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21 de agosto de 2025
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Endosso direto de China e Rússia, integrantes do Conselho, a brasileiros e indianos não significa que haverá algum efeito prático

A declaração final da Cúpula do Brics de 2025, realizada no Rio, retoma um apoio explícito de Rússia e China, integrantes do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), à entrada de Brasil e Índia no grupo. Esse endosso apareceu nos textos do bloco em 2022 e em 2023, mas foi substituído por versão mais indireta em 2024, depois da cúpula em Kazan, na Rússia.

“Recordando as Declarações dos Líderes de Pequim, de 2022, e Joanesburgo II, de 2023, China e Rússia, como membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas, reiteram seu apoio às aspirações do Brasil e da Índia de desempenhar um papel mais relevante nas Nações Unidas, incluindo o seu Conselho de Segurança”, diz o texto acordado na capital fluminense.

O Brasil –e os países que não fazem parte do Conselho de Segurança– defendem uma reforma do órgão. O argumento é de que é preciso ter mais representatividade de regiões que se desenvolveram nas últimas décadas, tornando-se importantes para a geopolítica.

“Reafirmamos nosso apoio a uma reforma abrangente das Nações Unidas, incluindo seu Conselho de Segurança, com o objetivo de torná-lo mais democrático, representativo, eficaz e eficiente, e de aumentar a representação dos países em desenvolvimento nos quadros de membros do Conselho para que ele possa responder adequadamente aos desafios globais predominantes e apoiar as aspirações legítimas dos países emergentes e em desenvolvimento da África, Ásia e América Latina, incluindo os países do BRICS, a desempenhar um papel maior nos assuntos internacionais, em particular nas Nações Unidas, incluindo seu Conselho de Segurança”.

Em 2024, quando a cúpula foi na Rússia, o texto foi menos enfático em relação ao apoio para as mudanças no Conselho de Segurança, deixando de fora citações a Brasil e Índia. Leia a declaração de 2024 (PDF – 1 MB).

Apesar de a diplomacia considerar uma vitória quando há uma mudança semântica em declarações internacionais, não significa que haverá algum efeito prático. Nada indica que Brasil e Índia estão mais perto de entrar no Conselho de Segurança da ONU neste ano do que estavam em 2024.

Declaração do Rio

A declaração final da cúpula de líderes do Brics, divulgada neste domingo (6.jul.2025), faz um gesto ao Irã ao condenar os ataques recentes ao país persa, mas não faz menção aos Estados Unidos e a Israel, autores dos bombardeios. Preserva também a Rússia, integrante do bloco, ao mencionar o conflito na Ucrânia. Leia a íntegra (PDF – 269 kB).

O documento cita Israel 7 vezes, mas em trechos relacionados aos conflitos na Faixa de Gaza, na Síria e no Líbano. Durante as negociações entre os países integrantes do bloco na última semana, os iranianos cobraram um posicionamento mais duro, com apoio de China e Rússia. O país persa passou a integrar o bloco em 2023. Teerã não reconhece o Estado de Israel e normalmente usa expressões como “regime sionista” para se referir ao país judeu.

O endurecimento da declaração, porém, enfrentou resistência de países mais próximos aos Estados Unidos, como Índia, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Etiópia e Egito. Esse grupo quis evitar que o bloco, já muito alinhado à China, tivesse um caráter mais anti-ocidental ou anti-Trump.

Em 24 de junho, o Brics emitiu um comunicado conjunto em que condenou os ataques a instalações nucleares iranianas, também sem citar diretamente Estados Unidos ou Israel. Na ocasião, o texto foi publicado horas depois do anúncio de um cessar-fogo entre Irã e Israel. Esse documento serviu como base para a declaração publicada neste domingo. Os iranianos tentaram incluir no documento menções aos 2 países.

Na declaração final, os países do Brics dizem expressar “profunda preocupação” com a escalada da situação de segurança no Oriente Médio, especialmente em relação à questão nuclear.

A cúpula do Brics, realizada em 6 e 7 de julho no Rio, está esvaziada. O evento tem ausências importantes, que tendem a reduzir a repercussão política da declaração final, que é parte da estratégia de protagonismo internacional de Lula.

Quatro chefes de Estado não vieram ao Brasil:

  • China – presidente Xi Jinping;
  • Rússia – presidente Vladimir Putin;
  • Irã – presidente Masoud Pezeshkian;
  • Egito – Abdel Fattah el-Sisi.

Enquanto o Brics evita citar os Estados Unidos e seu presidente, Donald Trump, o republicano já ameaçou o Brics em fevereiro com tarifas comerciais caso o dólar fosse abandonado nas transações comerciais entre os países integrantes.


Leia mais sobre a Cúpula do Brics no Rio:

Assista ao vídeo e saiba o que é o Brics (3min36s):



Autor Poder360 ·


Setor hoteleiro concordou em ofertar cerca de 500 quartos com tarifas de US$ 100 a US$ 300, bem abaixo do que está sendo praticado em Belém; ideia é hospedar delegados de países com menor poder econômico

O governo do Estado do Pará negociou cerca de 500 quartos de hotel em Belém e em Castanhal (a 70 km da capital paraense) a preços de US$ 100 a US$ 300 para a COP30. Devem ser destinados para delegados da ONU (Organização das Nações Unidas) de países com menos recursos.

