água caísse dentro e o terreno ficasse seco, assim o proprietário poderia aumentar a área de pastagem e de agricultura. Acontece que isso é proibido, porque estes locais são considerados áreas de preservação permanente.

No Cerrado, as veredas são locais em que a água do lençol freático superficial aflora no solo. Elas atuam como uma caixa d’água natural, que estimula o crescimento de buritis e palmeiras e abastece lagos e lagoas, que aos poucos, desaguam nos rios.

A pesquisadora da Universidade Federal de Goiás Sybelle Barreira diz que acabar com as áreas de veredas é um risco para muitas espécies:

“O dano é tão drástico – e a gente já viu isso aqui em Goiás – que eu não consigo reverter. E mesmo que a gente autue, mesmo que o produtor faça um termo de ajustamento de conduta, o dreno permanece lá, aquela abertura de área permanece. A fauna não vive mais lá, aquela microfauna, a fauna aquática”.

A Polícia Civil encontrou canais de drenagem em cinco cidades da bacia do rio Araguaia — Foto: JN

A Polícia Civil encontrou canais de drenagem em cinco cidades da bacia do rio Araguaia. Ele é um dos mais importantes e extensos do Brasil, mas hoje sofre com o avançado do assoreamento. Só nesta região de Goiás, a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente apura 50 denúncias.

Além dos drenos, os fazendeiros também são investigados por desmatamento e uso do fogo para ampliar a área de pastagem e de lavouras.

“Se você faz o desmatamento, faz as leiras, de repente vem o fogo, perde-se o controle do fogo, vem os grandes incêndios aqui no Cerrado. É falta de pensar, falta de inteligência, falta de sabedoria de ver que estamos destruindo um patrimônio que é de todos”, lamenta Luziano Carvalho, delegado de meio ambiente de Goiás.

O Cerrado foi o bioma que mais perdeu vegetação ano passado. Por hora, uma área do tamanho de sete campos de futebol é derrubada.

“Não à toa, nós estamos vivenciando os extremos. O que eu estou fazendo aqui tem efeito, e esse é um efeito em cascata. Então, talvez ele pense: fora da minha cerca; eu faço aqui, mas para lá não vai ter efeito nenhum. Vai ter efeito imediato no produtor de baixo e o efeito vai chegar na cidade. Qualquer micro, dentro de uma microbacia, vai ter reflexo em todo Cerrado”, afirma Sybelle Barreira.

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Chuva sobre Goiânia, Goiás — Foto: Renato Conde/O Popular

O Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo) emitiu um alerta de temporal para os próximos dias em Goiás. Para minimizar os impactos causados pelas chuvas, as prefeituras de Goiânia e Aparecida, na Região Metropolitana da capital, têm feito limpeza de bocas de lobo, obras de construção e de ampliação da rede de drenagem e monitoramento de áreas de risco.

Conforme as informações do Cimehgo, as chuvas podem ser intensas, com rajadas de vento e raios. Segundo o último levantamento realizado pela Defesa Civil, há 13 áreas com algum risco geológico em Goiânia, sendo eles deslizamentos e movimentação de solo (veja abaixo).

Veja o que as prefeituras têm feito:

Segundo a Secretaria Municipal de Comunicação de Goiânia (Secom), a prefeitura tem investido em obras de drenagem, bem como no planejamento para aplicação correta dos gastos públicos e proteção efetiva à população.

A Secretaria informou que, atualmente, está em elaboração o Plano Diretor de Drenagem Urbana de Goiânia (PDDU) em parceria com a Universidade Federal de Goiás, para nortear as ações e investimentos para solucionar problemas históricos de drenagem.

Segundo a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Seinfra), na capital tem sido feito um trabalho rotineiro de limpeza e conservação da rede de drenagem. Na quinta-feira (21), foi feito uma limpeza de bocas de lobo na região da Avenida Mutirão, por um caminhão hidrojato, que limpa por sucção a boca de lobo e desobstrui a galeria com jato d’água.

