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Repórteres Sem Fronteiras diz que desmantelamento da agência humanitária pode impactar países sob repressão política

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez a USaid (Agência de Desenvolvimento Internacional dos EUA) congelar US$ 268,38 milhões em financiamentos ao jornalismo no mundo em 2025. A informação foi publicada pelo RSF (Repórteres Sem Fronteiras), uma organização internacional, não governamental e sem fins lucrativos. Eis a íntegra do comunicado (PDF – 1 MB, em inglês).

Segundo a RSF, os programas da USaid apoiam a mídia independente em mais de 30 países. São importantes para possibilitar o jornalismo livre em países com repressão política, por exemplo.

Organizações jornalísticas ao redor do mundo que recebem financiamento de ajuda americana contataram a RSF para expressar “confusão, caos e incerteza”. Afirmou que influenciará na atividade de veículos de mídia menores que atendem públicos que vivem “sob condições repressivas em países como Irã e Rússia”.

O congelamento do financiamento terá impacto para veículos e entidades que viviam de dinheiro estatal dos EUA. A RSF disse que a decisão de Trump terá efeito sob ONGs internacionais que apoiam a mídia independente, como a IFPIM (International Fund fo Public Interest Media). O diretor-executivo da RSF dos Estados Unidos, Clayton Weimers, disse que o congelamento do financiamento da USaid está semeando o caos ao redor do mundo, inclusive no jornalismo.

“A Repórteres Sem Fronteiras está apelando aos financiadores públicos e privados internacionais para que se comprometam com a sustentabilidade da mídia independente”, disse.

A RSF disse que veículos de comunicação tiveram que interromper algumas de suas atividades da noite para o dia. Em 2023, a USaid financiou treinamento e suporte para 6.200 jornalistas, auxiliou 707 veículos de notícias não estatais e apoiou 279 organizações da sociedade civil do setor de mídia.

O QUE É A USAID

A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional foi criada em 1961 foi pelo então presidente John Kennedy. Por decreto, ele unificou diversos programas assistenciais dos EUA. Até a chegada do republicano Donald Trump à Casa Branca em 20 de janeiro de 2025, atuava em mais de 100 países.

Nos anos 1960 e 1970, a agência era vista em países do Terceiro Mundo, como o Brasil, como um instrumento de interferência norte-americana em várias áreas, sobretudo para promover os valores políticos dos EUA. Nos movimentos de esquerda brasileiros, a USaid (cujo nome era pronunciado “usáid” por aqui) era considerada uma espécie de besta-fera do imperialismo.

A partir dos anos 1980 e, mais recentemente, nos anos 2000, a USaid passou a atuar em pautas mais ligadas a direitos humanos, meio ambiente e a favor de minorias. Houve uma aproximação de temas identitários e assim a imagem da agência mudou, passando a ser respeita pelas esquerdas em países como o Brasil –e pelos militantes do Partido Democrata nos EUA.

O nome em inglês da agência é “United States Agency for International Development”. Os norte-americanos, em geral, soletram as duas primeiras letras “U” e “S” e, depois, falam o acrônimo final como se fosse uma palavra “aid” (cujo significado é “ajuda”). O slogan da agência, logo abaixo da sigla, é “from the American People”. É que US e aid podem ser traduzidos como “ajuda dos Estados Unidos” –daí o complemento “do povo norte-americano”.

O Poder360 adota em seus textos a grafia da forma como o acrônimo é mais comumente falado nos EUA: USaid.



Autor Poder360 ·

Lidiane

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