Em reunião na 3ª feira (1º.jul.2025), assessores da vice-governadora e coordenadora estadual da COP, Hana Gassan, e a secretaria de Turismo do Estado, chegaram ao acordo com os principais hotéis de Belém.

Ao todo, são ao menos 11 hotéis na capital e outros 8 em Castanhal. Há a expectativa de que mais quartos entrem no acordo nos próximos dias.

Além disso, também passou pela negociação a possibilidade de haver hospedagens desse tipo em Barcarena, a mais de 100 km do principal local de eventos da COP30. Essa possibilidade é mais remota, porque para ser viável, seria preciso haver barcos para fazer a travessia e encurtar o deslocamento.

Esses quartos a preços mais acessíveis eram uma exigência da ONU para que todos os países possam estar representados no evento. Esses preços estão bem abaixo do que vem sendo praticado pelos hotéis da capital.

O setor hoteleiro de Belém disse sofrer ameaças do governo federal para reduzir os preços. A Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor) notificou formalmente 24 hotéis da cidade para averiguar possíveis “práticas abusivas”.  A ideia do acordo é aliviar a pressão por um corte generalizado nas tarifas cobradas pelos hotéis.

Segundo apurou o Poder360, os hotéis de Belém mantiveram suas tarifas para a COP30 em segredo até cerca de 2 meses atrás, quando começaram a flexibilizar as exigências, como só fechar reserva de, no mínimo, 15 diárias.

Menos da metade dos quartos disponíveis de Belém teria sido reservada até agora. A procura é alta. Os preços também. Faltam 4 meses para o evento.

FALTA DE HOTÉIS

Como mostrou o Poder360, das 50.554 hospedagens planejadas pelo Estado do Pará para a COP30, só 14.091 serão em hotéis tradicionais. O total equivale a 28% do total de leitos idealizados pelo governo estadual.

As alternativas para acomodar as 50.000 pessoas esperadas em Belém vão de escolas, igrejas, Airbnbs, motéis e uma vila modular para cerca de 400 pessoas.

Um fator que contribuirá, entretanto, para a alocação das delegações será uma plataforma de hospedagem que facilita o acesso dos participantes aos serviços de hotelaria. Apesar da demora no processo de contratação, o governo anunciou no final de maio a parceria com a empresa Bnetwork, também responsável pelo serviço na COP29, em Baku (Afeganistão).

Sobre os preços abusivos, o governador do Estado afirmou “não ter dúvidas”sobre o problema e que há pessoas “se excedendo” nas ofertas de hospedagem.

Em 19 de junho, o secretário extraordinário da conferência, Valter Correia, confirmou que o governo brasileiro trabalha para assegurar diárias de hotel a até US$ 100 durante o evento. Apesar disso, o secretário diz que o Executivo não pretende intervir de forma direta no mercado, mas atua via Ministério da Justiça para apurar possíveis abusos de preços.



Autor Poder360 ·


Entrada de auxílio humanitário na Faixa de Gaza está bloqueada desde 2 de março; governo negocia 2ª fase do cessar-fogo com o Hamas

Philippe Lazzarini, chefe da UNRWA (Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados Palestinos, na sigla em inglês), disse nesta 2ª feira (10.mar.2025) que a população na Faixa de Gaza voltará a passar fome caso Israel não libere a entrada de auxílio humanitário na região.

“Acho que quanto mais avançarmos, mais veremos o impacto aumentando na população”, disse Lazzarini a repórteres. “[O risco é que] voltemos à situação que vivenciamos meses atrás sobre o aprofundamento da fome”, completou.

A entrada de ajuda humanitária em Gaza foi suspensa pela gestão do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu em 2 de março. Com a medida, o Hamas afirmou que Tel Aviv tenta sabotar o acordo de cessar-fogo e classificou a decisão como uma “chantagem barata, um crime de guerra e um ataque flagrante” à trégua.

No fim de semana, o governo israelense interrompeu o fornecimento de eletricidade para a última instalação no enclave que ainda recebia energia da Israel Electric Corporation a fim de pressionar o Hamas a libertar os reféns que continuam sob custódia do grupo.

Desde o cessar-fogo estabelecido em janeiro entre as partes, o grupo extremista já libertou cerca de 30 reféns israelenses. Em troca, o governo de Israel soltou ao menos 1.099 prisioneiros palestinos. De acordo com as Forças de Israel, o Hamas ainda mantém 24 reféns vivos e 35 corpos.

O governo de Israel enviou nesta 2ª feira uma delegação a Doha (Qatar) para discutir a 2ª fase da trégua e “avançar nas negociações” do cessar-fogo. O anúncio do governo de Netanyahu se deu no domingo (9.mar), depois de representantes do Hamas se reunirem no dia anterior com representantes egípcios no Cairo.



Autor Poder360 ·