Limpeza de bocas de lobo na região da Avenida Mutirão em Goiânia — Foto: Divulgação/Seinfra

A Seinfra informou que de um total de 99 pontos de alagamento monitorados e mapeados pela Defesa Civil, a prefeitura já realizou intervenções em mais de 70 deles.

A secretaria disse que na Avenida H, a rede principal de drenagem foi 100% executada e estão em construção de 93 bocas de lobo e ramais da rede. Posteriormente será finalizada a pavimentação das vias. Há previsão de conclusão para o final de março.

Na Chácaras de Recreio São Joaquim, 18,89% foi executada e será retomada após o final do período chuvoso. A conclusão está prevista para dezembro deste ano. No bairro Feliz, foi executada 79,71% e será retomada após o final do período chuvoso. A conclusão está prevista para o próximo mês.

Na Residencial Solar Ville, foi executada 85,68%. No Jardim Novo Petrópolis, 43,59% foi executada. A conclusão está prevista para Junho. Os locais com as obras de drenagem concluídas foram na Chacaras Maringá, Mansões Paraíso, Avenida C-107, Jardim América, Avenida Padre Monte e região e Bairro Goiá.

A Defesa Civil disse que formou um grupo de ações emergenciais, composto pela Seinfra, Comurg, Guarda Civil Metropolitana, Equatorial e Saneago para se comunicarem de forma rápida através de um aplicativo de mensagens. O objetivo é, tendo qualquer anormalidade na capital, de imediato as equipes vão atender e resolver os problemas que surgirem.

O órgão também informou que nos locais com algum risco geológico, foram realizados monitoramentos por meio de vistorias periódicas e contato direto com lideranças comunitárias que residem nessas áreas.

A Defesa Civil disse que estima-se que aproximadamente 700 famílias residem em áreas com algum grau de risco geológico. Apesar disso, não informou quantas pessoas já foram realocadas e para onde elas foram, já que a alocação das famílias depende de programas habitacionais e desapropriações.

O Órgão contou que tem buscado junto a Secretaria Municipal de Inovação, Ciências e Tecnologia a implantação de câmeras em pontos estratégicos para monitoramentos e otimização das ações da equipe.

Disseram também que está em andamento uma parceria com o Cimehgo para ampliar os números de pluviômetros em pontos indicados pela equipe, para receber informações de quantidade de precipitações por região e assim montar estratégias para ações minimizando os impactos na cidade.

A Guarda Civil Metropolitana (GCM) informou que entre 2021 e 2022, a Defesa Civil identificou 99 pontos críticos de alagamentos, os quais estão sendo monitorados durante este período chuvoso para avaliar os resultados das obras realizadas pela prefeitura, visando resolver ou minimizar esses problemas.

A GCM disse que os dados são compartilhados com a Seinfra, mas os pontos em questão não são divulgados para evitar especulações imobiliárias e discriminação contra os moradores.

Dentre os principais 99 pontos críticos, destacam-se:

  • Avenida Gercina Borges Teixeira, no Conjunto Vera Cruz 2;
  • Avenida Gabriel Henrique, no Goiânia Viva;
  • Avenida Nonato Mota, no Setor Pedro Ludovico Texeira;
  • 3ª Radial, no Setor Pedro Ludovico Texeira;
  • Avenida 87, no Setor Sul;
  • Avenida H, no Jardim Goiás;
  • Marginal Botafogo, abaixo do viaduto da Avenida Jamel Cecílio;
  • Rua Belo Horizonte, no Jardim Guanabara;
  • Avenida Francisco Alves de Oliveira, no João Braz.

