No Banner to display

5 de fevereiro de 2025
  • 15:54 Milei segue decisão de Trump e tira Argentina da OMS
  • 12:10 José Machado propõe prioridade para idosos em matrículas na EJA
  • 08:26 1ª sessão da Câmara de Aparecida é marcada por debates
  • 04:42 Google lucra US$ 30,972 bi no 4º tri de 2024 e cresce 31%
  • 00:56 CCJ vai analisar medida de José Machado que dispõe sobre a doação do excedente da merenda escolar


Presidente da Câmara convocou votação para 10h depois que uma espécie de “votação prévia” sinalizou falta de apoio ao texto

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), adiou para 5ª feira (19.dez.2024) a votação da 1ª PEC (Proposta de Emenda à Constituição) (45 de 2024) sobre pacote de revisão de gastos enviado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A análise está marcada para 10h.

Lira apensou (juntou) o texto do governo a uma proposta já existente, de 2007, para ter um processo mais célere. O regimento da Casa estabelece que haja uma votação para analisar o texto de 2024 em vez do original. O nome técnico é “destaque de preferência”. 

Conseguiu passar com 294 votos a favor do destaque e 172 contra. No entanto, uma PEC precisa de ao menos 308 votos para aprovação em 2 turnos. Sem alcançar esse número na preferência, presumiu-se que o texto principal não teria apoio suficiente esta noite. 

Assim, Lira fez uma manobra e jogou para o dia seguinte a apreciação. Ganhou mais tempo para negociar.

O presidente da Câmara já havia dito que esperava a falta de votos para aprovar a proposta. Havia sinalizado que o “problema” era o conteúdo dos textos.

“O problema não é dinheiro, emenda ou portaria. O Congresso tem atribuições e responsabilidades. Os projetos chegaram há poucos dias. Pedimos e colocamos na Câmara sessões de segunda a sexta essas duas semanas, já dando um sinal claro de que iríamos nos dedicar a esses temas e outros temas importantes”, declarou Lira em 10 de dezembro.

Junto com a PEC, espera-se que seja votado o projeto de lei que sobre as regras do BPC (Benefício de Prestação Continuada) e do novo limite do salário mínimo.

SUPERSALÁRIOS

O relator da PEC, Moses Rodrigues (União Brasil-CE), mudou a redação ao estabelecer que os rendimentos deveriam ser definidos por lei ordinária, e não por lei complementar –que precisa de maioria absoluta (257). Com isso, abre-se margem para executar o pagamento dos benefícios no limite do teto. As alterações propostas pelo governo, no entanto, permanecem as mesmas.

Entenda abaixo o que o governo quer:

  • como é – os funcionários podem utilizar os “penduricalhos” como uma forma de driblar o teto salarial do setor público (R$ 44.008,52 mensal); 
  • como fica – essas despesas passam a entrar nesse limite. 

Haverá uma série de categorias em regime de exceção. Ou seja, alguns benefícios do setor público ainda continuarão fora do teto constitucional. Uma mudança no texto é que essa lista passa ser definida por lei ordinária. Anteriormente, era por lei complementar.

A medida faz parte do pacote fiscal elaborado pelo Ministério da Fazenda. As medidas na totalidade tem a expectativa de economizar R$ 71,9 bilhões em 2 anos.

O limite de R$ 44.008,52 para o setor público é o salário dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). Os magistrados têm a maior remuneração dentre o funcionalismo.


Leia também:


FUNDO DA EDUCAÇÃO BÁSICA

O relator da PEC também reduziu os repasses do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) para o ensino em tempo integral.

Entenda o que mudou:

  • como o governo queria – que até 20% dos repasses da União ao fundo fossem direcionados ao ensino integral;
  • como ficou na proposta – a destinação fica limitada até 10% em 2025. Os anos seguintes ficam com no mínimo 4% dos recursos destinados à prática.

Atualmente só há critério de distribuição para o dinheiro que vai para o salário dos professores. “A outra parte é livre e acaba sendo aplicada em temas que às vezes não chega no aluno. Essa é uma garantia que dá preferência para uma política que é prioridade”, disse o Ministério da Fazenda ao explicar a medida inicialmente.

A expectativa de mudança no fundo de educação básica apresenta a seguinte lógica para a economia nas contas públicas:

  1. aumentam os investimentos do Fundeb na educação integral;
  2. Ministério da Educação gasta menos com iniciativas para fortalecer essa categoria;
  3. com menos gastos pelo órgão, o dinheiro pode ser redirecionado para outras políticas sociais.

A redução no repasse, entretanto, deve prejudicar essa estratégia. Setores criticaram a ideia do governo. Diziam que a educação perdia dinheiro com o repasse.

O Ministério da Fazenda diz que, pela lógica, o dinheiro “sobrando” poderia ir para o programa Pé de Meia. Ou seja, os gastos seriam realocados. Não necessariamente haveria economia de dinheiro.

