3 de setembro de 2025
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  • 01:12 Milei acusa jornalistas de espionagem em caso dos áudios de sua irmã
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Presidente argentino disse que “há espiões disfarçados de jornalistas” por trás das gravações de Karina Milei, secretária-geral da presidência da Argentina

O presidente da Argentina, Javier Milei (La Libertad Avanza), voltou a criticar a imprensa nesta 3ª feira (2.set.2025) na repercussão do escândalo dos áudios atribuídos a sua irmã, Karina Milei, secretária-geral da Presidência da Argentina.

Karina é investigada por suposto esquema de propina em contratos de remédios e próteses para pessoas com deficiência.

Em publicação no X (ex-Twitter), Milei afirmou que “há espiões disfarçados de jornalistas” por trás das gravações, cuja divulgação foi proibida pelo juiz federal Alejandro Maraniello. As informações são do jornal Clarín.

Nos áudios, publicados pelo canal uruguaio Dopamina, a irmã de Milei menciona o presidente da Câmara, Martín Menem, e exalta seu papel como articulador do oficialismo no Congresso. Menem disse que a gravação foi feita “de maneira ilegal”.

A ministra da Segurança, Patricia Bullrich, anunciou que ampliará a denúncia por suposto espionagem ilegal. Segundo ela, as conversas foram registradas na Presidência da Câmara dos Deputados, o que configuraria uma violação institucional.

O porta-voz presidencial, Manuel Adorni, disse que a decisão da Justiça reconhece “grave violação à privacidade institucional” e não um caso de liberdade de expressão. Ele declarou ainda que as gravações foram “guardadas por meses para influenciar a campanha”.

OPOSIÇÃO PRESSIONA NO CONGRESSO

Enquanto o governo tenta minimizar o impacto do escândalo  –que envolve menções a supostas propinas na Andis (Agência Nacional para Pessoas com Deficiência) a menos de uma semana das eleições em Buenos Aires– a oposição avançou na Câmara com pedidos de informações e com a instalação da comissão investigadora do caso da criptomoeda $LIBRA.

Os congressistas aprovaram o envio de perguntas por escrito ao presidente Javier Milei e também a convocação de sua irmã, Karina Milei. Além disso, as comissões de Saúde e de Deficiência se reuniram nesta 3ª feira (2.set) para analisar pedidos de informes sobre os contratos da Andis, o impacto orçamentário das operações e possíveis vínculos entre dirigentes do governo e intermediários privados.

Setores opositores ressaltaram que a crise se agrava porque envolve diretamente a cúpula presidencial e se soma às denúncias de espionagem ilegal contra Karina Milei, que obteve na Justiça a suspensão da divulgação de áudios atribuídos a ela. O bloco peronista e parte da União Cívica Radical afirmam que o episódio expõe riscos de desvio de recursos destinados a pessoas com deficiência e pedem responsabilização imediata.



Autor Poder360 ·


A morte de Luiz Cláudio Dias, de 59 anos, durante um surto psicótico na UTI do Hospital Municipal de Morrinhos, no último sábado (18/1), gerou forte reação da família, que acusa a Polícia Militar de execução desproporcional. O homem, internado havia três dias para tratamento renal, fez uma enfermeira de refém com um pedaço de vidro antes de ser baleado e morto por um policial.

O filho do paciente, o dentista Luiz Henrique Dias, criticou a ação em um vídeo divulgado nas redes sociais. Ele comenta que deseja justiça pelo pai.

“Eu fiquei sabendo que meu pai morreu antes mesmo da equipe médica me falar. Que despreparo desse povo. A dor é grande, mas Deus vai fazer justiça. A polícia matou meu pai dentro de uma UTI, um paciente com hipoglicemia, com menos de 60 kg, fragilizado”, diz ele no vídeo.

Ele acusa uma falta de preparo de todos os envolvidos tanto na abordagem policial quanto no vazamento do vídeo que mostra os últimos momentos do pai.

“Por negligência, por falta de total ética e empatia com os familiares, vazaram vídeo dentro da UTI, do meu pai, com todo o ocorrido. O próprio prefeito faz um depoimento antes dos familiares ficarem sabendo, isso é ilegal, os familiares têm que ficar sabendo primeiro do óbito antes de sair qualquer noticiário. O policial, um tenente, faz um depoimento antes de ter qualquer autópsia”, ponderou Luiz Henrique.

Em carta aberta à imprensa, os familiares classificaram a ação policial como “desproporcional” e “cruel”.

