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21 de setembro de 2024
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(Foto: Reprodução)

Catalão está em um momento de transformação, atravessando a ponte que leva do passado ao futuro. Nessa jornada, carrega apenas o essencial. Qualquer entrave ou empecilho ao desenvolvimento econômico está sendo eliminado, exceto a memória coletiva, impossível de ser apagada, pois nela residem os fundamentos culturais do município.

Se algum dia estiver distante, em qualquer lugar do mundo, e alguém lhe perguntar sobre sua terra, você dirá primeiramente que Catalão é uma cidade média, situada no interior do Brasil, com uma economia diversificada na indústria, no comércio e no agronegócio. Ou seja, uma cidade progressista, de passado relevante, que almeja ser ainda maior no futuro.

Em seguida, você relembrará com nostalgia o Morrinho de São João, o belo vale do Pirapitinga, explicará a origem do nome Catalão e descreverá, com entusiasmo, as congadas na Festa do Rosário.

São esses os pontos fundamentais que diferenciam Catalão de outras localidades e fornecem identidade ao município, formando as especificidades do relevo, da economia e da tradição.

Como cidade progressista, Catalão paga um alto preço. As velhas elites vão sendo deslocadas, os sobrenomes vão perdendo sua antiga importância e as residências do passado estão sendo demolidas, pouco a pouco. O espaço urbano está assumindo novas feições e as lembranças arquitetônicas vão sendo apagadas. Isso é sinal de que Catalão prioriza o desenvolvimento e não se volta para as glórias do passado.

Toda cidade resulta de um processo histórico particular que condiciona seu futuro. Pirenópolis e a Cidade de Goiás, por exemplo, sobrevivem do turismo de conservação, preservando o passado arquitetônico, mesmo que isso comprometa a qualidade de vida dos moradores e a infraestrutura urbana.

Caldas Novas encontrou no lazer o eixo de sua economia, Rio Verde e Cristalina no avanço do agronegócio, e assim por diante. A própria capital, Goiânia, sobrevive como centro comercial varejista e do turismo de negócios.

Catalão avança em um processo econômico particular e na busca de melhor qualidade de vida para seus moradores. Mas nem por isso pode esquecer os fundamentos de sua existência ao longo dos três séculos.

Neste mês de agosto, Catalão completa 165 anos de emancipação. Uma cidade que iniciou sua trajetória em 1859 e hoje atravessa um momento de transformação.

Nos últimos vinte e cinco anos, a população dobrou, assim como as demandas sociais cresceram exponencialmente. Isso significa que a maioria dos novos moradores chegou recentemente e deseja fazer desta cidade sua terra definitiva.

O poder público municipal tem respondido às demandas sociais, exercendo um admirável trabalho, principalmente na área de infraestrutura, tornando Catalão uma cidade com qualidade de vida e tranquilidade social.

Resta aos novos moradores assumir a identidade de Catalão. A identidade de Catalão, forjada em sua história, é bastante forte. O maior orgulho dos catalanos repousa no cultivo da tradição.

Os verdadeiros catalanos não costumam pisar em falso porque os fundadores da cidade e os antigos moradores jamais o fizeram. Neste aspecto, a afirmativa de Auguste Comte é verdadeira, pois, em Catalão, de fato, os mortos governam os vivos.

Escrito por: Luís Estevam

Luiz estevam é doutor em Economia pela Unicamp, membro titular do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás (IHGG) e da Sociedade Goiana de História da Agricultura (SGHA).



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