Estudo do Todos pela Educação e do Iede mostra que a diferença entre a porcentagem de estudantes com ensino adequado de português e matemática nos 2 grupos aumentou de 2013 a 2023
A desigualdade na aprendizagem entre estudantes brancos e amarelos e negros e indígenas no Brasil cresceu em 10 anos. Um estudo do Todos Pela Educação e do Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional), divulgado nesta 2ª feira (28.abr.2025), mostra que a diferença percentual entre os alunos considerados com ensino adequado para a etapa educacional dos 2 grupos se aprofundou de 2013 a 2023.
Os dados consideram o desempenho de alunos de 5º e 9º anos do ensino fundamental e do 3º ano do ensino médio, matriculados na rede pública, para as disciplinas de língua portuguesa e matemática. O levantamento tem como base os resultados do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica). Eis a íntegra (PDF – 9 MB).
Apesar do aumento na desigualdade, ambos os grupos registraram alta nos percentuais gerais de estudantes com ensino considerado adequado no 5º e 9º anos do ensino fundamental e em português no 3º ano do ensino médio. Só em matemática, no 3º ano do ensino médio, houve um leve recuo dessa taxa.
A defasagem entre os estudantes brancos e negros com ensino considerado adequado é mais acentuada entre os que cursam o 9º ano do ensino fundamental:
- língua portuguesa – em 2013, 30,7% dos estudantes brancos e amarelos alcançaram o nível adequado em língua portuguesa, enquanto entre estudantes pretos, pardos e indígenas o resultado foi de 21,1% –uma diferença de 9,6 pontos percentuais. Em 2023, os resultados subiram para 45,6% e 31,5%, respectivamente, e a diferença saltou para 14,1 pontos percentuais.
- matemática – em 2013, 15,7% dos estudantes brancos e amarelos alcançaram o nível adequado em matemática, enquanto entre estudantes pretos, pardos e indígenas o resultado foi de 9,5% –uma diferença de 6,2 pontos percentuais. Em 2023, os resultados subiram para 22,3% e 13,7%, respectivamente, e a diferença saltou para 8,6 pontos percentuais.
No 5º ano do ensino fundamental, a diferença entre os grupos foi de 7,9 pontos percentuais para 8,2 pontos percentuais em língua portuguesa; e de 8,6 pontos percentuais para 9,5 pontos percentuais em matemática.
Já no 3º ano do ensino médio, os resultados para o aprendizado de português repetem o padrão registrado nas outras fases da educação básica. Houve um aumento no percentual de estudantes com ensino adequado e um aprofundamento da desigualdade.
No ensino de matemática, porém, houve um leve recuo na desigualdade entre os 2 grupos raciais de 4,4 pontos percentuais para 3,9 pontos percentuais. Há ainda que se considerar que nesse estrato também houve um recuo no percentual de estudantes com nível de aprendizado considerado adequado.
O diretor de Políticas Públicas do Todos Pela Educação, Gabriel Corrêa, avalia que o cenário ainda é “bastante crítico” para a educação básica. Segundo ele, “o olhar para a equidade é central. É inadmissível que o país não tenha conseguido, em uma década, reduzir as enormes diferenças de aprendizagem entre estudantes de diferentes grupos raciais e socioeconômicos”.
NÍVEL DE APRENDIZAGEM POR ESTADO
O estudo também fez recortes dos resultados de aprendizagem por Estado. As unidades da Federação que registraram os maiores percentuais de estudantes com aprendizagem considerada adequada para os níveis avaliados em 2023 foram Paraná (5º ano do ensino fundamental), Ceará (9º ano do ensino fundamental) e Espírito Santo (3º ano do ensino médio).
Apesar disso, na comparação com 2019, os Estados que mais evoluíram, isto é, conseguiram aumentar os percentuais de estudantes com nível adequado de aprendizado foram Alagoas (5º e 9º anos do ensino fundamental) e Amapá (3º ano do ensino médio).
Na outra ponta, os Estados que tinham as maiores taxas de estudantes com desempenho abaixo do básico em 2023 eram:
- português – Sergipe (5º ano do ensino fundamental), Roraima (9º ano do ensino fundamental) e Maranhão (3º ano do ensino médio);
- matemática – Pará (5º ano do ensino fundamental), Roraima (9º ano do ensino fundamental) e Maranhão (3º ano do ensino médio).




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