“Como não haverá necessidade de aportar recursos do Ministério da Educação para escola em tempo integral, abre-se um espaço fiscal no orçamento do MEC que pode ser futuramente aplicado em outros temas, como o Pé de Meia, mas hoje é uma abertura de espaço no Orçamento federal”, disse a Fazenda.

O Poder360 mostrou que os Estados com mais repasses recebidos pelo Fundeb pioraram os índices de escolarização (parcela de pessoas que frequentam a escola). Dados como esse justificam a mudança no fundo, segundo o governo.


Leia mais:


ABONO SALARIAL

O governo quer mudar progressivamente o critério para receber o benefício. Atualmente, tem direito ao abono salarial quem ganha até 2 salários mínimos. O plano é diminuir essa proporção para 1 salário e meio até 2035.

A progressão é a seguinte:

  • 2025 2 salários mínimos;
  • 2026 – 1,95 salário mínimo;
  • 2027 1,90 salário mínimo;
  • 2028 – 1,85 salário mínimo;
  • 2029 – 1,80 salário mínimo;
  • 2030 – 1,75 salário mínimo;
  • 2031 – 1,70 salário mínimo;
  • 2032 – 1,65 salário mínimo;
  • 2033 – 1,60 salário mínimo;
  • 2034 – 1,55 salário mínimo;
  • 2035 – 1,5 salário mínimo.

O pagamento do benefício diminuiria ano a ano. Teoricamente, menos pessoas teriam direito a receber conforme a progressão. A Fazenda projeta uma economia de R$ 18,1 bilhões em 6 anos.

DRU

A DRU (Desvinculação de Receitas da União) é um mecanismo que permite ao governo federal usar livremente 30% de todos os tributos federais vinculados por lei a fundos ou despesas.

Os recursos são vem de contribuições sociais, especialmente. A proposta aprovada em 1º turno determina que a DRU será prorrogada até 2032. A economia esperada é de R$ 7,4 bilhões em 2 anos e de R$ 25,6 bilhões de 2025 a 2026.



Autor Poder360 ·


O diagnóstico era simples: gastávamos mais do que arrecadávamos. Entre 2016 e 2019, a despesa real (a preços de 2023) cresceu 22,9%, enquanto a arrecadação cresceu abaixo de 13,4%. A preços correntes, em 2019, havia mais de R$ 7,6 bilhões em dívidas vencidas com fornecedores.

No início de 2018, o estado tomou R$ 600 milhões em empréstimos dando como garantia receitas futuras e jogando o ônus do pagamento da dívida para a próxima gestão. Houve medidas de antecipação de impostos junto às empresas e o escalonamento do pagamento do funcionalismo público, que passou a conviver com salários atrasados. Esse caos fiscal culminou com um saldo em caixa de R$ 11 milhões e o estoque de dívida de R$ 24 bilhões.

Iniciei uma série de medidas emergenciais e estruturais visando solucionar o problema fiscal instaurado há anos em Goiás. O trabalho conjunto com os demais poderes constituiu a pedra fundamental para o processo de ajuste posterior, caracterizando harmonia, responsabilidade e compromisso de todos.

Reformas estruturais ditaram o tom da austeridade pretendida. A reforma administrativa, iniciada em 2019, simplificou a distribuição de cargos e funções. Os 54 tipos de cargos de assessoramento foram reduzidos a 11, com economia de R$ 422 milhões nos quatro primeiros anos do governo.

Já a reforma da previdência, também implementada em 2019, adotou, na sua inteireza, os parâmetros estabelecidos pela reforma da União. Essa medida foi responsável pela estabilidade previdenciária no estado, com previsão de uma redução de custos para a sociedade na ordem de R$ 2 bilhões em dez anos.

Somam-se às reformas as ações voltadas para a redução do passivo do estado: leilões de restos a pagar, renegociação e reestruturação das dívidas, redesenho de benefícios fiscais, entre outras. O conjunto de medidas de ajuste fiscal foi responsável por uma redução de custos de mais de R$ 8 bilhões desde 2019. As despesas foram controladas e tem se mantido constantes durante toda a minha gestão. Já a arrecadação cresceu mais de 24,25% acima da inflação. O caixa do Tesouro Estadual, que iniciou praticamente zerado em 2019, acumulou, no final de 2023, quase R$ 14,04 bilhões de superávit.

Esse esforço fiscal plantou as bases para o crescimento e a inclusão produtiva em Goiás. No período pós-pandemia (2021-2023), o PIB (Produto Interno Bruto) do estado de Goiás cresceu um acumulado de 11,3%, frente a 6,0% do restante do Brasil. A indústria goiana, que havia recuado sua participação entre 2010 e 2018 (de 28,4% para 20,8%), passou a registrar crescimentos significativos e, em 2023 e 2024, demonstrou um desempenho muito superior a dinâmica industrial nacional. Foram criados mais de 320 mil empregos formais desde o início de 2019, o que significa um incremento de mais 21% no estoque do trabalho formal de Goiás, quando comparado ao estoque de 2018.



Autor