Áreas com algum risco geológico:

  • Vila Bandeirantes (Rua 9)
  • Jardim Novo mundo II (Avenida Lincoln)
  • Setor Perin (Sp-15 e Av. Mato Grosso)
  • Vila Concórdia (Viela 6)
  • Jardim América (C-107)
  • ⁠Parque Tremendão (Rua Australia)
  • ⁠Jardim Petrópolis (Rua Mantiqueira)
  • Vila Romana (Rua Pompeia)
  • Pontos de processos erosivos ao longo dos córregos Cascavel e Capim Puba

A prefeitura de Aparecida de Goiânia, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semma), em conjunto com a Defesa Civil Municipal, está orientando a população sobre medidas eficazes para prevenir o entupimento de bocas de lobo e bueiros, evitando assim situações de alagamentos e outros problemas relacionados.

Além disso, a Semma disse que está instruindo sobre o descarte adequado de resíduos sólidos em locais apropriados para coleta, o que também ajuda a evitar a obstrução dos canais de captação das águas das chuvas.

A secretaria informou que contratou um caminhão com sistema de hidrojato sugador para realizar a limpeza de bueiros e bocas de lobo, em parceria com a Secretaria de Infraestrutura, visando prevenir problemas urbanos e ambientais.

A Seinfra contou que tem realizado constantemente forças-tarefas de limpeza e manutenção dos bueiros e galerias pluviais, evitando o acúmulo de lixo e entulho nesses pontos, o que facilita o escoamento das águas das chuvas.

A prefeitura informou que para monitorar o volume de água das chuvas, a Defesa Civil possui duas estações meteorológicas, 11 pluviômetros automáticos remotos por satélite e um radar hidrológico. Essa rede permite identificar, analisar e monitorar a intensidade, duração, direção e velocidade das chuvas a cada 15 minutos, promovendo ações de prevenção a desastres climáticos.

A Defesa Civil disse que também disponibiliza um canal de atendimento ao cidadão para situações de risco, ações de prevenção a desastres, mitigação, monitoramento, preparação, resposta e recuperação. A população pode acionar o órgão pelos telefones 3545-6036 / 3545-6041 ou via WhatsApp 98471-5300.

Chuva em Goiás: Corpo de Bombeiros dá dicas do que fazer em caso de enchentes

Como medidas de segurança, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) recomenda que a população não se abrigue debaixo de árvores em caso de rajadas de vento, devido ao leve risco de queda e descargas elétricas.

Também orienta os motoristas a não estacionarem seus veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda. Outra recomendação do Instituto é evitar usar aparelhos eletrônicos ligados à tomada durante os temporais.

O gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), André Amorim, informou que é preciso tomar cuidado durante o período de chuvas volumosas, devido aos riscos de alagamento e queda de árvores.

“As pessoas têm que ficar atentas. Se começar aquela tempestade, procurem um local seguro. Não tentem atravessar locais que estejam alagados. E não fiquem expostos”, diz André Amorim.

Outro alerta que o gerente faz é sobre o risco de descargas elétricas durante um temporal. Ele enfatiza a importância de não permanecer em locais a céu aberto durante a formação ou enquanto ocorrem tempestades.

“Na cidade, há uma proteção maior devido à presença de muitos para-raios e estruturas ao redor. No campo, ao ar livre, entre o céu e o solo, você é o ponto mais alto. Portanto, pode ser atingido por uma descarga atmosférica, por isso não fique a céu aberto. É importante também levar os animais para um local seguro para que eles não fiquem vulneráveis”, explicou.

Mapa de previsão de chuva em Goiás — Foto: André Amorim/Cimehgo

Segundo o boletim meteorológico, várias regiões do estado estão com risco potencial para chuvas intensas de 30 a 60 mm/h ou 70 mm/dia, isso significa um volume médio de cinco a seis dias de chuva, além de rajadas de vento acima de 60 km/h e raios.

As regiões oeste, central, norte e sudoeste podem ser as mais afetadas pelo temporal, com chuvas acima de 50 mm/dia. Os municípios que devem ser mais impactados são Luziânia, Anápolis, Formosa e Cristalina.

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