“Luiz Cláudio, fisicamente enfraquecido, foi rendido e imobilizado. Mesmo nessas condições, foi pisoteado e executado à queima-roupa por dois policiais. A conduta esperada era outra: técnica, responsável, humana e proporcional à situação, o que poderia ter evitado essa tragédia”, afirmaram.

Carta à imprensa publicada pela família

A família de Luiz Cláudio Dias vem a público, por meio desta nota, pedir à imprensa que trate o caso com o máximo de responsabilidade, ética e empatia, evitando títulos sensacionalistas que possam distorcer os fatos ou agravar ainda mais a dor de quem já enfrenta um momento de luto profundo. É essencial que o trabalho de informar a sociedade seja conduzido com compromisso com a verdade, respeito ao contexto e sensibilidade, considerando que o ocorrido representa não apenas uma tragédia pessoal, mas também uma grave falha institucional.

Luiz Cláudio, de 59 anos, era um paciente renal crônico, diabético, debilitado por pneumonia e internado na UTI de Morrinhos/GO em estado de extrema fragilidade.

Em um momento de surto hipoglicêmico, ele ameaçou uma enfermeira com um caco de vidro. A família lamenta profundamente o medo vivido pela profissional de saúde e manifesta sua solidariedade, reafirmando que nenhum trabalhador deveria passar por situações que coloquem em risco sua segurança.

Entretanto, é imprescindível contextualizar os fatos de maneira justa e equilibrada. Luiz Cláudio, fisicamente enfraquecido, foi rendido e imobilizado. Mesmo nessas condições, foi pisoteado e executado à queima-roupa por dois policiais, de forma desproporcional, cruel e absolutamente inadmissível. A conduta esperada da equipe de saúde e da força policial era outra: técnica, responsável, humana e proporcional à situação, o que poderia ter evitado essa tragédia. A família reforça que buscará por justiça, para que os responsáveis por essa violência brutal sejam responsabilizados e para que o caso se torne um marco na reflexão sobre as falhas do poder público em lidar com situações de crise envolvendo pessoas vulneráveis.

Não apenas Luiz Cláudio foi negligenciado; a segurança da enfermeira e de todos os envolvidos também foi colocada em risco por ações e omissões que demonstram imprudência, negligência e imperícia do Estado.

A imprensa desempenha um papel indispensável na construção de uma sociedade mais justa e informada. Por isso, pedimos que a cobertura desse caso seja feita com ética e comprometimento, sem sensacionalismo, e que a memória de Luiz Cláudio não seja reduzida a um estigma ou a uma narrativa incompleta. Ele era uma pessoa com história, família, e uma vida marcada pela luta contra problemas de saúde severos.

Por fim, a família agradece às pessoas que têm demonstrado solidariedade nesse momento de dor e clama por respeito à memória de Luiz Cláudio e ao nosso luto. Que essa tragédia sirva para promover mudanças que evitem novas vidas perdidas pela falta de preparo e humanidade nas respostas do Estado.

Entenda o caso

De acordo com a Polícia Militar, Luiz Cláudio arrancou os equipamentos médicos e quebrou uma janela de vidro do banheiro da UTI. Ele utilizou um caco para ameaçar uma técnica de enfermagem, colocando o objeto contra o pescoço dela. A equipe médica tentou intervir, mas sem sucesso, e acionou a PM.

O prefeito de Morrinhos, Maycllyn Carreiro (PL), explicou que surtos em UTIs não são incomuns, mas considerou o incidente atípico.

“Ele se levantou do leito onde estava internado, falando de forma desconexa. Depois de quebrar o vidro, pegou a enfermeira e a engravatou, ameaçando-a com o vidro no pescoço”.

A PM informou que aplicou protocolos de gerenciamento de crises para tentar libertar a refém. Segundo nota oficial, “apesar das tentativas de verbalização, o autor permaneceu agressivo e reiterou as ameaças”.

Conforme a versão da corporação, o disparo foi efetuado para conter o paciente devido ao risco iminente à vida da funcionária. Contudo, Luiz Cláudio teria se movido no momento da ação, e o tiro atingiu seu abdômen.

“Mesmo alvejado, o autor continuou resistindo, sendo necessária a sua contenção pelos demais policiais. A equipe médica prestou socorro imediato, mas, infelizmente, ele não resistiu aos ferimentos e veio a óbito”, afirmou a PM. A corporação abriu um procedimento administrativo para apurar os fatos.

A Prefeitura de Morrinhos lamentou o ocorrido e declarou estar à disposição para esclarecer os fatos. O hospital não se pronunciou sobre o caso. Para a família, a abordagem policial foi inadequada e evitável.

O caso segue sob investigação da delegacia local, que acompanha a apuração administrativa da PM.



Autor Agatha Castro